Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
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Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
Meses atrás, eu havia
participado do curso sobre Martin Scorsese: Cinema, Fé e Violência, criado pelo
Cena Um e ministrado pelo crítico Rodrigo Fonseca. Curiosamente na primeira
aula, Fonseca não só comentou sobre os primeiros filmes de Scorsese, como
também deu muito destaque sobre a era de ouro do cinema americano, que foi
considerado o Novo Cinema Americano, ou para alguns (como eu), intitularam a
Nova Hollywood.
Fascinado como eu
fiquei durante a aula, ao longo dos meses desse ano fui vendo e revendo esse
ótimo período, que começou mais especificamente após as avassaladoras estréias
de Sem Destino e Uma Rajada de Balas em 1968. Ao longo desse período, fui
escrevendo e postando um pouco aqui o meu conhecimento sobre essa época, que
para a minha alegria, o curso de hoje criado pelo Cena Um e ministrado pelo
jornalista Leonardo Bomfim irá dissecar todo esse período.
Portanto, abaixo
revejam as primeiras postagens que eu escrevi sobre esse incrível período do
cinema americano.
Com a chegada de Atividade
Paranormal 4 nesta sexta-feira, decidi olhar um pouco para traz e me dar por
conta de como existe vários filmes mockumentary (do inglês, a união da
palavra mock, que quer dizer falso, com documentary, que significa
documentário). Esse ano, por exemplo, foram lançados dois filmes desse formato
em um curto espaço de tempo que foram Projeto X e Poder Sem limites, sendo que
esse ultimo, mesmo com um orçamento apertado, mostrou para o mundo como se
poderia fazer uma adaptação para o cinema do clássico manga Akira.
Mas mockumentary ganhou terreno
mesmo no gênero de terror, sendo que existem muitos fatores que contribuem para
isso. Se formos analisar mais para traz, já na década de 70 o publico cinéfilo já
estava mais do que cansado de ver filmes de terror muito fora do chão, sendo
que o publico já daquele tempo, estava mais do que desgastado e saturado em assistir
formulas desgastadas. Coube então a chegada de O Exorcista para mudar esse quadro.
Embora seja um filme que
envolva assuntos sobrenaturais, é de se tirar o chapéu para o cineasta William
Friedkin, que soube dosar momentos fantásticos com o mais puro realismo. Não é
um filme com casa mal assombrada, onde você encontra teias ou morcegos ao
redor, muito menos os tão conhecidos monstros do cinema antigo, mas sim uma trama
que se passe em nosso mundo real, com pessoas reais e que elas acabam dando de encontro
com uma situação inusitada na qual testa as crenças e a sanidade. Isso tudo foi
o suficiente para agradar o publico e tornar o filme um sucesso de bilheteria. Após
isso, o cinema de terror dos anos 70 entraria num território mais cru, e muito
mais próximo da realidade, mesmo alguns possuindo ingredientes do gênero fantástico.
Embora os anos 80 e 90 tenham proliferado
muito os filmes de terror do gênero “terrir”, e de mascarados assassinos sempre
perseguido uma garota, houve casos isolados, em que novamente o gênero se casou
mais com a realidade, nascendo então omockumentary.
Embora os dois exemplos que eu irei citar abaixo, estejam muito separados na
linha do tempo, foi o suficiente para plantar a semente e ter fortalecido essa
nova forma de se contar uma historia de terror e de sentir medo ao assisti-la
na tela grande.
Holocausto Canibal
Sinopse: Professor da
Universidade de Nova York vai atrás de uns documentaristas perdidos, quando
esses saíram para filmar na Amazônia. Lá chegando, ele descobre os horrores que
eles passaram nas mãos de canibais.
Um dos filmes mais
repugnantes e violentos da historia do cinema. Após assisti-lo, devo reconhecer
que o filme é sim bastante violento e doentio, mais precisamente ao retratar os
documentaristas, gananciosos, e sem menor noção com o que realmente estão
lidando na selva e acreditando que acharam o seu parque de diversões. Ao terem
o seu primeiro contato com os nativos, os protagonistas começam a agir de uma
maneira tão ensandecida, que nem sentimos muita pena com relação aos seus
destinos, pois eles procuraram por isso.
