Quem sou eu
- Marcelo Castro Moraes
- Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
- Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
Pesquisar este blog
terça-feira, 8 de setembro de 2020
Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Selah e as Espadas'
sexta-feira, 4 de setembro de 2020
Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Quentin Tarantino: Os Oito Primeiros'
Sinopse: De "Cães de Aluguel" a "Os Oito Odiados", atores e colaboradores examinaram os oito primeiros filmes do aclamado diretor e roteirista Quentin Tarantino.
Gostar de Quentin Tarantino é fácil, pois não há diretor melhor do que ele que saiba criar ótimos filmes criativos, seja em história ou visual, e sabendo dialogar com um público que vive da cultura pop como um todo. Seus filmes são originais, mas moldados com referências de diversos outros clássicos, além de prestar sempre uma bela homenagem ao melhor da música e fazendo a gente cantarolar em cada sessão de suas obras. "Quentin Tarantino: Os Oito Primeiros" faz uma retrospectiva desse diretor polêmico, genial e autoral.
Dirigido por Tara Wood, “Quentin Tarantino: Os Oito Primeiros” é um documentário que faz uma retrospectiva dos 21 anos de carreira do diretor Quentin Tarantino no cinema norte-americano. Por meio de entrevistas com atores e atrizes que trabalharam por anos com o diretor, além de outros colegas de profissão, o modo de trabalho, a visão sobre cinema e a singularidade como diretor são apresentados para o público.
Com diversas imagens que resgatam o tempo em que Tarantino era um rato de video locadora, o documentário desvenda os seus primeiros passos, sua criatividade na elaboração de roteiros e os segredos que o levaram a se tornar um dos principais diretores do início da década de noventa. Com um orçamento minúsculo, Tarantino conquistou o mundo com o seu primeiro grande filme "Cães de Aluguel" (1992), exibido no festival de Cannes e mudando o cinema independente como um todo naquela época para sempre.
Isso serviu de pontapé inicial para elaboração de sua maior obra prima que foi "Pulp Fiction - Tempo de Violência" (1994) e do qual, na minha opinião, se tornou o melhor filme da década de noventa. Com depoimentos de Christoph Waltz, Tim Roth, Samuel L. Jackson, Michael Madsen, Luci Liu e tantos outros, o filme é um verdadeiro mosaico de informações sobre a pessoa de Tarantino e como a sua visão autoral para realização de seus filmes criasse um universo próprio e até mesmo interligado entre suas obras. De "Cães de Aluguel" aos "Oito Odiados" (2015), testemunhamos uma curiosa interligação entre os seus personagens, além de elementos criados pelo próprio cineasta que vai desde a marca de cigarros e bebidas.
Curiosamente, o documentário não foge de determinadas polêmicas, como no caso do produtor Harvey Weinstein, acusado de diversos crimes sexuais que ele cometeu contra diversas atrizes e que foi produtor dos principais sucessos de Tarantino. Nestas ocasiões, ocorre uma retrospectiva sobre alguns fatos, dos quais são narrados, por exemplo, por Michael Madsen e sendo reconstituído através de desenho animado. É interessante observar que nestes momentos Weinstein é sempre retratado como uma pessoa com uma ambiguidade sombria e cuja as revelações de Madsen revelam uma pessoa que possuía diversos segredos por detrás da porta e que tudo um dia iria transbordar para fora.
Nesta questão, o documentário não foge desses e de outros assuntos espinhosos, pois essa é a Hollywood construída através de dinheiro, ganância e até mesmo crimes que até hoje alguns se mantém um mistério. No final das contas, Tarantino sabia no vespeiro que estava se metendo, mas não desistiu de conseguir obter total independência e assim fugir da sombra negativa que acabou se tornando Weinstein. O documentário termina com um Tarantino livre, leve e solto, lançando o seu longa "Era uma Vez em... Hollywood" (2019) e fazendo a gente torcer para que o seu prazer em fazer cinema nunca termine.
"Quentin Tarantino: Os Oito Primeiros" é uma deliciosa retrospectiva sobre um cineasta autoral de primeira e que consegue arrastar multidões graças a sua criatividade na elaboração de incríveis histórias.
quinta-feira, 3 de setembro de 2020
Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Elena'
Sinopse: Ao viajar para Nova York, Elena segue o sonho de se tornar atriz de cinema e deixa no Brasil uma infância vivida na clandestinidade, devido à ditadura militar implantada no país, e também a irmã mais nova, Petra, de apenas sete anos. Duas décadas depois, Petra, já atriz, embarca para Nova York atrás da irmã. Em sua busca Petra apenas tem algumas pistas, como cartas, diários e filmes caseiros. Ela acaba percorrendo os passos da irmã até encontrá-la em um lugar inesperado.
