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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Cine Dica: Estreias do Final de Semana (23/08/19)

Entre Tempos 

Sinopse:  Uma longa história de amor, do início ao fim, é recontada através das memórias de seus dois protagonistas, o jovem casal formado por “Ele” e “Ela”. 

Os Brinquedos Mágicos 

Sinopse: Bonecos infusores de chá são pequenas figuras de porcelana que ganham cores diferentes quando despejam chá em seus corpos. Quanto mais profunda a cor, mais precioso é o boneco.

Passaros de Verão 

Sinopse: Na década de 1970, na Colômbia, uma família de nativos de Wayuu se encontra no coração da florescente venda de maconha para a juventude americana. 

Socorro! Virei uma Garota 

Sinopse: Júlio é um garoto invisível aos olhos dos colegas. Certo dia ele vê no céu uma estrela cadente e faz um pedido para se transformar na pessoa mais popular da escola. Mas algo dá errado e ele acorda como a garota mais popular da escola: Júlia.

Um Amor Impossível 

Sinopse: No final dos anos 1950, Rachel, uma simples funcionária, conhece Philippe, um jovem brilhante de uma família burguesa. Desta breve relação, nasce Chantal. 

Uma Noite Não é Nada 

Sinopse: São Paulo, meados da década de 1980. Agostinho, um decadente professor de física de um supletivo noturno, acaba se apaixonando por uma de suas alunas. 


Leia a minha crítica sobre o novo Brinquedo Asssassino que chegou nos cinemas. Verde Está do Outro Lado chega ao Cinebancários. 


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quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Brinquedo Assassino' - Conectividade Assassina

Sinopse: Karen presenteia seu filho pequeno, Andy, com um boneco muito especial. Porém, crimes estranhos começam a acontecer pela vizinhança e revelando a natureza sombria do brinquedo. 

Na falta de boas ideias o cinemão americano se vende cada vez mais para refilmagens, pois nunca é demais para eles revitalizar algo que já havia dado lucro em seus bolsos. O problema é como agradar, tanto as novas plateias, como também os fãs de uma época passada. Felizmente ambas as partes irão se divertir, já que a nova versão de "Brinquedo Assassino" respeita a sua essência, mas também caminha de mãos dadas com que rola em tempos atuais em assuntos capitalistas e tecnológicos. 
Dirigido por Lars Klevberg, do filme "Morte Instantânea" o filme conta a história de Andy (Gabriel Bateman) e sua mãe Karen (Aubrey Plaza) que mudam para uma nova cidade em busca de um novo começo. Percebendo o desinteresse do filho em fazer novos amigos, Karen decide dar a ele de presente um boneco tecnológico que, além de ser o companheiro ideal, ele executa funções da casa sob comandos de voz. Os problemas começam a surgir quando o boneco se torna possessivo em relação a Andy e está disposto a fazer qualquer coisa para afastar o garoto das demais pessoas.  
Se formos colocar o clássico de 1988 com o novo lado a lado se percebe que são filmes completamente diferentes um do outro, sendo que a única semelhança é a presença do boneco Chuck, porém, com visual bem mais medonho e correspondendo com os tempos contemporâneos. Aliás, a troca pelo lado sobrenatural pela questão da inteligência artificial é mais do que proposital, pois roteiristas foram criativos ao explorar essa onda de conectividade tudo em volta da internet e da qual influência, mesmo que indiretamente,  a vida das pessoas. Fora isso, o filme possui uma crítica ácida contra as grandes corporações, pois para elas não importa o que aconteça, desde que o seu produto seja ainda vendido para a massa.  
Sem isso o filme cairia no óbvio, porém, teria ainda alguns ingredientes que seduzem os fãs do horror, como no caso de possuir um humor sombrio, daqueles que fazem a gente rir de uma situação grotesca, pois ela acaba sendo incrivelmente absurda. Mas assim como na última versão de "IT - A Coisa" (2017), o filme também pega carona do sucesso da série "Stranger Things" e fazendo você que for assistir ter uma certa sensação de déjà vu. Além disso, o filme possui uma violência bastante "gore", da qual lembra muito os filmes de horror dos anos oitenta e despertando uma certa nostalgia macabra.
Com a voz do eterno Luke Mark Hamill que dubla o boneco assassino Chucky, "Brinquedo Assassino" surpreende pela nova roupagem e que irá agradar em cheio os fãs do brinquedo macabro e possessivo.  


