Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
Twitter: @cinemaanosluz
Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
Nos dias 21 e 22 de
novembro, eu estarei participando do curso Narrativas Seriadas: Da TV ás novas
mídias, criado pelo CENA UM e ministrado
pela professora e publicitária Sheron Neves. Enquanto os dois dias não chegam,
por aqui, estarei me relembrando e compartilhando com vocês, sobre as series
que eu assisti ao longo desses anos e que entraram para á historia da
televisão.
SUPER MAQUINA
Sinopse: (David
Hasselhoff) Michael Knight, um justiceiro
que, com a ajuda de KITT (Knigh Industries Two Thousand), um carro super
tecnológico com inteligencia aritificial e personalidade, lutava contra o
crime.
Criado pelo canal
NBC, a série teve quatro temporadas e no total de 90 episódios. Poucas pessoas
se lembram, e não acreditam quando eu digo, mas me lembro claramente que os
primeiros episódios foram exibidos na saudosa Sessão Aventura da Globo, para depois ser
comprada pela TVS (que viria se tornar o SBT). Me lembro que como a série virou
mania na época, principalmente entre os jovens que adorariam ter um carro como
Kitt.
A série gerou de tudo
um pouco, desde álbum de figurinhas e brinquedos, sendo que todo moleque que se
preze na época (como eu), queria um Kitt e um boneco do Michael Knight para brincar adoidado no quintal. Bons
tempos.
DURO NA QUEDA
Sinopse: estrelado
por Lee Majors, Douglas Barr e Heather Thomas. A história girava principalmente
em torno de Colt Seavers (Majors), um dublê de Hollywood que dividia seu tempo
entre o cinema e resolver crimes e mistérios para colher à recompensa.
Criado pelo canal
ABC, a série oitentista teve cinco temporadas e no total de 113 episódios. Lee
Majors já era mundialmente conhecido pela clássica série do Homem de Seis Milhões
de dólares, sendo que ambas as series fizeram o maior sucesso aqui no Brasil e
tornou cara conhecida por todos os brasileiros. Misturando boas doses de
aventura e ao mesmo tempo uma divertida homenagem com relação à profissão de duble
do cinema americano, a série se tornou sucesso absoluto entre a garotada.
Quem viveu naquela
época, sabe muito bem que todas as crianças queriam a poderosa pick-up 4×4 para
brincar dentro ou fora de casa. Aqui no Brasil a Glasslite lançou, na mesma
época, um carrinho inspirado no veiculo, que funcionava à fricção e tinha
tração nas quatro rodas.
Sinopse: Amor Bandido é uma
aventura de dois garotos Ellis e seu amigo Neckbone que encontram um homem
chamado Mud escondido numa ilha no Mississippi. Mud conta histórias fantásticas
-- ele matou um homem e caçadores de recompensa vingativos estão atrás dele.Ele
diz que planeja encontrar o amor de sua vida e fugir com ela Juniper que está
esperando por ele na cidade. Céticos porém intrigados Ellis e Neckbone
concordam em ajudá-lo. Não demora muito para as previsões de Mud se tornarem
realidade e a pequena cidade ver uma bela garota e uma fila de caçadores de
recompensa a postos.
A perda da inocência, ou
encarar o fato que aquele conto de fadas não era bem assim no que se acreditava,
é sempre difícil de ser encarado, mas é preciso vê-lo de frente para poder
então abrir novos rumos na vida. No seu
filme anterior (O Abrigo), o diretor Jeff Nichols usava a possível catástrofe natural
como uma espécie de metáfora sobre a crise econômica que se alastrou nos EUA. Aqui,
ele usa a foz que desagua no imenso Mississippi, como uma espécie de símbolo com
relação a nossa própria vida, que é cheia de possibilidades, infinitos lugares
que ainda pode-se ir, mesmo quando a vida lhe decepciona e lhe desencoraja a navegá-la.
Na trama, Ellis (Tye
Sheridan de Arvore da Vida) vive um garoto, que durante um passeio de barco,
conhece Mud (Matthew McConaughey), foragido da justiça que tenta se reunir com
sua amada, Juniper (Reese Witherspoon). Ellis resolve ajudar o estranho porque,
inconscientemente, tenta refazer com Mud e Juniper o amor partido de seus pais
que estão se divorciando. Ao mesmo tempo, o jovem enxerga em Mud como uma espécie
de exemplo do que ele acredita sobre o amor, mas ao mesmo tempo irá aprender
com ele que não é bem assim que as coisas funcionam com relação aos sentimentos.