Corajoso documentário de estreia da atriz Petra Costa na direção, pois o filme é mais do que desvendar quem era sua irmã Elena, como também é uma forma corajosa de se expor na tela um lado seu tão pessoal e os motivos que a levaram ir por esse caminho. Diferente dos documentários de hoje em dia, nós não vemos depoimentos de quase ninguém na tela, mas sim a voz em off de Petra, se casando com as imagens antigas de arquivo, onde mostra Elena, de sua juventude até os seus primeiros dias em Nova York para ser atriz. De uma jovem de grande otimismo que nos é apresentado no início do filme, vemos aos poucos uma pessoa que começa a se fragilizar, devido ao fato de nunca poder alcançar os sonhos que tanto deseja.
O clima pesado, com a sensação de perda iminente, se fortalece ainda mais quando surge em cena a mãe de Petra e Elena: com os olhos fundos de tristeza, junto com um aparente desequilíbrio físico e mental, com ela chegamos ao ápice da trama. Nos não só descobrimos o que aconteceu com a Elena, como também o fato de ser revelado, que esse documentário não é somente sobre ela, como também sobre a própria Petra, que no fundo acaba temendo seguir os próprios passos de sua irmã.
Fazendo esse documentário, sentimos que Petra esteja exorcizando os seus medos interiores e o que faz dela seguir em frente, mas jamais esquecendo o laço forte que sente por Elena e o que ela foi para toda sua família. Com belíssimas imagens, montagem e trilha sonora que lembram por vezes filmes como "A árvore da Vida" (2011), "Elena" é uma representação sobre os laços fortes de sangue que as famílias têm, ao ponto que mesmo um ente querido parta dessa vida, ele no final das contas sempre estará presente em nossos corações.
Onde assistir: Netflix.
quarta-feira, 2 de setembro de 2020
Cine Dica: I Mostra Cuité de Cinema Suprabrasilis + Ciclo de Debates Igarapé
Nos dias 05, 06, e 07 de setembro, a cultura nortista estará em evidência na I Mostra Cuité de Cinema Suprabrasilis + Ciclo de Debates Igarapé. Serão exibidos filmes de curtíssima, curta, média e longa-metragem, todos produzidos de forma independente por diretores e produtores dos sete estados que integram a Região Norte do Brasil. Além das exibições, haverá também ciclo de debates envolvendo realizadoras nortistas e sulistas. O evento será realizado de maneira totalmente online.
Em formato inteiramente digital nesta primeira edição, a Mostra Cuité também conta com o apoio institucional da Cinemateca Capitólio, importante casa de cinema de Porto Alegre. Organizando-se para retornar a receber o público com segurança assim que possível, a Cinemateca também contará com a Mostra Cuité em seu cronograma após sua reabertura.
A equipe da Mostra Cuité é formada por mulheres majoritariamente nortistas que residem em Porto Alegre, e a inscrição nas atividades é aberta e gratuita.
Entre os destaques da programação estão os documentários Transamazonia, que retrata as vivências de pessoas trans e travestis moradoras de cidades às margens da rodovia Transamazônica; Marajó das Letras, que mostra a realidade de pintores de barcos no Pará; e Histórias de Marabaixo, documentário sobre o Ladrão de Marabaixo, uma forma musical do povo negro amapaense contar sua história.
São 16 filmes de gêneros variados, que documentam os costumes, as crenças, as tradições do povo nortista: a vida ribeirinha, a relação com os rios, com a floresta, e ainda as vivências nas grandes cidades, passando por temas universais relevantes, como feminismo, homofobia, direitos humanos, inclusão. Boa parte dos filmes que compõem a programação foi concedida pela equipe de curadoria do FIM (Festival Imagem-Movimento), um parceiro da mostra e grande fomentador de projetos audiovisuais independentes em Macapá, Amapá.
