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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 19 de novembro de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'Megalópolis' 

Sinopse: Um conflito entre César, um artista genial que busca saltar para um futuro utópico e idealista, e seu opositor, o prefeito Franklyn Cícero, que permanece comprometido com um status quo regressivo, perpetuando a ganância.

Francis Ford Coppola é um diretor que respira cinema, ao ponto de não ter medo de correr certos riscos colocando a sua carreira em risco. Através de sua insistência obteve grandes êxitos como o seu filme de guerra "Aocalypse Now" (1979), mas obteve prejuízos com um dos seus filmes mais pessoais que foi "O Fundo do Coração" (1982). "Megalópolis" (2024) é um projeto antigo do cineasta que finalmente é lançado devido a sua insistência e sem medo de novamente enterrar a sua carreira.

Na trama, conhecemos o arquiteto que quer reconstruir a cidade de Nova Roma como uma utopia. Cesar Catilina (Adam Driver) é esse inventor megalomaníaco e egocêntrico que imagina uma metrópole autossustentável que cresce organicamente com seus habitantes. Para dar prosseguimento a seus planos, porém, César precisa navegar pelos interesses de figuras ricas, ambiciosas e corruptas.

Com um orçamento de R$ 120 milhões de dólares, mas tirados do próprio bolso do cineasta, o filme é uma representação de uma ideia que os EUA sempre buscam alcançar que é sobre um mundo perfeito, a sua busca pela sua utopia e principalmente aquela idealizada por Ronald Reagan durante os anos oitenta. No decorrer do tempo, porém, se viu que esse mundo de sonhos requer muito dinheiro, sacrifício dos mais pobres e a destruição de outros países para obter recursos naturais que hoje se encontram cada vez mais escassos. Talvez essa seja a proposta principal de Coppola, ao nos dizer que é preciso de algo radical para que a utopia possa existir e a sua insistência pela realização desse filme seja então uma síntese de que somos todos capazes de realizarmos os nossos objetivos, nem que para isso termos que correr certos riscos ao cair em buraco sem fundo.

É interessante observar o quanto é explorado aqui a questão do tempo, quando nunca é o suficiente para obter os nossos desejos e fazendo com que o sistema se alimente cada vez mais dessa aceleração e fazendo não podermos mais usufruir de uma chance de construir algo novo. César não seria um Ditador em questão dessa nova Roma, mas sim alguém caminhando pelo sonho da grandeza e compartilhar para uma nação caindo cada vez mais em sua ruína. Adam Driver novamente se entrega a um projeto quase impossível de ser lançado, sendo que essa experiência não foi muito diferente da que ele teve em "O Homem que Matou Dom Quixote" (2018) de Terry Gilliam.

Com super elenco, incluindo um Dustin Hoffman saindo de sua aposentadoria, o filme possui um visual que remete aos clássicos da ficção como "Metropolis" (1927), mas obtendo esse feito graças aos efeitos visuais de CGI que aqui são usados em prol de uma história megalomaníaca assim o seu próprio protagonista. Curiosamente, o cruzamento da Roma Antiga com a Nova York dos dias de hoje talvez remeta ao fato que o império antigo caiu através de suas ambições e loucura vinda de poucos homens e fazendo com a cidade, ou não nação, se torne o próximo capítulo dessa futura barbárie. Tudo é muito pretensioso, colorido, com personagens excêntricos, mas que falam um pouco do próprio cineasta que ansiava pelo nascimento desse grande projeto.

O filme, talvez, venha ser vítima do seu próprio tempo, já que o cinema norte americano vive tempos em que a máquina não dorme, lançando novas franquias uma atrás da outra para obter somente o seu lucro enquanto realizadores como Coppola ficam em segundo plano. Talvez o filme venha a ser lembrado como uma última cartada de um cinema autoral sendo engolido por um sistema hollywoodiano viciado e que não enxerga mais os seus grandes talentos, mas sim peças para serem facilmente descartadas caso não façam o lucro necessário. Assim como a própria humanidade retratada no filme, o cinema continua com o seu futuro indefinido.