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Cine Dica: Mostra Cinesapa (22 a 25 de agosto)

MOSTRA CINESAPA APRESENTA FILMES E PROMOVE DEBATES NA CINEMATECA CAPITÓLIO PETROBRAS
SAPATÃO, CÂMERA, AÇÃO!     

De 22 a 25 de agosto, a Cinemateca Capitólio Petrobras recebe a mostra CINESAPA. A programação apresenta filmes inéditos na cidade e uma série de debates sobre lesbianidade e cinema.  O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos.
A programação destaca importantes documentários, como Sapatão, Câmera, Ação!, de Caroline Berler e Lesbian Avengers Eat Fire, Too, de Janet Baus e Su Friedrich; ficções que apresentam a subjetividade de mulheres lésbicas em diferentes etapas da vida, como Tempestade na Estrada, de Thom Fitzgerald, e 2 Garotas In Love, de Maria Maggenti, e curtas-metragens contemporâneos, como Tamagotchi, de Fernanda Reis, e  Segredo dos Lírios, de Brunna Kirsch e Cris Aldreyn.

CINESAPA
Coletivo de mulheres lésbicas que pesquisa e propõe programações relacionadas a cinema e lesbianidade. Criado no final de 2018, o coletivo nasceu da insatisfação com a falta de representatividade em produções audiovisuais e tem como objetivo promover a visibilidade e produção de obras que contemplem de forma plural a subjetividade das mulheres lésbicas, as suas relações e as lutas do cotidiano.

PROGRAMAÇÃO
22 de agosto (quinta-feira) – 19h30
       
TAMAGOTCHI              
Brasil, 2019, 22 minutos, digital - Ficção             
Direção: Fernanda  Reis 
Sinopse: Laura (Iris Farias) decide desligar a internet e olhar o mundo ao seu redor. Ela logo conhece Agatha (Ana Girardello) e as duas se apaixonam. Quase como se tudo estivesse programado para acontecer.       

SAPATÃO, CÂMERA, AÇÃO!             
(DYKES, CAMERA, ACTION!)
Estados Unidos,
2018, 58 minutos, digital – Documentário
Legendas em português              
Direção: Caroline Berler          
Sinopse: Dykes, Camera, Action! conta com nomes de cineastas renomadas para compartilhar suas histórias de vida e para falar sobre como expressam suas identidades como lésbicas nos filmes.  
debate sobre lésbicas no cinema com Fernanda Reis (diretora do Tamagotchi), Pam Hauber (produtora) e Lívia Pasqual (diretora de fotografia)

23 de agosto (sexta-feira) – 19h30

TEMPESTADE NA ESTRADA
(CLOUDBURST)
Estados Unidos, 2011, 93 minutos, digital - Ficção
Legendas em português
Direção: Thom Fitzgerald
Sinopse: Stella (Olympia Dukakis) e Dotty (Brenda Fricker),
estão juntas há 31 anos. Após a neta de Dot decidir colocá-la em um asilo para idosos, elas decidem embarcar em uma viagem de carro para o Canadá para se casar.  Debate sobre lesbianidade na maturidade e atuação – participantes a confirmar. 

24 de agosto (sábado) – 19h30

2 GAROTAS IN LOVE
(THE INCREDIBLY TRUE STORY OF 2 GIRLS IN LOVE)
Estados Unidos, 1995, 94 minutos, digital - Ficção 
Legendas em português
Direção: Maria Maggenti
Sinopse: Randy Dean (Lauren Holloman) e Evie (Nicole Ari Parker), se apaixonam apesar de suas diferenças e juntas passam por descobertas, preconceito e dilemas de um jovem casal lésbico. 

25 de agosto (domingo) – 19h30

SEGREDO DOS LÍRIOS
Brasil, 2012, 16min, digital, Doc.
Direção: Brunna Kirsch, Cris Aldreyn
Sinopse: O amor de mães
por suas filhas lésbicas em três casos de superação das expectativas conservadoras da sociedade.

