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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Cine Especial: Luto: Mike Nichols (1931 – 2014)



Mike Nichols sabia como ninguém criar boas tramas que transitavam entre o humor e drama. Ao mesmo tempo, foi um dos primeiros cineastas americanos a ter coragem em retratar um casal ou família americana com toques da realidade batendo a porta do universo plasticamente moldado pelo o cinemão americano que tanto vendia para o público nos anos 50 e 60. Embora com a carreira irregular, principalmente na ultima década, Nichols deixou alguns títulos indispensáveis que sempre irão merecer uma conferida.   

 

Quem Tem Medo de Virginia Woolf?



Sinopse: George e Martha formam um casal perfeito dos anos 50. Quando conhecem duas pessoas recém-casadas, começam um jogo de emoções e auto-conhecimento, mostrando no que a vida do jovem casal pode vir a se transformar.

Casados também na vida real na época, tanto Liz como Burton estão muito bem nas contundentes situações criadas na peça de Edward Albee. Oscar de melhor atriz (Liz), Atriz coadjuvante (Sandy Dennis), fotografia, direção de arte e figurino. Foi a estreia do diretor teatral Nichols no cinema.
 



A PRIMEIRA NOITE DE UM HOMEM



Sinopse: Após se formar na faculdade, Benjamin Braddock (Dustin Hoffman) retorna para casa. Indeciso quanto ao seu futuro, ele acaba sendo seduzido por uma amiga de meia-idade (Anne Bancroft) de seus pais. Mas na verdade ele está interessado na filha (Katharine Ross) dela. 

Embora seja para os padrões atualmente um drama romântico bem humorado, na época (1967) foi um verdadeiro escândalo, para um público conservador que era o americano naquele tempo, mas nem por isso, o filme deixou de fazer um grande sucesso. Mesmo desconhecido, e não tendo a pose de galã que tanto Hollywood vendia naqueles anos, Dustin Hoffman se torna astro da noite pro dia, ao interpretar um jovem cheio de dúvidas do que quer da vida e ao conhecer a Sra. Robson (Anne Bancroft, no melhor momento de sua carreira), entra num labirinto ainda mais complicado.
Embora a dupla central tenham tido na época, uma diferença de idade pequena (6 anos), eles acabam convencendo em cena, principalmente Hoffman, que embora já tinha na época 30 anos, convenceu muito bem como um jovem de 21. Mas era de se esperar um filme como esse, principalmente sendo dirigido por Nike Nichols, que um ano antes, havia escancarado um o casal imperfeito americano em Quem Tem Medo de Virginia Woolf?. Em A Primeira Noite de Um Homem, talvez a intenção do cineasta tenha sido escancarar os conflitos internos do jovem americano, em que só tinha que ser algo na vida, de acordo com o que os pais queriam. Talvez a melhor cena que simboliza isso, é quando Benjamin se encontra melancólico e sozinho embaixo da piscina, se perguntando por que não radicalizar de uma vez por todas? E é isso que ele faz! Muito embora, o verdadeiro amor que ele encontra não seja com a Sra. Robson, mas sim com sua filha (Katharine Ross, ótima). O relacionamento de ambos os jovens, culmina numa sequência clássica na igreja, e se encerrando de uma forma imprevisível dentro do ônibus, deixando inúmeras duvidas no ar sobre o destino de ambos os personagens.
O filme também se tornou super lembrado, graças a sua trilha sonora, Mrs Robinson, The Sound of Silence e outros sucessos de Simon Garfunkel. Vencedor do Oscar de melhor diretor (Nichols) é um clássico imperdível, que foi baseado no romance de Charles Webb.





Uma Secretária do Futuro



Sinopse:Em Nova York, Tess McGill (Melanie Griffith) é secretária em um escritório que lida com o mercado de ações. Demitida, consegue um novo emprego com Katharine Parker (Sigourney Weaver) e expõe suas ousadas ideias à sua chefe, ambicionando crescer na carreira. Quando Katharine sofre um acidente e se afasta do escritório, Tess toma seu lugar e inicia uma inteligente parceria com Jack Trainer (Harrison Ford), com quem acaba se envolvendo romanticamente.


O filme é simplesmente delicioso. Ver símbolos da América como a Estátua da Liberdade e as duas torres, além da impecável fotografia. Mike Nichols conta uma história de vontade sobre o destino com final feliz. Nem sempre a vida é como é retratada neste filme, no entanto, é bonito se ver a boa vontade vencer os impostores. Ver alec Baldwin, kevin Spacey, harrison ford, sigorney weaver e Melanie grifith, a filha de tippi hedren novinhos é simplesmente maravilhoso. nunca antes Carly Simon estava tão inspirada para compor "the new Jerusalém" como quanto esteve neste filme

 

Closer - Perto Demais



Sinopse: Closer conta as reviravoltas amorosas de 4 pessoas em busca de sua própria felicidade. O filme conta com excelente atores que fazem um roteiro simples se tornar algo extraordinário.


