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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Cine Especial: Próxima Sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre - 'Contratempos'

Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana.

SESSÃO CLUBE DE CINEMA 

Local: Sala Norberto Lubisco, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana. Data: 26/11/2022, sábado, às 10:15 da manhã


"Contratempos" (A Plein Temps)

França, 2022, 90 min, 14 anos

Direção: Eric Gravel

Elenco: Laure Calamy, Anne Suarez, Geneviève Mnich

Sinopse: Julie luta sozinha para criar seus dois filhos no subúrbio e manter seu emprego em Paris. Quando ela finalmente consegue uma entrevista para um cargo que corresponde às suas expectativas, uma greve geral paralisa todo o transporte. Ela embarca, então, em uma corrida frenética para salvar seu emprego e sua família. Vencedor dos prêmios de melhor direção e atriz no Festival de Veneza.


Sobre o Filme: 

A corrida contra o relógio é tema recorrente em diversos momentos nos dias atuais, pois nos dá aquela sensação que está cada vez tendo menos tempo e chegando ao ponto de nos esquecermos de respirarmos. O sistema capitalista, por sua vez, é um dos alicerces que nos dá essa sensação, onde o cidadão comum está cada vez mais preso as engrenagens desse controle e fazendo com que o mesmo busque novas alternativas antes que seja tarde. "Contratempos" (2022) fala sobre a corrida por um sonho, mas em meio as turbulências políticas e que nos deixam cada vez mais em frangalhos.
Dirigido por Eric Gravel, o filme conta a história de Julie (Laure Calamy), que faz de tudo para criar seus dois filhos no campo, enquanto mantém seu emprego em um hotel de luxo parisiense. Quando ela finalmente consegue uma entrevista de emprego para uma posição que ela esperava há muito tempo, uma greve nacional inicia, paralisando o sistema de transporte público.
Vencedor dos prêmios de melhor direção e atriz no Festival de Veneza, o diretor Eric Gravel surpreende ao nos apresentar um filme com uma edição frenética, alinhada com uma trilha sonora contagiante e que faz sintetizar a corrida do dia a dia da protagonista. Do começo ao final da obra nós não desgrudamos da tela, pois é surpreendente o que ela põe em prática para colocar em ordem a sua agenda, mesmo quando parece ser impossível de cumprir cada etapa. A situação piora quando começa a greve do transporte e fazendo com que ela acabe tendo um desgaste gradual na medida em que a trama avança.
Vista recentemente no filme "Sibyl" (2021), atriz Laure Calamy nos brinda com uma das grandes atuações do ano, onde ela consegue criar para sua personagem uma mulher destemida, que lida em tentar driblar o sistema do qual trabalha para obter a sua tão sonhada entrevista de emprego, mesmo que para isso lhe custe muito. A trama avança, muitos obstáculos surgem e fazem com que ela comece a se desconstruir emocionalmente, ao ponto que o filme ganha até mesmo contornos de suspense, pois nunca sabemos ao certo como ela terminará o seu dia após o serviço. Quando ela chega na casa da babá para pegar os seus filhos é como se ela tivesse passado por um verdadeiro inferno, mas o pior sempre ocorre mais adiante para se dizer o mínimo.
O filme por si só é um retrato viciado sobre o mundo atual cada vez mais sendo afogado pelo sistema capitalista, do qual fazem trabalhadores exigirem por melhores salários, mas ao mesmo tempo prejudicando aqueles que buscam ir e vir em mais um dia turbulento. Curiosamente, ouvimos ao fundo os protestos através da rádio e televisão, porém, a protagonista mal tem tempo para administrar mentalmente sobre isso, pois o seu foco está em cumprir os seus objetivos. A reta final acaba sendo ainda mais desesperadora, principalmente pelo fato que nos dá a sensação que o seu sacrífico foi em vão e fazendo até mesmo a gente temer pela sua vida.
O ato final, aliás, me fez lembrar muito do clássico "A Última Gargalhada" (1924), do mestre F.W. Murnau, já que ambas as obras retratam os seus protagonistas a beira do precipício, mas cujos os minutos finais nos dão um certo alívio. Porém, o final deste filme pode ser interpretado em diversas formas, tanto pelo fato dele realmente terminar de uma forma que nos alivie, como também da possibilidade dele ter se encerrado de uma forma trágica, porém, realista. Ao meu ver, o realizador optou por nos dar um fio de esperança para encararmos o mundo real, pois a realidade da protagonista é o que já testemunhamos em nosso dia a dia.
"Contratempos" fala sobre a corrida contra o tempo em nosso mundo real, onde a busca pela realização de um sonho nos cobra um grande esforço e nos colocando a beira da loucura para dizer o mínimo. 



