NOTA: Filme exibido na
ultima sessão Aurora da Sala P.F Gastal da Usina do Gasômetro de Porto Alegre.
Sinopse: Após vários
anos Irena Gallier (Nastassja Kinski), uma sensual e jovem mulher, encontra
Paul (Malcolm McDowell), seu irmão, e descobre horrorizada que pertencem a uma
tribo que, na hora do sexo, se transforma em panteras assassinas. Como está
apaixonada, mas ainda é virgem, teme em se transformar quando estiver ao lado
do diretor do zoológico Oliver Yates (John Heard), o homem que ama.
Paralelamente é assediada pelo irmão, que diz que a única relação sexual
possível que diz que ela pode ter um relacionamento incestuoso com ele, assim
como aconteceu os pais deles, que também eram irmãos e carregavam a mesma
maldição.
Embora seja uma
refilmagem do Sangue de Pantera da década de 40, é preciso ter em mente que
ambos os filmes são obras razoavelmente diferentes, que, no entanto possuem o
mesmo ponto de partida. Isso ocorre muito em parte devido à diferença temporal
entre as duas versões, aliada ao enfoque que cada diretor aplicou à sua visão
de filme.
Na versão de 1982, o
filme começa com a chegada da jovem Irena Gallier (Nastassja Kisnki) a New
Orleans, quando ela é recepcionada pelo irmão Paul (Malcolm McDowell), o qual
ela ainda não conhecia e em cuja companhia a moça irá começar uma nova vida. Os
constantes desaparecimentos do irmão coincidem com o surgimento abrupto de uma
pantera em plena área urbana, logo capturada e levada ao zoológico, cujo
curador, Oliver (John Heard), acaba por conhecer e se apaixonar por Irena
quando esta faz uma visita à ala dos animais selvagens e se vê fascinada pela
pantera capturada. O envolvimento dos dois provoca uma reviravolta na vida de
Irena, que é surpreendida por novas sensações, instintos e segredos inomináveis
revelados por seu irmão, que remetem a uma maldição secular que a proíbe de se
envolver com outra pessoa sem ser afetada por uma terrível transformação.
Enquanto no original
a sugestão era a responsável pela construção do mistério e do suspense, agora é
o horror gráfico, com direito a muito sangue, nudez e até mesmo um súbito
desmembramento, que se encarrega de garantir o interesse na história, cujo
aspecto fantástico é bem mais acentuado. No quesito suspense, quem sai perdendo
nessa disputa é com certeza o filme de Schrader, que recorre ao choque, a
alguns sustos e à índole voyeurística da plateia para imprimir uma combinação
estranha de horror e sexo que de certa forma viria a se tornar a marca
registrada do seu filme. Dúvidas quanto à natureza bestial dos humanos que se
transformam em felinos após fazerem sexo e precisam matar para voltarem à
normalidade? Nada disso, Schrader mostra tudo e mais um pouco, para falar a
verdade. Quando o diretor tenta estabelecer um suspense mais sutil, como na
famosa cena da piscina, que permaneceu nesta refilmagem e é protagonizada por
Annette O'Toole (de topless, claro), o resultado soa nada menos que forçado e
gratuito dentro do contexto da história.
O forte do filme está
mesmo em sua produção mais caprichada, na presença simplesmente estonteante de
Nastassja Kinski, ainda com rostinho de ninfeta, e na trilha sonora climática
de Giorgio Moroder (David Bowie faz a canção-tema, que vai muito bem até a
metade e, ainda bem, só toca completamente nos créditos finais). Tivesse a
escolha da protagonista sido outra, com certeza o resultado desta refilmagem
seria bem menos razoável, já que Nastassja Kinski e sua personificação de
"pantera" praticamente seguram todo o filme. Principalmente devido à
sua cena final, Kinski e sua personagem se converteram num dos maiores fetiches
da história do cinema.
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