LESBIAN AVENGERS EAT FIRE, TOO
Estados Unidos, 1993, 56 minutos, digital - Doc.
Legendas em português
Direção: Janet Baus, Su Friedrich
Sinopse: O Lesbian Avengers é um grupo de ativistas
fundado em 1992 para lutar pelos direitos e a visibilidade lésbica. Conhecido por suas estratégias para chamar atenção para a causa, como flyers de recrutamento e até mesmo engolir fogo. debate sobre ativismo lésbico - participantes a confirmar

A Cinemateca Capitólio Petrobras conta, em 2019, com o projeto Cinemateca Capitólio Petrobras programação especial 2019 aprovado na Lei Rouanet/Governo Federal, que será realizado pela FUNDACINE – Fundação Cinema RS e possui patrocínio master da PETROBRAS. O projeto contém 26 diferentes atividades entre mostras, sessões noturnas e de cinema acessível, master classes e exposições.

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: ‘Espero tua (Re)volta’ - Prelúdios Para Tempos Nebulosos

Sinopse: Quando a crise se aprofundou no Brasil, os estudantes saíram às ruas e ocuparam escolas protestando por um ensino público de qualidade e uma cidade mais inclusiva.  

As manifestações de Junho de 2013, onde estudantes protestaram contra o aumento da passagem de ônibus, desencadeou um dos maiores movimentos da nossa história. Porém, é preciso salientar que houve consequências desses movimentos e que até hoje todos nós sentimentos."Espero Tua (Re)volta” revê aqueles tempos não tão longínquos, onde estudantes invadiram as ruas para defender os seus direitos, mas talvez tenham sido um tanto ingênuos.  
Sob o ponto de vista de três secundaristas - Marcela Jesus, Nayara Souza e Lucas Penteado – que participaram da ocupação de mais de 200 escolas em São Paulo em 2015, o longa reflete sobre a recente e intensa história brasileira a partir das lutas estudantis. Eles protestavam contra a reorganização escolar anunciada pelo governo paulista, por uma escola pública de qualidade. Porém, mal sabiam que a dura realidade viria forte a cavalo.  
Através de vários fragmentos que moldam a obra como um todo, "Espero a Tua (Re)volta” se sustenta através de um grande Flashback, onde testemunhamos as grandes manifestações de 2013 e além de várias outras que viriam posteriormente. Pelo olhar de três estudantes, enxergamos inúmeros jovens lutando por um ideal, por um país livre, pelo direito de terem os melhores estudos e melhores conhecimentos. Não há como não ficar abismado com diversas cenas que entraram para a história do país, como no caso da invasão de milhares de estudantes no planalto e que acabou passando tudo ao vivo.  
Porém, o documentário meio que omite, ao menos no primeiro ato, que houve interferência de outros partidos em meio as manifestações, principalmente aqueles vindos da direita e que viram ali a oportunidade de virar a mesa. Isso desencadeou o fato de muitas outras manifestações contra o governo terem nascido na época, mas sem ao menos saber sobre o que ao certo estavam exatamente protestando. O que era manifestações contra o aumento de passagem, acabou se tornando em diversas manifestações ao longo do tempo e desencadeando até mesmo os protestos a favor do impeachment contra até então Presidenta Dilma Rousseff.  
É bem da verdade que essa nova geração de estudantes não tinham uma ligeira noção da verdadeira corrupção, tão pouco do verdadeiro horror de uma ditadura e da qual eles não nasceram dentro dela. Em "Rasga Coração" (2018), de Jorge Furtado, por exemplo, vemos duas gerações diferentes, das quais ambas lutam pela liberdade, mas a mais recente não estava lutando contra um governo opressor. Infelizmente, por melhor que fossem as boas intenções das manifestações e 2013, elas desencadearam algo muito pior e do qual se aproveitou da situação.  
Em contrapartida, é impressionante observar estudantes saírem da bolha, ao enxergar uma nova realidade e da qual não se aprendia dentro da escola. Nos tempos das ocupações das escolas, por exemplo, vemos os estudantes aprendendo a conviver no coletivo, ajudando uns aos outros e deixarem qualquer diferença de lado. Um momento que enriquece a obra como um todo e dando uma fração de esperança perante o pior que viria acontecer no futuro.  
A partir da saída da até então Presidenta Dilma Rousseff, e onde Michael Temer assumiu o posto no poder, é então que essa nova geração finalmente sentiu as engrenagens de como se faz um golpe de estado. O segundo e o terceiro ato final, testemunhamos jovens sendo agredidos por policiais super armados, sendo mandados por aqueles que se aproveitaram das manifestações e gerando uma maré de ódio que se alastra até hoje em nossos tempos contemporâneos. Se por um lado o início do documentário não mostra a infiltração desses partidos da direita, em contrapartida, a cena do até então deputado Jair Bolsonaro lançar palavras de ódio e se tornar posteriormente o Presidente do Brasil sintetiza um momento de reflexão e fazermos a gente pensar onde a gente errou.  
O que resta para essa geração atual, que agora luta contra os cortes da educação, é não cometerem os mesmos erros do passado e unirem forças para derrotarem o ódio. O que, talvez, falta é reconhecerem o passo em falso e se levantarem mais fortes do que eram no passado. "Espero tua (Re)volta" é sobre um capitulo de nossa história, da qual iniciou em 2013 e cujo o seu final ainda não acabou. 



