Sinopse: A trajetória de Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum, dos Trapalhões. A infância pobre, a carreira militar, a relação com a Mangueira e o sucesso com o grupo Originais do Samba, além dos bastidores como integrante dos Trapalhões.
Quando penso no Mussum logo me vem à mente o programa humorístico "Os Trapalhões", sendo que eu cresci justamente na fase de ouro desse quarteto e de tempos em que o humor politicamente incorreto atraia milhares de brasileiros. A figura do Mussum por si só acabou fazendo parte da nossa cultura brasileira, sendo que Antônio Carlos Bernardes Gomes não só tinha um talento incrível de nos fazer rir, como também fez parte da história da nossa música em si. Portanto, "Mussum, O Filmis" (2023) pode até ter uma reconstituição resumida sobre esse grande talento, mas que nos conquista de imediato e nos despertando em nós o desejo de revistarmos tempos mais dourados do humor brasileiro.
Dirigido por Silvio Guindane e roteirizado por Paulo Cursino, com base no livro Mussum - uma história de Humor e Samba, de Juliano Barreto. A trama mostra a história real sobre a vida e trajetória de Antônio Carlos Bernardes Gomes, popularmente apelidado de Mussum - interpretado, no filme, pelo ator Ailton Graça (Carandiru, Travessia). Tendo crescido como um garoto pobre, filho de empregada doméstica analfabeta e com passado militar, Mussum ficou conhecido por ter se tornado um dos maiores humoristas do Brasil. Além de fundar o grupo musical Os Originais do Samba, ele encontrou seu caminho para a fama na televisão após se unir ao famoso quarteto Os Trapalhões.
O filme poderá frustrar aqueles que esperam uma reconstituição sobre os fatos que envolvem Os Trapalhões, sendo que neste último caso isso fica em segundo plano, já que o filme se dedica somente a figura de Mussum, mas é exatamente isso que o torna especial. Nós o vemos ainda na infância, sendo cuidado por uma mãe que deseja o melhor para o seu filho, mas não tendo uma noção de como ele chegaria tão longe. A partir daí vemos esse jovem se tornando gradualmente um talento somente equiparado ao Grande Otelo e que os realizadores da cinebiografia fizeram questão de trazê-lo na adaptação, pois o mesmo foi responsável por uma pequena peça central que daria início a carreira de Antônio Carlos Bernardes Gomes.
O filme em si traz uma reconstituição precisa dos anos setenta e oitenta, onde havia um Brasil mais colorido, ousado e sedutor. A figura do Mussum seguia de acordo com a maneira em que o público e os artistas o viam, mas o mesmo foi muito além, como se houvesse uma espécie de força da qual o fez contornar diversos obstáculos, mesmo custando um alto preço em alguns momentos. E se essa força conseguimos sentir muito se deve a interpretação de Ailton Graça.
Conhecido pelos cinéfilos desde "Carandiru" (2003), Graça consegue encarnar o eterno Mussum de uma forma assombrosa, onde todos os trejeitos e o modo de falar me fizeram voltar no tempo quando via o comediante roubando o espetáculo nos Trapalhões. Ao mesmo tempo, o intérprete consegue muito bem transitar entre os momentos de humor e dramáticos, principalmente com relação aqueles em que o artista teve que passar, mas jamais perdendo a força de vontade que obteve ao longo de sua escala para o sucesso. Claro que, infelizmente, ficaram de fora algumas passagens de sua vida nesta adaptação, mas nada que comprometa o resultado final, pois afinal, nem tudo pode ser descascado, mas sim somente o essencial para termos uma ideia da importância do artista como um todo.
"Mussum, o Filmis" é uma cinebiografia que sintetiza sobre quem foi realmente Antônio Carlos Bernardes Gomes, mesmo quando frusta aqueles fãs que desejariam ir mais a fundo sobre a sua vida pessoal do seu grande ídolo de infância.
Onde Assistir: Google Play Filmes, Apple TV e Youtube.
aça parte:
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