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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Cine Especial: Revisitando 'Tropas Estelares'

Acho que o maior problema do norte americano é não aceitar ou entender uma crítica com relação à própria sociedade em que vive. No decorrer da história vários filmes revelaram a faceta escondida por detrás de um país que se diz livre, quando na verdade a própria história revelou que uma das principais potências do mundo se gaba por ser um grande império disposto em enfrentar determinado inimigo. Os EUA é um país que se sustentou através das guerras, ao ponto que não me surpreenderia se inventasse uma como no caso da teoria de conspiração com relação ao nascimento da Guerra do Iraque.

Portanto, é por esse pensamento que eu consigo entender os motivos que levaram a "Tropas Estelares" (1997) não ter sido um sucesso de imediato quando foi lançado em sua época, pois havia uma clara mensagem subliminar nas entrelinhas, mas que por vezes se encontrava até mesmo explícita. Dirigido por Paul Verhoeven, o filme se passa em uma época futura em que o jovem Jonhnny Rico (Casper Van Dien), após graduar-se, quer se alistar nas forças armadas para tornar-se um "cidadão" e deixar de ser um mero civil. Não demora muito para que ele participe de uma grande guerra entre seres humanos e insetos alienígenas.

Quando Paul Verhoeven lançou o seu clássico "Robocop" (1987) alguns críticos o tacharam como uma obra fascista, onde víamos um androide a serviço da polícia e que matava bandidos caso eles não se rendessem. Quem o tachou dessa maneira talvez não tenha compreendido a proposta principal da obra, já que o filme era uma análise com relação a uma sociedade cada vez mais desumana, presa ao sistema cheio de regras e, por vezes, cada vez mais alienada. Mais ou menos isso no que vemos em "Tropas Estelares", longa baseado na obra de Robert A. Heinlein e que criou uma ficção científica de acordo com os desdobramentos das principais guerras do início do século vinte.

Atraído pelo projeto, Paul Verhoeven foi também alguém que conheceu de perto a ascensão Nazista, uma vez que viu o seu país a Holanda ser invadida na época. Por conta disso, o seu primeiro longa do qual obteve reconhecimento foi "Soldado de Laranja" (1977), onde vemos jovens sendo obrigados a decidirem lutar pelo seu país, pelo nazismo, ou entrar pela clandestinidade. A premissa acaba se tornando similar se comparada a "Tropas Estelares", sendo que a mensagem é a mesma, mas de épocas diferentes.

Verdade seja dita, o filme é uma crítica caricata com relação aos próprios EUA caso um dia se torne um governo iniciado pelo fascismo, onde vemos uma sociedade perfeita, onde preza o poderio militar mais do que a ciência e expandindo a sua exploração fora do planeta. Os insetos alienígenas nada mais são do que uma grande piada que o próprio norte americano faz com o inimigo de fora que, por vezes, não enxerga como um ser humano, mas sim um mero inseto para ser esmagado. As propagandas da Federação, governo que comanda todo o globo desta realidade, usa propagandas que aparentam serem hilárias, quando na verdade não estão muito distantes da realidade e da proposta que nos querem passar.

Talvez exista dois pontos fortes que fazem de "Tropas Estelares" ser acusado de ser um filme fascista, sendo que na abertura, por exemplo, há uma forte comparação ao clássico alemão "Triunfo da Vontade" (1935), onde vemos soldados dizendo que estão fazendo a sua parte, incluindo até mesmo crianças. Outro ponto significativo é com relação ao personagem Carl (Neil Patrick Harris), inicialmente sendo mostrado na trama como um grande gênio, para posteriormente ser um comandante a serviço do estado e disposto em mandar o maior número possível de jovens soldados para frente do front. Para o olhar norte americano, o que mais chocou talvez não tenha sido exatamente isso, mas sim por ele estar um usando um uniforme similar a Hitler, quando na verdade foi uma provocação dos realizadores ao dizer até onde o norte americano pode chegar.