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Cine Dica: O Verde Está do Outro Lado entra em cartaz no CineBancários, a partir de 22 de agosto, às 19h

O documentário estreia também em São Paulo, Rio de Janeiro, Santos, Curitiba, Salvador, Brasília, Belo Horizonte e Recife.

A exploração da água como um bem para poucos é destrinchada no filme O Verde Está do Outro Lado, de Daniel A. Rubio, longa de estreia do diretor. Produzido entre Chile e Brasil, o documentário traça um paralelo entre as experiências dos dois países a partir da perspectiva da Província de Petorca, a 200 quilômetros de Santiago, e de Correntina, que fica no oeste da Bahia.
Entrevistas com moradores da região, ambientalistas e políticos guiam o longa que explora as nuances econômicas e ambientais que regem as batalhas pela propriedade da água. A produção explora os efeitos da privatização da gestão da água vivida pelo Chile em 1981 e seus reflexos negativos quase quatro décadas depois. Em Petorca, grandes empresas detém o líquido e a falta de água para irrigação de plantações e para o próprio consumo humano leva pequenos agricultores e suas famílias ao sofrimento e à ruína.
O Brasil tem 12% da água doce do planeta, mas a realidade da cidade de Correntina, conhecida como a caixa d’água do Brasil, escancara um futuro pouco distante: grandes produtores de soja já foram responsáveis por extinguir 17 riachos nos últimos 15 anos.
O Verde Está do Outro Lado, que estreia no dia 22 de agosto, resume o efeito que as privatizações, a acumulação de riqueza e a globalização exercem na falta de acesso a serviços básicos vivida por muitos habitantes.

Sinopse:
O Verde Está do Outro Lado estabelece um paralelismo entre as experiências do Chile e do Brasil para tratar do acesso das populações à água no mundo, explorando as nuances econômicas e ambientais envolvidas na disputa pela propriedade da água, que irá determinar o futuro do planeta. No Chile, a gestão da água foi privatizada em 1981. O documentário mostra como em Petorca, a 200 quilômetros de Santiago, a água que está nas mãos de grandes empresas tem levado pequenos agricultores e suas famílias à ruína. No filme, conhecemos uma realidade extrema que aflige a maior parte dos habitantes da Província de Petorca.

Direção | Daniel A. Rubio:
Daniel A. Rubio é fotógrafo, diretor e produtor de projetos majoritariamente orientados por questões sociais e ecológicas.
Trabalhou na produção, realização e direção de programas produzidos pela Television Trust for the Environment, como "A Posse", "Land's Revolução", "Collision Course", "Winning Against AIDS", "Looting the Pacific", "Danger in the Dust”, que foram exibidos pela BBC World e outros canais, como TVArte, France 5 e Article Z.

Brasil/Chile, 2018, 76 min, 10 anos
Direção | Roteiro: Daniel A. Rubio
Produção-executiva: Juliana Lira
Produção | Chile: Andrea Rubio Apiolaza
Produção | Brasil: Juliana Lira, Roberto Gonçalves de Lima, Cristina Livramento, Flavio Fontes, Lara Dezan e Priscila Ihara
Produtora: Lira Filmes
Coprodutora: ArtVer
Montagem: Daniel A. Rubio, João Gil e Fred Silviero
Imagens | Chile: Daniel A. Rubio
Imagens | Brasil: Daniel A. Rubio e João Gil
Trilha: Leandro Estevão e Levi Estevão

