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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 2 de junho de 2025

Cine Especial: Clube de Cinema - 'LOVE'

Nota: Filme exibido para os associados no dia 01/06/25.

Sinopse: Em uma balsa que os leva de volta a Oslo, Marianne, uma médica, encontra Tor, enfermeiro no hospital onde ela trabalha. Ele conta a ela que frequentemente passa suas noites a bordo, em busca de aventuras sem compromisso. 

Dag Johan Haugerud já pode ser apontado como uma das melhores revelações do ano em termos de um cinema autoral que tem muito a dizer. Em "Sex" (2025), por exemplo, o realizador explora o quanto é difícil para as pessoas falarem abertamente com relação ao sexo, principalmente quando eles se veem envolvidos no relacionamento tradicional e do qual a sociedade mais conservadora cobra por isso. Em “Love” (2025), por sua vez, vemos o outro lado dessa moeda, onde personagens resolvidos com relação aos relacionamentos atuais começam a explorar qual é o significado de realmente amar.   

Na trama, conhecemos Marianne, uma médica pragmática, e Tor, um enfermeiro compassivo, ambos com aversão a relacionamentos convencionais. Após um encontro casual em uma balsa, onde Tor costuma buscar encontros com homens, os dois iniciam uma conversa que desafia suas visões sobre o amor e a intimidade. Intrigada pelas experiências e visões de Tor sobre conexões espontâneas, Marianne começa a questionar as normas sociais e se abre para novas possibilidades de relacionamento, mesmo que inicialmente se torne um tanto difícil.  

O filme é uma espécie de segunda parte da trilogia comandada por Dag Johan Haugerud iniciada por “Sex” e da qual fala sobre os relacionamentos contemporâneos e como eles são extremamente complexos. Se no filme anterior se explorava o quanto era difícil discutir sobre sexo com alguém muito próximo, aqui vemos personagens bem resolvidos com essa questão e tocando a vida de forma normal. Porém, na medida em que a trama avança, se percebe que a dupla central deixa uma brecha aberta com relação aos sentimentos e fazendo com que personagens ao seu redor adentrem mesmo de forma indireta.  

Marianne, por exemplo, enxerga o casamento como um sistema fracasso e cujo sexo é algo para se colocar em prática de forma corriqueira para dizer o mínimo. Porém, nota se em seu olhar, sempre uma curiosidade com relação a vida convencional sobre um relacionamento estável, mas não se desprendendo facilmente do que realmente sempre sentiu até esse ponto. Andrea Bræin Hovig cria para si uma personagem complexa, da qual não anseia provocar uma dor sentimental com relação ao seu próximo, mas correndo o sério risco de não ser compreendida pelo que sempre pregou sobre relacionamentos.  

Tor, por sua vez, beira a maior complexidade do que a sua própria amiga e colega de serviço, já que ele sempre busca por novos parceiros para satisfazer os seus desejos. Porém, uma vez que conhece o Bjørn, nota-se que Tor baixa aguarda uma vez que a sensibilidade que ele usa para cuidar dos pacientes no hospital acaba usando para se aproximar de Bjørn, principalmente quando esse último demonstra ter problemas de saúde. Tayo Cittadella Jacobsen cria para o seu personagem Tor uma figura que nos diz como a realidade funciona, mas não escondendo em seu olhar certa inocência.  

Em meio a tudo isso, Dag Johan Haugerud novamente acrescenta o mesmo o que ele havia realizado no filme anterior, ao fazer um enquadramento em seus respectivos personagens para que entrássemos cada vez mais em seus diálogos. Esses, por sua vez, se tornam o coração pulsante como um todo, mesmo não sendo tão criativos com aqueles que haviam sido apreciados no filme anterior. O sexo, por sua vez, tem um maior destaque em algumas passagens na trama, mas novamente o realizador opta por algo mais sugestivo do que meramente explicito.  