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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 24 a 30 DE NOVEMBRO

 ESTRÉIA:

SERIAL KELLY

SERIAL KELLY

Direção:René Guerra

Brasil/ Comédia, musical/ 2022/ 85min

Sinopse: Ao cumprir uma agenda de shows nas casas noturnas do sertão, Kelly, cantora de forró eletrônico, também deixará um rastro de mortes pelo caminho. Em sua trajetória de consumo compulsivo e violência, ela passa por um novo Nordeste, espiral de um desenvolvimento apocalíptico. Quando passa a ser investigada pelo assassinato de três homens, sua viagem instável também se torna uma estratégia de fuga. E de uma estrela em ascensão ela se torna uma heroína marginal, temida e procurada por Serial Kelly, a primeira mulher serial killer do Brasil.

Elenco: Gaby Amarantos (Kelly) Igor de Araújo (Tempero) Paula Cohen. (Fabíola) ; Aline Marta Maia (Faisca) Márcio Fecher .(Pastor Josias).

EM CARTAZ:


A MÃE

Brasil/ drama/ 80min

Direção: Cristiano Burlan

Sinopse: Maria, uma mãe solo que vive na periferia de São Paulo, volta para casa à noite e não encontra seu filho adolescente. Depois de uma busca ininterrupta pela vizinhança, ela começa a ameaçar a tranquilidade dos traficantes locais que decidem contar que Valdo foi assassinado pela Polícia. Incrédula ela começa uma busca vertiginosa pela verdade.

Elenco: Marcelia Cartaxo, Mawusi Tulani, Helena Ignêz


P ALOMA

Brasil/ Drama/ 104 min.

Direção: Marcelo Gomes

Sinopse: Paloma é uma agricultora que sonha com um casamento tradicional na igreja. Ao procurar o padre local para realizar a cerimônia com seu namorado Zé, tem seu pedido recusado. Mas Paloma, que é uma mulher trans, vai lutar para realizar seu sonho.

Elenco: Suzy Lopes Kika Sena Anita de Souza Macedo Samya De Lavor


HORÁRIOS DE 24 A 30 DE NOVEMBRO

(não há sessões nas segundas-feiras)


15h: PALOMA

17h: SERIAL KELLY

19h: A MÃE


Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem, trabalhadores associados em sindicatos filiados a CUT-RS e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00.Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

CINEBANCÁRIOS :Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre -Fone: 30309405/Email: cinebancarios@sindbancarios.org.br

terça-feira, 22 de novembro de 2022

Cine Dica: Em Cartaz - 'Meu Tio José'

Sinopse: Meu Tio José é uma animação que conta história de José Sebastião Rio de Moura, membro do movimento de esquerda "Dissidência da Guanabara". Ele participou do sequestro do embaixador estadunidense Charles Elbrick em 1969 e ficou exilado no exterior por 10 anos. 

Em tempos atuais em que uma boa parte da população brasileira conservadora deseja um golpe militar após as eleições presidenciais desse ano é preciso, acima de tudo, olhar para trás e constar que esse desejo pelo golpismo já existe há bastante tempo. Nos tempos de chumbo, por exemplo, diversas pessoas caíram na clandestinidade para enfrentar um governo comandado por milicos e dos quais estes últimos jamais deveriam ter entrado. "Meu Tio José" (2021) fala sobre a vida de um militante e que serviu de inspiração para o seu sobrinho e dar a ele um novo passo em meio a redemocratização do país.

Dirigido por Ducca Rios, o filme é uma animação que conta história de José Sebastião Rio de Moura, membro do movimento de esquerda "Dissidência da Guanabara". Ele participou do sequestro do embaixador estadunidense Charles Elbrick em 1969 e ficou exilado no exterior por 10 anos. Quando retorna ao Brasil, ele é vítima de um atentado que culmina em sua morte. No mesmo dia de seu assassinato, seu sobrinho Adonias precisa escrever uma redação na escola. O menino precisa lidar com o luto de perder o tio e decide transformar a tristeza em homenagem a José através de seu trabalho.

