Estreia no
CineBancários, dia 27 de março, Em Busca de Iara, documentário de Flavio
Fredericoque resgata a vida de Iara Iavelberg. Jovem estudante de família
judia, Iara deixou para trás uma confortável vida familiar para engajar-se na
resistência armada à ditadura militar. Vivendo na clandestinidade, conhece o
ex-capitão Carlos Lamarca, com quem vive uma intensa paixão até o assassinato
de ambos, em 1971. Com cuidadosa pesquisa de documentos, imagens de arquivo e
entrevistas, o filme reconstrói, a partir de uma investigação pessoal da
sobrinha de Iara, Mariana Pamplona, a vida da guerrilheira e desmonta a versão
oficial do regime, que atribui sua morte a um suicídio.
No dia 1º de abril,
data que marca os 50 anos do golpe militar de 1964, o CineBancários, em
parceria com a Comissão Estadual da Verdade e a Kinoscópio, convidam para a
sessão especial de EM BUSCA DE IARA. Estarão presentes o diretor do filme,
Flávio Frederico, e o Professor Oneide Bobsin, membro da Comissão Estadual da
Verdade, para um bate-papo com o público após a exibição. Milton Ribeiro,
jornalista e editor do Sul 21, fará a mediação. A entrada é franca.
2003. Após uma longa
e cansativa disputa judicial, a família de Iara Iavelberg consegue o direito de
exumar o corpo da guerrilheira para provar que sua morte, ocorrida em 20 de
agosto de 1971, não decorreu de um suicídio conforme forjado pela ditadura
militar, mas sim de um assassinato cometido pelos orgãos de repressão.
Iara nasceu em São
Paulo em 1944 numa família judia. Ingressou no curso de Psicologia da USP em
1963, quando este ainda estava incorporado à Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras na rua Maria Antônia, centro de agitação política. Cativou os amigos e
companheiros de militância com sua inteligência, formação política, carisma e
simpatia. ?O sorriso dela não era de charminho nem convencional ou de
estereótipo. Ela sorria inteira, alma e corpo. Havia uma alegria nela da qual o
sorriso era a expressão?, lembra o filósofo João Quartim de Moraes.
Teve atuação
destacada no movimento estudantil, presidindo a AUEPE (Associação Universitária
dos Estudantes de Psicologia), o centrinho, atual Centro Acadêmico Iara
Iavelberg da USP. Militou inicialmente na POLOP (Organização Revolucionária
Marxista ? Política Operária), migrando posteriormente para a VPR (Vanguarda
Popular Revolucionária) e MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro). É
quando conhece Carlos Lamarca, o capitão que desertou do Exército para
ingressar na resistência armada à ditadura. Surge uma intensa paixão que
duraria até o assassinato brutal de ambos, mas permaneceria na memória por meio
dos diários de Lamarca.
Tomando como ponto de
partida a investigação de Mariana Pamplona para recuperar o passado da tia, o
documentário Em Busca de Iara reconstrói a vida da guerrilheira em todas as
suas facetas. Apoiando-se numa cuidadosa e extensa pesquisa de documentos e
imagens, além de entrevistas com os protagonistas da vida de Iara e do Brasil
na virada da década de 60, o filme desmonta a versão oficial do suicídio e dá
sua contribuição para que revisitemos nosso passado, desmascarando as
atrocidades cometidas no período da ditadura militar (1964-1985).
EM BUSCA DE IARA, de
Flavio Frederico. Argumento e Roteiro de Mariana Pamplona. Brasil, documentário,
91 minutos. Produtora: Kinoscópio Cinematográfica.
CineBancários
(51) 34331204 /
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