Ao final, o filme é sobre pessoas que construíram as suas vidas de acordo com a música que tocava em tempos em que cada vez mais a sociedade se encontra no piloto automático e se entregando ao amor carnal de modo fácil. Porém, uma vez que se dá uma chance para consigo mesmo, talvez nunca seja por demais abraçar ao que antigamente era mais pregado pelo lado tradicional, mesmo não abandonando o seu verdadeiro eu interior. As pessoas não mudam, mas não significa experimentar algo que sempre foi descrente sobre o assunto.  

"Love" é o capítulo do meio da trilogia pessoal de Dag Johan Haugerud e que novamente surpreende pelos seus personagens e diálogos incomuns. 


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Cine Especial: Próximo Cine Debate - 'Como Ganhar Milhões Antes que a Avó Morra'

Já é comum se ouvir que os laços familiares de hoje são unidos através de certos interesses, principalmente quando a questão envolve o dinheiro. Porém, uma vez que o indivíduo abaixa a sua guarda, pode-se desfrutar de momentos que os faz lembrar de como é serem realmente humanos e terem sentimentos genuínos pelo próximo.  "Como Ganhar Milhões Antes que a Avó Morra" (2024) é um conto delicado sobre o neto e a sua avó, cuja aproximação gera sentimentos que há muito tempo ele havia se perdido.

Dirigido por Pat Boonnitipat, acompanhamos a história do jovem When M (Putthipong Assaratanakul), que passa a cuidar de sua avó  Amah (Usha Seamkhum) para que assim possa ser dono de seus bens.  Porém, desse interesse surge laços familiares mais fortes e que fará M mudar gradativamente. Até lá, vamos conhecendo um pouco a vida de ambos e como os mesmos eram ligados um ao outro desde sempre.

Confira a minha crítica já publicada clicando aqui e participe do próximo Cine Debate. 

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domingo, 1 de junho de 2025

Cine Dica: Dez filmes para celebrar as diferentes formas de amar

Entre os dias 2 e 16 de junho, a Sala Redenção apresenta a mostra “Amor em diferentes formas”. Ao exibir dez filmes que exploram a ideia do amor enquanto encontro, o cinema da UFRGS propõe uma jornada sensível por diversas formas de afeto e pelas complexidades do que é amar.

No primeiro dia da programação, “Sem coração” (2024), de Nara Normande e Tião, explora as dores e desejos da adolescência, e uma sessão dupla reúne os filmes “Pouco mais de um mês” (2013) e “O dia que te conheci” (2023), de André Novais Oliveira, nos quais o cotidiano se constrói como espaço para o nascimento do romance.

Entre outros destaques da mostra, estão “Jules e Jim” (1962), clássico de François Truffaut sobre um triângulo amoroso que atravessa o tempo e as guerras; “Hiroshima, meu amor” (1959), de Alain Resnais, em que o amor e a memória se entrelaçam em meio às ruínas do pós-guerra; e “Viajo porque preciso, volto porque te amo” (2009), de Karim Aïnouz e Marcelo Gomes, que transforma a travessia solitária de um geólogo pelo sertão nordestino em um diário de perdas e saudades.

A entrada é franca e aberta à comunidade em geral. A Sala Redenção está localizada no campus centro da UFRGS, com acesso mais próximo pela Rua Eng. Luiz Englert, 333.

Confira a programação completa no site oficial da sala clicando aqui.

sexta-feira, 30 de maio de 2025

Cine Especial: 'Conhecendo Casamento ou Luxo'

Esses filme é um dos menos conhecidos de Charlie Chaplin. Logo no início do filme vemos o aviso:

“Para evitar qualquer mal entendido, gostaria de precisar que não apareço nesse filme. É o primeiro drama sério escrito e realizado por mim.”

Assinado: Charles Chaplin

 Em "Casamento ou Luxo" (1923) Chaplin entrava em uma cruzada para provar que poderia fazer um drama e não somente comédia ao longo de sua carreira. Porém, diferente do aviso que é lançado no início do longa, Charlie faz uma pequena aparição, um cameo na estação de trem derrubando uma mala enorme.

