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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Cine Especial: Próximo Cine Debate - 'Amor Esquecido'

Sobre o Filme: 

Quando um longa é baseado em um livro de sucesso sempre poderá render um grande sucesso ou um grande fracasso. O problema sempre cai na questão em saber como levar a linguagem literária para o filme, pois basta pegarmos exemplos como adaptação de "O Código Da Vinci" (2006) para constatarmos que fidelidade ao extremo não é sinônimo de qualidade. "Amor Esquecido" (2023) é baseado em um livro que eu não li, mas se percebe que os realizadores quiseram transitar em ser fiel a sua fonte como também fazer cinema e o resultado tornasse parcial diga-se de passagem.

Dirigido por Michal Gazda, o filme é uma adaptação cinematográfica do romance de Tadeusz Dolega Mostowicz, publicado em 1937. A trama é sobre um médico renomado que perde a família e a memória e se transforma num andarilho sem perder princípios éticos e habilidades da medicina. Ao mesmo tempo, conhecemos pessoas importantes vindas do seu passado e das quais ele vai reencontrando.

Com mais de duas horas e vinte de duração se percebe que os realizadores se empenharam em ser fiel ao máximo ao livro, pois nota-se que os inúmeros desdobramentos da trama é algo corriqueiro quando se lê um volume, principalmente aqueles que se tornaram clássicos no seu devido tempo. Porém, se o já citado "O Código Da Vinci" foi falho neste quesito, ao menos aqui o diretor Michal Gazda não parece estar dirigindo no piloto automático, pois o mesmo procura obter a nossa atenção ao inserir um ritmo um tanto que dinâmico em algumas passagens da trama, mesmo quando elas se estendem por demais em algumas ocasiões. Neste último caso, o filme se alonga mais do que deveria, não somente pelas várias perguntas que o protagonista busca em sua jornada, como também devido as suas subtramas como no caso, por exemplo, da sua filha e de sua história de amor que, por vezes, é muito forçada.

O filme somente ganha maior atenção graças ao desempenho de Leszek Lichota, que aqui faz um protagonista confuso, mas que segue em frente em busca de saber sobre qual é o seu verdadeiro passado. Curiosamente, é um personagem construído para fazer com que nos identifiquemos com ele, pois embora não tenhamos amnesia ao longo da vida, sempre desejamos lá no fundo uma vez ou outra em viajar pelo mundo sem rumo e saber ao certo sobre qual é o seu verdadeiro papel nesta história. Pode ser um tanto que forçada essa minha observação, mas me veio ao concluir a sessão.

Mas assim como eu disse acima o filme falha ao se estender por demais, principalmente em sua uma hora final que por vezes me passou a sensação de que tudo poderia ser resolvido em menos de duas horas. A intenção pode parecer boa até certo ponto com relação a fidelidade na adaptação. Porém, em tempos em que séries e minisséries de qualidade se tornaram corriqueiras em nosso dia a dia, talvez a adaptação tivesse se tornado melhor neste formato ao invés de ser todo condensado em uma produção de mais de duas horas.

"Amor Esquecido" é um exemplo de produção em que a fidelidade a sua fonte não é sinônimo de qualidade, mesmo com alguns pontos positivos que lhe dão destaque. 

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