Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Sinopse: Whitey Bulger (Johnny Depp), irmão de um senador dos Estados Unidos, foi um dos criminosos mais famosos da história do sul de Boston. Ele começou a trabalhar como informante do FBI para derrubar uma família de mafiosos, mas foi traído pela agência, tornando-se um dos homens mais procurados do país. Baseado em uma história real.
Queira ou não a corrupção se
encontra em todo o lugar, seja na política, religião e até mesmo entre aqueles
que se dizem servir e proteger o cidadão. O que dizer então da agência mais
poderosa dos EUA que, acabou se vendendo para determinados criminosos, unicamente
para obter a chance de pegar uns peixes maiores? É mais ou menos isso o que é mostrado em
Aliança do Crime, filme do qual retrata um período em que alguns defensores da
lei e da ordem se venderam para pegar determinadas cabeças preciosas, ou
simplesmente para subir um degrau a mais na carreira! Whitey Bulger (Johnny Depp)
é um gangster comum de Boston, mas que vê uma oportunidade de crescer na vida
criminosa, desde que descubra e dê de bandeja ao FBI determinadas celebridade
do mundo do crime de Boston. Para isso, o seu amigo de infância John Connelly (Joel
Edgerton) se torna agente do FBI, o que lhe abre então as portas para adquirir
poder e costas quentes perante a lei. Ao mesmo tempo se encontra na agência
pessoas incorruptíveis, das quais gradualmente abrem determinadas investigações
que acabam fechando o cerco, tanto para aqueles que se encontram de fora ou
dentro.
Até aqui, nos deparamos com
uma mistura de Os Bons Companheiros com Os Infiltrados, onde existe o
companheirismo entre gangster, mas que os pedidos para determinados favores são
colocados a prova, o que acaba sendo um exemplo similar do que já se viu nos
filmes de Martins Scorsese. Porém, se percebe que Scott Cooper (Amor Louco)
procura sempre a todo o momento em nunca criar cenas das quais a gente lembrasse,
de alguns clássicos filmes de gangster, mas sim que tivesse uma identidade
própria. Essa preocupação resulta num filme do qual há momentos preciosos e
muito bem filmados, mas se tem também a sensação de freio ou até mesmo receio na
possibilidade de se sofrer uma comparação.
Diante disso, o filme se
divide em entre momentos geniais e mornos, dos quais nem mesmo a presença de
bons atores como Kevin Bacon ou Benedict Cumberbatch (Jogo da Imitação) ajuda a
gente não nos darmos conta disso. Embora fiel aos verdadeiros fatos que
aconteceram entre os anos 70 e 80 do qual se passa a história, falta também uma
espécie de liberdade poética, da qual é sentida principalmente no ato final da
trama. Uma coisa é ser fiel aos fatos, outra é deixar tudo no piloto automático
para se dizer que foi tudo igual o que aconteceu naquele período.
Se há falhas que existe aqui
e ali na produção, o filme se salva unicamente devido a um nome: Johnny Depp.
Embora tenha colecionado alguns fracassos de público e crítica nos últimos tempos,
o parceiro habitual do cineasta Tin Burton jamais parou de trabalhar e tem
demonstrado cada vez mais versatilidade, do qual o ator some em seus papeis e
dando lugar aos seus personagens. No caso do seu Whitey Bulger não é diferente.
Quando vemos Bulger em cena
sentimos o sinal de perigo, do qual a imprevisibilidade dos seus atos é o que
lhe move. Fiel aos seus princípios (seja com relação à família, ou companheirismo)
Bulger leva tudo a sério, ao ponto dele fazer uma mistura de ameaça com piada,
da qual a pessoa que presencia esses momentos nunca tem a certeza absoluta de
suas reais intenções. Atenção para a maravilhosa cena do jantar, onde ele dá a
sua opinião sobre segredos de família, que por sua vez se emenda com a cena da
visita dele a uma determinada personagem em seu quarto e rendendo momentos de
pura tensão psicológica.