Personagens | Brasil: Moradores da comunidade da Prainha, Dona Ana, Sr. Paulino, Sra Maria, Seu Antônio, Timóteo MAB, Marcos – Ativista, Andreia -  MAB, Deputado Glauber Braga, Deputado Alfonso Florence, Deputado Bohn Gass
Personagens | Chile: Rodrigo Mundaca, Senadora Adraina Muños, Deputado Luis Lemus, Dona Avelinda Madariaga, Seu Pedro Madariaga, Verónica Vilches, Claudio Vilches, Ricardo Sangüesa, Alejandra Sepulveda, Ministro de Obras Publicas do Chile, Alberto Undurraga Vicuña, SeuCarlos Gilberto Tapia, Ondina Figueroa

Distribuição: Lira Filmes
TROMBONE COMUNICA
Tel: 11 3253-6185
margo@trombonecomunica.com.br
carol@trombonecomunica.com.b 

C i n e B a n c á r i o s 
Rua General Câmara, 424, Centro 
Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 
Fone: (51) 34331205

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: ‘Bacurau’ - O Contra-Ataque Vindo do Cinema Nacional

Sinopse: Bacurau é uma cidade esquecida do Nordeste, mas unida pela força do seu povo. Porém, estranhos acontecimentos põem os seus habitantes em alerta. 

O gênero fantástico do nosso cinema brasileiro tem gerado filmes que nada mais são do que uma metáfora sobre a nossa já complexa realidade brasileira. Em "Trabalhar Cansa" (2011), por exemplo, o horror sobrenatural ali fica em segundo plano, enquanto os problemas vindos do mundo real acabam se tornando ainda mais assustadores do que qualquer outro monstro. É aí que chegamos a "Bacurau", obra que é uma grande metáfora de um Brasil pós-golpe 2016 e do qual precisa reagir.  
Dirigido por Kleber Mendonça Filho, do filme "Aquarius" (2016) e de Juliano Dornelles, do filme "O Ateliê da Rua do Brum" (2015),  a trama do filme se concentra pouco após a morte de dona Carmelita, aos 94 anos, onde os  moradores de um pequeno povoado localizado no sertão brasileiro, chamado Bacurau, descobrem que a comunidade não consta mais em qualquer mapa. Gradualmente, eles se dão conta de que algo estranho está acontecendo, pois enquanto drones passeiam pelos céus, estrangeiros chegam à cidade pela primeira vez, carros se tornam vítimas de tiros e cadáveres começam a surgir. Por conta disso, Teresa (Bárbara Colen), Domingas (Sônia Braga), Acácio (Thomas Aquino), Plínio (Wilson Rabelo), Lunga (Silvero Pereira) e outros habitantes chegam à conclusão de que estão sendo atacados, mas resta saber quem são os inimigos e de que maneira eles irão se defender.  
Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles bebem muita da fonte de vários gêneros, ao ponto de o filme ser identificado como uma ficção cientifica, mas ganhando também pinceladas de suspense, horror e até mesmo ganhando contornos dos tempos de western spaghetti italiano. Porém, o filme jamais esquece de suas verdadeiras raízes e prestando até mesmo uma homenagem aos tempos do "Cinema Novo" e sintetizando o melhor de nossa cultura brasileira como um todo. Ao mesmo tempo, a cidade de Bacurau é um retrato do Brasil atual, com várias pessoas com suas cores, crenças e realidades distintas, mas se mantendo sempre unidos em meio aos obstáculos do dia a dia.  
Os obstáculos, aliás, surgem das formas mais imprevisíveis, porém, bastante identificáveis. A presença política, por exemplo, é uma representação do descaso do próprio perante o povo em que ele busca votos. Não deixa de ser simbólica a cena de livros serem jogados como se fossem restos, ou de alimentos e medicamentos quase vencidos e que faria até mesmo os políticos da direita do mundo real se sentirem envergonhados.  
Porém, “Baucurau” vai ainda mais além, onde enxergamos naquela realidade do Nordeste um Brasil sendo invadido e garimpado por homens gananciosos. Em tempos em que cada vez mais a teoria de que houve um segundo golpe em nossa história se fortifica, a ficção do filme se torna ainda mais próxima da nossa própria realidade nua e crua. Curiosamente, o drone em forma de um disco voador que surge diversas vezes em cena, seria uma metáfora da paranoia norte americana com relação a invasão comunista dos anos cinquenta, só que aqui vista de uma forma inversa e elevando ainda mais a metáfora de que o Brasil está sendo invadido e vendido a preço de banana. 
Aliás, a imagem dos nortes americanos vista na obra é caricata, mas feita propositalmente, pois ela seria uma representação dos pensamentos fascistas e conservadores do Presidente atual Donald Trump. Já os atos e consequências que surgem ao longo da trama acaba desencadeando uma reação em fúria daqueles habitantes que não aceitam serem explorados e tão pouco mortos devido a ganância vinda de poderosos. Se há um personagem que sintetiza muito bem isso é Lunga (Silvero Pereira), cuja a sua imagem, com sangue nos olhos, diga-se de passagem, seria a representação de um Brasil em fúria e pronto para contra-atacar contra aqueles que querem nos dar um golpe pelas nossas costas.  
O ato final nos reserva momentos de pura tensão e cujo a violência e sangue ficarão por ali marcados para sempre. É bem da verdade que as palavras finais de um determinado personagem seriam, infelizmente, o prenúncio de algo muito pior que poderá acontecer em nosso mundo real. Cabe, então, os brasileiros deixarem as suas diferenças de lado e reagirem que nem o povo de Baucurau como um todo.   
Com um grande elenco, incluindo a sempre ótima Sonia Braga, "Bacurau" é o melhor filme brasileiro destes últimos anos e que no futuro ele falará muito sobre esses tempos atuais e nebulosos dos quais nós vivemos. 