"Megalópolis" é a representação do ego inflado de Francis Ford Coppola, que não dá a mínima para as novas tendências hollywoodianas e tão pouco se importando se está no lado errado da estrada. 


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Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO PROGRAMAÇÃO 21 a 27 de novembro de 2024

O EXTERMINADOR DO FUTURO

ENCERRAMENTO MOSTRA KINO BEAT

Na sexta-feira, 22 de novembro, a noite de encerramento da mostra de filmes Kino Beat apresenta uma edição especial do Projeto Raros, com o filme punk japonês Cidade Explosiva, de Sogo Ishii, às 19h30, e uma sessão festiva da cópia restaurada de Stop Making Sense, de Jonathan Demme, com os Talking Heads, às 23h59. Entrada franca. 

Os ingressos para as duas sessões serão distribuídos a partir das 19h.


A noite ainda conta com a discotecagem da Festa Alfinete na Cinemateca Capitólio.

Mais informações: https://www.capitolio.org.br/novidades/7884/mostra-de-filmes-kino-beat/   


PRÉ-ESTREIA DE SALÃO DE BAILE

Salão de Baile: This is Ballroom, dirigido por Juru e Vitã, ganha pré-estreia em Porto Alegre no sábado (23), às 19h. A exibição acontece na Cinemateca Capitólio e conta com a presença da diretora Vitã. O valor do ingresso é R$ 16,00.

Mais informações: https://www.capitolio.org.br/novidades/7935/pre-estreia-de-salao-de-baile-this-is-ballroom-com-a-presenca-da-diretora/


SESSÃO ESPECIAL DE O EXTERMINADOR DO FUTURO

Arnold Schwarzenegger brilhará na tela da Cinemateca Capitólio neste domingo, 24 de novembro, às 19h, com a exibição de O Exterminador do Futuro. Dirigido por James Cameron, o clássico da ficção-científica completa 40 anos em 2024. O valor do ingresso é R$ 16,00. 


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7939/o-exterminador-do-futuro/


GRADE DE HORÁRIOS

21 a 27 de novembro de 2024


21 de novembro (quinta-feira)

15h – Malu

17h – Continente

19h – Super 8 Katia Mesel + A Noite do Espantalho


22 de novembro (sexta-feira)

15h – Malu

17h – Continente

19h30 – Projeto Raros: Cidade Explosiva

23h59 – Stop Making Sense


23 de novembro (sábado)

15h – Malu

17h – Continente

19h – Salão de Baile + debate


24 de novembro (domingo)

15h – Malu

17h – Continente

19h – O Exterminador do Futuro


25 de novembro (segunda-feira)

19h – Malu + debate


26 de novembro (terça-feira)

15h – Malu

17h – Continente

19h – Terras Prometidas


27 de novembro (quarta-feira)

15h – Malu

17h – Continente

19h – Aldo Baldin – Uma Vida Pela Música

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'Gladiador 2'

Sinopse: Lúcio deve entrar no Coliseu após os poderosos imperadores de Roma conquistarem sua terra natal. Com raiva no coração e o futuro do império em jogo, ele olha para o passado para encontrar a força e a honra necessárias.  

Por muitos anos existia a ideia de uma continuação do já clássico "Gladiador" (2000), mas sempre quando eu ouvia esse assunto eu achava algo desnecessário, pois o longa tinha um começo, meio e fim mais do que perfeitos. Ridley Scott, por sua vez, sempre tinha o interesse de retornar a sua Roma, principalmente com a ideia de expandir elementos que não haviam sido explorados no filme original. Mais de vinte anos depois eis que chega "Gladiador 2" (2024), filme que dá continuidade aos eventos do longa original, mas sendo exatamente por isso que perde um pouco de sua identidade como um todo.  