O filme é a história de Marie (Edna Purviance), que deixa o vilarejo que mora depois de uma fuga fracassada com o futuro marido Jean (Carl Miller). Ela deixa pra traz uma vida cheia de pobreza e infelicidade por uma vida de luxo e muitas festas em Paris. Lá ela conhece Pierre (Adolphe Menjou), que seria o tipo de homem rico bancando a amante. Depois de um ano da saída do vilarejo, ao se confundir com o endereço de uma festa, Marie acaba reencontrando o amor que deixou pra traz. Daí fica a questão: “Casamento ou Luxo”?

Apesar de se enveredar para o lado dramático neste projeto, Charlie Chaplin usa e abusa de um humor sombrio e ironico. Mostrando, por exemplo, o lado sarcastico de alguns personagens centrais da trama como no caso de Pierre. Quando o mesmo mostra para Marie na janela como seria a vida de casada se baseando ao observar um casal e seus vários filhos passando pelo local; a cena em que a massagista ouve a conversa de Marie e suas amigas e acha aquilo tudo fútil;  e outros interessantes exemplos.

Aliás, a cena da massagem e a festa são exemplos da maneira implícita que foi usada durante todo o filme para tratar de assuntos polêmicos pra época. O que Chaplin faz na maioria das cenas é exatamente sugerir, mas entenda quem quiser: um colarinho que cai da gaveta da Marie e Jean vê, isso revela a ele o tipo de vida que Marie tem levado. Os filmes mudos são a maioria das vezes extremamente artísticos, porque usam somente do recurso visual para contar a história.

Então geralmente são cheio de simbolismos que expressem coisas que não podem ser ditas.  Charlie Chaplin sempre foi acusado de não utilizar enquadramentos interessantes, mas o filme possui uma gama de sacadas geniais, como por exemplo um contra-plongée no momento em que Jean percebe que seu pais está morto, que acentua o susto e espanto que ele sente. O cenário e a iluminação são muito bem utilizados. A vida no interior tanto no começo como no fim do filme indica uma vida limpa, certa, a cidade grande é um símbolo de uma vida mundana e cheia de pecados.

Mas a vida limpa e mostrada como mal iluminada e com poucos adornos e decorações e a vida de pecados cheia de luz, brilho e beleza, outra ironia. Falando de iluminação, as sombras do pai de Jean e de Marie na primeira vez que aparecem os fazem parecer amedrontadores. Também interessante é a parte do trem na estação, o que é o marco da mudança de vida de Marie. O trem não existe, não vemos trem nenhum, mas as luzes do trem chegando e saindo são suficientes.

"Casamento ou Luxo" é um dos filmes menos conhecidos da carreira de Charlie Chaplin, mas sendo redescoberto através do tempo e ganhando o seu merecido reconhecimento. 

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Cine Dica: Sessão dupla Clube de Cinema: "Mais Pesado é o Céu" (sábado) e "Love" (domingo)

LOVE

 Um fim de semana, duas sessões que não passam despercebidas. No sábado, o peso poético de um Brasil profundo em Mais Pesado é o Céu, de Petrus Cariry. No domingo, o olhar provocador do norueguês Dag Johan Haugerud sobre amor, desejo e afeto em Love, parte da trilogia Sex/Love/Dreams. Duas experiências cinematográficas que atravessam a alma por caminhos diferentes — e igualmente potentes.


Confira os detalhes abaixo:


SESSÃO DE SÁBADO – 31/05

Local: Sala Redenção – Cinema Universitário

Rua Eng. Luiz Englert, 333 – UFRGS

Data: Sábado, 31/05

Horário: 10h15 da manhã

Entrada franca!


