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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 5 de julho de 2024

Cine Especial: Conhecendo 'Matadores de Velhinha'

Joel Coen e Ethan Coen são dois irmãos cineastas, produtores e roteiristas autorais que dois quais demorei um pouco para conhece-los, mas uma vez assistindo alguns dos seus filmes acabei me apaixonando. Eu tive um conhecimento maior deles, por exemplo, quando participei do curso do Cine Um e do qual encerramos as atividades em um hotel depois que o Museu da Comunicação da Rua das Andradas de Porto Alegre se esqueceu de nós no lado de fora da entrada. Uma situação inusitada e combinando muito bem com os cineastas.

Aliás, a palavra “inusitado” é a palavra chave que molda boa parte das tramas de seus filmes, onde normalmente assistimos personagens, por vezes, excêntricos e dos quais participam de situações ainda mais excêntricas para dizer o mínimo. Tudo moldado com um humor sombrio, refinado e ao mesmo tempo contagiante na medida do possível. "Matadores de Velhinha" (2004) é um belo exemplo de uma simples situação de roubo, mas que desencadeia eventos absurdos para os seus protagonistas no decorrer do tempo.

O filme é uma refilmagem do britânico "Quinteto da Morte" (1955), sendo que na minha ingenuidade eu achava que "Bravura Indômita" (2010) era a primeira refilmagem que os realizadores haviam colocado em prática. Sinceramente, na época do seu lançamento, eu havia ignorado esse filme, já que ele não teve críticas muito positivas na época, principalmente pela revista de cinema Set que eu colecionava. O filme é um desses casos em que num primeiro momento a crítica não entende a proposta dos realizadores e fazendo com que ela somente cresça posteriormente.

O filme conta a história do professor G.H. Dorr (Tom Hanks), que tem um grande plano para assaltar um cassino. Ele aluga um quarto na casa de uma senhora (Irma P. Hall), onde convoca seus comparsas para discutir o plano de ação, que é cavar um túnel a partir do local até em direção do cofre do cassino. Porém, a situação se complica quando certas adversidades acontecem no decorrer do percurso, principalmente quando eles tentam a todo modo esconder o plano da senhora a todo momento. 

Assim como Wes Anderson, os irmãos Coen possuem uma visão curiosa com relação aos EUA, ao retrata-la na maioria das vezes de uma forma falsa, cartunesca, mas que não esconde o seu lado hipócrita e fazendo das situações se tornarem ainda mais surreais. Verdade seja dita, o mundo real é ainda mais absurdo do que qualquer ficção e, portanto, a visão dos realizadores pode estar ainda mais próxima dela do que se imagina. Portanto, os desdobramentos vistos na trama podem soar até mesmo inverossímeis, quando na verdade ele desperta em nossas memórias situações de crimes ainda mais absurdos e que gerariam também um ótimo filme nas mãos dos realizadores.

Como sempre, os personagens possuem características distintas uma da outra, sendo que os principais são apresentados no primeiro ato para que possamos conhecer as suas reais raízes e para quem sabe, simpatizarmos com eles. Porém, o personagem interpretado por Tom Hanks é algo curioso, sendo que não temos ao certo uma noção sobre a sua real origem, sendo que a sua caracterização é próxima de um Diabo de desenho animado e o tornando ainda mais interessante ao ser observado de perto. Ele, portanto, se torna uma contraparte da senhora da casa, da qual é temente a Deus e respeitando os pensamentos do seu falecido marido e sempre pensando no que ele faria se caso ele estivesse vivo.

Em certa ocasião eu ouvi dizer que "Pulp Fiction" (1994) do mestre Quentin Tarantino é um filme cristão com relação a sua visão do mundo dos gângsters perante situações que os levam a querer escolher uma vida normal ao invés do mundo do crime. Se formos simplificar por esse lado, portanto, "Matadores de Velhinhas" talvez seja o filme mais cristão dos irmãos Coen, já que a pobre senhora se mantém fiel no que acredita e fazendo disso o seu escudo para se proteger do grande perigo que lhe assombra mesmo quando a própria mal está sabendo disso. Enquanto isso, o grupo de ladrões passam por diversos obstáculos, como se estivessem sendo testados antes de adentrarem ao paraíso da riqueza que tanto desejam, mas que talvez não seja exatamente por aí que eles deveriam ir.

O ato final sobre o destino de cada um deles soa tão absurdo que acaba se tornando divertidíssimo e que só não supera se formos comparar ao ótimo "Queime Depois de Ler" (2008) também dos irmãos Coen. Curiosamente, o filme também possui vários simbolismos como no caso do curioso gato que observa tudo e que posteriormente se torna o protagonista nos minutos finais da trama e fechando ela de forma enigmática. Sendo ato divino ou não, os irmãos Coen sabem como ninguém brincar com as nossas expectativas.

"Matadores de Velhinha" é uma comédia sombria bem ao estilo dos irmãos Coen e cuja a imprevisibilidade da trama nos soa absurda e contagiante. 

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