Na trama, anos após testemunhar a morte de Maximus (Russell Crowe) pelas mãos de seu tio (Joaquin Phoenix), Lucius (Paul Mescal) enfrenta agora um novo desafio. Após anos escondido em outro país, o jovem agora é forçado a retornar ao coliseu e lutar pela sua sobrevivência como Gladiador e buscando inspiração no seu herói do passado. Ao mesmo tempo, ele acaba sendo peça central no jogo político de Macrinus (Denzel Washington), sendo que esse tem o desejo de provocar a queda do General Acacius (Pedro Pascal).

Já de início o filme nos diz para o que veio, onde Ridley Scott eleva em termos de escala nas cenas de guerra, com direito a muito sangue e violência. O realizador procura não usar CGI nestes grandes momentos, mas sim tendo o desejo de que a gente sinta o peso da cena como um todo. Infelizmente nos momentos em que ele decide usar o CGI é aí que o filme perde pontos, principalmente na cena dos macacos carnívoros digitais que eu achei completamente desnecessária.  

Neste cenário dos acontecimentos temos o protagonista Lucius, do qual nem de longe supera a força do protagonista do filme original, mesmo quando Paul Mescal se esforça para se tornar um protagonista digno de nota. O problema está sempre no fato da trama lembra por demais dos feitos do filme anterior, ao ponto que o longa começa e termina com o clássico enchendo a tela. É como se Ridley Scott nos dissesse que esse filme somente obterá vida enquanto se lembrar do longa original, o que eu acho um tanto forçado para dizer o mínimo.

Em compensação, Pedro Pascal faz o seu dever de casa, ao criar para o seu General Acacius alguém com personalidade forte, determinado e que fará de tudo para recuperar a glória de Roma. Já a dupla de atores Joseph Quinn e Fred Hechinger, que fazem os irmãos Imperadores de Roma, usam e abusam de caretas a todo momento, indicando que os seus personagens estão completamente insanos. Se por um lado não chega aos pés do desempenho de Joaquin Phoenix, ao menos, os seus personagens sintetizam uma Roma em estado febril e à beira do abismo.

Porém, o filme ganha sua identidade própria quando se envereda para os jogos políticos bem ao estilo "Game of Thrones" e é aí que Denzel Washington coloca o filme no seu bolso. Seu personagem Macrinus já de início nos diz para o que veio, onde não esconde o seu desejo de adentrar ao cenário político de Roma, mas que para isso usará diversos personagens para o seu jogo de xadrez e culminando em momentos surpreendentes. Não me surpreenderá se o ator for indicado ao próximo Oscar, pois as suas cenas são dignas de nota.

Quanto às cenas de ação no Coliseu, pode-se dizer que Ridley Scott faz tudo o que ele não pode fazer no clássico, desde ao recriar uma guerra fluvial, como também inserir o seu tão sonhado Rinoceronte. São elementos que fazem o filme obter maior ação, ao ponto de em alguns momentos se enveredar para o fantástico, principalmente quando achamos absurdo vermos tubarões em pleno Coliseu. Porém, quando achamos que o cineasta irá exagerar, me parece que ele procura segurar a mão no freio para não ofender aqueles que apreciaram o filme de 2000.

É bem verdade que o filme é um retrato em escala maior, mesmo não muito fiel, dos anos de declínio do Império Romano, do qual estava sendo cada vez mais sucumbido pela loucura de seus Imperadores enquanto a população era alienada através dos jogos sangrentos. Talvez seja algo ainda mais próximo do que foi visto no clássico "A Queda do Império Romano" (1964), mas ao menos tendo em seu final um sinal de esperança para o estabelecimento de uma República tão sonhada por Marcus Aurélio. Neste último caso, por exemplo, Ridley Scott supera as nossas expectativas em termos de escala, ao usar inúmeros figurantes reais para a recriação de um grande exército e sendo algo cada vez mais raro de ser visto no cinema atual.

