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Nota: Filme exibido para os associados no dia 13/04/25 em comemoração aos 77 anos do Clube.
“As Pontes de Madison”, é um dos filmes mais doces de Eastwood. Baseado no romance homônimo de Robert James Waller e roteirizado por Richard Lagravanese, conta a história de Francesca, uma dona de casa dedicada e esforçada que vive para satisfazer e organizar a vida dos dois filhos e do marido. Enquanto faz tudo por aquelas pessoas, como aprendeu que deveria, não recebe nada em troca, além da indiferença dos três.
Em uma das viagens do marido para exposições de animais, ela conhece Robert, um fotógrafo aventureiro, que já conhece quase todos os lugares do mundo e nunca se prendeu a mulher nenhuma. Os dois acabam se apaixonando e vivendo uma das histórias mais românticas do cinema. O amor proibido é, ao mesmo tempo, um amor maduro que supre carências e encanta.
Toda a informação que nos chega é em forma de flashback, através de cadernos anotados que foram encontrados pelos filhos de Francesca após sua morte. Enquanto eles vão lendo, os filhos vão se dando conta que a história de sua mãe pode dar novos rumos as suas vidas. Para viver o casal central da trama, Eastwood escolheu ele próprio e a ótima Meryl Streep, que soube nos passar o lado carente e frustrante de uma mulher de uma época, principalmente da região onde ela vivia, em que as mudanças de costumes não eram bem-vindos.
O papel de Francesca foi tão bem interpretado que Streep novamente foi indicada merecidamente a inúmeros prêmios, desde o Oscar de melhor atriz como também o Globo de Ouro de Atriz Drama. Junto com uma ótima trama, uma direção perfeccionista, o longa que se passa em 1965, conta com impressionante fotografia de Jack N Green, que consegue captar como um todo as singelas paisagens do Condado de Madison, em Iowa, e das pontes a que a trama explora. Destacando cores serenas e que se casam com perfeição com a decoração da casa, a fotografia sintetiza com relação ao que Richard e Francesca se envolvem. A casa é humilde, típica daquele interior como também as vestimentas dos protagonistas e fazendo com que embarquemos de um modo mais fácil com relação até mesmo com os costumes da época.
A bela trilha sonora de Lennie Niehaus, especialmente em sua música tema composta em parceria com Clint Eastwood, se alinha com os momentos especiais do casal. Niehaus evita tornar a trilha cansativa ao utilizar canções de época (Jazz) que tocam no rádio como as interpretadas por Johnny Hartman com sua voz grave e sempre lembrada. Um fato que se diferencia dos outros filmes românticos é com relação a idade do casal central.
Eastwood estava com seus 65 anos e Streep passava dos 40, ou seja, um amor maduro para uma audiência igualmente mais experiente. Porém, isso não fez com que espantasse o público mais jovem na época de sua estreia, mas é certo que o andamento mais gradual e a própria trama tendem trair um cinéfilo mais experiente. Algo digno de nota, já que esse público merece sim um lugar ao sol e merece apreciar uma obra como essa.
“As Pontes de Madison” é sem dúvida uma obra primorosa, linda, dolorida, bela e extremamente romântica.
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