O grande charme do filme está no fato da trama ser apresentada pela perspectiva do jovem sobrinho, do qual desconhece sobre a vida do Tio, mas que aos poucos vai se revelando para ele de um modo surpreendente. Dividida em capítulos, o filme é todo pincelado por um traço simples, porém, rico nos detalhes e dos quais são orquestrados pela forma como o jovem sobrinho enxerga o passado do seu tio e do qual ainda ecoa em seu presente. Pelo fato de tanto o sobrinho como o tio terem aptidão para desenhar, o filme é uma bela homenagem a essa arte e cujo os chargistas de ontem e hoje exprimem através do seu traço os rumos que o país vem percorrendo.

Curiosamente, o filme me lembrou bastante do ótimo "Persépolis"(2007), já que ambas as obras retratam a estabilidade de um país, para logo depois cair nas mãos do poder ditatorial e cujo o discurso sobre os bons costumes e Deus acima de tudo não passam de uma verdadeira cortina de fumaça para encobrir os horrores dos porões destes períodos. Dublado por Wagner Moura, José transita entre os sonhos com a realidade crua, o que faz dele um militante quase radical, mas cuja as suas ações são justificáveis perante a barbárie que os tempos de chumbo haviam cometido. Ao final, o sobrinho aprende o verdadeiro significado sobre o que é liberdade, da qual é preciso lutar pela ideia de um país livre, mesmo que haja dor e sacrifício ao longo deste percurso.

"Meu Tio José" retrata tempos de um Brasil que transitava entre a Democracia e a perseguição política e da qual ecoa até nos dias de hoje e que precisa ser ouvida.  


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Cine: PROGRAMAÇÃO DE 23 A 30 DE NOVEMBRO DE 2022 da Cinemateca Capitólio

 Cinemateca Capitólio exibe produções apoiadas pela Porto Alegre Film Commission

A Cinemateca Capitólio realiza entre os dias 23 de novembro e 4 de dezembro uma mostra com produções locais que receberam o apoio da  Alegre Film Commission. Intitulada Porto Alegre – Destino Cinematográfico, a mostra reúne três longas, um curta e uma série, e é uma realização conjunta entre a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo e a Secretaria Municipal da Cultura e Economia Criativa. A abertura oficial do evento, com a presença de autoridades e convidados, será às 19h de quarta-feira, 23 de novembro, com a exibição do curta Possa Poder (2022), de Victor Di Marco e Márcio Picoli (premiado no último Festival de Gramado), e do longa O Avental Rosa (2018), de Jayme Monjardim, que foi lançado diretamente na televisão aberta, e terá sua primeira exibição pública em uma sala de cinema em Porto Alegre.

A mostra Porto Alegre – Destino Cinematográfico inclui ainda os longas A Nuvem Rosa, de Iuli Gerbase, e Disforia, de Lucas Cassales, e a série Via Pública. A entrada é gratuita.

A Porto Alegre Film Commission é um escritório da Prefeitura de Porto Alegre que tem como objetivos coordenar, centralizar e simplificar procedimentos e demandas relacionados à realização e licenciamento de produções audiovisuais em áreas públicas (e próprias) municipais, bem como orientar os interessados a fim de incrementar o desenvolvimento dessas atividades na cidade. Atua ainda no planejamento de estratégias de captação, fortalecimento de mercado, criação de incentivos e como agente facilitador de filmagens de todo tipo de conteúdo audiovisual - como seriados de televisão, comerciais, curtas e longas metragens nacionais e internacionais. Também está no seu escopo o fomento à prestação de serviços locais, o turismo cinematográfico e a geração de empregos.


MAIORES INFORMAÇÕES: http://www.capitolio.org.br/novidades/5644/porto-alegre-destino-cinematografico/


Cinemateca Capitólio recebe

 Mostra de filmes da UFPel – 15 anos

Para marcar os 15 anos dos cursos de Cinema e Audiovisual e Cinema de Animação da UFPel (Universidade Federal de Pelotas), a Cinemateca Capitólio apresenta nos dias 26 e 27 de novembro uma seleção de 12 curtas-metragens  produzidos nas duas graduações. Únicos cursos públicos de cinema do Rio Grande do Sul, ambos têm recebido estudantes de todo Brasil, via Enem, e seus filmes de modo geral espelham a diversidade do corpo discente.