Embora aparente ser uma
trama simples, o filme gradualmente apresenta a transformação de cada um dos
personagens, fazendo com que eles amadureçam, tanto nas suas ações, como também
da forma como cada um deles enxergava o mundo. Descoberto no filme A Arvore da
Vida, Tye Sheridan e sem sombra de duvida a mais nova promessa do cinema
americano: expressivo e cheio de capacidade, Sheridan nos brinda com um
personagem que facilmente nos identificamos. Pois assim como Ellis, a maioria
de nos sempre sofreu com o golpe duro da realidade, mas que é preciso a gente
sentir, para então sobrevivermos aos desafios mais simples da vida.
Matthew McConaughey por sua
vez prova de uma vez por todas que é um ator versátil, fazendo do seu Mud uma
pessoa cheia de vida, sonhadora, mas que não escapou das decepções que a vida
lhe trouxe, principalmente quando o assunto é o amor. Com Ellis, ele enxerga o
garoto romântico e cheio de esperança que já foi um dia, mas que será preciso
se reerguer e enfrentar sozinho as correntezas de vida e agarrar novas
oportunidades que ela pode trazer. O filme ainda tem as participações excepcionais
de Reese Witherspoon,Sam Shepard (Os Eleitos) e Michael Shannon, que já havia
trabalhado com o diretor em O Abrigo sendo o protagonista.
Embora com um final que
poderia ir mais além se fosse um pouco mais corajoso, Amor Bandido, é um ótimo filme
para aqueles que procuram se identificar com os personagens, que aqui, é uma
identificação universal e muito bem vinda.
Nos dias 21 e 22 de
novembro, eu estarei participando do curso Narrativas Seriadas: Da TV ás novas mídias,
criado pelo CENA UM e ministrado pela
professora e publicitária Sheron Neves. Enquanto os dois dias não chegam, por
aqui, estarei me relembrando e compartilhando com vocês, sobre as series que eu
assisti ao longo desses anos e que entraram para á historia da televisão.
Jornada Nas Estrelas
- A Série
Sinopse: Aqui estão
as viagens da nave Enterprise. Sua missão de cinco anos: explorar novos mundos,
buscar novas formas de vida e novas civilizações. Ir com toda a coragem até
onde nenhum ser humano jamais chegou. É o ano de 2264. 201 anos depois que o
homem viajou mais rápido que a velocidade da luz, e 113 anos depois da primeira
viagem da Enterprise nx-01, o Capitão James T. Kirk e sua tripulação partem na
constitucional USS Enterprise. No decorrer dos primeiros 3 anos, a tripulação
da Enterprise irá conhecer enganadores e vigaristas, assassinos e psicopatas,
seres poderosos o suficiente para controlar a mente de comunidades inteiras, e
seres tão frágeis para controlar suas próprias capacidades mentais. Os membros
da Enterprise serão amados, ameaçados, seduzidos, assassinados, convidados para
procriação, duplicados, ressuscitados e forçados a retroceder no tempo. Eles
serão obrigados a lutar por suas vidas e pelas vidas de seus amigos. E ao longo
desses desafios, uma aliança vai nascer entre três improváveis amigos: o ousado
e carismático capitão, o irascível doutor e o imperturbável Vulcano.
Embora cultuada nos
anos 60, 70 e 80, somente fui conhecer essa maravilhosa série no inicio dos
anos 90, quando ela teve suas reprises exibidas no canal da falecida Rede Manchete.
Como todo leigo que se preze no principio, achava que era uma série de TV baseada
em Guerra nas Estrelas, mas somente quando comecei a assistir, que não só o
nome era diferente, como também as tramas iam contra a maré. Enquanto a saga intergaláctica
de George Lucas ia para um lado que lembrava as antigas matinês de aventura, Jornada
nas Estrelas era bem mais cerebral, com tramas criativas e inesquecíveis.
Criado por Gene
Roddenberry e exibido pelo canal NBC, pode-se dizer que a série era à frente do
seu tempo, pois apresentava tramas que por vezes fazia uma dura critica a
sociedade daquele período, quando ainda existia o preconceito no ar. No elenco
principal, havia não somente um alienígena (Spock), como também um japonês (Sulu),
um russo (Chekov) e uma negra (Uhura), interpretada pela atriz Nichelle Nichols
e que entrou para historia ao protagonizar junto com William Shatner (Capitão Kirk)
o primeiro beijo inter-racial transmitido nos EUA. Com isso, era uma série que
fortalecia a união dos povos, não importando a sua raça e credo e com o tempo (embora
tardio) o publico foi compreendendo á real proposta do programa.
