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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Cine Dica: Streaming – 'Pinguim'

Sinopse: A série explora a origem e ascensão de Pinguim, um dos vilões mais clássicos do Batman.

Matt Reeves fez o que para muitos parecia impossível, mas com o seu "The Batman" (2022) ele criou um longa que pode muito bem ser equiparado ao filme "Cavaleiro das Trevas" (2008). Neste novo universo estrelado pelo homem morcego, o Pinguim chamou atenção do público mesmo com as suas poucas cenas e muito disso se deve a ótima atuação de Colin Farrell. Com a série "Pinguim" (2024) o vilão ganha um novo patamar até então inédito e nos surpreende a cada episódio.

Na série, acompanhamos a ascensão de Oswald Cobblepot, o Pinguim, um bandido de Gothan City envolvido no submundo de crime e corrupção. A trama foca na vida de Oswald antes de se tornar o grande vilão enquanto ainda era um "ninguém desfigurado" que ajudava o mafioso Carmine Falcone a realizar seus trabalhos. Embora ainda não seja levado a sério como criminoso, Pinguim já demonstra um lado violento e impulsivo, atacando quem entre no seu caminho e atrapalhe seus planos.

Após os eventos vistos em "The Batman" onde o chefe Falcone foi assassinado pelo Charada, Oswald usa todos os meios sujos para crescer no submundo, nem que para isso trabalhe para os dois lados, seja para os Falcone, ou para a gangue rival, os Marrone. É neste jogo de cartas cheio de sangue que vemos o protagonista criar artimanhas que o fazem crescer gradativamente em cada episódio, mas fazendo da sua situação se tornar cada vez mais delicada para dizer o mínimo. Da ala de coadjuvantes se destaca Victor (Rhenzy Feliz), que após tentar roubar as rodas do carro do protagonista logo se torna o seu aliado e adentrando em um universo que jamais imaginava em sua vida.

Porém, quem rouba a cena da série é definitivamente Sofia Falcone e da qual é brilhantemente interpretada pela atriz Cristin Milioti. Embora não seja uma personagem do grande escalão da galeria de vilões de Batman, aqui ela ganha novas camadas, com uma história trágica e da qual tudo começa no inferno do Asilo Arkham. No quarto episódio protagonizado por ela, onde assistimos ao seu passado, os realizadores nos brindam de como se faz a construção de uma personagem indo para o lado sombrio de sua alma, mas muito disso se deve a dedicação dessa grande atriz.

Da ala feminina é preciso destacar também Deirdre O’Connell que dá vida a mãe do Pinguim, que sofre de demência, mas não escondendo que sabe certas coisas do passado que o seu filho havia feito. As cenas com ela são incríveis, principalmente ao revelar uma mãe que não esconde o desejo de ver o seu filho se tornar bem sucedido, mas ao mesmo tempo temendo sobre até que ponto ele chegará para alcançar esse objetivo. Neste último caso é Colin Farrell que rouba o espetáculo.

Seu Pinguim é um ser saído do buraco, mas que nunca escondeu o seu desejo de alcançar o mais alto dos prédios da cidade, nem que para isso tenha que matar pessoas poderosas, ou até mesmo próximas a ele. É um ser que aos poucos admiramos, mas ao mesmo tempo questionamos as suas ações mesmo quando o lado podre da cidade dá todos os sinais para que ele se envereda para atitudes questionáveis. A cereja do bolo é sem sombra o capítulo final, onde finalmente vemos o vilão 100% construído e sem sombra de dúvida a melhor versão do personagem em anos, seja para as telas ou nas HQ.

"Pinguim" é uma das melhores séries do ano, com um roteiro imprevisível, personagens bem construídos e fazendo a gente se perguntar o que virá em "The Batman II". 

 Onde assistir: HBO Max.   

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 21 a 27 de NOVEMBRO DE 2024

 ESTREIAS:

MALU


Brasil/Ficção/ 2024/ 103 min.