Se nos sentimos
realmente repugnados por determinadas cenas, são justamente pelas mortes dos
animais que ocorrem na trama, como de um gambá, e principalmente de uma
tartaruga gigante, que é totalmente estripada por alguns minutos, mas o
suficiente para serem intermináveis. É nestas sequencias, que eu acredito que o
diretor Ruggero Deodato procurou o maior realismo possível, e com êxito, embora
reprove por completo qualquer mau trato imposto em animais, e atualmente com
certeza não creio que aja um cineasta que tenha coragem de fazer o que Deodato
fez. Mas para que tanto realismo e violência? Eu acredito que o diretor queria
fazer um retrato sombrio do ser humano inconsequente e da hipocrisia da
sociedade sobre certos limites étnicos. Durante os anos 70, o povo norte
americano perdeu completamente a sua inocência, devido a diversos fatos da
época, e com isso, qualquer tentativa de se esconder embaixo de uma mascara,
ocultando o lado feio da coisa, é mero artifício obsoleto. Bom exemplo disso é
a cena em que um dos documentaristas está achando graça de um cadáver de uma
das nativas, empalada em um tronco, para então depois fingir na frente da
câmera que se sente horrorizado.
Por algum tempo, Ruggero Deodato chegou até mesmo ser acusado pela criação do filme, pois certas
autoridades achavam as cenas realistas demais e exigiram que o diretor provasse
que os atores estivessem realmente vivos. Tudo isso se deve a vertiginosa
seqüência final, onde o historiador e outras pessoas testemunharam as imagens
na tela, dos rolos perdidos dos documentaristas da trama. A seqüência em si é
realmente realista e muito violenta, mas o que tiver o olho mais atento
percebera que existem muitos truques de câmera e perceberam os momentos de
quando são os atores atuando, e quando são já bonecos, representando eles sendo
mortos. Deodato sem sombra de duvida estava com a sua mente mais a frente do
seu tempo, pois a forma que é criada a produção, em parte como um possível e
real documentário, é algo que o publico veria mais tarde nos anos seguintes.
Não é um filme que se tornou,
e muito pouco se tornara favorito para muitos, mas é uma produção, que a pós a
exibição, nos perguntamos quem eram realmente os vilões dessa trama e quem eram
os heróis? Ou melhor, dizendo (como o historiador fala no final) quem eram ali
os verdadeiros canibais? Nem tudo da natureza do ser humano pode ser
respondida!
A Bruxa de Blair
Sinopse: Três
estudantes de cinema embrenham-se nas matas do estado de Maryland para fazer um
documentário sobre a lenda da bruxa de Blair e desaparecem misteriosamente. Um
ano depois, uma sacola cheia de rolos de filmes e fitas de vídeo é encontrada
na mata. As imagens registradas pelo trio dão algumas pistas sobre seu macabro
destino.
Um dos filmes mais
comentados do ano de 1999. Curiosamente foi vitima da própria fama, caso não
tivesse sido exposto tanto pela mídia. A Bruxa de Blair poderia ter pegado mais
pessoas desprevenidas como seu tom documental. Mesmo assim, não foram poucos na
época que acreditaram na veracidade da historia. A genial e muito bem estudada
campanha de divulgação pela internet (algo comum atualmente) gerou o sucesso do
filme e fez que os diretores novatos Edward Sanchez e Daniel Miyrick o centro
das atenções.
Junto com outros títulos
como Nosferatu, e O Exorcista, com certeza A Bruxa de Blair seja um dos filmes
de terror mais realistas da historia do cinema e pioneiro em divulgação de
filmes pela internet.
Curiosidades: Durante
a realização das filmagens, os diretores Daniel Myrick e Eduardo Sánchez
utilizaram um método incomum: deram o mínimo de material para os atores e os
deixaram na mata, cada um com uma câmera de vídeo. A produção do filme apenas
entrava em contato com os atores ocasionalmente e através de bilhetes que
diziam o que cada um devia fazer. A intenção para utilizar este método era
transmitir o máximo de veracidade possível, já que nem os atores sabiam direito
qual era o enredo do filme e o que aconteceria com eles.Para manter o máximo
de veracidade, os atores concordaram em ceder seus próprios nomes para os
personagens que estavam interpretando.