Ciclo de Debates Igarapé - Dentro da programação da Cuité, o público poderá acompanhar um bate-papo entre realizadoras nortistas e sulistas, que irão debater sobre o cenário audiovisual independente no Brasil, falando também sobre as particularidades de cada região. O Ciclo de Debates Igarapé trará profissionais mulheres para a rodada de conversa e os participantes poderão interagir, enviando suas perguntas em tempo real. Os debates ocorrerão antes da exibição dos filmes e os nomes das debatedoras serão divulgados em breve.
Serviço
I Mostra Cuité de Cinema Suprabrasilis + Ciclo de Debates Igarapé
Data: 05, 06 e 07 de setembro
Horário: 18h - 19h15 Ciclo de Debates Igarapé / 19h15 - 22h Exibição de Filmes
Inscrição dos debates: gratuita e pode ser feita pelo Sympla.
Local: a mostra será em formato digital, podendo ser acessada via site oficial ou canal do evento no Youtube
Maiores informações em https://mostracuite.github.io/
Programação
05 de setembro
18h - 19h15 1º Debate Igarapé
19h15 Caminho das Pedras
20h Marajó das Letras
20h40 Transamazonia
06 de setembro
18h - 19h15 2º Debate Igarapé
19h15 Sobre Quedas e Quedares
19h17 Lambes que gritam
19h19 Intermitências sobre Macapá
19h24 A chula
19h27 De domingo a Domingos
19h31 O fotógrafo
19h35 Kayka Aramtem
19h40 O passado presente
19h53 Intervenção Urbana
07 de setembro
18h - 19h15 3º Debate Igarapé
19h15 Carta sobre nosso lugar
19h31 Meu corpo feminino
19h46 Mazagão Porta do Mar
20h48 HIstórias de Marabaixo
ATENDIMENTO À IMPRENSA
Site oficial: mostracuite.github.io
Instagram: instagram.com/mostracuite
Email: cuitemostracinema@gmail.com
Contatos:
Bruna Anele: Gestora e coordenadora de comunicação da mostra - (51) 99691-1262 / brunaanele@hotmail.com.
Emilly Garcia: jornalista - (51) 99458-2900 / garcia.emilly@gmail.com
segunda-feira, 31 de agosto de 2020
Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Viver Duas Vezes'
Sinopse: Quando Emilio (Oscar Martínez) é diagnosticado com Alzheimer, ele e sua família resolvem partir em busca do seu amor de infância.
São raros os casos de comédias se saírem bem sucedidas quando se entra em território dramático. Porém, quando isso acontece, pode também gerar um filme que nos proporciona diversos sentimentos e fazendo a gente rir e chorar ao mesmo tempo. "Viver Duas Vezes" tem a proeza de fazer com que nos identifiquemos com os personagens e fazendo a gente se emocionar com a situação em que eles vivem que, por vezes, é tristemente familiar nos dias de hoje.
Dirigido por Maria Ripoll, a trama se passa em uma cidade de Valência, leste da Espanha, acompanhando um professor acadêmico aposentado e viúvo há cinco anos, chamado Emílio, interpretado pelo ator Oscar Martinez do filme "O Cidadão Ilustre" (2017). Tudo estava indo bem na sua rotina, até que um dia ele se confundiu a ruas na volta para casa. Em seu exame médico de rotina, ele é diagnosticado com o primeiro estágio da doença de Alzheimer e, ao sair do local, acaba encontrando com sua filha Julia, interpretada pela atriz Inma Cuesta do filme "Julieta" (2016), que trabalha como comercial médica. Ao perceber a doença, Julia convida Emílio para um almoço em família nada funcional. A partir dessa conversa em família, Emílio decide aproveitar seus últimos momentos de memória para reencontrar seu amor do passado.
Além do cruzamento entre humor e drama, Maria Ropoll tem a proeza de inserir na trama o subgênero roadie movie, onde na maioria dos casos os personagens embarcam em uma viagem por um objetivo, quando na verdade ela se torna uma mera desculpa para os próprios se redescobrir ao longo do percurso. Emílio é um personagem pretensioso e orgulhoso de sua profissão, mas lhe faltando despertar para si algo que lhe faz mais humilde perante o seu próximo. Ao receber ajuda familiar, Emílio começa a descobrir uma nova faceta de sua personalidade até então desconhecida, ou que estava adormecida.