Direção: Pedro Freire

Sinopse: Malu, uma mulher de meia idade com um passado glorioso, se vê presa em um caos existencial. A complexa relação com sua mãe conservadora e com sua filha adulta torna a crise ainda mais aguda, em meio a momentos de carinho e alegria entre as três. Um retrato de uma mulher em busca da melhor versão de si mesma.

Elenco: Yara de Novaes, Juliana Carneiro da Cunha, Carol Duarte, Átila Bee


RETRATO DE UM CERTO ORIENTE

Brasil-Itália-Libano/ Ficção/ 2024/93 min

Direção: Marcelo Gomes

Sinopse: Dois irmãos católicos, Emilie e Emir, embarcam em uma viagem rumo ao Brasil em busca de dias melhores. Durante a jornada, Emilie se apaixona por um comerciante muçulmano, Omar. Emir sofre de um ciúme incontrolável e usará suas diferenças religiosas para separá-los.

Elenco: Adriano Barroso,Tuna Dwek,Eros Galbiati


EM CARTAZ:

BLACK RIO BLACK POWER

Brasil/Documentário/75min.

Direção: Emilio Domingos

Sinopse:O filme revela o impacto dos bailes soul e do movimento Black Rio na música, na cultura e na luta por justiça racial no Brasil dos anos 70.

Entrevistados: Dom Filó, Agenor Neto, Carlos Dafé, Carlos Alberto Medeiros, Virgilane Dutra, Salvador Gomes, DJ Nennén, Neia Souza, José Reinaldo Marques, Rômulo Costa e Marquinhos de Oswaldo Cruz


HORÁRIOS DE 21 A 27 DE NOVEMBRO(não há sessões nas segundas):

15h: BLACK RIO BLACK POWER

17h: RETRATO DE UM CERTO ORIENTE

19h: MALU


Ingressos: Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 12 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 6. São aceitos cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo. Na quinta-feira, a meia-entrada é para todos e todas.

EM TODAS AS QUINTAS TEMOS A PROMOÇÃO QUE REDUZ O VALOR DO INGRESSO PARA TODOS E EM TODAS AS SESSÕES PARA R$ 6,00.

CineBancários/ Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre/ (51) 3030.9405 ou pelo e-mail cinebancarios@sindbancarios.org.br


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'Megalópolis' 

Sinopse: Um conflito entre César, um artista genial que busca saltar para um futuro utópico e idealista, e seu opositor, o prefeito Franklyn Cícero, que permanece comprometido com um status quo regressivo, perpetuando a ganância.

Francis Ford Coppola é um diretor que respira cinema, ao ponto de não ter medo de correr certos riscos colocando a sua carreira em risco. Através de sua insistência obteve grandes êxitos como o seu filme de guerra "Aocalypse Now" (1979), mas obteve prejuízos com um dos seus filmes mais pessoais que foi "O Fundo do Coração" (1982). "Megalópolis" (2024) é um projeto antigo do cineasta que finalmente é lançado devido a sua insistência e sem medo de novamente enterrar a sua carreira.

Na trama, conhecemos o arquiteto que quer reconstruir a cidade de Nova Roma como uma utopia. Cesar Catilina (Adam Driver) é esse inventor megalomaníaco e egocêntrico que imagina uma metrópole autossustentável que cresce organicamente com seus habitantes. Para dar prosseguimento a seus planos, porém, César precisa navegar pelos interesses de figuras ricas, ambiciosas e corruptas.

Com um orçamento de R$ 120 milhões de dólares, mas tirados do próprio bolso do cineasta, o filme é uma representação de uma ideia que os EUA sempre buscam alcançar que é sobre um mundo perfeito, a sua busca pela sua utopia e principalmente aquela idealizada por Ronald Reagan durante os anos oitenta. No decorrer do tempo, porém, se viu que esse mundo de sonhos requer muito dinheiro, sacrifício dos mais pobres e a destruição de outros países para obter recursos naturais que hoje se encontram cada vez mais escassos. Talvez essa seja a proposta principal de Coppola, ao nos dizer que é preciso de algo radical para que a utopia possa existir e a sua insistência pela realização desse filme seja então uma síntese de que somos todos capazes de realizarmos os nossos objetivos, nem que para isso termos que correr certos riscos ao cair em buraco sem fundo.