O que mais chama atenção nesse filme é a simplicidade. Nichols trabalhou muito bem ao não querer fazer um filme extremista ou surreal. Ele simplesmente pegou a realidade que já conhecemos e transformou em um filme. O longa conta a história de 4 pessoas que lutam em busca de sua própria felicidade, seja traindo, amando ou mentindo. O que mais chama atenção é como essas quatro pessoas são ligadas entre si. Além de ter um final inesperado o filme é envolvente.
Apesar de ter cenas um pouco mais sensuais em clubes de Strip-tease e insinuações de sexo é um filme leve e pode ser sim assistido por quase todas as idades. O assunto do filme é para um universo mais adulto, por se tratar de problemas de gente grande. Mas, é um filme extremamente recomendável para quem quer assistir Jude Law, Natalie Portman e Julia Roberts em sua  melhor forma. A facilidade com a qual cada um interpretou seus papéis é de se encantar. E com certeza Closer é um dos filmes que eu quero ter na minha estante, para assistir e assistir novamente. As músicas que fazem parte da trilha sonora do filme souberam embalar bem esse romance modernos e realista.
 

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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Cine Especial: O Novo Cinema Argentino: Parte 4



Em minha 42ª participação dos cursos criados pelo Cena Um, o tema dessa vez será sobre o Novo Cinema Argentino. A atividade irá acontecer nos dias 25 e 26 desse mês de novembro e será ministrado por Rosângela Fachel de Medeiros, que ministrou o curso sobre "David Cronenberg: Seu Cinema e Suas Obsessões". Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui estarei postando sobre os melhores filmes dessa nova fase que o cinema de nossos hermanos vive atualmente. 

 

Las Acácias



Sinopse: O filme conta a história de Rubén, um motorista de caminhão solitário que faz o trecho entre Assunção, no Paraguai, e Buenos Aires, na Argentina, há anos. Em uma das viagens, ele se depara com Jacinta e a pequena Anahí, em uma viagem fora da rotina.



Las Acacias faz parte da “nova onda” do cinema argentino, que conquistou grande repercussão em inúmeros festivais no mundo a fora e é presença constante em nossos cinemas. O ponto forte desse filme de estreia do diretor  Pablo Giorgelli está em volta do olhar, em que pouco se fala, mas muito se observa. Ou seja: é um cinema fundado na potência do ponto de vista dos personagens e que molda a historia.
Aqui, as palavras vêm dos olhares, nos pequenos gestos, que faz com que os protagonistas aos poucos descasquem a imagem em que eles se apresentarão no início do filme, para então apresentarem uma nova faceta até então escondida. A trama acaba então explorando um pouco alguns dos problemas graves do mundo atual, que é da falta da comunicação, de não saber se comunicar ou de simplesmente se refugiar no seu mundo em particular. O personagem Rubén (Germán de Silva) no princípio mais parece uma carcaça durona, assim como o seu caminhão, mas querendo ou não, terá que mudar o seu mundo no momento que dá carona para duas personagens.
Com isso, a trama se passa praticamente no caminhão do protagonista, onde em planos simples, começa há se criar uma relação entre Rubén, Jacinta (Hebe Duarte) e seu bebê Anaty. A pequena protagonista, aliás, é responsável por nos brindar com momentos inesquecíveis, onde não só faz com que o motorista e a mulher comecem a conversarem como também nos surpreende por ser tão expressiva, mesmo com poucos meses de vida. Com certeza o diretor teve um trabalho árduo (mas compensador), em filmar os momentos em que o bebê passava um olhar no qual serviria de ponto de partida para inúmeros momentos chaves na relação do trio.
Curiosamente, a sensação de claustrofobia que o espectador pode sentir no princípio, já que a trama quase toda ela se passa dentro da cabine do veiculo, logo se é dissipada, passando a sensação de que o ambiente se alargou e isso graças à aproximação que o trio começa há ter. Outro ponto a favor da trama foi não se alongar sobre o passado de cada um deles, deixando somente pistas de onde eles vieram, o que eles foram e o que eles perderam no passado. Bom exemplo disso é no caso de Rubén, que com poucas palavras vindas dele (e de imagens de determinadas fotos), se percebe que ele tinha a felicidade nas mãos, mas que por um motivo ou outro acabou que perdendo ela ao longo do trajeto da sua vida. 
Com Jacinta e Anaty, ele consegue então enxergar uma possibilidade de redenção, mesmo que no final do trajeto, coloque ambos em caminhos diferentes. Embora torçamos por um final feliz, a trama termina com inúmeras questões no ar e fazendo com que a historia continue em nossas mentes e imaginando qual seria o caminho seguinte para cada um deles. No final das contas Las Acácias é mais um belo filme road movie, no qual sempre durante uma viagem na estrada, faz com que os protagonistas descubram novas camadas de sentimentos deles mesmos. Muito embora eles acreditem no princípio, que suas vidas já estão mais do que bem definidas.