Infelizmente nem tudo
foram flores para a série, já que nunca era um estouro em audiência, mas que
pelo menos mantinha um publico fiel da época do começo ao fim, Ao termino da
terceira temporada, a serie acabou sendo cancelada, mas para a surpresa de
todos, o real sucesso que ela conseguiria seria somente nas reprises ao longo
dos anos e que fez com se tornasse, no que se pode dizer, do primeiro fenômeno de séries de
tv da historia da televisão americana. Mas se alguns consideravam o ponto final
da saga de Kirk e Spock e companhia estavam muito enganados.
Quando Guerra nas
Estrelas foi um verdadeiro estouro nas bilheterias, todos os estúdios da época
queriam uma fatia desse bolo. A Paramount
que tinha os direitos da série naquele período, tinha o interesse no principio
em fazer uma nova temporada na época e trazendo novamente o elenco original.
Mas vendo que o sucesso seria maior no cinema, a possível serie acabou virando
o primeiro de muitos filmes para o cinema que dura até hoje.
Mais informações sobre
todos os filmes de Jornada nas Estrelas você clica aqui.
PERDIDOS NO ESPAÇO
Sinopse: No ano 1997, a Terra sofre com sua
superpopulação. O Professor John Robinson, sua esposa Maureen, seus filhos
(Judy, Penny e Will) e o Major Don West são selecionados para viajar pelo
espaço até um planeta do sistema Alpha Centauri a fim de estabelecer uma
colônia da Terra para que outras pessoas possam viver lá. Eles estão a ir em
uma espaçonave batizada de Júpiter 2. No entanto, o doutor Zachary Smith, um
agente de um governo inimigo, é enviado para sabotar a missão. Ele é bem
sucedido em reprogramar o robô B9 para destruir os equipamentos da nave 8 horas
após a decolagem, mas no processo atrasa-se ficando na espaçonave que decola
com ele a bordo. Ele então tenta desativar o robô, mas este percebe que foi
desligado e se auto religa. Sem saber do perigo que ele criou para todos, o
doutor Zachary Smith decide acordar a família Robinson que estava em tubos de
hibernação e quando o pessoal menos espera, o robô B9 inicia a sua programação,
conseguindo destruir o sistema de navegação, rádio e vários aparelhos
importantes da espaçonave antes de ser desativado. Com a espaçonave em sérias
avarias e já muito distante da rota programada, todos a bordo tornam-se
perdidos no espaço e agora lutam tentando encontrar o caminho de volta para
casa.
O seriado, produzido
pela CBS e que tinha como criador e produtor executivo Irwin Allen, foi ao ar
pela primeira vez nos Estados Unidos em setembro de 1965 e permaneceu até março
de 1968 no total de três temporadas. Não
posso dizer muito a respeito sobre essa série, já que na época que se tornou
sucesso por aqui eu era recém nascido. Segundo a minha mãe, o programa havia
passado na rede Bandeirantes no inicio dos anos 80 e ela acompanhou do começo
ao fim. Somente tive um vislumbre do programa, quando ele foi exibido por aqui
na TV 2 Guaíba onde eu tive a chance de ver alguns episódios.
Assim como Jornada
nas Estrelas, é uma serie que gerou inúmeros fãs fieis até hoje e que lembram
com muito carinho os personagens principais, principalmente com relação ao Doutor
Smith, interpretado com intensidade pelo ator Jonathan Harris. A serie ganharia
uma versão cinematográfica em 1998, mas sem nenhum êxito.
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Sinopse: Thor: O Mundo Sombrio da Marvel dá seguimento às aventuras no cinema de Thor o Poderoso Vingador enquanto ele luta para salvar a Terra e os Nove Reinos de um inimigo sombrio que destrói o universo. Na sequência de acontecimentos de Thor da Marvel e de Os Vingadores The Avengers da Marvel Thor luta para restaurar a ordem no cosmo mas uma antiga raça liderada pelo vingativo Malekith retorna para levar o universo de volta às trevas. Enfrentando um inimigo que nem mesmo Odin e Asgard são capazes de derrotar Thor precisa embarcar em sua jornada mais perigosa e pessoal que o reunirá com Jane Foster e o forçará a sacrificar tudo para nos salvar.