É interessante observar o quanto é explorado aqui a questão do tempo, quando nunca é o suficiente para obter os nossos desejos e fazendo com que o sistema se alimente cada vez mais dessa aceleração e fazendo não podermos mais usufruir de uma chance de construir algo novo. César não seria um Ditador em questão dessa nova Roma, mas sim alguém caminhando pelo sonho da grandeza e compartilhar para uma nação caindo cada vez mais em sua ruína. Adam Driver novamente se entrega a um projeto quase impossível de ser lançado, sendo que essa experiência não foi muito diferente da que ele teve em "O Homem que Matou Dom Quixote" (2018) de Terry Gilliam.

Com super elenco, incluindo um Dustin Hoffman saindo de sua aposentadoria, o filme possui um visual que remete aos clássicos da ficção como "Metropolis" (1927), mas obtendo esse feito graças aos efeitos visuais de CGI que aqui são usados em prol de uma história megalomaníaca assim o seu próprio protagonista. Curiosamente, o cruzamento da Roma Antiga com a Nova York dos dias de hoje talvez remeta ao fato que o império antigo caiu através de suas ambições e loucura vinda de poucos homens e fazendo com a cidade, ou não nação, se torne o próximo capítulo dessa futura barbárie. Tudo é muito pretensioso, colorido, com personagens excêntricos, mas que falam um pouco do próprio cineasta que ansiava pelo nascimento desse grande projeto.

O filme, talvez, venha ser vítima do seu próprio tempo, já que o cinema norte americano vive tempos em que a máquina não dorme, lançando novas franquias uma atrás da outra para obter somente o seu lucro enquanto realizadores como Coppola ficam em segundo plano. Talvez o filme venha a ser lembrado como uma última cartada de um cinema autoral sendo engolido por um sistema hollywoodiano viciado e que não enxerga mais os seus grandes talentos, mas sim peças para serem facilmente descartadas caso não façam o lucro necessário. Assim como a própria humanidade retratada no filme, o cinema continua com o seu futuro indefinido.

"Megalópolis" é a representação do ego inflado de Francis Ford Coppola, que não dá a mínima para as novas tendências hollywoodianas e tão pouco se importando se está no lado errado da estrada. 


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Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO PROGRAMAÇÃO 21 a 27 de novembro de 2024

O EXTERMINADOR DO FUTURO

ENCERRAMENTO MOSTRA KINO BEAT

Na sexta-feira, 22 de novembro, a noite de encerramento da mostra de filmes Kino Beat apresenta uma edição especial do Projeto Raros, com o filme punk japonês Cidade Explosiva, de Sogo Ishii, às 19h30, e uma sessão festiva da cópia restaurada de Stop Making Sense, de Jonathan Demme, com os Talking Heads, às 23h59. Entrada franca. 

Os ingressos para as duas sessões serão distribuídos a partir das 19h.


A noite ainda conta com a discotecagem da Festa Alfinete na Cinemateca Capitólio.

Mais informações: https://www.capitolio.org.br/novidades/7884/mostra-de-filmes-kino-beat/   


PRÉ-ESTREIA DE SALÃO DE BAILE

Salão de Baile: This is Ballroom, dirigido por Juru e Vitã, ganha pré-estreia em Porto Alegre no sábado (23), às 19h. A exibição acontece na Cinemateca Capitólio e conta com a presença da diretora Vitã. O valor do ingresso é R$ 16,00.

Mais informações: https://www.capitolio.org.br/novidades/7935/pre-estreia-de-salao-de-baile-this-is-ballroom-com-a-presenca-da-diretora/


SESSÃO ESPECIAL DE O EXTERMINADOR DO FUTURO

Arnold Schwarzenegger brilhará na tela da Cinemateca Capitólio neste domingo, 24 de novembro, às 19h, com a exibição de O Exterminador do Futuro. Dirigido por James Cameron, o clássico da ficção-científica completa 40 anos em 2024. O valor do ingresso é R$ 16,00. 