Com uma maquiagem que lhe
deixa envelhecido, e umas lentes de contato que nos passa um ar de loucura, Johnny
Depp faz do seu Bulger um ser ameaçador, do qual não pensa duas vezes em
eliminar todos aqueles que ousarem pensar em lhe prejudicar. Porém, embora frio
e calculista, há determinados momentos em que Bulger deixa a mascara cair,
principalmente quando percebe que o cerco está se fechando para ele e para os
seus poucos entes queridos. É nesses momentos que o personagem poderia soar artificial,
mas é graças atuação de Depp que nos faz acreditar que há um lado ainda humano
dentro daquele ser e não é a toda que ele se encontra na lista dos possíveis indicados
ao Oscar de melhor ator no ano que vem.
No final das contas, Aliança
do Crime pode até funcionar devido a um único ator, mas também lhe dá uma
pequena dose de reflexão sobre a corrupção, da qual ela não é exclusiva unicamente
nos lugares do qual eu citei no início do texto acima, como também lhe faz
pensar na possibilidade de que você esteja convivendo com ela todos os dias, seja
em maior ou menor grau.
Dia 17 de dezembro o universo de
Star Wars invade os cinemas do mundo inteiro com o capitulo VII: O Despertar da
Força e devido a isso não faltam propagandas, brinquedos, gibis e games pegando
carona com o possível sucesso gigantesco de bilheteria que o filme irá
proporcionar. Mas sempre há aqueles marinheiros de primeira viagem e que até
hoje não conseguiram assistir nenhum dos seis filmes já lançados. Mas a
pergunta que fica no ar é, por onde assistir?
Quando George Lucas lançou o seu
revolucionário filme em 1977, o título era somente Star Wars. Porém, nas
sessões seguintes, e o sucesso cada vez maior, eis que surgiu nas telas os
dizeres episódio IV: Uma Nova Esperança.
Após isso vieram o capitulo V: Império Contra Ataca e VI: O Retorno de Jedi.
Claro que os fãs de carteirinha queriam saber se havia roteiros dos capítulos
I,I e III e eis que Lucas lançou a sua trilogia “prequel” de sua saga
espacial a partir 1999.
Porém, nem todos gostam da última
trilogia, principalmente por ela ter começado com um filme tão fraco que foi
Ameaça Fantasma. O pior que esse filme carrega o fardo de, cronologicamente,
ser o princípio da jornada da vida dos heróis e vilões que conheceríamos nos
filmes anteriores. Daí você que é fã e deseja apresentar a saga para a sua
namorada, amigos ou filhos, como vai querer apresentar a partir de um filme tão
sem sal para um marinheiro de primeira viagem?
Pensando nisso, eu montei
mentalmente de uma forma bem criativa para se assistir a saga. Confiram abaixo:
STAR WARS: Episódio
IV: Uma Nova Esperança
Sinopse: Luke
Skywalker (Mark Hammil) sonha ir para a Academia como seus amigos, mas se vê
envolvido em uma guerra intergalática quando seu tio compra dois robôs e com
eles encontra uma mensagem da princesa Leia Organa (Carrie Fisher) para o jedi
Obi-Wan Kenobi (Alec Guiness) sobre os planos da construção da Estrela da
Morte, uma gigantesca estação espacial com capacidade para destruir um planeta.
Luke então se junta aos cavaleiros jedi e a Hans Solo (Harrison Ford), um
mercenário, para tentar destruir esta terrível ameaça ao lado dos membros da
resistência.
Independente do que
aconteça, fã ou não fã, é preciso conhecer Star Wars a partir desse filme. A
obra remete as antigas matinês de ficção e aventura da qual George Lucas
cresceu assistindo. O filme já abre de uma forma estupenda, da qual se vê uma
imensa nave a caça de uma pequena.
Gradualmente
conhecemos os mocinhos, os bandidos, além de conhecer a mitologia da força
através das palavras do velho mestre jedi Obi-Wan
Kenobi (Alec Guiness, indicado ao Oscar). Embora nós atualmente estejamos
acostumados com efeitos realistas nos dias de hoje, é preciso tirar o chapéu
para Lucas ter inventado inúmeros efeitos revolucionários naquele tempo e
lembrando que Hollywood daquela época mal usava ainda computadores.
A partir desse filme, Lucas abriu o estúdio de efeitos visuais Lucasfilm que se tornou sempre requisitada na elaboração de efeitos
visuais de filmes dos anos 80 e 90.
Com um final arrebatador, onde ação se passa na Estrela da Morte, o
filme encerra de uma forma perfeita, fazendo o cinéfilo ficar com um largo
sorriso no rosto, mas para aqueles que viveram isso na época, mal sabiam que o
melhor estaria por vir.
