Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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O mês de julho começa com um toque musical no Clube de Cinema de Porto Alegre. Nossa próxima sessão trará o francês "Duas Garotas Românticas", dirigido por Jacques Demy. E que lugar melhor para apreciar este vibrante filme do que na nossa parceira, Cinemateca Capitólio?
Confira as informações da sessão!
SESSÃO CLUBE DE CINEMA
Local: Cinemateca Capitólio
Data: 06/07/2024, sábado, às 10:15 da manhã
"Duas Garotas Românticas" (Les demoiselles de Rochefort)
França, 1967, 124 min, livre
Direção: Jacques Demy
Elenco: Catherine Deneuve, Françoise Dorléac, Jacques Perrin, George Chakiris, Michel Piccoli
Sinopse: Delphine e Solange são duas irmãs de 25 anos que vivem em Rochefort, na França. Delphine é professora de dança, enquanto Solange ensina piano. Ambas sonham em encontrar um grande amor, assim como os rapazes que chegam à cidade e passam a frequentar o bar da família.
Sinopse: Ann enfrenta a estagnação em um relacionamento casual de BDSM, um emprego medíocre e uma família judaica conflituosa.
O ser humano vs sistema não é novidade dentro da história do cinema, pois basta pegarmos exemplos clássicos como "O Clube da Luta" (1999) para termos uma vaga ideia. Porém, uma vez que o ser humano não age contra um mundo cheio de regras cabe seguir o seu curso ou ficar estagnado em um único ponto de sua vida e fazendo se perguntar o que irá fazer no seu amanhã. "Aquela Sensação de que o Tempo de Fazer Algo Passou" (2024) sobre tempos contemporâneos onde as pessoas se encontram presas em suas bolhas ao ponto de não terem mais forças para fazer algo de diferente na vida, mesmo quando ainda existe um fio de esperança.
Dirigido, roteirizado e estrelado pela atriz Joanna Arnow, o filme conta a história de Ann, uma mulher de 30 anos que se sente frustrada em diversos cenários de sua vida. A mesma sente que o seu tempo está passando velozmente e dando a entender que ela não obteve as conquistas que ela sonhava em algumas ocasiões de sua vida. Por conta disso ela acaba se submetendo em relações onde a mesma fica submissa, além de querer se afastar ainda mais de uma família problemática.
Joanna Arnow cria para o seu filme algo claustrofóbico, onde as pessoas não se encontram presas em lugar algum, mas sim paralisadas perante uma realidade fria e crua onde os sentimentos ficam em segundo plano e dando lugar somente as sensações do prazer passageiras. Ao se despir perante a câmera, a realizadora nos transmite uma frieza até mesmo incomoda, onde procura nos passar sobre alguém que se encontra desligada das emoções e procurando somente algum significado dessa vida aliena, ou até mesmo uma redenção por realizações nunca alcançadas. Enquanto as respostas não vêm testemunhamos cenas sexuais em que ela se submete e fazendo a gente se perguntar se há alguma satisfação nesta sua jornada indefinida.
Joanna Arnow cria, portanto, um cenário que sintetiza o mundo real em que vivemos, onde somos cada vez mais tragados por empregos que não desejamos, mas que precisamos para o nosso sustento e de relações que não é nenhum conto de fadas, mas que nos submetemos para não ficarmos sozinhos na vida. Por outro lado, o filme acaba ganhando cores mais quentes quando a protagonista começa agir para conhecer alguém e poder se descascar perante a possibilidade de ser alguém neste mundo sempre desejava, mas que nunca teve coragem de degustar a ideia. O ato final nos revela uma outra Ann, mais alegre e receptiva, porém, não desvencilhando do que a pouco foi um dia.
Não é um filme para todos, principalmente para aqueles que ainda acreditam em contos de fadas em pleno século vinte um tão movimentado e cheio de altos e baixos. Joanna Arnow procura nos passar da maneira mais fria possível de que estamos nos encaminhando para nos tornamos simples objetos de energia para um sistema que somente nos alimenta enquanto nós alimentamos ele e fazendo com que isso percamos sobre o que realmente nos fazia sermos pessoas. Ao final, constatamos que a estagnação mostrada na ficção está muito mais próxima do que imagina.