O Mordomo da Casa Branca
Sinopse: A história ficcional de Cecil Gaines jovem negro do sul dos Estados Unidos que em 1957 conseguiu um emprego como mordomo da Casa Branca posto que ocupou até sua aposentadoria em 1986. Cecil foi testemunha dos bastidores e dramas do poder de presidentes como John Kennedy Richard Nixon e Ronald Reagan. Sua posição lhe trouxe também problemas em casa com a esposa Gloria e com seu filho Louis um jovem engajado em movimentos antissistema. O filme marca o retorno do diretor Lee Daniels às questões de igualdade racial e social depois do sucesso de Preciosa Uma história de esperança.
Solidões
Sinopse: Solidões vai do riso ao drama do musical ao documentário da comédia romântica à sátira cruel sempre com a solidão focalizada em todos os seus aspectos em várias histórias que se ligam se encontram. Capitaneados por Vanessa Giacomo e Oswaldo Montenegro um grande elenco se une em diversos episódios sobre o maior medo da humanidade: a solidão.
Sinopse: Em Uma Noite de Crime James Sandin habitante de uma comunidade murada que tenta se proteger da onda de crimes. Quando um invasor entra no isolamento porém Sandin tem que proteger sua família durante o período da permissão sem cair na tentação da violência legalizada.
Preenchendo O Vazio
Sinopse: Shira uma garota de 18 anos é a filha caçula de sua família hassídica ortodoxa de Tel Aviv. Ela está prestes a se casar com um jovem da mesma idade. É um sonho que se tornou realidade e Shira se sente preparada. Quando Esther sua irmã de 28 anos morre enquanto dá à luz a seu primeiro filho a família adia o casamento de Shira. Tudo muda quando Yochay marido da falecida Esther tem um segundo casamento arranjado com uma viúva da Bélgica.
Amor Bandido
Sinopse: Amor Bandido é uma aventura de dois garotos Ellis e seu amigo Neckbone que encontram um homem chamado Mud escondido numa ilha no Mississippi. Mud conta histórias fantásticas -- ele matou um homem e caçadores de recompensa vingativos estão atrás dele.Ele diz que planeja encontrar o amor de sua vida e fugir com ela Juniper que está esperando por ele na cidade. Céticos porém intrigados Ellis e Neckbone concordam em ajudá-lo. Não demora muito para as previsões de Mud se tornarem realidade e a pequena cidade ver uma bela garota e uma fila de caçadores de recompensa a postos.
De William Faulkner a
Harold Pinter, Antonin Artaud a Ray Bradbury, Jorge Luis Borges a Aldous
Huxley: a aventura de grandes gênios da escrita na realização de roteiros é um
dos capítulos mais ricos da relação de amores e tormentas entre o cinema e a
literatura. Celebrando a 59ª Feira do Livro de Porto Alegre, a Sala P.F. Gastal
da Usina do Gasômetro (3º andar) apresenta entre os dias 5 e 17 de novembro a
mostra Escritores no Cinema, com uma seleção de quinze títulos que trazem
roteiros assinados por nomes essenciais da literatura.
Entre os dias 5 e 10
de novembro, o elogiado musical brasileiro Filme Jardim Atlântico, dirigido por
Jura Capela, com participações de Céu, Ava Rocha e Mariana de Moraes, segue em
cartaz com uma sessão diária às 17h.
Escritores no Cinema
Entre obras-primas
consagradas e pequenos segredos, a contribuição de escritores marcou
profundamente o período clássico de Hollywood.
Foram muitos os homens das letras – interessados em novas possibilidades
de criação e também nos altos cachês pagos pelos grandes estúdios – que
encontraram no cinema uma alternativa de trabalho. Um exemplo célebre é o de
William Faulkner, cuja parceria com Howard Hawks rendeu alguns clássicos como
Uma Aventura na Martinica (1944), adaptação do “pior romance de Ernest
Hemingway”, na definição do próprio autor, tendo Humphrey Bogart e Lauren
Bacall nos papéis principais.
A invasão de grandes escritores em Hollywood
teve seu ápice entre as décadas de 1930 e 1950. Aos poucos, o descompasso entre
a liberdade criativa e as regras rígidas da indústria diminuiu a presença dos
autores. Aldous Huxley, por exemplo, teve seu argumento para Alice no País das
Maravilhas recusado por Walt Disney, com a justificativa de que aquilo era
incompreensível. Antes da experiência negativa, entretanto, o autor de
Admirável Mundo Novo deixou alguns roteiros emblemáticos como Jane Eyre (1943),
adaptação do romance de Charlote Brontë dirigido por Robert Stevenson.