Em tempos em que o CGI está cada vez mais em declínio, me parece que o público deseja algo de maior realismo e o filme se torna, portanto, uma espécie de grande experimento do que ainda funciona em termos de efeitos práticos e de computação a serviço da história como um todo. Infelizmente o filme termina nos dando a entender que ele pode gerar uma nova franquia cinematográfica, o que eu acho desnecessário, pois o filme original não precisou disso para se tornar o que é hoje, um clássico para ser apreciado e que não precisava de continuações intermináveis para manter o seu brilho.

"Gladiador 2" nos faz relembrar da era de ouro dos grande épicos cinematográficos do passado, mas que também sofre um pouco da grande sombra criada pelo grande clássico. 


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Cine Dica: Sala Redenção exibe o documentário “Uma Noite em 67”

Neste mês, o Ciclo “60 Anos do Golpe Militar: Tão Longe, Tão Perto” exibe o documentário “Uma Noite em 67”. A sessão acontece no dia 19 de novembro, terça-feira, às 19h, contando com um bate-papo mediado por Nilo Piana de Castro, professor de história no Colégio de Aplicação da UFRGS e curador dos filmes da programação.

Lançado em 2010, “Uma Noite em 67” retrata a final do III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record. O documentário registra o movimento do tropicalismo e a consagração de grandes nomes da música brasileira, enquanto também expõe os conflitos com a censura e as tensões políticas do período. Intercalando imagens de arquivo da noite do festival e entrevistas recentes, o filme narra os eventos a partir da perspectiva de Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Roberto Carlos, Edu Lobo e Sérgio Ricardo.

Apresentando sessões mensais, o ciclo “60 anos do Golpe Militar: Tão Longe, Tão Perto” busca “descomemorar” o golpe de 1964. Após o sucesso da mostra homônima realizada em abril, o ciclo foi lançado para seguir discutindo sobre o período da ditadura militar. O objetivo da programação é contribuir para a memória e a discussão crítica acerca do passado, vislumbrando um futuro de plena liberdade cidadã e democrática. 

A sessão tem entrada franca e é aberta à comunidade em geral. A Sala Redenção está localizada no campus central da UFRGS, com acesso mais próximo pela Rua Eng. Luiz Englert, 333.


INFORMAÇÕES SOBRE O FILME:


UMA NOITE EM 67

(dir. Renato Terra e Ricardo Calil | Brasil | 2010 | 85 min | Documentário | 12 anos)

A partir das imagens históricas da final do III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, o filme traz depoimentos dos principais finalistas: Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Edu Lobo e Sérgio Ricardo. Além destes, algumas testemunhas privilegiadas partilham suas memórias de uma noite inesquecível. O documentário mostra os elementos que transformaram a produção musical dos anos de 1960 no Brasil e canções, até aquele momento inéditas, que se tornariam emblemáticas.

19 de novembro | terça-feira | 19h + Conversa mediada por Nilo Piana de Castro


Festival de Cinema Italiano apresenta filmes inéditos no Brasil


Neste ano, o Festival de Cinema Italiano chega a sua 19ª edição, marcando presença em mais de 80 cidades brasileiras, nas cinco regiões do país. Em Porto Alegre, a Sala Redenção recebe a programação do Festival entre os dias 18 de novembro e 07 de dezembro, apresentando uma seleção de 14 filmes. Realizadas de segunda a sábado, as sessões contam com entrada franca e são abertas à comunidade em geral.

Idealizado por Nico Rossini e Erica Bernardini, o Festival busca difundir a cultura italiana no Brasil, e incentivar a sinergia entre os profissionais da indústria cinematográfica dos dois países. A partir da Mostra Inéditos, o Festival oferece ao público a oportunidade de assistir a produções italianas recentes, que muitas vezes não chegam ao circuito comercial. Por outro lado, a Mostra Retrospectiva se volta para os clássicos, destacando ícones e momentos históricos do cinema italiano.