"Aquela Sensação de que o Tempo de Fazer Algo Passou" é uma viagem sobre alienação do ser humano em busca de alguma razão para continuar existindo perante uma realidade moldada somente por números e prazeres passageiros.
Nota: Filme exibido para associados no último dia (22/06/24).
Sinopse: Nos anos 80, o Ministro da Cultura da Alemanha Oriental se interessa por Christa, uma atriz que namora um famoso dramaturgo. Suspeitos de infidelidade ao comunismo, são vigiados por um capitão do serviço secreto, que fica fascinado pelas suas vidas.
Ao longo do tempo a literatura nos apresentou tramas que exploravam temas sobre governos ditatoriais e dois quais sintetizavam sobre certos países do mundo real. Se por um lado tivemos George Orwell com o seu "1984", do outro, tivemos Ray Bradbury com o seu "Fahrenheit 451". O filme "A Vida dos Outros" (2006) transita entre a ficção e fatos verídicos e que, curiosamente, me fez relembrar desses grandes clássicos da literatura como um todo.
Dirigido por Florian Henckel von Donnersmarck, o filme conta a história de Georg Dreyman (Sebastian Koch) um dramaturgo da Alemanha Oriental, sendo por muitos considerado o modelo perfeito de cidadão para o país, já que o mesmo não se opõe ao governo nem seu regime político. Porém, o ministro Bruno Hempf (Thomas Thieme) acha que é preciso acompanha-lo de perto e passando a tarefa para Anton Grubitz (Ulrich Tukur), perito em escutas e que descobre quem são os inimigos do Estado. Durante o trabalho, porém, ele escuta a relação do dramaturgo com a sua namorada e atriz Christa-Maria Sieland (Martina Gedeck) e desse trabalho nasce algo incomum para si.
Florian Henckel von Donnersmarck criou esse filme com uma linguagem cinematográfica semelhante ao que Pedro Almodóvar faz, principalmente quando esse último explorou o lado mais doce e singelo do homem através de "Fale com Ela" (2002). É através dessa exploração dos dois lados da mesma moeda que encontramos dois homens que não se conhecem, mas que compartilham diversos dilemas em meio a uma realidade em que pensar diferente pode trazer duras consequências. Ulrich Tukur se sobressai em um papel complexo, onde no princípio o seu personagem demonstra total fidelidade ao seu país, mas que logo vai revelando certa metamorfose na medida em que o seu trabalho se torna cada vez mais íntimo e obsessivo.
Curiosamente, o protagonista me fez lembrar de Gury Montag, bombeiro que queima livros no clássico literário "Fahrenheit 451", mas que aos poucos abre a sua mente com relação a realidade em que vive quando começa a lê-los escondido. Através da arte que a humanidade diz o que quer, se liberta e é por isso mesmo que é a primeira ao ser atingida em governos totalitários e dos quais são censurados. O filme também possui uma overdose de "1984", já que tanto o protagonista como os seus demais colegas estão a todo momento vigiando e ouvindo os seus principais alvos, como se não houvesse nenhum momento de paz para ambas as partes, sejam aqueles que estão sendo observados, como também os próprios observadores que são obrigados a pôr em prática isso.
Florian Henckel von Donnersmarck capricha até mesmo nos momentos de suspense, tendo até mesmo uma pincelada bem ao estilo Alfred Hitchcock, principalmente quando o Estado começa a procurar pistas na casa do dramaturgo que o incrimine. O resultado são desdobramentos trágicos, que revelam as ações e consequências, tanto de personagens que temem as ações do Governo, como também aqueles que se opõem a ele mesmo nas beiradas conflito. Ao final, ambos os lados saem perdendo, como também saem ganhando quando o muro de Berlim, enfim, acaba ruindo.
Ao final, trata-se de um filme que levanta a questão de que as nossas ações é o que nos define como pessoa. Ou você age contra o totalitarismo da sua maneira, ou convive com ele sem olhar para cima e jamais olhar a sua bandeira, porém, também ignorando o que está sendo silenciado ou até mesmo executado a sua volta. Os que agem de forma indiferente, portanto, não se diferem daqueles que assombraram no poder através do tempo.
"A Vida dos Outros" é uma carta de amor para aqueles que prezam a arte perante tempos autoritários, mas que irão sucumbir perante os seus próprios erros através do tempo.
Sinopse: SHHHHH! O nosso mundo entrou em silêncio. Descubra agora o porquê.