Todos os filmes da mostra foram selecionados e/ou premiados em festivais, alguns deles internacionais. Após as exibições de sábado haverá debate com a presença de professores e discentes dos cursos. A entrada é gratuita.


MAIORES INFORMAÇÕES: http://www.capitolio.org.br/novidades/5646/mostra-de-filmes-da-ufpel-15-anos/


PROJETO RAROS APRESENTA

Get Crazy: Na Zorra do Rock (1983)

Na sexta-feira, 25 de novembro, às 19h30, o Projeto Raros apresenta na Cinemateca Capitólio um dos filmes mais cultuados de Allan Arkush: Get Crazy: Na Zorra do Rock (1983). A sessão será apresentada pelo crítico e pesquisador Carlos Thomaz Albornoz. Entrada franca. Também nos dias 25, 29 e 30 de novembro ocorrem as últimas sessões da mostras As Musas do Cinema Italiano.


MAIORES INFORMAÇÕES: http://www.capitolio.org.br/novidades/5641/projeto-raros-na-zorra-do-rock/


CINEMATECA INFORMA: Em atendimento ao Decreto Municipal 21.732 de 17 de novembro de 2022, nos dias de jogos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo não haverá sessões na Cinemateca.


Grade de Programação

24/11 – Quinta-Feira

Não haverá sessão.


25/11 – Sexta-feira

15h – Ciúme à Italiana

17h – Violência e Paixão

19h30 – Projeto Raros: Get Crazy: Na Zorra do Rock


26/11 - Sábado

15h30 – Curtinhas - Cineclube Cassiopéia – Mostra UFpel

17h – Meu lugar no mundo - Zero4 Cineclube - Mostra UFpel

19h – Trabalhos de Conclusão dos Cursos + Debate - Mostra UFpel


27/11 - Domingo

15h30 – Curtinhas - Cineclube Cassiopéia - Mostra UFpel

17h – Mostra Ohún Itinerante - Mostra UFpel

19h – Trabalhos de Conclusão dos Cursos - Mostra UFpel


29/11 – Terça-feira

15h – Primeiro Amor

17h – O Conformista

19h – A Nuvem Rosa


30/11 – Quarta-feira

15h – Pão, Amor e Fantasia

17h – O Inocente

19h – Via Pública

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Cine Especial: Próximo Cine Debate - 'Tempo de Paz'

Sobre o Filme: 

A II Guerra já havia terminado na Europa, mas no Brasil o clima tenso e a grande precaução em relação aos imigrantes continuavam. Funcionários do governo, responsáveis pela emissão dos vistos, aguardavam por “novas diretrizes em tempos de paz”. Este é o tema e o título da peça de Bosco Brasil que deu origem ao longa “Tempos de Paz”. O filme dirigido por Daniel Filho (que também encena o Dr. Penna, personagem apenas citado na peça e mais enfatizado no filme) tem forte presença de elementos do teatro. O roteiro sofreu poucas alterações em relação à peça e a maior parte do trabalho é focado no diálogo de Segismundo (Tony Ramos) e Clausewitz (Dan Stulbach). Clausewitz é o polonês que, como tantos outros, chegou ao Brasil depois da guerra com a imagem de um país perfeito, alegre, pacífico e livre dos horrores desumanos que ele presenciou na Polônia. Aprender o português foi uma forma de ocupar a mente e esquecer o passado recente, pois agora sua vida seria como agricultor no país que “precisa de braços para a lavoura”. Segismundo é o chefe da imigração na Alfândega do Rio de Janeiro. Um ex- torturador que cumpre qualquer ordem que os superiores determinarem sem nenhum questionamento ou reflexão quanto à viabilidade das mesmas. A fase de transição pela qual o país passava atingia em cheio o oficial, pois o presidente Getúlio Vargas havia anistiado os presos políticos e Segismundo temia vinganças. Ao mesmo tempo ainda não tinha recebido novas instruções devido ao fim da guerra e ainda aplicava as mesmas regras aos imigrantes recém chegados. Neste cenário ocorre o encontro dos dois personagens e fica evidente o abismo que existe entre um homem culto, que aprendeu muito através do sofrimento pelo qual passou e outro que cresceu em um orfanato, sem contato com a família, cujo único preparo foi para obedecer ao que lhe era ordenado. Segismundo mostrou a Clausewitz que nosso país não estava sequer próximo do que era idealizado pelo polonês e que infelizmente os horrores de uma guerra não estavam restritos aos países diretamente envolvidos no conflito. A única autonomia que Segismundo demonstra é quando sugere que se Clausewitz conseguir fazê-lo chorar em dez minutos conseguirá o tão sonhado visto. Para saber se o ex-torturador que sempre demonstra extrema frieza chorou é necessário assistir ao filme, mas no cinema não faltaram lágrimas aos que assistiam. O curioso é como cenas tensas e emotivas são quebradas com repentino humor muito bem dosado, que mostra a versatilidade dos atores. Além de uma parte importante da história do Brasil e do valor dos imigrantes parcialmente retratados no filme, é curioso pensarmos a submissão dos oficiais diante de qualquer ordem emitida. "Tempos de Guerra" mostra o extremo de um comportamento cotidiano em que não importa o horror da ordem emitida, suas consequências ou seu contexto, sempre haverá um ser humano capaz de executá-la. 