Na Sala Redenção, a Mostra Inéditos apresenta oito filmes italianos lançados entre 2023 e 2024. A seleção inclui sete filmes inéditos no Brasil: as comédias “Romeu é Julieta” e “E se o meu pai”, e os dramas “Mia”, “Adeus, garoto”, “A Alma em Paz”, “LAF” e “Caracas”. Além das estreias, a programação também promove uma homenagem ao diretor Matteo Garrone, com exibições especiais do filme “Eu Capitão”, que obteve impacto e reconhecimento globais, acumulando conquistas como o Leão de Prata no Festival de Veneza 2023 e a indicação ao Oscar 2024 de Melhor Filme Internacional. 

Com seis filmes em cartaz no cinema da UFRGS, a Mostra Retrospectiva celebra a tradição cômica do cinema italiano, levando o título “O Humor do Cinema Italiano: de Totò à Roberto Benigni“. Apelidado de “príncipe do riso”, o ator e comediante Totò (1898 – 1967) integra o elenco de dois filmes em exibição: “Guardas e Ladrões” e “O Ouro de Nápoles”. Além destas obras, mais uma produção da década de 1950 integra a programação: “Abismo de Um Sonho”, de Federico Fellini. Avançando no tempo, a retrospectiva passeia ainda pelas décadas de 1970 a 1990, com “A Dupla Explosiva”, de Marcello Fondato, “A Viagem do Capitão Tornado”, de Ettore Scola, e “O Pequeno Diabo”, de Roberto Benigni.

A Sala Redenção está localizada no campus central da UFRGS, com acesso mais próximo pela Rua Eng. Luiz Englert, 333. 


SOBRE O FESTIVAL DE CINEMA ITALIANO:

O FESTIVAL DE CINEMA ITALIANO NO BRASIL é promovido pela Câmara de Comércio Italiana de São Paulo – ITALCAM,  e conta com o patrocínio e a colaboração da Embaixada da Itália.

Idealizado por Nico Rossini e Erica Bernardini, o Festival teve início em 2005, como Semana de Cinema Italiano Contemporâneo, realizando sessões na região de São Paulo. Ao longo dos anos, o festival cresceu em importância e prestígio, consolidando-se como um evento anual que conecta o público brasileiro ao melhor do cinema italiano, apresentando sessões presenciais e transmissão via streaming, para alcançar todo o território brasileiro.

Em 2022, a Embaixada da Itália lançou o projeto de exibir os filmes do Festival também presencialmente no Brasil inteiro, com o objetivo de divulgar a Cultura Italiana por meio do seu cinema, conhecido no mundo inteiro pela sua criatividade e genialidade. O projeto virou um sucesso e, neste ano, está presente em mais de 80 cidades e 120 salas de projeção.

Confira a programação completa no site oficial da sala clicando aqui. 

domingo, 17 de novembro de 2024

Cine Dica: 'A Última Estrada da Praia' no Cineclube Torres.

 "A Última Estrada da Praia" de Fabiano de Souza será a próxima sessão do Cineclube Torres, segunda-feira dia 18, às 20h.

Mais um road movie em direção ao litoral no ciclo "Um Certo Cinema de Porto Alegre em Torres", na Sala Audiovisual Gilda e Leonardo. Dos mesmos diretores do filme exibido na segunda passada, "Beira Mar", o Cineclube Torres vai apresentar "Tinta Bruta", um filme de 2018, que recebeu uma atenção favorável por parte da crítica brasileira e internacional.

