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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Cine Dica: Em Cartaz: 9º Festival de Verão 2013: Eu Não Faço a Menor Ideia do Que Eu Tô Fazendo Com a Minha Vida


Sinopse: Clara (Clarice Falcão) está indecisa em relação às suas escolhas. A jovem está cursando a faculdade de Medicina por pressão familiar e não por vocação. Sem contar para ninguém o que está sentindo, ela passa a matar aulas no período da manhã. Durante essas aventuras matutinas, Clara conhece um rapaz que a ajuda a encontrar um norte para sua vida.
  
Adolescentes sempre se sentem perdidos com inúmeras perguntas, que por vezes são sem respostas e que os deixam confusos com relação ao que irá vir no futuro, especialmente sobre o que irá ser na vida. Esse é o assunto principal  de Eu Não Tenho A Menor Ideia Do que Eu Tô Fazendo Com A Minha Vida, onde a protagonista Clara (Clarrisse Falcão) não foge desses questionamentos. Estudante de medicina que pertence a uma família composta por médicos, ela começa a matar aulas ao perceber que não quer ser médica como o resto da família.
Em um dos dias em que ela não vai a faculdade, acaba conhecendo Guilherme (Rodrigo Pandolfo) rapaz que trabalha no boliche do pai e que de alguma forma lhe ajuda a criar inúmeras opções consigo mesma para então voltar aos trilhos na vida. Ele sugere que ela faça experiências para ver qual o caminho a trilhar, qual carreira ela poderia seguir, em momentos como no café da manhã, em que ela toma com os seus tios, onde cada um é profissional em uma área, mas que foram distanciados pelo pai de Clara.
Os tios na verdade é que dão um verdadeiro show no filme. Formado por incríveis talentos, como Daniel Filho, Kiko Mascarenhas, Leandro Hassum e Alexandre Nero. O tio interpretado por Leandro Hassum é que rouba a cena de todos, como um pediatra que tem uma relação pra lá de problemática com a mãe.     
O filme é pra lá de simplório, sendo filmado com pouquíssimos recursos, mas com um roteiro redondinho e com uma fotografia, onde as cores quentes sobressaem e uma trilha sonora escolhida a dedo. A trama é voltada mais para o publico jovem, especialmente essa geração viciada nas redes sociais e fará que inúmeras pessoas se identifiquem rapidamente. Identificação é palavra chave do filme, pois não tem como não se identificar com a protagonista interpretada por Falcão, que de tão cheia de duvidas, que quando manda um vídeo para poder entrar no BBB, ela sugere que seja uma competidora sem personalidade nenhuma.         
O personagem de Rodrigo Pandolfo se torna, não apenas um guia para o protagonista, como também uma espécie de ancora para ela não cair na mais pura depressão sobre não saber o que quer. Ela está sem rumo, seus pais não possuem noção com relação ao que acontece na vida de sua filha e tão poucos sabem que ela esta passando por uma crise.
O diretor Matheus Souza tem apenas 24 anos, mas já havia chamado a atenção do cinéfilo mais antenado e da critica especializada a partir do filme Apenas O Fim. Ambas as obras possuem uma linguagem jovem, mas que nada lembra as comedias americanas com adolescentes, que por vezes são vazias e descartáveis.  
Embora possa ser lançado em poucas salas de cinema, não me admira que o filme venha a ser cultuado, assim como ocorreu na primeira obra do diretor.


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Cine Dicas: Estréias do final de semana (20/12/13)

A Vida Secreta de Walter Mitty 

Sinopse: Walter Mitty (Ben Stiller) é o responsável pelo departamento de arquivo e revelação de fotografias da tradicional revista Life. Ele é um homem tímido, levando uma vida simples, perdido em seus sonhos. Ao receber um pacote com negativos do importante fotógrafo Sean O'Connell (Sean Penn), ele percebe que está faltando uma foto. O problema é que trata-se justamente da foto escolhida para ser a capa da última edição da revista. É quando, Walter, com o apoio de Cheryl (Kristen Wiig) é obrigado a embarcar em uma verdadeira aventura.