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Cine Dica: A história dos Zumbis no Cinema

 A história dos mortos-vivos, infectados e cadáveres ressuscitados nos filmes


Apresentação

Os Zumbis rastejam, se arrastam (e às vezes correm!) pelas telas de cinema há exatos 90 anos: tudo começou com o clássico Zumbi, A Legião dos Mortos (White Zombie, 1932), de Victor Halperin), estrelado por Bela Lugosi no papel de um mestre vodu que comanda uma horda de zumbis escravizados. Os mortos-vivos foram se transformando com o passar dos anos, mas quase sempre representados como cadáveres que voltam à vida sob comando telepático ou hipnótico de um “mestre” do mal.

O tema teria uma radical guinada em 1968, quando George A. Romero realizou A Noite dos Mortos-Vivos (Night of the Living Dead), dando início a uma visão completamente nova – urbana, atual e crítica – do papel do “morto-vivo” no cinema e na sociedade. A partir daí o cinema passou a investir em narrativas sobre mortos que saem dos túmulos para perseguir e atacar os vivos, com muito sangue e tripas.

O próprio Romero deu prosseguimento à sua saga com vários outros exemplares e os italianos se apropriaram do tema para criar seus próprios zumbis. O auge dos mortos-vivos nas telas foi na década de oitenta, impulsionado pelo videoclipe musical Thriller (1983), de Michael Jackson, uma obra-prima desse formato com direção de John Landis e efeitos de maquiagem de Rick Baker. A comédia de terror A Volta dos Mortos-Vivos (Return of the Living Dead, 1985), de Dan O’Bannon, acrescentou mais uma camada aos zumbis, tornando-os tão engraçados quanto assustadores e repugnantes.

Diversos outros cineastas vinculados ao horror deram sua própria visão dos zumbis – incluindo Peter Jackson, Michele Soavi e Zack Snyder – e o subgênero teve uma sobrevida com o estrondoso sucesso da série de televisão The Walking Dead. No Brasil, o capixaba Rodrigo Aragão se tornou um fenômeno do cinema independente com os longas Mangue Negro (2008) e Mar Negro (2013).


Objetivos

O Curso online Apocalipse Zumbi – 90 Anos de Mortos-Vivos no Cinema, ministrado por Carlos Primati, apresentará um panorama completo da trajetória dos mortos-vivos, infectados e cadáveres ressuscitados presentes nas mais diversas filmografias em todo o mundo. Uma retrospectiva de nove décadas de produção no gênero, incluindo os principais títulos para os participantes conhecerem o que de melhor – e pior também – foi feito no cinema dos mortos-vivos.

* BRINDE *

Os participantes recebem um Pôster Exclusivo, um Guia com a lista selecionada de 200 filmes referenciais do gênero.