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7939/o-exterminador-do-futuro/


GRADE DE HORÁRIOS

21 a 27 de novembro de 2024


21 de novembro (quinta-feira)

15h – Malu

17h – Continente

19h – Super 8 Katia Mesel + A Noite do Espantalho


22 de novembro (sexta-feira)

15h – Malu

17h – Continente

19h30 – Projeto Raros: Cidade Explosiva

23h59 – Stop Making Sense


23 de novembro (sábado)

15h – Malu

17h – Continente

19h – Salão de Baile + debate


24 de novembro (domingo)

15h – Malu

17h – Continente

19h – O Exterminador do Futuro


25 de novembro (segunda-feira)

19h – Malu + debate


26 de novembro (terça-feira)

15h – Malu

17h – Continente

19h – Terras Prometidas


27 de novembro (quarta-feira)

15h – Malu

17h – Continente

19h – Aldo Baldin – Uma Vida Pela Música

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'Gladiador 2'

Sinopse: Lúcio deve entrar no Coliseu após os poderosos imperadores de Roma conquistarem sua terra natal. Com raiva no coração e o futuro do império em jogo, ele olha para o passado para encontrar a força e a honra necessárias.  

Por muitos anos existia a ideia de uma continuação do já clássico "Gladiador" (2000), mas sempre quando eu ouvia esse assunto eu achava algo desnecessário, pois o longa tinha um começo, meio e fim mais do que perfeitos. Ridley Scott, por sua vez, sempre tinha o interesse de retornar a sua Roma, principalmente com a ideia de expandir elementos que não haviam sido explorados no filme original. Mais de vinte anos depois eis que chega "Gladiador 2" (2024), filme que dá continuidade aos eventos do longa original, mas sendo exatamente por isso que perde um pouco de sua identidade como um todo.  

Na trama, anos após testemunhar a morte de Maximus (Russell Crowe) pelas mãos de seu tio (Joaquin Phoenix), Lucius (Paul Mescal) enfrenta agora um novo desafio. Após anos escondido em outro país, o jovem agora é forçado a retornar ao coliseu e lutar pela sua sobrevivência como Gladiador e buscando inspiração no seu herói do passado. Ao mesmo tempo, ele acaba sendo peça central no jogo político de Macrinus (Denzel Washington), sendo que esse tem o desejo de provocar a queda do General Acacius (Pedro Pascal).

Já de início o filme nos diz para o que veio, onde Ridley Scott eleva em termos de escala nas cenas de guerra, com direito a muito sangue e violência. O realizador procura não usar CGI nestes grandes momentos, mas sim tendo o desejo de que a gente sinta o peso da cena como um todo. Infelizmente nos momentos em que ele decide usar o CGI é aí que o filme perde pontos, principalmente na cena dos macacos carnívoros digitais que eu achei completamente desnecessária.  

Neste cenário dos acontecimentos temos o protagonista Lucius, do qual nem de longe supera a força do protagonista do filme original, mesmo quando Paul Mescal se esforça para se tornar um protagonista digno de nota. O problema está sempre no fato da trama lembra por demais dos feitos do filme anterior, ao ponto que o longa começa e termina com o clássico enchendo a tela. É como se Ridley Scott nos dissesse que esse filme somente obterá vida enquanto se lembrar do longa original, o que eu acho um tanto forçado para dizer o mínimo.

Em compensação, Pedro Pascal faz o seu dever de casa, ao criar para o seu General Acacius alguém com personalidade forte, determinado e que fará de tudo para recuperar a glória de Roma. Já a dupla de atores Joseph Quinn e Fred Hechinger, que fazem os irmãos Imperadores de Roma, usam e abusam de caretas a todo momento, indicando que os seus personagens estão completamente insanos. Se por um lado não chega aos pés do desempenho de Joaquin Phoenix, ao menos, os seus personagens sintetizam uma Roma em estado febril e à beira do abismo.

