UMA VERSÃO SUPERIOR EM TODOS OS ASPECTOS E QUE FALA POR SI.
sinopse: O filme acompanha o bêbado grosseiro e totalmente destemido comissário Rooster Cogburn. O rabugento Rooster é contratado por uma decidida garota para encontrar o homem que matou seu pai e fugiu com as economias da família. Quando a nova patroa de Cogburn insiste em acompanhá -lo na empreitada voam faíscas. Mas a situação vai de problemática a desastrosa quando o inexperiente mas entusiasmado Texas Ranger entra na festa.
O Bravura Indômita 1969 ficou na lembrança de muitos por ter sido o filme que deu o único Oscar na vida para John Wayne. Assistindo o filme hoje percebo que o prêmio dado ao ator foi uma espécie de tributo pela sua fantástica carreira ao longo dos anos, já que seu papel como Rooster não apresentava muitos desafios e como sempre John Wayne era sempre John Wayne. O que nos leva ao nosso presente, com os irmãos Coen fazendo não só uma refilmagem, mas uma obra bem mais fiel ao livro que deu origem e mesmo com a aura de “nova versão”, o filme fala por si.
Ao começar pela (logicamente) boa direção dos irmãos que novamente exploram um tom de humor negro na trama com personagens humanos mas não menos que excêntricos. Os diretores já haviam namorado um pouco com o gênero em uma espécie de faroeste contemporâneo em Onde Os Fracos Não Têm Vez, mas é aqui que todos os elementos do velho e bom faroeste retornam as telas, mesmo com uma historia já bastante conhecida pelos cinéfilos. O bom é que eles foram ousados em adotar um ritimo lento no filme para dar maior destaque na personalidade e caracteristicas de cada um dos personagens, portanto não esperem algo do gênero como tiroteios e mortes aos montes, elas existem, mas acontecem em momentos certeiros quando o espectador acha que esta faltando algo para acontecer.
Como sempre, os diretores foram felizes na escolha do elenco e o que posso dizer é que Jeff Bridges se saiu muito bem do que o próprio lendário Wayne. Enquanto o veterano ator fazia “mais do mesmo” na produção de 1969, Bridges simplesmente desaparece no personagem. O que vemos não é o ator e sim o personagem Rooster, com todos os seus trejeitos de uma vida marcada pela dor e bebedeira, Bridges esta maravilhoso neste papel e é mais uma prova que sua velhice ao longo dos anos serviu para melhorar mais ainda suas boas performances nas telas. Matt Damon e Josh Brolin cumprem bem seus papeis, esse ultimo alias se revelando cada vez melhor em cada filme que atua. Mas nenhum deles é a grande força matriz da produção e sim a jovem estreante Hailee Steinfeld. Se na versão de 1969 Kim Darby possuía energia o suficiente para roubar a cena, Hailee Steinfeld possui seriedade, energia em dobro, presença e segurança perante aos veteranos em cena e não é a toa que ganhou uma merecida indicação ao Oscar, provando que essa jovem promissora atriz ira mais longe.
Mesmo sendo anunciado como uma versão mais fiel ao livro, o filme na realidade possui praticamente seqüências idênticas se comparado ao original, contudo, o que torna esse filme muito superior a produção de 69 é o seu ato final, onde entrega destinos parecidos mas muito mais corajosos aos seus personagens. E o que dizer do belo casamento da fotografia de Roger Deakins com a trilha sonora de Carter Burwell, cheia de poesia, beleza e tragédia eminente e desde já, uma das mais belas seqüências que eu já vi recentemente no cinema.
Com o maior sucesso da carreira em mãos e com razão, Ethan Coen, Joel Coen provaram que podem continuar sempre mantendo suas visões particulares de fazer seus filmes, seja vindo da cabeça de ambos, seja uma repaginada de algo que já deu certo.
Um comentário:
Concordo com vc, Marcelo. Esse remake é bem melhor. O outro era bem fraquinho e o prêmio de John Wayne, de consolação, foi uma injustiça.
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