Nota: O filme ganhará pré-estreias nos dias  23 e 24 de Agosto (às 20h30) no Cinebancários de Porto Alegre. Mais informações cliquem aqui. 

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Cine Dica: Cinema da América Latina e Indicado ao Oscar na Sala Redenção

Eu Não Sou Seu Negro 

A próxima semana na Sala Redenção inicia no dia 19 de agosto, segunda-feira, com o filme brasileiro Joaquim, um drama sobre a trajetória de um dos personagens mais conhecidos da história de nosso país: Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Dirigido por Marcelo Gomes, o longa dá continuidade à programação da mostra Cinema Pela América Latina, em que filmes de países como Argentina e Cuba, têm suas produções recentes exibidas nas telas do Cinema Universitário. Na terça-feira, 20, às 16h, o filme Últimos dias em Havana explora o sonho de Miguel de sair da capital cubana e conseguir seu visto americano para viver em Nova York. Quando o homem recebe a liberação de ir, se depara com o conflito de deixar o amigo, portador de HIV, com quem mora em Havana.
No dia seguinte, 21, a Sala recebe Eu Não Sou Seu Negro, indicado ao Oscar de melhor documentário em 2017. O filme, logo nos primeiros minutos, provoca quem assiste a encarar a perspectiva trazida pelo filme na voz do ator Samuel L. Jackson: “A história dos negros na América é a história da América. E não é uma história bonita”. A partir dos escritos deixados pelo escritor James Baldwin sobre a vida e o assassinato de três de seus amigos — Martin Luther King Jr., Medgar Evers e Malcolm X —, o diretor haitiano Raoul Peck desenvolve o premiado longa e traz fragmentos da história americana, pautada pela escravidão, pelas leis segregacionistas e pela violência policial. Traça, ainda, o caminho seguido pelo movimento dos Panteras Negras e o recente Black Lives Matter. O longa é o escolhido para a sessão mensal realizada pela UNAPI (Universidade Aberta para Pessoas Idosas) em pareceria com o Cinema Universitário e com o SESC-RS. 
Ainda na quarta-feira, o projeto Inovação nas Telas, promovido pelo Zenit-Parque Científico da UFRGS, recebe o filme norte-americano Um Senhor Estagiário. A sessão acontece às 19h e conta a história de um viúvo de 70 anos que descobre que a aposentadoria não é tudo aquilo de bom que as pessoas falam e resolve se tornar um estagiário de um site de moda. 
A semana encerra na sexta-feira com a Mostra RECAM (Encontro Especializado de Autoridade Cinematográficas e Audiovisuais do Mercosul). Com o objetivo de promover o desenvolvimento do audiovisual dos países participantes, o ciclo traz o documentário argentino Anos de Rua, um registro da vida de quatro crianças que moravam nas ruas de Buenos Aires em 1999. O diretor explora os sonhos, o futuro e a dinâmica de vida desses personagens. A RECAM exibe também o documentário venezuelano Hay alguien allí, a história de uma menina autista de 9 anos nos anos 70 e os desafios enfrentados pela criança e por sua família.  
Confira a programação completa no site oficial clicando aqui.