Ainda na Hollywood clássica, a mostra exibe
filmes roteirizados por nomes modernistas como John Dos Passos (A Mulher
Satânica, de Josef von Sternberg) e Tennessee Williams (De Repente, no Último
Verão, de Joseph L, Mankiewicz) e mestres da escrita de gênero como Raymond
Chandler (Pacto Sinistro, de Alfred Hitchcock) e Ray Bradbury (Moby Dick, de
John Huston).
Se a partir dos anos 1970, já num contexto
moderno, o cinema norte-americano não manteve a mesma intensidade em suas
parcerias com grandes escritores, ainda encontramos obras emblemáticas com
assinaturas famosas. Entre vários trabalhos, Richard Matheson escreveu o
roteiro de Encurralado (1971), primeiro longa-metragem de Steven Spielberg, enquanto
Charles Bukowski estendeu suas obsessões literárias às telas com o roteiro de
Barfly – Condenados pelo Vício (1987), produção da Zoetrope Studios dirigida
por Barbet Schroeder.
A renovação do cinema britânico nos anos 1960
também contou com a colaboração de escritores importantes: Truman Capote
roteirizou a adaptação de A Volta do Parafuso, de Henry James, ajudando a criar
um marco do horror, Os Inocentes, dirigido Jack Clayton (1961). Figura central
da literatura moderna francesa, Marguerite Duras assinou a adaptação do roteiro
nunca filmado de Jean Genet em Chamas de Verão (1966), dirigido por Tony
Richardson, com Jeanne Moreau no papel principal. Já o dramaturgo Harold Pinter
estabeleceu uma significativa parceria com Joseph Losey na fase inglesa do
diretor norte-americano, exilado em função do Macartismo, deixando-nos
obras-primas como O Criado (1963).
A mostra também exibe três momentos distintos
da vanguarda francesa em que o cinema e a literatura estiveram próximos. Um dos
pilares do cinema experimental dos anos 1920, A Concha e o Clérigo, dirigido
por Germaine Dulac, tem roteiro assinado pelo escritor, poeta e dramaturgo
Antonin Artaud. No pós-guerra, Robert Bresson surgia como o principal nome do
cinema francês tendo Jean Cocteau como dialoguista de seu segundo
longa-metragem, As Damas do Bois de Boulogne (1945). Quando a França já vivia a
ebulição da Nouvelle Vague, no início dos anos 1960, Alain Resnais aproximou-se
de Alain Robbe-Grillet e suas propostas inovadoras do Nouveau Roman para criar
O Ano Passado em Marienbad (1961), um dos divisores de água do cinema moderno.
Para completar a programação da mostra
Escritores no Cinema, no dia 15 de novembro, sexta-feira, às 20h, acontece uma
edição especial do Projeto Raros com a exibição do filme argentino Invasão
(1969), de Hugo Santiago, com roteiro de Jorge Luis Borges a partir de história
assinada por ele e Adolfo Bioy Casares.
A mostra Escritores
no Cinema será apresentada ao longo de duas semanas e tem o apoio da
distribuidora MPLC e da locadora E O Vídeo Levou.
Mais informações e
horários das sessões, vocês conferem na pagina da sala clicandoaqui.
Nervo Óptico - Procura-se um Novo Olho na Sala P.F. Gastal
Nesta segunda-feira, 4 de novembro, às 19h30, a Sala P.F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) promove o lançamento de Nervo Óptico - Procura-se um Novo Olho, documentário em curta-metragem dirigido por Karine Emerich e Hopi Chapman. A entrada é franca.
NERVO ÓPTICO – Procura-se um Novo Olho trata da experiência dos artistas Carlos Asp, Carlos Pasquetti, Clovis Dariano, Mara Alvarez, Telmo Lanes e Vera Chaves Barcellos, que, entre 1976 e 77, publicaram treze cartazetes “Nervo Óptico”.
A fala dos artistas forma um mosaico de registros que revê ideais, conceitos, reflexões e princípios propostos na década de 1970, quando o Grupo era a referência local da experimentação artística que se vivia no mundo. A visualidade conta com alguns trabalhos deste período sendo revistos ou recriados pelo próprio artista, com registros do processo e do resultado final.