Porém, o filme ganha sua identidade própria quando se envereda para os jogos políticos bem ao estilo "Game of Thrones" e é aí que Denzel Washington coloca o filme no seu bolso. Seu personagem Macrinus já de início nos diz para o que veio, onde não esconde o seu desejo de adentrar ao cenário político de Roma, mas que para isso usará diversos personagens para o seu jogo de xadrez e culminando em momentos surpreendentes. Não me surpreenderá se o ator for indicado ao próximo Oscar, pois as suas cenas são dignas de nota.

Quanto às cenas de ação no Coliseu, pode-se dizer que Ridley Scott faz tudo o que ele não pode fazer no clássico, desde ao recriar uma guerra fluvial, como também inserir o seu tão sonhado Rinoceronte. São elementos que fazem o filme obter maior ação, ao ponto de em alguns momentos se enveredar para o fantástico, principalmente quando achamos absurdo vermos tubarões em pleno Coliseu. Porém, quando achamos que o cineasta irá exagerar, me parece que ele procura segurar a mão no freio para não ofender aqueles que apreciaram o filme de 2000.

É bem verdade que o filme é um retrato em escala maior, mesmo não muito fiel, dos anos de declínio do Império Romano, do qual estava sendo cada vez mais sucumbido pela loucura de seus Imperadores enquanto a população era alienada através dos jogos sangrentos. Talvez seja algo ainda mais próximo do que foi visto no clássico "A Queda do Império Romano" (1964), mas ao menos tendo em seu final um sinal de esperança para o estabelecimento de uma República tão sonhada por Marcus Aurélio. Neste último caso, por exemplo, Ridley Scott supera as nossas expectativas em termos de escala, ao usar inúmeros figurantes reais para a recriação de um grande exército e sendo algo cada vez mais raro de ser visto no cinema atual.

Em tempos em que o CGI está cada vez mais em declínio, me parece que o público deseja algo de maior realismo e o filme se torna, portanto, uma espécie de grande experimento do que ainda funciona em termos de efeitos práticos e de computação a serviço da história como um todo. Infelizmente o filme termina nos dando a entender que ele pode gerar uma nova franquia cinematográfica, o que eu acho desnecessário, pois o filme original não precisou disso para se tornar o que é hoje, um clássico para ser apreciado e que não precisava de continuações intermináveis para manter o seu brilho.

"Gladiador 2" nos faz relembrar da era de ouro dos grande épicos cinematográficos do passado, mas que também sofre um pouco da grande sombra criada pelo grande clássico. 


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Cine Dica: Sala Redenção exibe o documentário “Uma Noite em 67”

Neste mês, o Ciclo “60 Anos do Golpe Militar: Tão Longe, Tão Perto” exibe o documentário “Uma Noite em 67”. A sessão acontece no dia 19 de novembro, terça-feira, às 19h, contando com um bate-papo mediado por Nilo Piana de Castro, professor de história no Colégio de Aplicação da UFRGS e curador dos filmes da programação.

Lançado em 2010, “Uma Noite em 67” retrata a final do III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record. O documentário registra o movimento do tropicalismo e a consagração de grandes nomes da música brasileira, enquanto também expõe os conflitos com a censura e as tensões políticas do período. Intercalando imagens de arquivo da noite do festival e entrevistas recentes, o filme narra os eventos a partir da perspectiva de Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Roberto Carlos, Edu Lobo e Sérgio Ricardo.

Apresentando sessões mensais, o ciclo “60 anos do Golpe Militar: Tão Longe, Tão Perto” busca “descomemorar” o golpe de 1964. Após o sucesso da mostra homônima realizada em abril, o ciclo foi lançado para seguir discutindo sobre o período da ditadura militar. O objetivo da programação é contribuir para a memória e a discussão crítica acerca do passado, vislumbrando um futuro de plena liberdade cidadã e democrática. 