Ender's Game - O Jogo do Exterminador

Sinopse: Em um futuro próximo, extra-terrestres hostis atacaram a Terra. Com muita dificuldade, o combate foi vencido, graças ao heroísmo do comandante Mazer Rackham (Ben Kingsley). Desde então, o respeitado coronel Graff (Harrison Ford) e as forças militares terrestres treinam as crianças mais talentosas do planeta desde pequenas, no intuito de prepará-las para um próximo ataque. Ender Wiggin (Asa Butterfield), um garoto tímido e brilhante, é selecionado para fazer parte da elite. Na Escola da Guerra, ele aprende rapidamente a controlar as técnicas de combate, por causa de seu formidável senso de estratégia. Com isso, logo se torna a principal esperança das forças militares para encerrar de uma vez por todas com a ameaça alienígena.


Mataram Meu Irmão 

Sinopse: Doze anos atrás, Rafael Burlan, o irmão do diretor Cristiano Burlan, foi assassinado com sete tiros. O cineasta decide relembrar os fatos, investigando o envolvimento do irmão com as drogas e compondo um retrato da violência que domina os bairros do subúrbio de São Paulo.

Minhocas 

Sinopse: Júnior (Cadu Paschoal) é uma jovem minhoca que não consegue fazer amigos, já que todos os que conhece o consideram mimado pela mãe. Disposto a provar o contrário, ele desafia um dos que o provoca para um desafio envolvendo um arriscado salto sobre um penhasco. Entretanto, antes mesmo da disputa começar, Júnior e Nico (Yago Machado) são levados para a superfície por uma escavadeira. Longe de casa e em um ambiente hostil, eles acabam encontrando o vilão Big Wig (Daniel Boaventura), um tatu bola que deseja transformar as minhocas em escravos.


Morro dos Prazeres 

Sinopse: O Morro dos Prazeres, localizado no bairro de Santa Teresa, no Rio, foi uma das comunidades selecionadas para receber a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora, a UPP. A expulsão do tráfico de drogas é um dos processos realizados na nova rotina dos moradores do local, que devem conviver com os policiais. Variados conceitos sociais e políticos recorrentes na sociedade carioca do século XXI são explorados e acompanham a tentativa de diálogo entre Estado e sociedade civil.


Questão de Tempo 

Sinopse: Ao completar 21 anos, Tim (Domhnall Gleeson) é surpreendido com a notícia dada por seu pai (Bill Nighy) de que pertence a uma linhagem de viajantes no tempo. Ou seja, todos os homens da família conseguem viajar para o passado, bastando apenas ir para um local escuro e pensar na época e no local para onde deseja ir. Cético a princípio, Tim logo se empolga com o dom ao ver que seu pai não está mentindo. Sua primeira decisão é usar esta capacidade para conseguir uma namorada, mas logo ele percebe que viajar no tempo e alterar o que já aconteceu pode provocar consequências inesperadas.

  
Terra Firme 


Sinopse: Sicília, Itália. A família Purcillo vive em uma ilha remota, onde a maior fonte de trabalho é o turismo. Ernesto (Mimmo Cuticchio), o patriarca da família, ainda mantém seu barco de pesca, mais por razões sentimentais do que pela renda que consegue obter através dele. Já Nino (Beppe Fiorello) desistiu de vez da pescaria e agora se dedica a entreter turistas. Um dia, Ernesto e o neto Filippo (Filippo Pucillo) estão no mar e, ao perceberem que um barco naufragou, ajudam algumas pessoas. O problema é que o barco estava repleto de imigrantes ilegais e ajudá-los, mesmo nestas condições, é considerado crime. Vivendo entre o medo de serem flagrados e a necessidade de prestar ajudar, a família Purcello passa a abrigar em sua própria casa dois dos imigrantes: Sara (Timnit T.) e seu filho.



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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Cine Especial (HQ): AZUL É A COR MAIS QUENTE

"Só o amor pode salvar o mundo. Por que eu teria vergonha de amar?"
 Emma.
  