STAR WARS: Episodio V: O Império
Contra Ataca
Sinopse: As forças imperais comandadas por Darth Vader (David Prowse)
lançam um ataque contra os membros da resistência, que são obrigados a fugir.
Enquanto isso Luke Skywalker (Mark Hamill) tenta encontrar o Mestre Yoda, que
poderá ensiná-lo a dominar a "Força" e torná-lo um cavaleiro jedi. No
entanto, Darth Vader planeja levá-lo para o lado negro da "Força".
Trabalhando somente como produtor e roteirista, Lucas deu carta branca para
o cineasta e seu mentor Irvin
Kershner (Os Olhos de Laura Mars) dirigir a segunda aventura. O resultado disso
é um cuidado maior com relação na interpretação dos atores, injetando um teor
um pouco mais adulto na trama, e ao mesmo tempo, Kershner foi responsável pela
criação das melhores cenas de ação de toda a franquia vista até aqui. Difícil
dizer qual a melhor, mas as seqüências em os heróis são atacados pelo império num
planeta congelado estão entre as minhas preferidas.
De personagens novos, um se destaca por ter se tornado um dos mais
queridos entre os fãs que é Yoda. Criado e articulado através das mãos do artista Frank
Oz, Yoda se torna o mestre de Luke Skywalker e o ensina sobre a verdadeira
natureza da força, da qual se o herói não tomar cuidado, ele pode muito bem
cair pelo lado sombrio dela. As cenas entre mestre e aluno são dignas de Oscar.
O ato final do filme reserva momentos angustiantes, dos quais os heróis quase
são derrotados, Han Solo é capturado, e no clássico embate entre Luke Skywalker
e Darth Vader, é pronunciado por esse último uma das maiores revelações da
história do cinema. Nessa altura do campeonato a maioria do público já sabe
qual é a grande revelação, mas imagine-se naquela época como deve ter sido
fantástico essa revelação ter pegado todo mundo de surpresa. Hoje em dia são
poucos os filmes que conseguem manter um segredo tão revelador como esse antes
de sua estreia.
MAS AGORA PARA TUDO E PRESTEM ATENÇÃO!!!
Após assistir as estarrecedoras revelações do ultimo filme ao lado de um
marinheiro de primeira viagem, então, que tal apresentar a ele já o Episódio
II: O Ataque dos Clones? Isso, mesmo, sendo que podemos imaginar o capitulo II
e III como uma espécie de Flashback antes do Retorno de Jedi e assim faz muito
mais sentido do que começar assistindo a partir de Ameaça Fantasma. Vamos ao imaginário
Flashback então:
Star Wars: Episódio II - Ataque dos Clones
Sinopse: Dez anos após a
tentativa frustrada de invasão do planeta Naboo, Obi-Wan Kenobi (Ewan
McGregor), Anakin Skywalker (Hayden Christensen) e Padmé Amidala (Natalie
Portman) estão juntos novamente. Neste período de tempo Obi-Wan passou de
aprendiz a professor dos ensinamentos jedi para Anakin, sendo que ambos foram
destacados para proteger a agora senadora Amidala, que tem sua vida ameaçada
por facções separatistas da República, que ameaçam desencadear uma guerra civil
intergalática. Com o passar do tempo surge um romance proibido entre Anakin e
Amidala, pois os cavaleiros jedi não têm permissão para se apaixonarem.
O marinheiro de primeira viagem que assistiu o final do Império Contra
Ataca fica com inúmeras perguntas na cabeça, mas a partir desse capítulo as
duvidas são sanadas. Conhecemos o tempo em que o Império era uma República,
quando os Jedis eram a maior força da galáxia e no tempo em que Obi-Wan Kenobi e Darth Vader (aqui como Anakin Skywalker) eram mestre e aluno. Conhecemos
também a Senadora Amidala, que viria a ser o primeiro e ultimo amor de Anakin e
que da união deles nasceria Luke Skywalker.
Se você perceber, se
seu marinheiro de primeira viagem assistir então dessa forma, outra revelação
no final do episódio III se tornará então muito mais interessante para ele. O
filme também mostra o principio das guerras clonicas que haviam sido somente
citadas por Obi-Wan no filme Uma Nova Esperança.
