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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'HIGH LIFE'

Sinopse: Um grupo de criminosos aceita trocar suas sentenças pela participação em uma missão espacial à procura de energias alternativas no buraco negro mais próximo da Terra. 

Sempre quando é lançado um filme de ficção científica com teor adulto do qual a trama se passa no espaço alguns dizem que se trata de um novo "2001: Uma Odisseia no Espaço" (1968). Exageros à parte, pois embora nenhum até hoje supere a obra prima de Stanley Kubrick, ao menos, tivemos grandes pérolas nos últimos anos, que foi no caso de "Lunar" (2009), "Gravidade" (2013), "Interestelar" (2014), "Perdido em Marte" (2015), "Ad Astra" (2019) e dentre outros. "High Life" chega para engrossar esse caldo e do qual não faz feio.
Dirigido pela cineasta Claire Denis, do filme "Minha Terra África" (2010), o filme conta a história de um grupo de criminosos aceita um acordo para trocar suas penas pela participação em uma missão espacial à procura de energias alternativas. Mas a viagem toma rumos inesperados quando uma tempestade de raios cósmicos atinge a nave. Ao mesmo tempo, os ânimos de cada um dos tripulantes começam a se tornar o principal problema ao longo da empreitada.
Pelo visual se nota que o filme foi construído com um orçamento bastante baixo, pois os efeitos visuais não são aqueles de ponta vistos a exaustão em super produções. Porém, eles são eficazes para uma trama em que não há uma guerra espacial, mas sim uma guerra interior que acontece em cada um dos personagens dentro daquela nave e que, aos poucos, começa se tornar o principal problema contra eles próprios. Curiosamente, o filme se inicia entre o passado, presente e futuro se entre cruzando, mas nada que atrapalhe o nosso entendimento.
O coração do filme, logicamente, se concentra em seu elenco de peso, não pelo fato de alguns serem grandes astros, mas sim porque cada um exerce papel fundamental dentro da trama como um todo. O elenco conta com nomes como Robert Pattinson, Juliette Binoche, André Benjamin e Mia Goth (neta da atriz brasileira Maria Gladys). Binoche, como sempre, interpreta a personagem mais complexa da história, oferecendo momentos delicados, outros quase insanos e nos brindando com situações até mesmo de pura tensão graças ao seu trabalho intenso a cada instante visto na tela.
Porém, o filme pertence ao Robert Pattinson. Embora ainda conhecido pela maioria das pessoas como o protagonista da saga "Crepúsculo", Pattinson passou os últimos anos surpreendendo em atuações intensas, como no caso do recente "O Farol" (2019) e aqui não é diferente, mesmo em que alguns momentos a sua atuação pareça um tanto contida, porém, bastante eficaz. Podemos interpretar que o seu personagem seja uma representação do nosso olhar com relação aquele ambiente nenhum pouco reconfortante e cuja a esperança pode escapar dos nossos dedos facilmente.
Em tempos de coronavírus, o filme se encaixa na questão sobre o isolamento social do qual as pessoas estão passando e que, infelizmente, algumas não estão conseguindo suporta-lo. A trama se envereda por momentos em que revela o lado mais grotesco do ser humano, mesmo quando surge situações em que o próprio revele o seu lado mais virtuoso. O final não agradará a todos, porém, isso não trai a proposta principal do filme como um todo.
"High Life" é uma pequena pérola dentro do gênero de ficção e que irá agradar em cheio aquelas pessoas que buscam não mero entretenimento, mas sim algo que nos faz refletir sobre o nosso papel dentro desse vasto universo. 


Onde Assistir: Net Now e Google Play Filmes. 

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segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Cine Especial: Clube De Cinema De Porto Alegre: ‘Em Quem Você Pensa Que Sou’

Sinopse: Claire, de 50 anos, resolve criar um perfil falso em uma rede social para acompanhar seu namorado, que é bem mais jovem. Lá, ela se esconde com a identidade de Clara, uma bela jovem de 24 anos. Neste universo virtual ela cria uma relação com Alex e os dois acabam se apaixonando. 

Em tempos atuais em que os relacionamentos tradicionais andam cada vez mais escassos, é curioso que as pessoas procurem outros meios de se relacionar, mesmo em situações que não lhes dão exatamente o tão desejado amor verdadeiro. No filme "Ela" (2013), por exemplo, testemunhamos uma história de amor absurda, mas que dialoga exatamente sobre esses tempos atuais em que as redes sociais de relacionamentos predominam e nos dominam. Já em "Quem Você Pensa Que Sou" a identificação com a trama se torna imediata e fazendo a gente se colocar no lugar da protagonista.
Dirigido pelo estreante Safy Nebbou, o filme conta a história de Claire (Juliette Binoche), que decide contar os principais eventos recentes de sua vida para uma psicóloga (Nicole Garcia). Durante as consultas, descobrimos que Claire criou um perfil falso pelo Facebook para vigiar um namorado, mas que acabou se apaixonando pelo seu amigo Alex mesmo não se vendo pessoalmente. Não demora muito para esse relacionamento virtual se tornar intenso e até mesmo irreversível.  

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Safy Nebbou cria um belíssimo visual sobre os tempos atuais em que vivemos, cuja a fotografia azulada sintetiza o lado frio dos relacionamentos a distância e que, por vezes, acabam de um modo que não se deveria. Curiosamente, o cineasta faz um paralelo do assunto com os reflexos vistos nos vidros e espelhos que surgem na tela e nos dando a entender que a protagonista gostaria de se ver como uma outra pessoa. É aí que surge a questão dos avatares virtuais, onde as pessoas inventam que são outras e para assim se sentirem mais desejadas.
Juliette Binoche, novamente, nos brinda com uma atuação digna de nota, onde a sua personagem representa uma pessoa que teme pela solidão e que nos faz nos identificarmos facilmente com ela. Por mais absurda que seja a ideia de uma relação amorosa virtual, o que acontece na tela nada mais é do que acontece com a maioria das pessoas do mundo real nos dias de hoje. Curiosamente, mesmo com a trama beirando ao verossímil, ficamos desconcertados com a situação e isso é muito bem representado pelas reações da psicóloga  da trama, que é brilhantemente interpretada por Nicole Gacia.
Além da questão dos relacionamentos virtuais visto na obra, Safy Nebbou faz questão também de explorar o vício atual da população em acreditar em qualquer fake news da vida. No caso do filme, testemunhamos um ato final com diversos pontos de finalização da história e do qual ficamos nos perguntando até o último minuto sobre o que é real ou mentira visto na tela. Se por um lado isso pode parecer um tanto que forçado, do outro, é interessante como isso gera diversos sentimentos conflitantes em nós e fazendo a gente questionar ainda mais sobre os dilemas das relações humanas e das verdades infundadas do nosso mundo real que surgem hoje em dia.
"Quem Você Pensa Que Sou" é uma grata surpresa para quem procura buscar questionamentos sobre os relacionamentos e verdades e mentiras dos nossos tempos contemporâneos. 


Conheça e anuncie na Rádio Cultura Cigana.


NOTA: Filme exibido para associados e não associados  do Clube De Cinema De Porto Alegre no último domingo (20/10/19) na Casa de Cultura Mario Quintana.    

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