Exibido no Festival de Berlim daquele ano, o longa conquistou ali o importante prêmio Teddy Award como melhor filme Queer de ficção, e o Art Cinema Award. No mesmo ano, no Festival do Rio, o filme obteve os prêmios de Melhor Filme, pela escolha do júri oficial, Melhor Ator Coadjuvante (Bruno Fernandes) e Melhor Roteiro. Em uma Porto Alegre soturna, o jovem Pedro, enquanto responde a um processo criminal, é forçado a lidar com a mudança da irmã para o outro lado do país. Sozinho no escuro do seu quarto, ele dança coberto de tinta neon, enquanto milhares de estranhos o assistem pela webcam.

"O personagem de Tinta Bruta é emoldurado por uma Porto Alegre sem alegria, cinza, quadrada, cujos habitantes se mostram anônimas silhuetas por detrás de grade e janelas. Tudo isso constitui uma moldura não apenas espacial, mas também emocional da cidade. Aqui é inevitável a lembrança de outro filme montado na capital, igualmente realista e poderoso: Cão sem dono (2007), dirigido pela dupla Beto Brant e Renato Ciasca" (Gustavo T. Diaz).

A sessão, com entrada franca, integra a programação continuada realizada na Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, pelo Cineclube Torres, associação sem fins lucrativos com 13 anos de história, em atividade desde 2011, Ponto de Cultura certificado pela Lei Cultura Viva federal e estadual, Ponto de Memória pelo IBRAM, Sala de Espetáculos e Equipamento de Animação Turística certificada pelo Ministério do Turismo (Cadastur), contando para isso com a parceria e o patrocínio da Up Idiomas Torres.


Projeto realizado com recursos da Lei Complementar n.195/23 - Lei Paulo Gustavo.

Serviço:

O que: Exibição de "A Última Estrada da Praia", de Fabiano de Souza, ficção, 93min., 2010

Onde: Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, na escola Up Idiomas, Rua Cincinato Borges 420, Torres

Quando: Sexta-feira, dia 18/11, às 20h.

Ingressos: Entrada Franca, até lotação do local (aprox. 22 pessoas).

Projeto realizado com recursos da Lei Complementar n.195/23 - Lei Paulo Gustavo.


Cineclube Torres

Associação sem fins lucrativos

Ponto de Cultura – Lei Federal e Estadual Cultura Viva

Ponto de Memória – Instituto Brasileiro de Museus

CNPJ 15.324.175/0001-21

Registro ANCINE n. 33764

Produtor Cultural Estadual n. 4917

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Cine Especial: Revisitando 'Gladiador'


Quando eu era criança assistia muitos filmes clássicos do gênero épico capa e espada, onde na maioria delas eram tramas que se passavam na Roma Antiga. Na maioria das vezes eram sessões ao sábado, seja no SBT ou na Globo e sendo que uma das exibições que mais me lembro na época foi do clássico "Quo Vadis?" (1951). Vários anos depois eu retornei a rever essas super produções graças a escola, pois a minha professora de História insistia para ver mais filmes e tive o privilégio de então rever "Cleópatra" (1963) e "A Queda do Império Romano" (1964).

Esse, por sua vez, foi o responsável pelo fim da era de ouro desse gênero em Hollywood, pois a produção de Anthony Mann custou caríssima para época e sendo um fracasso de público mesmo com todas as suas qualidades. Com o decorrer do tempo o filme foi sendo revisitado, assim como os demais títulos como a obra prima "Ben Hur" (1959) e do qual possui uma das melhores cenas de ação de todos os tempos. Durante mais de três décadas Hollywood não se arriscou mais na realização de épicos devido aos seus orçamentos astronômicos, mas tudo mudou quando entrou em cena Ridley Scott.

Não acho ele exatamente um diretor autoral, do qual assistimos determinada cena e podemos dizer que é dele, sendo que ao longo da carreira o realizador nunca ficou preso a um gênero e sempre experimentando novos desafios. Porém, é mais do que notório que um realizador perfeccionista, fazendo com que diversas cenas de seus clássicos possuam tantos detalhes que sempre quando a gente revisita sempre há algo novo a ser descoberto. Essa sensação eu sempre senti quando revejo "Blade Runner" (1982) e o mesmo se pode dizer de seu "Gladiador" (2000), filme que trouxe de volta os épicos romanos ao cinema e cuja sua grandeza é ainda bastante sentida.

