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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 29 de julho de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'A Assistente'

Sinopse: Jane (Julia Garner) é uma aspirante a produtora de cinema que recentemente conseguiu seu emprego dos sonhos como assistente júnior de um poderoso magnata do entretenimento.  

O recente filme "O Escândalo" (2019) retrata os inúmeros casos de assédio que o produtor da Fox News havia cometido contra as suas funcionárias ao longo das décadas. O filme veio justamente na esteira em que vários diretores e produtores Hollywood foram colocados na parede ao serem denunciados por terem cometidos crimes graves contra atrizes durante muito tempo. "A Assistente" (2019) é somente a ponta do iceberg sobre esses acontecimentos, mas que sintetiza o lado cru por detrás das cortinas desse universo do entretenimento.
Dirigido pela diretora Kitty Green, o filme aborda a vida de Jane, interpretada pela ótima jovem atriz Julia Garner da série "Orzak", uma aspirante a produtora de cinema que recentemente conseguiu seu emprego dos sonhos como assistente júnior de um poderoso magnata do entretenimento. O dia dela é muito parecido com o de qualquer outra assistente. Mas, à medida que Jane segue sua rotina diária, ela começa a perceber todos os abusos que envolvem seu ambiente de trabalho e sua posição profissional.
Antes de falar sobre o filme em si é preciso relembrarmos sobre Harvey Weinstein. Para os desavisados, Weinstein era um bem sucedido produtor de cinema, fundador da produtora Miramax, que entre os títulos do estúdio se encontra  “Pulp Fiction: Tempo de Violência” (1994), “O Paciente Inglês” (1996), “Cold Mountain” (2003) e dentre outros. Porém, em 2017, Weinstein foi acusado de abuso sexual por mais de 80 mulheres, muitas delas suas funcionárias. Tais acusações deram início ao movimento #MeToo, criado nas redes sociais onde mulheres de todo o mundo vieram a público denunciar a conduta imprópria de diversos homens poderosos. O ápice dessa situação aconteceu quando o movimento também foi apelidado de “O Efeito Weinstein”. Nem preciso mencionar que a carreira do produtor de cinema foi para o fundo do ralo e de forma merecida.
Weinstein não aparece em "A Assistente" e ninguém menciona seu nome durante a projeção, mas isso se torna mero detalhe. O que torna poderoso o filme da diretora Kitty Green é graças a sua sutileza que ela cria na construção de sua narrativa. Praticamente o filme é protagonizado pela personagem Jane e da qual ela se torna o nosso olhar com relação àquela realidade.
Com um enquadramento em que foca os principais afazeres de Jane, acompanhamos o seu dia a dia no escritório, desde os afazeres mais simples como também os mais complexos. Porém, na medida que o filme avança, a protagonista começa a sentir a pressão em sua volta, principalmente quando determinadas ligações testam os seus nervos e sua autoestima. Julia Garner nos brinda aqui com a sua melhor atuação da carreira, cujo o seu olhar transita entre a segurança para momentos de perplexidade mesmo ela não demonstrando em situações que exige sangue frio infelizmente.
Curiosamente, o filme oscila tanto em momentos dramáticos, como também de puro suspense psicológico. Em tempos em que monstros clássicos perderam o seu lugar para monstros mais realistas, ou seja, o próprio lado sombrio do ser humano, o filme se casa muito bem com a realidade nebulosa em que nós vivemos. Como já citado acima, nós nunca testemunhamos o produtor assediador da trama, mas sua presença é sentida a todo momento, seja através das consequências dos seus atos, como também do olhar da protagonista que nos diz tudo.
Aliás, o grande acerto do filme é não do uso de cenas politicamente incorretas ou algo do gênero para que a trama se torne chocante, pois basta uma boa direção como essa para que se faça toda a diferença. Talvez o ápice do filme é quando a protagonista pede ajuda com relação ao que está acontecendo em seu ambiente de trabalho, mas para somente perceber o quanto ela se encontra encurralada em um sistema cheio de regras e criado por homens machistas que acreditam que podem fazer o que bem entender. A sutileza do filme é algo sublime e que o torna obra indispensável para ser vista e discutida daqui para frente.
"A Assistente" é um filme sobre o antes e depois dos escândalos recentes de Hollywood, mas que serve também como reflexão para que as mulheres não se calem perante os horrores vindo dos próprios homens. 


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3 comentários:

Rose Porto Allegre disse...

Sim,mas eu ainda alerto pro fato de que a grande questão é as próprias mulheres deixarem de se tratar como corpo,mãe,bonita,magra e na hora de mostrarem intelecto,criação artística aceitem papéis de produtoras.No Cinema,atualmente apenas 3% são diretoras.E as próprias não levam fé no seu taco.Prefetem fazer papéis secundários.O que torna a nossa luta,mais complicada.

Rose Porto Allegre disse...

Sim,mas eu ainda alerto pro fato de que a grande questão é as próprias mulheres deixarem de se tratar como corpo,mãe,bonita,magra e na hora de mostrarem intelecto,criação artística aceitem papéis de produtoras.No Cinema,atualmente apenas 3% são diretoras.E as próprias não levam fé no seu taco.Prefetem fazer papéis secundários.O que torna a nossa luta,mais complicada.

Rose Porto Allegre disse...

Sim,mas eu ainda alerto pro fato de que a grande questão é as próprias mulheres deixarem de se tratar como corpo,mãe,bonita,magra e na hora de mostrarem intelecto,criação artística aceitem papéis de produtoras.No Cinema,atualmente apenas 3% são diretoras.E as próprias não levam fé no seu taco.Prefetem fazer papéis secundários.O que torna a nossa luta,mais complicada.