* ANTECIPE A INSCRIÇÃO E APROVEITE OS LOTES PROMOCIONAIS *

(Parcelado em até 12x)

Ministrante: CARLOS PRIMATI


Crítico membro da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), curador e pesquisador especializado em cinema fantástico. Colabora com diversas publicações sobre cinema escrevendo sobre horror e ficção científica, para editoras como Clepsidra, Wish, Ex-Machina, DarkSide Books e Diário Macabro, além de ensaios para encartes de lançamentos em home video para distribuidoras como Versátil, Obras-Primas do Cinema e Dark Flix. Ministra oficinas, cursos e palestras sobre cinema fantástico em vários festivais e eventos sobre o gênero. Já ministrou para a Cine UM os cursos História do Cinema de Horror; Zé do Caixão: 50 Anos de Terror; Expressionismo Alemão: Uma Sinfonia de Luzes e Sombras; Ficção Científica dos Anos 50, Horror no Cinema Brasileiro e Horror Britânico: Uma Orgia de Sangue e Pavor e Alfred Hitchcock: A Arte de um Mestre.


Curso online

APOCALIPSE ZUMBI: 90 ANOS DE MORTOS-VIVOS NO CINEMA

de Carlos Primati


Datas

03 e 04 / Dezembro (sábado e domingo)

Horário

14h às 16h30


Plataforma

Zoom (ao Vivo)


INSCRIÇÕES / INFORMAÇÕES

https://cinemacineum.blogspot.com/2022/11/apocalipse-zumbi.html


Realização

Cine UM Produtora Cultural


sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Cine Especial: 'Drácula de Bram Stoker' - 30 Anos Depois

Sinopse: O jovem advogado inglês Jonathan Harker aceita um trabalho em uma vila sombria nas brumas da Transilvânia, na Romênia. Ele é capturado e aprisionado pelo vampiro Drácula, que viaja para Londres inspirado por uma fotografia da noiva de Harker, Mina Murray. 

Bram Stoker havia lançado o seu livro "Drácula" em 26 de maio de 1897 e se tornando uma das obras literárias de maior sucesso de todos os tempos. O cinema, por sua vez, ganhou os seus primeiros passos oficiais dois anos antes em 28 de dezembro de 1895, quando os Irmãos Lumière fizeram uma apresentação pública dos produtos de seu invento ao qual chamaram de Cinematógrafo. O evento causou comoção nos trinta e poucos presentes, a notícia se alastrou e, em pouco tempo, este fazer artístico conquistaria o mundo e faria nascer uma indústria multibilionária.

A sétima arte e esse personagem literário se alinharam nos primeiros anos do século vinte, quando os estúdios já estabelecidos decidiram explorar o universo dos vampiros e cuja a adaptação de Drácula seria algo inevitável. "Nesferatu" (1922) de Murnau é considerado por alguns como a melhor adaptação já feita do personagem, mesmo que a própria na época não tenha sido autorizada pela viúva do escritor. Já no início dos anos trinta Hollywood fez a sua primeira adaptação sonora do conto em 1931 e estrelado por Bela Lugosi. O filme inaugurou uma longeva franquia de monstros do estúdio Universal, do qual se desgastou com a chegada dos anos cinquenta, porém, o estúdio inglês Hammer revitalizou Drácula e os demais monstros no final da mesma década.

Ouve diversas adaptações, mas quem lê o livro percebe que muitos desses filmes poucos são fieis a sua fonte original. Porém, coube a Francis Ford Coppola tirar um antigo projeto da gaveta, ao levar para o cinema a adaptação mais próxima da obra de Stoker, mas ao mesmo tempo entrelaçando com elementos do Drácula histórico, ou seja, Vlad, o Empalador. Assim nasceu "Drácula de Bram Stoker" (1992), filme que, não somente respeita a sua fonte, como também revigorou ao máximo o sangue desse grande personagem.

A trama começa no século XV, onde um líder e guerreiro dos Cárpatos renega a Igreja quando está se recusa a enterrar em solo sagrado a mulher que amava, pois ela se matou acreditando que ele estava morto. Assim, perambula através dos séculos como um morto-vivo e, ao contratar um advogado, descobre que a noiva deste a reencarnação da sua amada. Deste modo, o deixa preso com suas "noivas" e vai para a Londres da Inglaterra vitoriana, no intuito de encontrar a mulher que sempre amou através dos séculos.

Com um prólogo e epílogo especialmente criados para adaptação, o filme é sem sombra de dúvida o mais fiel em termos de comparação. Em determinados momentos, por exemplo, há personagens que estão narrando a história ou escrevendo sobre a mesma através de cartaz, sendo exatamente da maneira como escritor Stoker havia criado a sua obra literária. Além disso, Coppola aproveitou ao máximo todos os recursos antigos de se fazer cinema e criando assim um verdadeiro espetáculo visual que revisto hoje em dia não envelheceu em hipótese alguma.