Sinopse: Clémentine é uma jovem de 15 anos que descobre o amor ao conhecer Emma, uma garota mais velha e de cabelos azuis. Por meio dos textos do diário de Clémentine, o leitor acompanha o primeiro encontro das duas e caminha entre as descobertas, tristezas e maravilhas que essa relação pode trazer. 
Adolescência é uma fase complicada para todos, pois sempre nos pegamos tristes e sem saber o que realmente queremos. Conflitos internos, duvidas com relação ao futuro, qual é o nosso lugar neste mundo e o que é realmente saber amar, são alguns de muitos conflitos que enfrentamos nessa fase. Esses e outros temas são muito bem explorados nessa HQ francesa, escrita pela autora Julie Maroh.
Diferente do que se pode imaginar, não se trata de uma obra autobiográfica, mesmo ela tendo revelado ser lésbica e ter uma companheira á vários anos, Contudo a obra é um retrato da juventude da frança atual, em meio a mudanças, liberdade de expressão e sem ter medo de dizer o que realmente sente no peito. Esses e outros elementos são todos retratados na forma da personagem Clèmentine, protagonista da trama e que se coloca a prova com o que ela quer com relação a sua vida.
No momento em que ela cruza com uma bela garota de cabelos azuis chamada Emma, Clémentine se sente balançada e tendo pensamentos e sonhos dos quais ela mesma não entende o do porque ela estar tendo. A realidade é que, por mais que Clémentine tente aparentar ser feliz, ela sente mais sozinha do que nunca e vendo Emma sorrir para ela ao se cruzarem naquele momento, se acende um fogo de amor e afeto que tanto lhe faz falta. Ao acender isso, a cor azul (que faz parte dos cabelos tingidos de Emma), começa a se destacar no ambiente cinzento e frio que antes se espalhava nos quadrinhos,
O traço e cores que Julie Maroh cria para esse álbum fazem uma bela representação, tanto da maneira como as protagonistas vêem aquele mundo, como também uma forma que uma delas enxerga o passado. Na medida em que a trama evolui, as cores começam a surgir mais, mas o azul é a cor predominante, uma espécie de representação dos sentimentos de ambas, principalmente de Clémentine quando pensa em Emma. Na falta de texto, são essas imagens que falam como um todo e na falta de imagens são as belas frases escritas que falam por si (só o amor pode salvar o mundo. Por que eu teria vergonha de amar?).
É claro que, por ser uma historia de amor entre duas garotas, o preconceito, intolerância e medo fazem parte desse álbum. Na verdade questões políticas e protestos que tanto se proliferou na frança nos últimos anos, acabam sendo muito bem representados, seja nas imagens de protestos que surgem no decorrer das paginas, como também as imagens e palavras pesadas vinda dos pais de Clémentine quando se descobre a verdade sobre elas. Mais sobre se aceitar no mundo da maneira como realmente é, o álbum também explora as dificuldades de se ter um amor perfeito e por vezes nunca é da maneira como realmente queremos.
Clémentine e Emma se amam, mas as duvidas, conflitos e insegurança no dia a dia, fazem com que ambas coloquem os sentimentos que sentem uma pela outra em cheque. Como toda bela historia de amor, isso não acabará bem, mas no final das contas, elas estarão lá juntas e sem nenhum arrependimento pelo que passaram, pois no fundo sabem que valeu à pena. Embora o início do álbum já nos de uma dica do que irá acontecer no final, ele não faz com que a gente desiste dele e sim sigamos em frente para saber como aquela historia chegou aquele ponto. A mensagem final que o álbum nos da, é que na vida vale à pena arriscar pelo amor, não importando da onde essa paixão surgiu e com quem você irá amar, apenas ame.
Azul é a cor mais quente é uma leitura para ser lida por todos, pois não é somente sobre uma historia de amor diferente, mas também uma historia de amor universal e que todos irão se identificar facilmente no decorrer das paginas.
O azul nunca foi tão bom de apreciar como é agora.
  
Leia também: Minha critica sobre a adaptação cinematográfica de Azul é a cor mais quente clicando aqui.

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Cine Dica: Em Blu-Ray e DVD: Memória que Contam

Leia a minha critica já publicada clicando aqui.

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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Cine Especial: Palma de Ouro em Cannes: Parte 4

Com a chegada do aguardado filme Azul é a cor mais quente nos cinemas brasileiros, vamos nos relembrar um pouco dos principais grandes vencedores de anos anteriores no Festival de Cinema de Cannes e que levaram a cobiçada Palma de Ouro.
  