O filme é o
recordista absoluto de lucro nas bilheterias. Tendo custado apenas 50 mil
dólares, o filme arrecadou, nas bilheterias mundias, cerca de 202 milhões de
dólares.
Amanhã, volto com mais alguns títulos
mockumentary que merecem uma
conferida.
Meses atrás, eu havia
participado do curso sobre Martin Scorsese: Cinema, Fé e Violência, criado pelo
Cena Um e ministrado pelo crítico Rodrigo Fonseca. Curiosamente na primeira
aula, Fonseca não só comentou sobre os primeiros filmes de Scorsese, como
também deu muito destaque sobre a era de ouro do cinema americano, que foi
considerado o Novo Cinema Americano, ou para alguns (como eu), intitularam a Nova
Hollywood.
Fascinado como eu fiquei durante a aula, ao longo dos
meses desse ano fui vendo e revendo esse ótimo período, que começou mais
especificamente após as avassaladoras estréias de Sem Destino e Uma Rajada de Balas
em 1968. Ao longo desse período, fui escrevendo e postando um pouco aqui o meu
conhecimento sobre essa época, que para a minha alegria, o curso de hoje (e
quinta-feira) criado pelo Cena Um e ministrado pelo jornalista Leonardo Bomfim irá dissecar todo esse período.
Portanto, abaixo
revejam as primeiras postagens que eu escrevi sobre esse incrível período do
cinema americano.
Cine Especial: A Nova Hollywood: Partes 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8.
O CineBancários recebe, de 16 a 21 de outubro, a terceira edição do CLOSE – Festival Nacional de Cinema da Diversidade Sexual. Uma co-realização do SOMOS e da Avante Filmes.
As sessões são gratuitas e acontecerão no CineBancários e na Sala Norberto Lubisco da Casa de Cultura Mario Quintana.
Mais informações sobre os filmes que irão passar e horários, vocês conferem na pagina da sala clicandoaqui.
SALA P. F. GASTAL
REALIZA MOSTRA EM HOMENAGEMAOS 50 ANOS DO
HERÓI JAMES BOND
Nas vésperas da
chegada do mais novo filme da franquia, e de um curso criado pelo CENA UM que
irá acontecer na capital, A Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar)
realiza entre os dias 16 e 21 de outubro a mostra James Bond – 50 Anos, que comemora o cinquentenário de lançamento do
primeiro filme da série do popular espião imortalizado pelo ator escocês Sean
Connery, 007 Contra o
SatânicoDr. No (Dr. No). Dirigido pelo inglês Terence Young, este exemplar inicial da
série, que traz a célebre sequência em que a atriz Ursula Andress sai do mar
com um biquini branco, teve sua première em Londres no dia 5 de outubro de 1962 (no Brasil, o filme só estrearia
no ano seguinte, em 7 de setembro de 1963). A partir daí, Connery estrelaria
outros cinco filmes da série, associando para sempre sua imagem à do espião
sedutor com licença para matar: além de 007 Contra o
Satânico Dr. No,Moscou Contra 007(1963),007 Contra
Goldfinger(1964), 007 Contra a
Chantagem Atômica(1965), Com 007 Só Se Vive Duas Vezes(1967) e 007 – Os Diamantes São Eternos(1971). Nos anos
80, já maduro e longe da popularidade que gozou nas décadas de 60 e 70, o ator
retornaria ao personagem em 007 –Nunca Mais Outra Vez (1983), único dos títulos que não
integra a pequena retrospectiva dedicada a Bond pela Sala P. F. Gastal.
Os filmes serão
apresentados em suas cópias digitais de alta definição recentemente restauradas
e lançadas em Blu-ray, o que assegura uma projeção de excelente qualidade,
especialmente agora que a Sala P. F. Gastal instalou seu novo projetor Full-HD.
A mostra James Bond – 50
Anos tem o apoio distribuidora MPLC e da
locadora E o Vídeo Levou.
Mais informações, e
horários das sessões, vocês conferem na pagina da sala clicando aqui.
Leia também:
Sobre os filmes estrelados por Sean Connery clicando nas partes 1 e 2.