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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 10 de março de 2014

Cine Dica: Em Cartaz: ATÉ O FIM



Sinopse: Em uma viagem solo ao Oceano Índico um homem acorda e encontra seu veleiro de 39 pés inundando após colidir com um contêiner que flutua à deriva em alto-mar. Com seus equipamentos de rádio e navegação quebrados o homem navega a esmo a caminho de uma tempestade violenta. Apesar do sucesso em remendar o buraco feito pelo contêiner sua intuição de marinheiro e os anos de experiência no mar o homem quase não sobrevive à tormenta. Usando apenas um sextante e mapas náuticos ele precisa confiar nas correntes marítimas para quem sabe chegar a uma rota náutica encontrar outra embarcação. Mas o sol impiedoso tubarões à espreita e os poucos suprimentos que restam levam o engenhoso navegante a encarar a morte frente a frente.



Homem x natureza já rendeu inúmeros bons filmes, onde se coloca o protagonista no limite e em busca da sua sobrevivência. Aqui, acompanhamos a luta pela vida do personagem interpretado por Robert Redford, que vê seu veleiro gradualmente se tornar inútil perante o oceano, após ter colidido com um contêiner. O grande charme do filme é não poupar o protagonista para um descanso, pois gradualmente seu transporte vai se tornando inútil e ao mesmo tempo perigoso para si próprio.

Mesmo com os seus 77 anos nas costas, Robert Redford surpreende num papel em que se exige muito do lado físico da pessoa, que tenta sempre sobreviver a cada dia que passa em auto mar. O que temos no filme é a desconstrução de um personagem, em que aos poucos vê o seu transporte se destruindo, para daí então se tornar uma arma contra si própria. O grande charme está no fato de vermos aquele cenário em alto mar aos poucos se desintegrando e fazendo com que a protagonista lute para não perder sua própria sanidade.   

Até o fim é um filme raro de se ver, já que quase não há diálogos, pois não tem como, sendo que é somente um personagem em cena. Quando ele vai soltar algumas palavras, é somente quando ele pede socorro no radio ou quando fala um palavrão em auto bom som após suas tentativas de sobreviver fracassam. O diretor J. C. Chandor demonstra ser um verdadeiro perfeccionista nas cenas, onde destrincha todo aquele ambiente que aos poucos vai mudando, assim como o protagonista, tanto fisicamente como mentalmente.

Com uma belíssima trilha sonora que sintetiza o terror de se estar só no meio do oceano, Até o fim somente peca nos seus segundos finais, que da a ligeira sensação de se estar assistindo dois finais diferentes e que se destoa um pouco á real proposta do filme.  
 

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