Curiosamente, é interessante observar como o primeiro ato é tudo muito inocente, ao vermos jovens bonitos, sonhadores, que mais estão preocupados em perder a virgindade do que adentrar em uma guerra. Uma vez que eles são retirados dessa zona de confronto é então que os personagens vão gradativamente mudando e fazendo parte desse sistema militante que inicialmente parecia uma grande aventura, quando na verdade a história é bem outra. Embora a ficção, o filme toca em assuntos não muito diferentes que já são vistos no subgênero de guerra, mas cuja temática subliminar com relação ao fascismo fez toda a diferença e que até hoje causa polêmica.

Tanto o diretor Paul Verhoeven como o escritor Robert A. Heinlein, talvez tivessem uma ideia sobre o futuro nebuloso com relação a sociedade atual em que estamos vivendo, onde o termo fascismo está sendo direcionado para países que se dizem democráticos, mas que acabam sendo comandados por governos agressivos, seja ele da extrema direita ou esquerda. Ironicamente, tanto o livro quanto o filme foram lançados em épocas em que o mundo não sabia ao certo para onde se iria encaminhar, mas que se tornaram um reflexo do nosso próprio tempo.

Na época do seu lançamento, eu me lembro que os críticos diziam que era um filme de ação louco, com efeitos visuais mais loucos e com atores que mais pareciam que estavam vindo de propaganda de margarina. A violência foi criticada, assim como o humor que ninguém entendeu de imediato a sua proposta. Curiosamente, quando Paul Verhoeven lançou o seu "O Homem Sem Sombra" (2000) alguns críticos ficaram dizendo que era um longa horroroso se for comparado ao maravilhoso "Tropas Estelares". Pelo visto o reconhecimento não tarda para determinados filmes.

Lançado recentemente em uma edição especial em DVD pelo Obras Primas do Cinema, "Tropas Estelares" é um daqueles longas a frente do seu tempo, mas que faz justamente uma análise ácida com relação a época do seu lançamento e se aproximando cada vez mais do mundo em que vivemos. 

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Cine Dica: Clube de Cinema de Porto Alegre: Paraíso em Chamas (25/10) na Cinemateca Paulo Amorim

Nosso encontro deste sábado será às 10h15 da manhã, na Sala Eduardo Hirtz da Cinemateca Paulo Amorim, com a exibição do premiado Paraíso em Chamas, longa de estreia da diretora sueca Mika Gustafson.

Premiado nos festivais de Veneza e Londres, o filme é uma das revelações recentes do cinema europeu e confirma Gustafson como uma voz potente do cinema europeu. Com uma direção sensível e atuações marcantes de jovens não profissionais, o longa combina realismo e ternura para falar sobre amadurecimento, liberdade e solidariedade em meio ao abandono.


🎬 SESSÃO DE SÁBADO NO CLUBE DE CINEMA


📅 Data: Sábado, 25/10/2025, às 10h15 da manhã

📍 Local: Sala Eduardo Hirtz, Cinemateca Paulo Amorim (CCMQ)

Rua dos Andradas, 736 – Centro Histórico, Porto Alegre

Paraíso em Chamas (Paradiset brinner)

Suécia, 2023, 108 min, 18 anos

Direção: Mika Gustafson

Elenco: Bianca Delbravo, Dilvin Asaad, Safira Mossberg

Sinopse: Três irmãs, com idades entre 7 e 16 anos, vivem sozinhas depois que a mãe desaparece por longos períodos. Quando o serviço social exige uma reunião familiar, a irmã mais velha, Laura, elabora um plano inusitado para evitar que sejam separadas: encontrar alguém que possa se passar pela mãe.

Sobre o Filme: Quando se fala sobre o cinema sueco imediatamente a maioria de nós cinéfilos irá se lembrar dos filmes de Ingmar Bergman, pois o realizador foi responsável por obras primas como "O Sétimo Selo" (1957). Porém, é preciso reconhecer que neste início de século já surgiram inúmeros longas que foram apontados como novos clássicos daquele país, como no caso de "Deixe ela Entrar" (2008) de Tomas Alfredson.  "Paraíso em Chamas" (2023) revela que a Suécia ainda pode nos render belas pérolas cinematográficas na medida em que o tempo passa.