ELEFANTE (2003) 

INSPIRADO EM UM TRÁGICO CASO REAL, DIRETOR UNE FATOS VERÍDICOS COM CRIATIVIDADE PARA CRIAR UM FILME INCOMUM

Sinopse: Um dia aparentemente comum na vida de um grupo de adolescentes, todos estudantes de uma escola secundária de Portland, no estado de Oregon, interior dos Estados Unidos. Enquanto a maior parte está engajada em atividades cotidianas, dois alunos esperam, em casa, a chegada de uma metralhadora semi-automática, com altíssima precisão e poder de fogo. Munidos de um arsenal de outras armas que vinham colecionando, os dois partem para a escola, onde serão protagonistas de uma grande tragédia.

Gus Van Sant é um diretor que tem uma carreira um tanto irregular de altos (Gênio Indomável) e baixos (Psicose 1998) mas quando acerta, ele acerta em cheio e aqui ele não só acerta o alvo como cria uma obra prima corajosa, engenhosa e polemica. Inspirado no trágico acontecimento da escola de Columbine em 1999, o filme retrata o dia a dia de jovens perdidos em suas vidas e não sabendo o que querem e com isso, são facilmente seduzidos pelo caminho errado da vida, uma juventude sem brilho e desprovida de perspectivas
O filme possui inúmeras historias paralelas em que ambas se passam em um mesmo cenário e todas somente irão se cruzar somente no trágico ato final. Até lá, o diretor usa a sua criatividade na montagem, sempre apresentando uma determinada historia para depois cortá-la e ir para outra historia que se passa perto da historia anterior, tudo isso para elaboramos um incrível quebra cabeça nas nossas mentes e conhecer melhor o dia a dia de cada um dos personagens que surgem na tela.
Ousado, criativo e trágico esses e outros elementos que fazem desse filme indispensável para qualquer cinéfilo que queira saber o que rolou de bom na primeira década do cinema no século 21.

Entre os muros da escola (2009) 

Filme francês conquista críticos do mundo e vira assunto entre as escolas

Sinopse: François Marin (François Bégaudeau) trabalha como professor de língua francesa em uma escola de ensino médio, localizada na periferia de Paris. Ele e seus colegas de ensino buscam apoio mútuo na difícil tarefa de fazer com que os alunos aprendam algo ao longo do ano letivo. François busca estimular seus alunos, mas o descaso e a falta de educação são grandes complicadores.
  
O tema levou a Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2009. A historia é baseada no cotidiano de um professor, François Bégaudeau, que escreveu um livro com o mesmo titulo e também protagoniza o filme. No livro ele conta suas experiências como professor de língua francesa para os adolescentes. No filme, quase um documentário, os alunos são convidados a escrever e a falar sobre as suas vidas. O resultado vai além do cotidiano dos alunos de uma escola do subúrbio de Paris, já que traça um retrato da atual sociedade francesa. O melhor deles, por exemplo, enfrenta dificuldades nos estudos porque sua mãe é imigrante chinesa ilegal e corre o risco de ser deportada. Lançado na França em Setembro do ano passado, Entre os Muros da Escola fez 1,5 milhões de espectadores. Para a escolha do elenco o diretor Laurent Cantet selecionou alunos de uma escola no 20º distrito de Paris. Os pais dos estudantes são os mesmos da vida real.

CuriosidadesO diretor Laurent Cantet veio ao Brasil para o lançamento do filme.
Foi o 1º filme francês a ganhar a Palma de Ouro no Festival de Cannes desde 1987. 


 A ÁRVORE DA VIDA (2011)
A ODISSEIA SOBRE TODOS NOS


Sinopse: Conta a história que aproxima o foco na relação entre pai e filho de uma família comum, e expande a ótica desta rica relação, ao longo dos séculos, desde o Big Bang até o fim dos tempos, em uma fabulosa viagem pela história da vida e seus mistérios, que culmina na busca pelo amor altruísta e o perdão.

