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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 12 de julho de 2024

Cine Especial: Clube de Cinema - 'Duas Garotas Românticas'

 Nota: Filme exibido para os associados no último dia 06/07/24).

Sinopse: Em Rochefort, Delphine e Solange, duas irmãs gêmeas de 25 anos, radiantes e espirituosas, dão aulas de dança e música. Elas sonham em ir a Paris e aproveitam a oportunidade quando uma trupe de fora passa pela cidade.  

O cinema musical é um gênero que foi de grande sucesso dentro da história do cinema norte americano. Uns amam, outros odeiam, já que esses últimos não encontram uma lógica ao ver personagens da trama começarem a cantar em meio a uma situação em determinado ponto da história. O cinema musical nasceu em tempos em que hollywood buscava o entretenimento a todo custo para gerar lucro e esse gênero com certeza fez muitos rirem e se maravilharem com a fantasia que ficava encravada nas tramas como um todo.

Claro que sempre há uma decadência de determinados gêneros cinematográficos ao longo dos anos que vai passando e o musical não foi diferente. Quando o clássico "Cantando na Chuva" (1952) havia sido lançado esse tipo de filme já estava definhando, mas ganhando uma sobrevida através desse clássico que, curiosamente, falava sobre a transição do cinema mudo para o falado e sintetizando o fato que o gênero precisava se atualizar para os novos tempos. Talvez o maior triunfo dessa possível retomada tenha sido "A Noviça Rebelde" (1965), ganhador de vários prêmios, incluindo o de melhor filme.

Essa nova leva de musicais talvez tenha influenciado até mesmo outros países que não tinham exatamente o costume de abraçarem esse tipo de filme. Quando pensamos no cinema francês, por exemplo, logo nos lembramos do movimento "Nouvelle vague", onde jovens diretores decidiram sair com as suas câmeras para as ruas de Paris e criar um cinema mais cru, porém, mais poético e que revitalizasse o seu cinema como um todo. Porém, "Duas Garotas Românticas" (1967) foi um filme fora da curva desse movimento que estava começando a dar espaço para esse tipo de cinema mais espetacular, menos verdadeiro e mais colorido.

Dirigido por Jacques Demy, o filme conta a história de Delphine (Catherine Deneuve) e Solange (Françoise Dorléac) duas irmãs gêmeas de 25 anos que vivem em Rochefort, na França. Delphine é professora de dança, enquanto Solange ensina piano. Ambas sonham em encontrar um grande amor, assim como os rapazes que chegam à cidade e passam a frequentar o bar da família.

Verdade seja dita, o filme é pertencente somente a sua época, sendo que estamos falando dos anos sessenta, época em que a paz e a amor estavam em abundância, as cores coloridas esbanjavam o seu charme e as mulheres se entregando aos vestidos mais curtos e com os seus cabelos cheios com franjas. O filme possui toda essa estética da qual desapareceria posteriormente e, portanto, assisti-lo atualmente requer compreensão, mas não significa que não tenha sobrevivido ao longo da história. Assisti-lo é o mesmo que voltarmos no tempo onde havia algo mais inocente com relação a temas que vai desde ao amor para sonhos nunca alcançáveis.

As duas gêmeas da trama, por exemplo, por mais sonhadoras que sejam com relação ao amor, também não são ingênuas ao ponto de aceitarem qualquer proposta que venha bater em suas portas. Curiosamente, Catherine Deneuve e Françoise Dorléac estão ótimas em seus respectivos papeis de irmãs gêmeas, mesmo não sendo parecidas uma com a outra, mas nos convencendo graças ao ótimo desempenho de ambas. Visualmente, não me surpreenderia se o filme serviu de inspiração para Greta Gerwig criar o universo visto no seu filme "Barbie" (2024), sendo que a estética plástica e colorida é vista em abundância aqui.

O termo "plástico" eu dou mais para o cinema norte americano dos anos do "código Hays", sendo menos contestador, conservador e nos transmitindo um universo perfeito que é hoje bem questionável. Quando "Duas Garotas Românticas" foi lançado ainda eram tempos "pré-Maio de 68", sendo que revisto o filme hoje notasse que ele se encaixava com a proposta do governo francês da época, mais conservador, sonhador e menos questionar para dizer o mínimo. Não que o filme seja algo hipócrita, mas também sintetiza uma fantasia que não se via nas ruas.

Neste último caso vemos os personagens cantando e dançando pelas ruas de Rochefort, com momentos que remetem a fase de ouro do gênero dentro do cinema norte americano. Alguns personagens soam caricatos, como se estivessem ali como uma espécie de peça de tabuleiro de um jogo maior e onde há encontros e desencontros de pessoas sonhadoras, românticas e de corações partidos. Ao final, notasse uma solução plausível com relação aos dilemas de cada um dos personagens e fazendo com que seguissem os seus rumos independentes do que acontecesse.

"Duas Garotas Românticas" é um filme que remete aos tempos dourados do cinema norte americano, mas cuja a produção é francesa e que o torna algo mais interessante para ser observado e analisado mais de perto nos dias de hoje. 

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