Dirigido pela estreante Mika Gustafson, a trama se passa em um bairro da Suécia, onde três irmãs cuidam de si mesmas após a mãe ausente sumir por completo, deixando-as sozinhas. Laura é a mais velha, com 16 anos, Mira é a do meio, com 12 anos, e Steffi é a caçula, com 7 anos. Enquanto se preparam para o verão, divertido e despreocupado sem supervisão adulta, o trio lida com a ausência materna e a ameaça do conselho tutelar, que pede uma reunião com a parente responsável. Laura tenta encontrar alguém para se passar pela mãe com os assistentes sociais, caso contrário as três serão levadas para um lar adotivo e separadas.

Confira a minha crítica já publicada sobre o filme clicando aqui. 

Esperamos por você!

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quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (23/10/25)

 CHAINSAW MAN: O FILME - ARCO DA REZE

Sinopse:Denji vive como o temido Homem-Motosserra, um jovem com coração de demônio que integra a Divisão Especial 4 de Caçadores de Demônios. Após um encontro marcante com Makima, a mulher de seus sonhos, ele busca refúgio da chuva e acaba conhecendo Reze, a misteriosa atendente de um café.


MAURICIO DE SOUSA: O FILME

Sinopse: Conheça a história do pai da turma: Mauricio de Sousa, o mais importante quadrinista do Brasil, e como ele criou seus personagens mais famosos. Responsável por dar vida a figuras icônicas que marcaram gerações, o filme é protagonizado por Mauro Sousa, filho do artista. 


FRANKIE E OS MONSTROS

Sinopse: Em seu laboratório no castelo, um professor dá vida (ou quase isso) a suas monstruosas criações, apenas para logo esquecê-las. Stitch Head, sua primeira criação, obedece a todas as ordens do mestre, mas nunca recebe reconhecimento ou carinho. Tudo muda quando um Show de Horrores chega à cidade. O dono do espetáculo visita o castelo em busca de Stitch Head, prometendo-lhe tudo o que ele sempre sonhou: fama, fortuna e amor.


PAI DO ANO

Sinopse: A vida de Andy Goodrich muda quando sua esposa entra em um programa de reabilitação, deixando-o sozinho com seus filhos pequenos. Andy se apoia em Grace, sua filha do primeiro casamento, e acaba se transformando no pai que ela nunca teve.


SE NÃO FOSSE VOCÊ

Sinopse: Morgan e Clara Grant são mãe e filha que, aparentemente, não têm nada em comum. Colocando sempre a família em primeiro plano, Morgan deixou os próprios sonhos de lado para dedicar-se à filha e ao marido, Chris. Aos 16 anos, Clara tem como maior desejo ir para a universidade estudar teatro, mesmo que seus pais não incentivem a carreira.

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Cine Dica: Cinemateca Capitólio - Programação 23 a 29 de outubro de 2025


SEGUNDA SEMANA - MOSTRA MULHERES DO CINEMA TCHECOSLOVACO

A mostra Mulheres do Cinema Tchecoslovaco chega à segunda semana com grandes destaques produzidos na antiga Tchecoslováquia entre as décadas de 1920 e 1980. Na sexta-feira, 24 de outubro, às 19h30, uma edição especial do Projeto Raros apresenta Romanetto, filme experimental sem diálogos dirigido por Eva Sadková para a televisão do país, em 1970.

Mais informações: https://www.capitolio.org.br/novidades/9305/mulheres-do-cinema-tchecoslovaco/


O MENTIROSO GANHA EXIBIÇÃO ESPECIAL

Na terça-feira, 28 de outubro, às 19h30, a Cinemateca Capitólio celebra o Dia Internacional do Patrimônio Audiovisual (assinalado na segunda-feira) com a exibição de O Mentiroso, de Werner Schünemann, em cópia 35mm pertencente ao acervo da instituição. Entrada franca.

Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/9361/o-mentiroso/


GRADE DE HORÁRIOS

23 a 29 de outubro de 2025


23 de outubro (quinta-feira)

15h - Bicho Monstro

17h - Seu Cavalcanti

19h30 – Até que a Noite Acabe


24 de outubro (sexta-feira)

15h - Bicho Monstro

17h – Os Amores de uma Loira

19h30 – Projeto Raros: Romanetto


25 de outubro (sábado)

15h – Balada em Renda + Katka

17h – Êxtase

19h – A Era dos Servos


26 de outubro (domingo)

15h – Donzela do Sol + A Virgem Milagrosa

17h – Alegria Silenciosa

19h – Carro Blindado


28 de outubro (terça-feira)

15h - Bicho Monstro

19h30 – O Mentiroso


29 de outubro (quarta-feira)

15h - Bicho Monstro

17h - Seu Cavalcanti

19h30 – A Noite da Freira

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Cine Dica: Streaming - 'Ruptura - 2ª Temporada'  

Ben Stiller tirou leite da pedra ao fazer da primeira temporada de "Ruptura" (2023) algo muito além do que uma mera ficção, mas sim uma crítica ácida com relação ao nosso mundo real. Em tempos em que vivemos cada vez mais presos aos sistemas das empresas em que trabalhamos ficamos nos perguntando até onde é benéfico essa entrega de corpo e mente e qual seria a diferença para o mundo se a gente parasse. Eis que a segunda temporada vai ainda mais a fundo e nos surpreende cada vez mais em cada episódio.

Uma vez que os personagens internos da empresa começam a questionar ainda mais a sua existência, cada vez mais os seus lados externos começam a saírem das sombras e fazem a diferença. Como não poderia deixar de ser Douglas Scott dá um show de interpretação ao fazer dos seus personagens Mark e sua contraparte se tornarem cada vez mais parecidos em termos de questionamentos com relação ao que estão vivendo. Destaque para atriz Britt Lower, já que pelo fato de sabermos qual é a sua personagem externa faz com que a sua interna ganhe certa ambiguidade e fazendo a gente se perguntar se ambas não são a mesma pessoa o tempo todo.

Já Tramell Tillman novamente brilhou ao interpretar Milchick, que aqui se encontra cada vez mais cínico com relação a sua entrega a empresa, mas não escondendo em seu olhar certa frustração por não obter de maneira plena as suas ambições. Só lamento que a personagem Harmony Cobel, interpretada brilhantemente por Patrícia Arquette, fique desta vez em segundo plano em boa parte dessa segunda temporada. Contudo, o oitavo episódio estrelado somente por ela se tornou um dos meus preferidos, mesmo que alguns possam dizer ao contrário.

Mas o coração pulsante de tudo isso muito se deve mesmo a Ben Stiller. Começando a carreira como comediante eu nunca imaginei que um dia o veria sendo produtor e diretor de alguns episódios de uma série como essa, já que ela não é somente complexa, como também cada capítulo é dirigido de uma forma autoral e que não deve nada a produções cinematográficas que vão ao cinema. O seu último episódio, por exemplo, está entre as melhores coisas que eu assisti em termos de série deste ano e fazendo aguardar ansioso por um possível terceiro ano.

Com diversas revelações e algumas pontas soltas, "Ruptura - 2ª Temporada" é uma das melhores séries do ano e que nos convida para uma experiência sensorial, complexa e bastante enigmática.  

Onde Assistir: Apple TV

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Cine Dica: Cinesemana de 23 a 29 de outubro de 2025

A cinemasemana que encerra o mês de outubro apresenta uma programação com várias sessões especiais. A principal novidade é a aguardada pré-estreia de O AGENTE SECRETO, de Kleber Mendonça Filho, um dos principais filmes brasileiros deste ano. Também entramos no espírito do Halloween com uma exibição especial do filme HALLOWEEN – A NOITE DO TERROR, de John Carpenter, que deu origem à franquia mundialmente famosa. Na série de filmes sobre a história do RS apresentada pelo Memorial da Assembleia Legislativa, chegou a hora de (re)ver O TEMPO E O VENTO, que terá um bate-papo com a roteirista Leticia Wiershowski, enquanto a sessão acessível deste mês recebe a produção MEMÓRIAS DE UM ESCLEROSADO, com a participação do diretor e protagonista Rafael Correâ.

Entre as novidades da semana, teremos a estreia do imprevisível CONSELHOS DE UM SERIAL KILLER APOSENTADO, em que o cineasta turco Tolga Karaçelik tem Steve Buscemi como protagonista. Já o cinema gaúcho está representado por duas produções da região das Missões que estreiam em nossas telas: SIRIUS, realizado em São Borja, e CONTRABANDO, de Uruguaiana.