Essa geração de artistas é vinculada à crítica das relações entre arte e mercado e dedicada ao investimento no caráter experimental da arte, ao intercâmbio com artistas e produtores de outros centros e às relações entre Arte e Vida. Os artistas idealizadores da publicação de Artes Visuais Nervo Óptico iniciam sua formação nos anos 1960, investindo no debate sobre a contemporaneidade da arte em Porto Alegre. Produziram encontros, debates, exposições, intervenções e ações no espaço urbano, com intenso emprego da fotografia, do vídeo, do Super-8, além da instalação e da performance.
Realizado pela pH7 filmes, o projeto é um dos documentários da série Documenta RS, financiado pelo Edital da SEDAC nº 9/2012 “Rio Grande do Sul – Pólo Audiovisual”, Pró-cultura RS FAC, com parceria do Iecine e da Fundação Piratini.
----- equipe técnica
roteiro Karine Emerich
direção: Karine Emerich e Hopi Chapman
produção executiva Nonô Joris
montagem Fabio Lobanowsky
trilha sonora Flu
edição de som e mixagem Fabrício Licks
som direto Guilherme Algarve
consultoria Ana Albani de Carvalho
PARCERIA: TVE RS e Iecine
FINANCIAMENTO: Secretaria de Comunicação e Inclusão Digital,
Secretaria de Estado da Cultura - Pro-cultura RS FAC – Governo do Rio
Sinopse: Uma terrível e
misteriosa doença se espalha pelo mundo, transformando as pessoas em uma
espécie de zumbis. A velocidade do contágio é impressionante e logo o Governo
americano recruta um ex-investigador da ONU (Organização das Nações Unidas)
para investigar o que pode estar acontecendo e assim salvar a humanidade, tendo
em vista que as previsões são as mais catastróficas possíveis. Gerry Lane (Brad
Pitt) tinha optado por dedicar mais tempo a sua esposa Karen (Mireille Enos) e
as filhas, mas seu amor a pátria e o desejo de salvar sua família acabam
contribuindo para que ele tope a missão. Agora, ele precisa percorrer o caminho
inverso da contaminação para tentar entender as causas ou, ao menos,
indentificar uma maneira de conter o contágio até que se descubra uma cura
antes do apocalipse. Começa uma
verdadeira corrida contra o tempo, que mostra-se cada vez mais curto, na medida
que a população de humanos não para de diminuir.
Guerra Mundial Z se tornou
mundialmente conhecido antes mesmo do filme estrear. Isso se deve a verdadeira
dança das cadeiras que a produção teve ao longo dos meses antes de chegar aos
cinemas, desde troca de roteiros, finais alternativos e discussões entre
produtores e o diretor Marc Foster (A Ultima Ceia). Com isso, é de se
surpreender que o filme não seja um desastre total, pois embora algumas
forçadas de barra, o filme diverte do começo ao fim e eleva para um novo grau os
zumbis do cinema.
Interessante observar que nos últimos
anos, o cinema sempre tenta apresentar os filmes de zumbi como uma espécie de metáfora
com relação à realidade. No caso aqui, o filme faz uma referencia a vida
desenfreada e alucinada do mundo contemporâneo, onde o ser humano está sempre
em movimento, desde comprando, comendo, vendendo, destruindo, criando e etc. Tudo
de uma forma acelerada e isso muito bem representado nos créditos de abertura,
para que em seguida sem mais nem menos, o personagem de Brad Pitt e sua família
se vêem a mercê de um enlouquecido arrastão de zumbis, que, aliás, lembram bastante
os zumbis velocistas de Extermínio.
Contudo, não espere um banho de
sangue que é sempre visto nos filmes já conhecidos, pois estamos falando aqui
de uma super produção de R$ 200 milhões de dólares, com astro encabeçando o elenco
e que é pertencente a produtores gananciosos com interesse de pegar uma boa
fatia do publico. Com isso, temos um filme menos violento, porém eficaz nas
cenas de terror e suspense. Sabendo da batata quente que tinha em mãos, pelo
menos Marc Foster caprichou numa direção agiu, onde a sua câmera está sempre em
movimento de uma forma vertiginosa e embalado com surpreendentes cenas de ação
sufocante (a cena do avião é disparada a melhor).
O final reserva algumas
surpresas, mas ao mesmo tempo previsíveis, para fazer com que o publico em
geral saia do cinema satisfeito, entretido e desejando uma possível seqüência
que pode muito bem acontecer.