Mas é isso por
enquanto. Na próxima sexta irei continuar nessa minha cronologia pessoal sobre
Star Wars. Lembrando que nos dias 21 e 22 desse mês haverá um curso em Porto
Alegre sobre a saga e, portanto os interessados cliquem aqui e participem comigo.
Na terça-feira, 17 de novembro, às 20h30, a
Sessão Plataforma exibe A Academia das Musas, o mais novo filme do cultuado cineasta catalão
José Luis Guerín, na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar). No sábado, às 19h, acontece a reprise única. Valor do ingresso: R$ 4,00.
Sobre
o Filme: Ao voltar de sua aula, um professor de filologia é questionado
por sua mulher a respeito de seu novo projeto pedagógico. Ela está
desconfiada
da abordagem pedagógica que o marido pretende aplicar em sua Academia
de Musas, um projeto em referências clássicas que promete contribuir
para a regeneração do mundo através da poesia. Ele fala de musas, essas
figuras capazes de inspirar poetas a criar algo
que não existia antes. O polêmico projeto desencadeia uma série de
situações dominadas pela palavra e pelo desejo.
José
Luis Guerín nasceu em 1960, em Barcelona. Em sua filmografia
destacam-se INNISFREE (1990), exibido na Un Certain Regard do Festival
de Cannes, TREN
DE SOMBRAS (1997), exibido na Quinzaine des Réalisateurs de Cannes, EN
CONSTRUCCIÓN (2001), vencedor do Goya na categoria melhor documentário, e
NA CIDADE DE SYLVIA (2007), exibido no Festival de Veneza. Voltou ao
Festival de Veneza com GUEST (2010). Em 2011,
codirigiu CORRESPONDENCIAS, com Jonas Mekas, mesmo ano em que realizou
RECUERDOS DE UNA MAÑANA. A ACADEMIA DAS MUSAS (2015) é seu filme mais
recente e estreou no Festival de Locarno.
Serviço:
A ACADEMIA DAS MUSAS (L'Accademia delle Muse) dir: José Luis Guerín, 92min, ESP, 2015.
Sessão 17 de novembro (terça) - 20h30
Única reprise 21 de novembro (sábado) - 19h
Local: Sala P. F. Gastal - Usina do Gasômetro
Ingresso: R$ 4,00
Projeção: Bluray com legendas em português e inglês
Realização: Tokyo Filmes em parceria com a Coordenação de Cinema e Video da Prefeitura de Porto Alegre.
Sessão
Plataforma é uma sessão de cinema, realizada desde agosto de 2013 na
cidade de Porto Alegre (RS), que exibe filmes recentes e inéditos na
cidade,
de qualquer nacionalidade, duração e bitola, sem distribuição garantida
no Brasil.
GRADE DE HORÁRIOS
17 a 22 de novembro de 2015
17 de novembro (terça)
15:00 – Rancor, de Edward Dmytryk
17:00 – Cinzas que Queimam, de Nicholas Ray e Ida Lupino
19:00 – O Menino dos Cabelos Verdes, de Joseph Losey
20:30 – Sessão Plataforma (A Academia das Musas, de José Luis Guerin)
18 de novembro (quarta)
15:00 – Vivendo em Dúvida, de George Cukor
17:00 – O Monstro do Ártico, de Christian Nyby e Howard Hawks
19:00 – Fuga do Passado, de Jacques Tourneur
19 de novembro (quinta)
15:00 – O Picolino, de Mark Sandrich
17:00 – Cativa e Cativante, de George Stevens
19:00 – Sangue na Lua, de Robert Wise
20 de novembro (sexta)
15:00 – King Kong, de Ernest B. Schoedsack e Merian C. Cooper
17:00 – Estradas do Inferno, de Josef von Sternberg
19:00 – Esta Terra é Minha, de Jean Renoir
21 de novembro (sábado)
15:00 – Sangue na Lua, de Robert Wise
17:00 – Fuga do Passado, de Jacques Tourneur
19:00 – Sessão Plataforma (A Academia das Musas, de José Luis Guerín)
22 de novembro (domingo)
15:00 – Esta Terra é Minha, de Jean Renoir
17:00 – O Menino dos Cabelos Verdes, de Joseph Losey
19:00 – Cimarron, de Wesley Ruggles
Sala P. F. Gastal
Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia
Av. Pres. João Goulart, 551 - 3º andar - Usina do Gasômetro
Fone 3289 8133