Estes são os últimos dias para conferir dois relançamentos de sucesso: AMORES BRUTOS, filme que apresentou ao mundo o talento do diretor mexicano Alejandro Iñárritu, e PARIS, TEXAS, que voltou aos cinemas em comemoração aos 80 anos cineasta alemão Wim Wenders e aos 40 anos da sua estreia.

A produção brasileira segue em destaque na nossa programação, com três títulos em cartaz: NÓ, da diretora Laís Melo, vencedor do Kikito de melhor direção no Festival de Gramado; A REVOLTA DOS MALÊS, que coroa um projeto de muitos anos do ator e diretor Antonio Pitanga; e O ÚLTIMO AZUL, do diretor pernambucano Gabriel Mascaro, que entra em sua oitava semana de exibição.

Confira a programação completa no site oficial da Cinemateca clicando aqui.

terça-feira, 21 de outubro de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'Eu e Meu Avô Nihonjin'

Sinopse: O filme acompanha Noboru, um menino descendente de imigrantes japoneses que vieram ao Brasil no início do século XX. Em conversas com o avô, ele passa a investigar a história da família e descobre a existência de um tio de quem nunca ouvira falar.  

Nos últimos tempos os longas animados brasileiros, não tem somente nos impressionado pela sua qualidade, como também nos passando certas lições de moral a serem colocadas em prática. Em tempos em que cada vez há um grau maior de desavenças entre as grandes potências é sempre bom lembrarmos que todos pertencem ao mesmo mundo independentemente de quais raízes de onde nasceram. "Eu e Meu Avô Nihonjin" (2025) é um pequeno conto animado sobre as raízes de uma família japonesa, mas das quais se misturaram com a nossa cultura.

Dirigido por Célia Catunda, de "Peixonauta - O Filme" (2021), o filme conta a história de Noboru, um menino de 10 anos que resolve investigar a vida de seus antepassados. Por conta de sua descendência japonesa, ele busca saber sobre a origem migratória de sua família, e o único que pode ajudá-lo é seu avô, um senhor que evita falar do passado. No entanto, com a insistência do neto, esse senhor de idade começa a contar uma história surpreendente, desde os seus primeiros passos em terras brasileiras, como também a existência de um tio de Noburo que jamais havia conhecido.

Inspirado no livro “Nihonjin”, de Oscar Nakasato, vencedor do Prêmio Jabuti em 2012, o filme é um deleite para aqueles que ainda apreciam uma longa animado feito à mão, mas do qual possui tantos detalhes que faz a gente desejar revisitar a obra em uma próxima sessão. Célia Catunda capricha em imagens até mesmo surpreendentes, onde o passado é rico em cores e sintetizando tempos mais dourados, mesmo quando o passado da avó do pequeno protagonista era bastante difícil. Destaco principalmente os detalhes curiosos, desde pingos de água que flutuam em determinados momentos, como se aquelas imagens fossem extraídas de uma água serena de um lago qualquer.

O filme ganha a nossa simpatia principalmente pela relação entre neto e avô, já que o primeiro não possui um bom contato com o seu parente, mas que logo vai compreendendo a sua pessoa, assim como também a história de sua família. Embora seja um longa para todas as idades, o filme toca em assuntos espinhosos, desde ao preconceito, como também a não aceitação de suas origens, quando na verdade é necessário conhecê-la para assim descobrir a sua própria história. Curiosamente, o filme toca até mesmo sobre as indiferenças que o Brasil e o Japão tiveram no passado, mas que felizmente harmonia prevaleceu no decorrer do tempo e hoje fica até mesmo difícil imaginar que um dia essas duas nações tiveram certo atrito.

Acima de tudo, o longa chega para festejar a diversidade e o legado da imigração japonesa no Brasil, já que neste ano marca os 130 anos do Tratado de Amizade entre os dois países. Em tempos em que ainda há preconceito uns com os outros, o filme vem para ensinar os pequenos e adultos que sempre haverá espaço para todos, desde que que possam ouvir e conversar uns com os outros.  "Eu e Meu Avô Nihonjin" é uma singela homenagem ao povo japonês que decidiu se aventurar nestas terras brasileiras. 

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