A sessão tem entrada franca e é aberta à comunidade em geral. A Sala Redenção está localizada no campus central da UFRGS, com acesso mais próximo pela Rua Eng. Luiz Englert, 333.


INFORMAÇÕES SOBRE O FILME:


UMA NOITE EM 67

(dir. Renato Terra e Ricardo Calil | Brasil | 2010 | 85 min | Documentário | 12 anos)

A partir das imagens históricas da final do III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, o filme traz depoimentos dos principais finalistas: Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Edu Lobo e Sérgio Ricardo. Além destes, algumas testemunhas privilegiadas partilham suas memórias de uma noite inesquecível. O documentário mostra os elementos que transformaram a produção musical dos anos de 1960 no Brasil e canções, até aquele momento inéditas, que se tornariam emblemáticas.

19 de novembro | terça-feira | 19h + Conversa mediada por Nilo Piana de Castro


Festival de Cinema Italiano apresenta filmes inéditos no Brasil


Neste ano, o Festival de Cinema Italiano chega a sua 19ª edição, marcando presença em mais de 80 cidades brasileiras, nas cinco regiões do país. Em Porto Alegre, a Sala Redenção recebe a programação do Festival entre os dias 18 de novembro e 07 de dezembro, apresentando uma seleção de 14 filmes. Realizadas de segunda a sábado, as sessões contam com entrada franca e são abertas à comunidade em geral.

Idealizado por Nico Rossini e Erica Bernardini, o Festival busca difundir a cultura italiana no Brasil, e incentivar a sinergia entre os profissionais da indústria cinematográfica dos dois países. A partir da Mostra Inéditos, o Festival oferece ao público a oportunidade de assistir a produções italianas recentes, que muitas vezes não chegam ao circuito comercial. Por outro lado, a Mostra Retrospectiva se volta para os clássicos, destacando ícones e momentos históricos do cinema italiano.

Na Sala Redenção, a Mostra Inéditos apresenta oito filmes italianos lançados entre 2023 e 2024. A seleção inclui sete filmes inéditos no Brasil: as comédias “Romeu é Julieta” e “E se o meu pai”, e os dramas “Mia”, “Adeus, garoto”, “A Alma em Paz”, “LAF” e “Caracas”. Além das estreias, a programação também promove uma homenagem ao diretor Matteo Garrone, com exibições especiais do filme “Eu Capitão”, que obteve impacto e reconhecimento globais, acumulando conquistas como o Leão de Prata no Festival de Veneza 2023 e a indicação ao Oscar 2024 de Melhor Filme Internacional. 

Com seis filmes em cartaz no cinema da UFRGS, a Mostra Retrospectiva celebra a tradição cômica do cinema italiano, levando o título “O Humor do Cinema Italiano: de Totò à Roberto Benigni“. Apelidado de “príncipe do riso”, o ator e comediante Totò (1898 – 1967) integra o elenco de dois filmes em exibição: “Guardas e Ladrões” e “O Ouro de Nápoles”. Além destas obras, mais uma produção da década de 1950 integra a programação: “Abismo de Um Sonho”, de Federico Fellini. Avançando no tempo, a retrospectiva passeia ainda pelas décadas de 1970 a 1990, com “A Dupla Explosiva”, de Marcello Fondato, “A Viagem do Capitão Tornado”, de Ettore Scola, e “O Pequeno Diabo”, de Roberto Benigni.

A Sala Redenção está localizada no campus central da UFRGS, com acesso mais próximo pela Rua Eng. Luiz Englert, 333. 


SOBRE O FESTIVAL DE CINEMA ITALIANO:

O FESTIVAL DE CINEMA ITALIANO NO BRASIL é promovido pela Câmara de Comércio Italiana de São Paulo – ITALCAM,  e conta com o patrocínio e a colaboração da Embaixada da Itália.