Mais Pesado é o Céu

Brasil, 2023, 90 min, 14 anos

Direção: Petrus Cariry

Elenco: Matheus Nachtergaele, Ana Luiza Rios

Sinopse: Dois desconhecidos se encontram à beira da estrada. O que começa como um pedido de carona se transforma em um mergulho poético e doloroso por um Brasil marcado por abandono, sobrevivência e esperança. Com uma fotografia de cores vibrantes, o filme traz o céu como metáfora do peso da existência — belo, sufocante e persistente.


SESSÃO DE DOMINGO – 01/06

Local: Sala Eduardo Hirtz – Cinemateca Paulo Amorim

Casa de Cultura Mario Quintana – Rua dos Andradas, 736 – Centro Histórico

Data: Domingo, 01/06

Horário:  10h15 da manhã


Love

Noruega, 2024, 120 min, 14 anos

Direção: Dag Johan Haugerud

Elenco: Andrea Bræin Hovig, Tayo Cittadella Jacobsen

Sinopse: Parte da trilogia Sex / Love / Dreams, o filme acompanha Marianne, uma médica em busca de liberdade afetiva, e Tor, um enfermeiro gay entre encontros casuais e afetos duradouros. Com diálogos intensos, Haugerud investiga como sexo e amor (não) se encontram nos vínculos contemporâneos. Um retrato sensível, provocativo e cheio de nuances sobre os afetos modernos.

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quinta-feira, 29 de maio de 2025

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (29/05/25)

 O Esquema Fenício

Sinopse: O magnata Zsa-zsa Korda sofre mais um acidente aéreo, mas logo se recupera. Ao voltar para casa, ele decide nomear sua filha, uma freira, como única herdeira de sua fortuna. Os dois então embarcam na consolidação de um novo empreendimento, que se torna alvo de espionagem industrial, intrigas, ataques terroristas e assassinos.


Confinado

Sinopse: O assaltante Eddie (Bill Skarsgård) invade um SUV de luxo acreditando ter encontrado o alvo perfeito, mas cai em uma armadilha mortal. O veículo pertence a William (Anthony Hopkins), um autoproclamado justiceiro que impõe sua própria visão de justiça. Transformado em uma prisão sobre rodas, o carro torna cada movimento uma ameaça. Sem saída e à mercê de um inimigo frio e calculista, Eddie precisa lutar para sobreviver nesse jogo implacável.


O Refúgio

Sinopse: Após uma bomba nuclear ser detonada em Los Angeles e a nação mergulhar no caos, o ex-soldado Jeff Eriksson e sua família encontram abrigo em O Refúgio, onde precisam enfrentar ameaças externas e lutar pela sobrevivência.

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Cine Dica: Cinemateca Paulo Amorim - Programação de 29 de maio a 4 de junho de 2025

 

ENTRE DOIS MUNDOS

A cinesemana de 29 de maio a 4 de junho marca o relançamento de um dos títulos mais queridos da cinematografia gaúcha: SANEAMENTO BÁSICO, O FILME, longa de Jorge Furtado que estreou em 2007 e que fala do amor pelo cinema de uma maneira inteligente e bem-humorada. Junto com o filme, o público poderá rever ILHA DAS FLORES, também de Furtado, um dos curtas mais premiados da nossa história. A atriz Juliette Binoche, estrela do cinema francês, é a protagonista de ENTRE DOIS MUNDOS, baseado no trabalho documental de uma jornalista sobre o universo das profissionais da limpeza. Outra novidade da semana é o longa INVENTÁRIO DAS IMAGENS PERDIDAS, distopia que o diretor brasiliense Gustavo Galvão rodou no interior do Rio Grande do Sul.

Três produções brasileiras seguem em destaque na preferência do público: MANAS, da diretora Marianna Brennand, construído a partir de denúncias sobre as violências sofridas por meninas na região amazônica; RITAS, documentário dedicado a Rita Lee e que celebra a trajetória de uma das maiores artistas brasileiras; e VIRGÍNIA E ADELAIDE, que mostra o encontro das duas mulheres pioneiras da psicanálise no Brasil.

Confira a programação completa no site oficial da sala clicando aqui.