Assim como foi Stanley Kubrick, Terrence Malick é um cineasta que dirigiu ao longo dos anos poucos filmes, mas o suficiente para cada um deles passar algo totalmente fora do convencional para o espectador e seu ultimo trabalho não foge desse padrão. A Árvore da Vida é uma historia aparentemente simples, sobre o nascimento, desenvolvimento, degradação e redenção de uma família, e se por um lado ela é criada de uma  forma de elementos já vista em outros filmes, como do clássico 2001: Uma Odisseia no Espaço e do recente A Fonte de Vida, por outro, é criado com um toque especial do diretor, o que o torna fresco, individual e com isso, a historia aparentemente simples, ganha contornos inusitados.  Ao começar pela meia hora inicial, em que Malick apresenta a premissa principal da historia, mas a envolve com o que ele quer passar para o espectador, sobre qual a ligação entre o homem e a natureza? Deus criou realmente o universo, ou foi tudo ao acaso?
São perguntas difíceis de serem respondidas, mas talvez as respostas estejam em cada gesto de olhar, ou do tocar dos personagens um com os outros, ou simplesmente no fato, de que a união de uma família, não importa qual o obstáculo, é que sempre irá gerar o laço que envolve o ser humano com o que vem depois desse plano. Ou seja: um filme para ser visto de mente aberta, não importa qual a sua crença, pois a pessoa sai pensativa e até mesmo recapitula o que aconteceu durante a sua própria vida. Em meio a tudo isso, Malick cria um jogo de câmera pouco visto no cinema atual. Com ângulos inusitados, onde foca e filma por completo, todo o cotidiano daquela família, aliada com uma montagem rápida, mas que jamais cansa, pois quando agente menos percebe, já nos simpatizamos com cada um dos personagens junto com as imagens, e com isso, nos viciamos em cada detalhe de suas reações, desde com o próximo ao lado ou com o contato deles com a vida em volta, não importa em qual forma.
Apesar de Brad Pitt e Sean Penn estarem ótimos em seus papeis, a trama e as imagens deslumbrantes de A Árvore da vida é o que falam por si, e só por isso, é um filme que o torna indispensável nos próximos anos. Devido principalmente a sua mensagem corajosa que tenta passar, para um público acostumado com o convencional, mas com o desejo de apreciar algo incomum.


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Cine Dica: Em Blu-Ray e DVD: UM FINAL DE SEMANA EM HYDE PARK


Sinopse: A história de amor entre Frankin D. Roosevelt (Bill Murray) e sua prima distante Margaret Stuckley (Laura Linney), centrada em um fim de semana de 1939, quando o rei George VI (Samuel West) e a rainha Elizabeth (Olivia Colman) do Reino Unido visitaram os Estados Unidos pela primeira vez na história, em missão oficial para pedir apoio contra as forças nazistas na iminente Segunda Guerra Mundial
  

Houve certo erro na tradução desse filme quando veio para cá: a trama não se passa no  parque de Londres, mas sim nos Estados Unidos, na casa de campo do então  presidente dos EUA, Franklin Delano Roosevelt (Bill Murray,ótimo como sempre), em um fim de semana de 1939 ( no momento que a Segunda Guerra Mundial começou a ter inicio) em que o presidente recebe uma visita ilustre do Rei George VI (o mesmo rei gago de “O Discurso do Rei”, aqui interpretado com eficiência por Samuel West) e da Rainha Elizabeth (Olivia Colman, numa interpretação aquém do esperado), buscando aliados para enfrentar o exército alemão. Ao mesmo tempo, Franklin Roosevelt, que, quando não está na capital americana comandando, mora com uma mãe meio desequilibrada, vive um romance (?) com sua prima, Margaret Stuckley (Laura Linney ótima como sempre). O diretor Roger Michell quis dar a mesma importância para ambas as tramas, mas o resultado ficou abaixo do esperado e muita coisa poderia ser mais explorada, se não fosse a sua curta duração. Na realidade o filme se envereda mais para uma comedia sobre os costumes norte americanos, que por vezes choca a realeza inglesa, e rende alguns bons momentos (a passagem sobre o cachorro quente é hilária). O problema é que o filme se envereda para um drama romântico que fica devendo por não saber explorar direito no momento certo. Baseado em cartas escritas por Margaret, e encontradas embaixo de seu colchão após sua morte, aos 100 anos, Um Final de Semana em Hyde Parkpoderia ir muito mais além do que foi apresentado, mas vale mais para assistir ao Bill Murray interpretando um presidente histórico, num desempenho muito melhor, mais leve e solto, do que aquele visto por Daniel Day-Lewis em Lincoln.


