Quando “Nasce uma Estrela” chegou aos cinemas em 2018 não faltou pessoas desinformadas dizendo que se tratava de uma reconstituição dos primeiros anos de carreira da cantora Lady Gaga. Quando foram assistir no cinema perceberam então que não era bem isso, mas sim uma história de amor com requintes dramáticos, atuações dignas de nota e uma trilha musical de primeira. Porém, essa não é a primeira vez que a história chega aos cinemas.
“Nasce uma Estrela” já tinha obtido três versões anteriores para as telas. A primeira foi em 1937, na versão menos conhecida, estrelada por Janet Gaynor. Em 1954, foi a vez de Judy Garland na pele da protagonista da trama. Barbra Streisand e Kris Kristofferson formaram a dupla principal da versão de 1977. Já em 2018 foi a vez de Lady Gaga e Bradley Cooper que emocionaram o público com a bela, romântica e triste história de amor.
Nas mãos de qualquer outro cineasta, acredito eu, a obra correria sério risco de se tornar uma comédia romântica sem sal e esquecível. Porém, para a surpresa de muitos, coube ao ator Bradley Cooper, não somente atuar em cena, como também dirigir a obra como um todo. O resultado acaba se tornando surpreendente, principalmente por se tratar de seu primeiro trabalho no ramo da direção.
Tendo se tornado conhecido a partir da comédia de grande sucesso “Se Beber Não Case” (2009), Cooper foi construindo aos poucos uma carreira versátil, em filmes como, por exemplo, “O Lado Bom da Vida” (2012) e “Sniper Americano“(2014), onde em ambos os casos ele foi indicado ao Oscar de melhor ator. Nessa nova empreitada, Cooper nos espanta, tanto na frente como por trás das câmeras e tendo total segurança na elaboração de diversas cenas.
Num tom quase documental em diversos momentos, Cooper nos passa um perfeccionismo em cada cena em que ele elaborou, das quais foram pensadas na melhor forma para conquistar quem fosse assistir o longa no cinema. O mais surpreendente é que, além de atuar e dirigir, ele acaba cantando em momentos que fizeram me lembrar da atuação de Jeff Bridges no filme “Coração Louco” (2009), porém, se tornando muito mais intenso. Mas acho que ninguém imaginava que a atuação dele ao lado de Lady Gaga daria tão certo e fazendo com que se tornassem queridinhos do público.
Com uma carreira mais do que sólida no mundo da Música, Lady Gaga decidiu ingressar no universo do cinema não faz muito tempo. Tendo feito participações especiais em “Machete Mata” (2013) e “Sin City 2 – A Dama Fatal” (2014), ambos de Robert Rodriguez, Gaga chamou atenção da crítica pela sua atuação na quinta temporada da série “American Horror History” (2015), do qual lhe valeu um surpreendente Globo de Ouro de Melhor Atriz dramática. No papel de uma cantora decadente que ganha o estrelato graças ao seu amado, Gaga tem o seu primeiro grande papel da carreira, mas que muito se deve também ao Bradley Cooper em cena.
Não é preciso ser gênio para perceber que ela sempre rouba a cena quando solta a voz, principalmente pela música, “Shallow”, da qual foi vencedora do Oscar em 2019 e cantada ao lado de Cooper. Aliás, a química de ambos em cena é o que faz o filme obter um coração próprio, mesmo quando ela não faz nada além do que ser ela mesma. Contudo, vale destacar a cena da banheira, em que ambos os personagens discutem e Gaga se sobressai num momento digno de nota.
Com um elenco de coadjuvante de peso, incluindo Sam Elliott, Andrew Dice Clay, Dave Chappelle e Anthony Ramos, “Nasce Uma Estrela” tinha tudo para dar errado, mas veio a se tornar uma das mais agradáveis surpresas dos últimos anos.
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