Idealizado por Nico Rossini e Erica Bernardini, o Festival teve início em 2005, como Semana de Cinema Italiano Contemporâneo, realizando sessões na região de São Paulo. Ao longo dos anos, o festival cresceu em importância e prestígio, consolidando-se como um evento anual que conecta o público brasileiro ao melhor do cinema italiano, apresentando sessões presenciais e transmissão via streaming, para alcançar todo o território brasileiro.

Em 2022, a Embaixada da Itália lançou o projeto de exibir os filmes do Festival também presencialmente no Brasil inteiro, com o objetivo de divulgar a Cultura Italiana por meio do seu cinema, conhecido no mundo inteiro pela sua criatividade e genialidade. O projeto virou um sucesso e, neste ano, está presente em mais de 80 cidades e 120 salas de projeção.

Confira a programação completa no site oficial da sala clicando aqui. 

domingo, 17 de novembro de 2024

Cine Dica: 'A Última Estrada da Praia' no Cineclube Torres.

 "A Última Estrada da Praia" de Fabiano de Souza será a próxima sessão do Cineclube Torres, segunda-feira dia 18, às 20h.

Mais um road movie em direção ao litoral no ciclo "Um Certo Cinema de Porto Alegre em Torres", na Sala Audiovisual Gilda e Leonardo. Dos mesmos diretores do filme exibido na segunda passada, "Beira Mar", o Cineclube Torres vai apresentar "Tinta Bruta", um filme de 2018, que recebeu uma atenção favorável por parte da crítica brasileira e internacional.

Exibido no Festival de Berlim daquele ano, o longa conquistou ali o importante prêmio Teddy Award como melhor filme Queer de ficção, e o Art Cinema Award. No mesmo ano, no Festival do Rio, o filme obteve os prêmios de Melhor Filme, pela escolha do júri oficial, Melhor Ator Coadjuvante (Bruno Fernandes) e Melhor Roteiro. Em uma Porto Alegre soturna, o jovem Pedro, enquanto responde a um processo criminal, é forçado a lidar com a mudança da irmã para o outro lado do país. Sozinho no escuro do seu quarto, ele dança coberto de tinta neon, enquanto milhares de estranhos o assistem pela webcam.

"O personagem de Tinta Bruta é emoldurado por uma Porto Alegre sem alegria, cinza, quadrada, cujos habitantes se mostram anônimas silhuetas por detrás de grade e janelas. Tudo isso constitui uma moldura não apenas espacial, mas também emocional da cidade. Aqui é inevitável a lembrança de outro filme montado na capital, igualmente realista e poderoso: Cão sem dono (2007), dirigido pela dupla Beto Brant e Renato Ciasca" (Gustavo T. Diaz).

A sessão, com entrada franca, integra a programação continuada realizada na Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, pelo Cineclube Torres, associação sem fins lucrativos com 13 anos de história, em atividade desde 2011, Ponto de Cultura certificado pela Lei Cultura Viva federal e estadual, Ponto de Memória pelo IBRAM, Sala de Espetáculos e Equipamento de Animação Turística certificada pelo Ministério do Turismo (Cadastur), contando para isso com a parceria e o patrocínio da Up Idiomas Torres.


Projeto realizado com recursos da Lei Complementar n.195/23 - Lei Paulo Gustavo.

Serviço:

O que: Exibição de "A Última Estrada da Praia", de Fabiano de Souza, ficção, 93min., 2010

Onde: Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, na escola Up Idiomas, Rua Cincinato Borges 420, Torres

Quando: Sexta-feira, dia 18/11, às 20h.

Ingressos: Entrada Franca, até lotação do local (aprox. 22 pessoas).

Projeto realizado com recursos da Lei Complementar n.195/23 - Lei Paulo Gustavo.


Cineclube Torres

Associação sem fins lucrativos

Ponto de Cultura – Lei Federal e Estadual Cultura Viva

Ponto de Memória – Instituto Brasileiro de Museus

CNPJ 15.324.175/0001-21

Registro ANCINE n. 33764

Produtor Cultural Estadual n. 4917