Não usando os primeiros recursos digitais da época, o realizador optou em realizar o filme em grandes cenários feitos a mão, mas ao mesmo tempo usando pequenos truques de câmera que fizesse parecer algo maior do que estávamos assistindo. Bom exemplo é a cena do cocheiro de Drácula que puxa Jonathan para dentro da carruagem com a mão e sem sair do acento do veículo. A cena surpreende pelo fato de não haver cortes, mas realizada com velhos recursos e tornando ela ainda mais verossímil.

Com uma fotografia que remete os tempos do technicolor, além de uma edição de arte de encher os olhos, o filme possui um dos mais belos figurinos de todos os tempos, onde estilista japonesa Eiko Ishioka criou cores vibrantes para as roupas dos personagens, especialmente para Drácula quando tem a sua primeira grande cena como o vampiro da noite. Não é à toa que a mesma viria ganhar um Oscar pela categoria e de uma forma mais do que justa. Porém, os pontos positivos da parte técnica não param por aí.

Existe muitas cenas sobrepostas a outra, como por exemplo um diário aberto e ao fundo um trem passando com o pôr do sol iluminando o cenário. Existe diversos detalhes em cena, ao ponto que sempre quando eu revejo o filme há um ou outro detalhe que me havia passado desapercebido. Belo exemplo disso é a cena de uma sombra à espreita indo atrás de Jonathan, sendo anterior a cena em que o mesmo possui uma passagem pra lá de erótica com as noivas de Drácula.

Já a trilha sonora é outro show à parte, já que Coppola fez questão de contratar um compositor de música clássica para o projeto. O compositor polonês Wojciech Kilar foi o escolhido para realizar uma trilha que remetesse os tempos da era de ouro do cinema, fazendo com que ela nos soasse familiar, mas nos passando elementos até então inéditos para época. O resultado é uma trilha assustadora, épica e que soa a palavra Drácula nas entrelinhas.

É claro que tudo isso não funcionaria se não houvesse um grande elenco e Coppola escolheu ele a dedo. Porém, nem tudo são flores, sendo Keanu Reeves como Jonathan foi uma das piores escolhas e fazendo me perguntar até hoje o que levou o cineasta a escolher ele. Porém, Winona Ryder se sai muito bem como Mina, sendo que a sua personagem transita entre a inocência e o desejo que a sua personagem começa obter uma vez que conhece Drácula. Já a personagem Lucy foi interpretada com intensidade pela atriz Sadie Frost,  cuja a mesma passa uma intensidade gritante e fazendo eu lamentar por não vela em outros filmes.

Mas o filme pertence mesmo ao interprete Gary Odlman que aqui cria um Drácula que fugiu da imagem convencional e muito mais próxima da versão literária. Mesmo tendo enfrentado uma maquiagem pesada em boa parte do projeto, Oldman se sobressaiu de todas as formas, ao criar um Drácula assustador, mas que não esconde a imensa dor que carrega ao longo dos séculos e tendo total consciência de ser alguém condenado a sugar o sangue das suas vítimas até o final dos tempos. Embora tenha tido atritos com o cineasta durante as filmagens, Oldman é um daqueles talentos em que decide criar o seu personagem da sua maneira, para que não fosse meramente esquecido ao longo da história e que servisse de exemplo para outros que tivessem coragem de interpretar o personagem logo em seguida.

Como eu disso acima, tanto a arte cinematográfica como o personagem quase nasceram juntos na mesma época. Pensando nisso, Coppola criou o que é talvez não somente uma das melhores versões do personagem, como também a forma de prestar uma homenagem de como se fazia cinema de antigamente. E se alguém dúvida disso reparem na cena onde Drácula está caminhando em Londres, sendo que o cineasta a filmou usando uma câmera comum dos tempos do cinematografo e o resultado é mais do que surpreendente.

"Drácula de Bram Stoker'" não é somente uma das melhores adaptações sobre o famoso vampiro, como também uma belíssima homenagem ao cinema em si como um todo. 


Onde Assistir: DVD, Blu-Ray, Youtube, Amazon, Google Play Filmes e HBO MAX. 

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