O filme realmente engrena no momento em que ocorre a aproximação entre ele e sua neta Bianca, interpretada espetacularmente pela atriz estreante Mafalda Carbonell e que rouba a cena. Embora ambos sejam de culturas diferentes avô e neta se aproximam a partir de pequenos detalhes que enriquecem a relação entre os dois e fazendo com que o restante da família embarque nessa viagem inusitada. O interessante é o fato da trama nunca apelar pelo humor grosseiro, mas sim refinado e que nos faz rir facilmente em vários pontos certeiros.
Do segundo ao terceiro ato em diante o filme começa a ficar mais melodramático a partir do momento que Emílio piora devido a sua doença. Uma vez que os personagens nos conquistam através do humor isso faz com que sintamos ainda mais dor pelo que eles passam e fazendo com que a situação de Emílio nos emocione e se torne familiar para os nossos olhos. O filme só não se torna mais pesado neste momento porque os realizadores optaram por um final mais poético, porém, não menos verossímil e muito bem vindo para aqueles que desejavam o melhor para esses personagens queridos.
"Viver Duas Vezes" nos convida para embarcarmos em uma trama que transita em gêneros diferentes, mas cujo o resultado nos provoca diversas emoções e culminando entre sorrisos e lágrimas ao mesmo tempo.
sábado, 29 de agosto de 2020
Luto: Chadwick Boseman (1977 - 2020)
Acordo por volta das seis horas da manhã para me aprontar para o trabalho. Eis que hoje abri o meu celular para ler alguma notícia antes de eu levantar da cama e dou de cara com anuncio da morte de Chadwick Boseman. Achei no início que era mais um fake news, mas nesse caso, infelizmente, não era e o ator veio a falecer de câncer. Chadwick Boseman nos deixa em um momento em que vivemos em um mundo cheios de incertezas com relação ao futuro, mas deixou um presente que jamais esqueceremos.
Com uma carreira sólida na tv, o ator teve a sua primeira oportunidade no cinema atuando no filme "James Brown"(2014) e do qual retrata os altos e baixos da carreira do inesquecível músico. Porém, Chadwick Boseman viria a ganhar o estrelato no filme "Capitão América: Guerra Civil" (2016) do qual, em meio as desavenças dos heróis, o príncipe que viria se tornar rei chamado T'Challa teve a sua origem retratada de forma sublime e defendida pela grande atuação de Boseman. Foi então que o próprio teve a chance de atuar em seu próprio filme, "Pantera Negra" (2018) e do qual entrou para história.
Sucesso de público, crítica e vencedor de 3 Oscar, "Pantera Negra" se tornou um legitimo exemplo positivo de uma adaptação de HQ a ser seguido, onde se comprovou que ainda precisamos muito evoluir, para que assim todos os povos do mundo possam sobreviver. Se nos filmes anteriores os engravatados da Marvel tinham certo receio de abordar assuntos políticos, aqui tudo é mais escancarado e fechando com chave de ouro com uma frase dita pelo próprio protagonista no final da obra:
"Em tempos de crise, os sábios constroem pontes, enquanto os tolos constroem muros".
O personagem viria a dar as caras novamente em "Vingadores: Guerra Infinita" (2018) e "Vingadores: Ultimato" (2019). Além disso, Chadwick Boseman surpreenderia novamente a crítica pela sua atuação no filme "Destacamento do Blood", de Spike Lee, e do qual pode ser conferido na Netflix. O ator parte precocemente aos 43 anos, mas deixa um legado irretocável, pois ele inspirou toda uma geração de jovens negros e negras e lhes deu um verdadeiro super-herói para admirar na telona.
Wakanda para sempre
Filmografia:
2020 Destacamento Blood
2019 Crime sem Saída
2019 Vingadores: Ultimato
2018 Vingadores: Guerra Infinita
2018 Pantera Negra
2017 Marshall: Igualdade e Justiça
2016 Capitão América: Guerra Civil
2016 Deuses do Egito
2016 Message from the King
2014 A Grande Escolha
2014 James Brown
2013 42 - A História De Uma Lenda
2011 Fringe - Temporada 4
2011 Justified - Temporada 2
2010 Castle - Temporada 3
2010 Detroit 1-8-7 - Temporada 1
2010 Persons Unknown - Temporada 1
2010 The Glades - Temporada 1
2009 Lie To Me - Temporada 2
2008 Cold Case - Temporada 6
2008 ER - Temporada 15
2008 No Limite, a História de Ernie Davis
2005 CSI: New York - Temporada 2
2003 Lei & Ordem - Temporada 14
Confira também a minha crítica sobre "Pantera Negra"clicando aqui.