A trama é basicamente uma reinterpretação do que foi visto no clássico "A Queda do Império Romano". Marcus Aurelius (Richard Harris) está em seus dias finais como Imperador, mas a sua decisão desperta a ira de seu filho Commodus (Joaquin Phoenix) ao tornar pública o seu desejo em deixar o trono para Maximus (Russell Crowe), o comandante do exército romano. Desejando o poder, Commodus mata seu pai, assume a coroa e ordena a morte de Maximus, além da execução de sua mulher e filho. Porém, ele consegue fugir antes de ser morto e passa a se esconder sob a identidade de um escravo e gladiador do Império Romano.

O filme estreou em maio no Brasil no ano 2000, sendo que foi uma época que, por alguma razão, tinha poucas informações sobre as produções em andamento em Hollywood, mesmo tendo revistas como a SET. Ao saber sobre o filme eu fiquei espantado, pois a sensação que me dava que eu voltei ao passado, quando o cinema norte americano prezava por um filme como esse e, portanto, foi questão de tempo ao testemunhá-lo no cinema. Nunca me esquecerei da sessão no Cine Vitória de Porto Alegre, onde as pessoas saíram caladas e sintetizando a forma como o filme havia tocado elas.

Ridley Scott não poupou esforços em criar um filme grandioso, ao ponto de fazer uma grande batalha campal no início da trama e revelando a sua magnitude através de diversos figurantes em cena. Com uma montagem de cortes bruscos, alinhado com uma bela fotografia e edição de arte, os dez minutos iniciais já nos brindam com um verdadeiro espetáculo e cuja cereja do bolo é a trilha sonora composta pelo mestre Hans Zimmer. Porém, o trunfo já se revela no minuto inicial da trama, sendo ele Maximus e interpretado por Russell Crowe.

Conhecido na época por atuações como "Los Angeles - Cidade Proibida" (1997) e "Informante"(1999), Crowe quase não aceitou o papel por achar nada desafiador e somente aceitando devido à insistência do cineasta. O ator, por sua vez, optou em criar momentos significativos para o personagem e torná-lo mais interessante, como no caso nas ocasiões em que o mesmo pega a terra para passar em suas mãos antes do combate. Hoje é difícil imaginar outro ator para o personagem e tendo ganhado merecidamente o seu primeiro e único Oscar da carreira.

O filme também marcaria a consagração do até então jovem ator Joaquin Phoenix, que na época era mais conhecido por ser o irmão do falecido ator River Phoenix do que em suas atuações em filmes como "Um Sonho Sem Limites" (1995) e "8 Milímetros" (1999). Porém, isso foi mais do que o suficiente para Scott procurá-lo, dando a chance para que o jovem intérprete conseguisse construir um personagem que nos passasse pena, raiva e ao mesmo tempo roubando a cena toda vez que aparecia. Uma das maiores revelações do ano 2000 e fazendo com que a sua carreira tivesse novas conquistas e que futuramente nos brindaria com uma atuação assombrosa em "Coringa" (2019).

Revisto hoje, é interessante como o filme envelheceu bem nas questões de jogos políticos, sendo algo corriqueiro no nosso mundo real e cuja dança das cadeiras já ocorria nos tempos do Império Romano. Commodus é a representação do extremismo, mas que alimenta o povo através dos jogos entre a vida e morte dos gladiadores na arena e fazendo disso tudo uma verdadeira cortina de fumaça para entreter a massa. Uma forma para esconder a sua fraqueza e o seu desprezo perante uma República estabelecida sonhada pelo seu falecido pai.

