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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Cine Dica: Em Blu-Ray e DVD: WRONG




Sinopse: Dolph perdeu seu cachorro, Paul. O misterioso Mestre Chang poderia ser a causa desse desaparecimento. E o detetive Ronnie poderia ser a solução. Já Emma, a vendedora de pizzas, seria um remédio, e o jardineiro seria apenas uma diversão? Ou o contrário. Pois Paul foi embora, e Dolph perdeu a cabeça.



Pode-se imaginar um pneu de carro como protagonista de um filme? 


Foi mais ou menos isso que o diretor Quentin Dupieux havia apresentado em seu primeiro filme em 2010, chamado Rubber e que deu o que falar. Como resultado, muitos esperavam que o seu próximo filme fosse no mínimo mais bizarro do que aquilo, mas no fim das contas ele seguiu pela formula mais tradicional de se contar uma historia em Wrong, porém não menos inusitada. 

Se formos simplificar Wong, seria um filme que vai contra as expectativas do cinéfilo que assiste. Vejamos: um furgão está queimando na estrada, mas em vez dos bombeiros  fazerem alguma coisa, eles ficam relaxados jogando a conversa fora e um deles chega ao cumulo de ficar sentado na privada lendo jornal enquanto o veiculo continua pegando fogo. Mas nada supera quando o protagonista Dolph (Jack Plotnick) vai para o seu trabalho (área de turismo), mas quando chega lá, o escritório está sempre chovendo lá dentro.   

Talvez essas situações que nos são apresentadas, faça com que a gente não ache tão absurda o fato de o protagonista ficar tão dependente do seu cachorro, que por sinal, desaparece no inicio do filme e culminando numa série de eventos que irá afetar não só o ele como outros que se encontram a sua volta. No momento que o cachorro some, Dolph age das formas mais estranhas possíveis, dando a entender que algo talvez esteja sendo conspirado contra ele. Isso culmina na ligação que ele faz para uma atendente de pizza, sendo que esta ultima (interpretada por Alexis Dziena) fique perdidamente apaixonada por ele mesmo sem vê-lo

Através dessa atendente compreendemos que o diretor quer passar um recado sobre o fato que as pessoas estão cada vez mais carentes atualmente, mesmo que exista  cada vez mais a idéia de cada um querer a sua independência e não ficar muito prisioneiro da pessoa próxima. Neste ultimo caso, isso é muito bem representado pelo jardineiro de Dolph, interpretado por Eric Judor, que embora tenha tal profissão, vai também contra a expectativa do cinéfilo, pois ele fala francês e fica desenhando a todo o momento com relação ao que vê. Por ele, vemos a representação do homem que busca diversão rápida e que não deseja nenhum compromisso, sendo que a própria idéia de se sentir preso a uma pessoa próxima, lhe faz provocar um pesadelo no mínimo desconcertante.

Tem-se então uma verdadeira teia de eventos sobre carência, a falta de afeto e o que faz da pessoa querer encontrar tudo isso através do seu bicho de estimação. O que acaba então se criando até mesmo um elo mental entre o dono e o animal, que por sinal, é exemplificado pelo personagem Master Chang (William Fichtner), que se torna peça fundamental para os eventos que acontecem durante o filme. Tudo isso moldado num humor negro delicioso, onde os personagens se interagem um com outro de uma forma com que eles ajam como se estivessem numa realidade que não pertencem a eles e que fazem desejarem não querer estar ali naquele momento. 

Pode-se dizer que até pode ter um final feliz na jornada de Dolph com relação à busca pelo seu cão, mas ao termino da sessão, se tem a leve sensação que aqueles personagens estão mais sozinhos naquele mundo do que nunca. Dando a entender então, que as pequenas coisas da vida acabem por então se tornando o essencial, para as pessoas terem num mínimo um pouco de felicidade numa vida confusa que eles possuem e que no fundo não desejam estar nesta posição.    



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