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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Cine Especial: Revistando 'Paris Texas'

Apontado por muitos como um dos melhores filmes da década de oitenta, o longa já começa dando um show mostrando o contraste do céu azul com a paisagem sílica dos desertos texanos e o boné vermelho do personagem principal que está a vagar por ele. E em consonância com a fotografia, a trilha sonora é marcada por solos bem arranhados de guitarra que nos inebria e cativa nossa concentração durante todo o longa.

Esse personagem que vagava pelo deserto é Travis (Harry Dean Stanton). Vagou durante quatro anos sem dá notícias a ninguém por onde andava, depois de acontecimentos no seu casamento que só são revelados no fim do filme. Quando resolveu sumir, fora de si, deixou esposa e filho para trás. Daí ele encontra um posto em meio ao deserto e passa mal. É atendido por um médico que encontra um número de telefone em seu bolso. A ligação cai em Walt (Dean Stockwell, que está ótimo no filme), seu irmão. Fazendo o papel de família – e esse é um tema bem abordado no longa –, Walt vai buscar seu irmão. Ele encontra Travis em maltrapilhos e “mudo”. Após um bom tempo de viagem é que ele consegue arrancar algumas palavras do irmão, e elas foram: Paris… Paris, Texas.

Travis tinha em mãos a foto de um lote que diz ele ter comprado na cidade de Paris, Texas. Ele lembra ao irmão que foi lá onde o pai dele dizia tê-lo concebido com sua mãe e que ele tinha orgulho de dizer que sua esposa havia nascido na capital francesa para todos. Mentia tanto a respeito, que até ele acreditava (uma breve crítica feita à sociedade e seus padrões de aceitação). Já vencido o silêncio, conversa vai e vem e Walt resolveu perguntar a Travis que motivos o levaram a abandonar sua família. Mas, dizendo ele, não lembrava. O que havia restado em Travis era apenas um imenso vazio alimentado e metaforizado pelos desertos por onde vagou (parabéns à direção de arte).

Chegando a Los Angeles, onde Walt e sua esposa Anne moravam e criavam Hunter, o filho de Travis, começa a tentativa de reaproximação entre pai e filho, e surge a esperança de unir a família novamente. Travis então resolve ir atrás de Jane (Nastassja Kinski), sua esposa e mãe de seu filho e, este último, por vontade própria, também decide juntar-se ao pai na busca. Aqui fica clara a luta pela família. Depois de idas e vindas, encontram-na. Nastassja está maravilhosa no papel de Jane, no que talvez seja uma das melhores atuações femininas da história do cinema.O que me resta dizer agora é que Wenders faz jus a sua aclamação como cineasta e termina o filme da melhor maneira possível.

Esse longa é belíssimo. Cheio de belas metáforas e ricas falas, o filme encanta como a cidade de Paris (França) e comove como os desertos do Texas (lembrando que Paris no Texas existe mesmo! Mas, no filme, ela é mais metafórica). Possui um final que deixa alguns porquês tirando, dessa forma, a obviedade do filme (que nem precisava), mas, mesmo assim, não causa curiosidade no espectador. A obra por si só convence. Enfim, sentar em frente de uma tela de cinema e assistir a essa obra de Wim Wenders é mais do que um programa, é uma viagem até Paris. E não me refiro à cidade das luzes. Refiro-me à cidade obscura e deserta que está no interior do ser humano sem amor e sem família.

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