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domingo, 3 de setembro de 2023

Cine Especial: Próximo Cine Debate - 'Memórias de uma Gueixa'

Sobre o Filme: Quando o livro que originou o filme foi lançado em 1997, pelo autor Arthur Golden, Hollywood logo entrou em polvorosa, devido ao sucesso estrondoso de vendas – ficou na lista dos mais vendidos do jornal The New York Times por mais de dois anos. Um grande épico romântico e exótico resultaria em uma atração grandiosa e de grande apelo. Quem comprou os direitos de adaptação foi o produtor Douglas Wick, que venceu o Oscar por "Gladiador" (2000) e que logo depois produziu "Soldado Anônimo" (2005). Ele chamou para dirigir ninguém menos que Steven Spielberg, que depois de várias tentativas, acabou desistindo do projeto por não conseguir conciliar as filmagens com sua atribulada agenda, assumindo somente a produção.

A cadeira de direção então foi parar nas mãos de Rob Marshall, que tinha acabado de finalizar seu primeiro filme, o oscarizado "Chicago" (2002).  Marshall, famoso coreógrafo da Broadway e que demonstrou talento no referido musical, aqui prova que também tem talento por trás das câmeras: é seguro, de senso estético apurado e... convencional, como a história exigia. Uma pena que a roteirista Robin Swicord, de filmes de temática feminina como "Adoráveis Mulheres" (1994) e "Da Magia à Sedução" (1998), não tenha conseguido fugir das armadilhas de uma adaptação de um livro e ficando preso por demais a sua fidelidade. 

Ao menos o filme consegue dar uma verdadeira aula sobre os costumes dessas belas mulheres que vivem em um mundo próprio e misterioso, cheio de glamour e prestígio. Vestidas em quimonos caríssimos, com pinturas que induzem a sensualidade e o desejo masculino, elas participavam de banquetes com os homens mais bem sucedidos do Japão. Para se tornarem grandes artistas, as gueixas precisavam passar anos treinando dança, canto e aprendendo a tocar o shamisen, um instrumento de cordas.

Ao contrário do que muitos pensam (e algumas críticas julgaram mal), as gueixas são artistas que usam seu poder feminino para entreter os homens poderosos, e não são prostitutas. Se me permitem fazer um breve comentário histórico para justificar essa afirmação, ser gueixa nunca foi ilegal, ao contrário da prostituição, ilegalizada em 1957 no Japão. Elas precisavam respeitar a lei que proibia gueixas se envolverem com prostituição, mas nem todas respeitavam, levando muitas pessoas a associarem-nas com prostitutas, mesmo porque na cultura oriental, uma gueixa famosa precisa de um danna, uma espécie de cliente (na maioria, homens casados) que financia os gastos e em troca passa a ter relações com as artistas, não implicando uma relação sexual, pois é a gueixa quem escolhe se quer ou não se envolver sexualmente com seu danna.

Infelizmente, porém, com razão, a comunidade cinematográfica japonesa e chinesa, se tornou um ato absurdo o fato de Marshall ter usado as três atrizes mais conhecidas do cinema chinês  no papel de personagens japonesas em vez de utilizar a mão-de-obra local. Foi criticado até pelo chinês Chen Kaige do filme "Adeus Minha Concubina" (1993), que afirmou que suas conterrâneas não conseguiam captar as expressões faciais exigidas, "muito enraizados na cultura japonesa para serem interpretados por estrangeiras".

Porém, não se pode culpar as escolha dos produtores, pois as respectivas atrizes fizeram o que tiveram em mãos e nos deram um ótimo trabalho. Ziyi Zhang vinha de grandes sucessos como "O Tigre e o Dragão" (2000) e aqui ela se sai bem em um papel dramático, mesmo que em alguns momentos o roteiro a force a ser melodramática no sentido errado. Já a veterana Michelle Yeoh nos passa uma atuação econômica, mas digna de nota, ao ser uma espécie de mestra para a protagonista e ensina-la a como sobreviver nesta vida.

Embora com todas as polêmicas o filme fez um sucesso até mesmo inesperado e obtendo diversos prêmios incluindo três Oscars. Em tempos de hoje politicamente corretos se fosse adaptado atualmente seria praticamente impossível manter as mesmas escolhas daquela época. Talvez pudesse se tornar uma adaptação até mesmo melhor, mas não tira o brilho da super-produção como ela é e como foi feita em seu tempo. 

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