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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Cine Dica: Em Cartaz: Um Toque de Pecado


Sinopse: Na China dos dias contemporâneos, quatro pessoas de regiões e classes sociais muito distintas se cruzam. A história, descrita como um "road movie com cenas de ação", passa tanto pela barulhenta metrópole de Guangzhou quanto pela calma província rural de Shanxi.
  
Um olhar cru de um diretor chinês, que através de quatro histórias que ele cria, inspirada em fatos verídicos, sobre como é a China atual, assusta pelo fato daqueles acontecimentos não acontecerem somente lá, como também muito perto de nós. O sangue já jorra de uma forma inesperada, numa situação que poderia acabar de uma forma melhor, mas aqui é mostrada para retratar a reação do homem (ou mulher) perante a violência que não aceita mais tão facilmente, desencadeando então um lado obscuro da pessoa e que o leva ao caminho sem volta. Um retrato não somente da China atual, como também da própria civilização do século 21 infelizmente.  
Em pouco mais de duas horas, Jia Zhang-ke (Em Busca da Vida) retrata o dia a dia de quatro pessoas comuns, que embora se cruzem umas com as outras no decorrer da projeção, suas tramas trabalham independentemente uma da outra, mesmo com o fato da violência ser um assunto que tenham em comum. Assunto que este, vai da pessoa mais velha, para o jovem a recém começando com a vida, mas que não consegue administrar o descontrole de uma  sociedade, que embora tenha a faca e o queijo na mão para tudo ficar bem, não esconde o fato de não saber lidar com o despertar da besta do interior de um ser humano. O despertar esse que começa através das más ações de pessoas que acreditam que acham que podem fazer o que bem entenderem, mas que no fim, querendo ou não, sofrem as conseqüências.   
Acima de tudo, o filme é sobre a perda dos valores de um ser humano, desmoronamento da família contemporânea, o viver do dia a dia difícil, corrupção a torto e a direito, o lado cruel do ser humano contra animais indefesos, o valor abusivo do dinheiro na vida das pessoas que a transformam em seres como pedra e o nascimento do seu lado brutal.  O filme se concentra em quatro historias, enlaçadas através de inúmeros detalhes que exigem um pouco de nossa atenção. Bom exemplo disso é o titulo do filme que é visto num papel de parede que avistamos na terceira historia do longa.
Sublime é a forma de apresentação dos personagens de cada historia que às vezes eles surgem rapidamente dentro da historia de outro personagem. O protagonista da segunda trama surge no inicio da trama do primeiro, que já desencadeia uma onda de violência sem precedentes e já fazendo o cinéfilo se preparar para o que está por vir. Existem os encontros em ônibus e trens e um dos personagens da terceira trama vai voltar ao cenário da primeira história e fechando assim um circulo.
Talvez um dos mais trágicos personagens do longa seja Dahai, da primeira história, um trabalhador de uma mina que se revolta contra a corrupção local. Tenta debater, argumentar, reclamar pelos direitos do povo aonde ele vive, mas tudo acaba de uma forma inútil. O seu rifle enrolado em um tigre enfurecido que molda um pano, irá encher a tela de sangue sem dó. A segunda leva a roubo e assassinato de um trabalhador deslocado de sua região natal, que perde o contato da mulher, o filho e a família. O terceiro caso traz à bela Zhao Tao, a mulher do diretor, que faz uma moça que trabalha como recepcionista de uma sauna e não consegue que o homem que ela está apaixonada deixe a sua esposa. Sem querer, ele deixa um canivete com ela e o objeto se tornara uma arma para ela, num dos momentos mais angustiantes do filme.     
É triste a quarta historia que envolve um jovem que tenta ajudar a família, mas que não consegue suportar a pressão dela e o leva num caminho trágico e sem volta. Em frente aos restos de um passado longínquo e mais dourado, a cantora de ópera chinesa pergunta para uma platéia que se encontra quieta:

“Você entendeu o seu pecado?”


Um toque universal apresentado neste filme, vindo desse cineasta genial, que fala não somente sobre a China, como também de todos os povos desse planeta. 


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