Sinopse: Capiapó,
Chile. Um desmoronamento faz com que a única entrada e saída de uma mina seja
lacrada, prendendo 33 mineradores a mais de 700 metros abaixo do nível do mar.
Eles ficam em um lugar chamado refúgio e, liderados por Mario Sepúlveda
(Antonio Banderas), precisam racionar o alimento disponível. Paralelamente, o
Ministro da Energia Laurence Golborne (Rodrigo Santoro) faz o possível para
conseguir que os mineiros sejam resgatados, enfrentando dificuldades técnicas e
o próprio tempo.
O filme Os 33,
dirigido pela mexicana Patricia Riggen baseia-se no livro do jornalista
norte-americano Hector Tobar, narrando a odisseia dos mineiros que permaneceram
quase setenta dias nas profundezas da montanha, tentando resistir, com restrição
de comida e água, além de tentarem manter as baterias dos meios de iluminação,
seja dos capacetes que usavam seja dos spots no espaço que estava dedicado aos
intervalos de jornadas e sobrevivência em caso de acidente. O roteiro de Mikko
Alane, Craig Borten, José Rivera e Michael Thomas foi talvez à pedra no sapato para a adaptação do livro de Tobar. A empresa de Hollywood 20th Century Fox adquiriu
os direitos de filmagem e começou exigindo as falas em inglês para americano
comum entender.
A diretora então
achou coerente colocar seu elenco falando com um sotaque como os personagens
dos westerns ou os hispanos que se ouvia antigamente. Pesares a parte, há seqüências
verdadeiras incluídas no trabalho. O caso das transmissões de TV e algumas
cenas do acampamento que se formou nas vizinhanças da mina onde os familiares
dos soterrados, depois a imprensa em geral, permaneceram acompanhando as
tentativas de resgate. E é nestas tentativas que reside o suspense ainda
preservado na apreciação do filme, mesmo todos nós já sabendo como tudo irá terminar.
Os 33 consegue ser,
apesar de manter determinados moldes ridículos para americano entender, é um filme deveras intenso,
onde a ação se modula pela eficiente montagem a partir de planos tomados em
câmera manual e uma bem equilibrada iluminação responsabilidade do fotografo Checco
Varese. Infelizmente o filme não dá espaço para todos os personagens, já que o
numero é grande. O líder do grupo, interpretado por Antonio Banderas, é talvez
o que melhor se destaca, mas isso já era mais do que esperado vindo do
veterano ator.
Do lado de fora da
mina, há tipos como o de Maria (Juliette Binoche), mulher que espera o irmão
mesmo com certo atrito entre eles. Embora num papel pequeno, Juliette sempre
rouba a cena quando surge, mesmo sendo uma francesa atuando num papel chinelo e
que com certeza muitos acharam meio estranho isso. Na verdade a maioria dos
personagens que se destacam nem são
interpretados por atores chinelos, sendo que temos até o nosso Rodrigo
Santoro ensaiando um estereótipo que leva o drama dos mineiros à dimensão
política e se sobressai nessa atuação representando a única pessoa do governo
do presidente Sebastian Piñera a manter o objetivo de tirar os 33 soterrados do
local, uma vez que o Ministério de Minas considera um caso encerrado já nos
primeiros dias do acidente. Mas em 27 de
agosto é criado a Superintendência de Minas.
Os 33, embora nada
acrescente ao que se sabe de um fato amplamente divulgado no mundo todo merece
ser visto. E fica para o cinéfilo um caso de consciência ao saber por legendas
que os homens que por pouco não morreram em serviço não foram indenizados (e
certamente perderam o emprego, pois a mina fechou). Eles aparecem no final da
projeção festejando estarem vivos e se dizendo sempre irmãos.
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