Tecnicamente o filme pertence a uma época que o CGI ainda era usado para colaborar para o desenvolvimento da trama ao invés de polui-la. A reconstituição do Coliseu ainda hoje impressiona, sendo que a entrada dos gladiadores na arena, com giro da câmera em 360º, me encheu os olhos na época. Não é a toa que o filme viria ganhar um Oscar na categoria de Efeitos Visuais, além do cobiçado prêmio de Melhor Filme.

Após "Gladiador" teríamos o privilégio de outros épicos como a trilogia de "O Senhor dos Anéis (2001 - 2003), sendo que o próprio Ridley Scott se arriscaria novamente em outros grandes projetos como "Cruzada" (2005), mas não obtendo o mesmo grande feito. Embora historiadores contestam o lado mais fictício da trama, Scott nos mostrava como era necessário dosar um alto grau de verossimilhança em uma produção como essa para que nos convencesse que estávamos diante de tempos em que guerreiros lutavam pela sua honra, lealdade e cujo seus feitos eram ecoados pela eternidade.

Com minutos finais emocionantes, cuja trilha era embalada pela voz da cantora Lisa Gerrard, "Gladiador" é um daqueles casos em que os Deuses do cinema sorriam para um determinado projeto e culminando em um verdadeiro espetáculo diante dos nossos olhos. 

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quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Cine Especial: Próximo Clube de Cinema - 'Na Praia à Noite Sozinha'

Imagine um filme que acompanha alguém mergulhado em sua introspecção à beira-mar, ao cair da noite. Neste sábado, o Clube de Cinema exibe Na Praia à Noite Sozinha, do cineasta sul-coreano Hong Sang-soo, com essa premissa: seguimos a atriz Younghee (interpretada por Kim Min-hee) enquanto ela enfrenta questões existenciais em diálogos profundos e desajeitados. Vem com a gente?


SESSÃO CLUBE DE CINEMA

Local: Cinemateca Capitólio (Rua Demétrio Ribeiro, 1085 – Centro Histórico)

Data: 16/11/2024, sábado, às 10:15 da manhã

Na Praia à Noite Sozinha (Bamui haebyun-eoseo honja)

Coreia do Sul / Alemanha, 2017, 101 min, 12 anos

Direção: Hong Sang-soo

Elenco: Kim Min-hee, Seo Young-hwa, Jeong Jae-yeong

Sinopse: Após viver um relacionamento com um homem casado, a famosa atriz Younghee parte para uma temporada na cidade de Hamburgo, onde reflete sobre seus sentimentos e busca respostas. De volta à Coreia, em meio a reencontros, diálogos intensos e revelações dolorosas, ela tenta compreender o impacto do amor e as verdades que ele desencadeia. 


Sobre o Filme: 

Aos poucos que vou conhecendo a filmografia de Hong Sang-soo (A Visitante Francesa) percebo que o cineasta gosta de se repetir, mas não para cair na previsibilidade, mas sim para alcançar um novo nível com relação ao seu perfeccionismo que ele tanto injeta em suas obras. Além disso, percebesse que seus pensamentos, sejam eles inventados ou verídicos, são moldados em seus filmes para que então ele consiga nos dizer algo que talvez nem ele mesmo consiga dizer para consigo mesmo. "Na Praia à Noite Sozinha" testemunhamos um novo degrau com relação aos pensamentos íntimos do cineasta e dos quais ele tenta exorcizá-los no outro lado da tela.

O filme acompanha a cruzada da atriz Young Hee (Kim Min-hee, prêmio de melhor atriz no último festival de Berlim) que, após se envolver com um homem casado, decide retornar as suas raízes. Ao retornar em sua cidade natal, Young reencontra velhos amigos, alguns deles até mesmo do ramo do cinema e decide então colocar a conversa em dia com todos. Não demora muito para que ela comece a por para fora tudo o que sente em meio a uma conversa e com muita bebida.

Confira a minha crítica completa já publicada clicando aqui. 

 

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