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Cine Dicas: Estréias no final de semana (21/11/14)



Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1

Sinopse: Depois de sobreviver duas vezes à crueldade de uma arena projetada para destruí-la Katniss acreditava que não precisaria mais de lutar. Mas as regras do jogo mudaram: com a chegada dos rebeldes do lendário Distrito 13 enfim é possível organizar uma resistência. Começou a revolução.A coragem de Katniss nos jogos fez nascer a esperança em um país disposto a fazer de tudo para se livrar da opressão. E agora contra a própria vontade ela precisa assumir seu lugar como símbolo da causa rebelde. Ela precisa virar o Tordo.O sucesso da revolução dependerá de Katniss aceitar ou não essa responsabilidade. Será que vale a pena colocar sua família em risco novamente? Será que as vidas de Peeta e Gale serão os tributos exigidos nessa nova guerra?

Castanha


Sinopse: João Carlos Castanha tem 52 anos e é ator. Também trabalha na noite como transformista em baladas gays. Vive com a mãe septuagenária, Celina, no subúrbio de Porto Alegre. Solitário, doente e confuso, aos poucos ele deixa de discernir realidade e ficção.
 Leia a minha critica já publicada clicando aqui.
 
Uma Passagem para Mário


Sinopse: Eric Laurence planeja uma viagem com o grande amigo Mário Duques, que tem câncer. Partir do Recife, cruzar a Bolívia e finalmente chegar ao deserto do Atacama, no Chile. Mais do que um diário de viagem, um documentário sobre amizade, vida e morte. 

 
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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Cine Especial: O Novo Cinema Argentino: Parte 3



 Em minha 42ª participação dos cursos criados pelo Cena Um, o tema dessa vez será sobre o Novo Cinema Argentino. A atividade irá acontecer nos dias 25 e 26 desse mês de novembro e será ministrado por Rosângela Fachel de Medeiros, que ministrou o curso sobre "David Cronenberg: Seu Cinema e Suas Obsessões". Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui estarei postando sobre os melhores filmes dessa nova fase que o cinema de nossos hermanos vive atualmente. 

 O HOMEM AO LADO

Sinopse: Leonardo (Rafael Spreguelburd) é um designer industrial que vive com a esposa Anne, a filha Lola e a empregada Elba. Eles moram na única casa da América feita pelo famoso arquiteto Le Corbusier, na cidade de La Plata. A vida da família era tranqüila até o início das obras em uma casa adjacente, onde o vizinho (Daniel Aráoz) resolveu ilegalmente fazer uma janela que dava pra sua casa.

O cinema Argentino está provando que é versátil em vários gêneros de filme e foi a partir de O Segredo dos seus Olhos, que o mercado estrangeiro começou a enxergar o cinema dos nossos hermanos com outros olhos. O homem ao lado é uma prova dessa onda de qualidade cinematográfica Argentina, ao mostrar uma situação corriqueira (vista em qualquer esquina) numa situação incomum.
Isso graças à direção eficaz dos irmãos Mariano Cohn e Gastón Duprat, onde injetam momentos realistas, mas com doses de humor negro e umas pitadas de um pequeno suspense, já que não temos uma ideia precisa sobre o que rola exatamente nas cabeças de ambos vizinhos protagonistas: de um lado, temos designer industrial bem sucedido (Rafael Spreguelburd), mas que não esconde os seus defeitos e do outro, um vizinho com o grande desejo de pegar luzes do sol dentro da sua casa, (interpretado de forma incrível pelo ator Daniel Araoz) e com isso, acaba abrindo uma janela bem em frente do primeiro.
O que temos aqui é um retrato do cotidiano de ontem e hoje, mas mostrado na tela, soa de uma forma original, principalmente por mostrar personagens ambíguos e estranhos. E a palavra ambígua está escrito na testa do personagem Araoz, que por vezes, parece assustador e por vezes simpático, mas com segundas intenções nas quais não deixa exatamente claras em (quase) em nenhum momento. 
Uma pequena análise do comportamento humano, perante uma situação que poderia facilmente ser resolvida, mas que acaba ganhando contornos inesperados. Bem que poderia que outras situações corriqueiras da vida fossem levadas a tela dessa forma tão boa.




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