A Grande Fuga
Sinopse: A trama se passa durante o verão de 2014 e acompanha a história real de Bernard Jordan (Caine), um veterano da Segunda Guerra Mundial que decide escapar da casa de repouso em que vive e viajar até a França - tudo isso para participar da celebração do 70º aniversário do Dia D nas terras da Normandia.
Tô de Graça
Sinopse: Depois de ganhar uma indenização inesperada, Graça (Rodrigo Sant'Anna) decide torrar o dinheiro levando metade dos seus 14 filhos e filhas para um feriadão num resort luxuoso. A ideia é fazer uma grande surpresa para a filha mais velha que está namorando o playboy dono do estabelecimento.
13 SENTIMENTOS
Sinopse: Como o final feliz de um filme perfeito. É assim que João descreve o fim de seu relacionamento de 10 anos com Hugo. Apesar da separação, eles permanecem amigos bem próximos.
Neste sábado, o Clube de Cinema de Porto Alegre te convida para mais uma sessão no Espaço de Cinema. Vamos assistir ao novo lançamento do Richard Linklater, aquele mesmo que nos fez chorar com "Boyhood" e suspirar com a trilogia "Before". Só que descobrimos que o mesmo gênio por trás desses dramas profundos também é responsável pelo hilário "Escola do Rock"! Então, preparem-se para a sessão de sábado com "Assassino por Acaso"! Será que Linklater vai nos surpreender mais uma vez?
Confira as informações abaixo!
SESSÃO CLUBE DE CINEMA
Local: Espaço de Cinema, Sala 3, Bourbon Shopping Country (Av. Túlio de Rose, 80)
Data: 29/06/2024, sábado, às 10:15 da manhã
"Assassino por Acaso" (Hit Man)
EUA, 2023, 115 min, 14 anos
Direção: Richard Linklater
Elenco: Adria Arjona, Glen Powell, Austin Amelio
Sinopse: Em "Assassino por Acaso", Gary Johnson (Glen Powell) trabalha para a polícia e finge ser um assassino de aluguel para prender aqueles que o contratam, até que ele quebra o protocolo para tentar salvar uma mulher desesperada.
Sobre o Filme:
Nestes últimos tempos tem havido debates entre os cinéfilos se o gênero “comédia romântica” ainda existe ou está dando os seus últimos suspiros após um grande desgaste sentido nestes últimos dez anos. Na minha opinião, basta a criatividade para revitaliza-la, desde que se alinhe com as fórmulas de sucesso que a sustentaram ao longo desse mais de um século de cinema. "Assassino Por Acaso" (2023) dá um novo tempero a esse tipo de filme, ao introduzir um humor peculiar, mas que nos envolve de tal maneira que gostamos das mais diversas reviravoltas dentro da trama.
Dirigido pelo veterano Richard Linklater, o filme conta a história de Gary Johnson (Glen Powell), conhecido como matador profissional, mas que na realidade ele não passa de um simples professor de universidade e que nas horas vagas trabalha para a polícia para incriminar os mandantes dos crimes que ele supostamente iria cometer. Em certa ocasião ele finge ser um matador para Madison (Adria Arjona), uma mulher que deseja que o marido seja morto por ele, mas ao invés de fazer com que ela se incrimine ele acaba se envolvendo com ela. Não demora muito para Gary perceber que o seu momento pouco profissional irá desencadear situações irreversíveis.
Richard Linklater é conhecido pela sua trilogia romântica, porém criativa, iniciada em "Antes do Amanhecer" (1995) e no decorrer dos anos transitou por esse gênero e ao mesmo tempo optando por projetos mais experimentais como "Waking Life" (2001) e o maravilhoso "Boyhood" (2014). Em um primeiro momento, "Assassino Por Acaso" parece ser o seu projeto mais convencional, mas que possui elementos que remetem a outras de suas obras como no caso de "O Homem Duplo' (2006), porém, não coloca a nossa mente do avesso. O filme se envereda mais para uma curiosa comédia romântica que se alinha com um humor de teor mais sombrio, sarcástico e sendo algo que chegou até mesmo ser comum durante os anos noventa com títulos como no caso de "Matador em Conflito" (1998).
Mas o que faz de o filme ser uma comédia romântica é que todos os ingredientes de sucesso estão lá, desde o protagonista conhecer a sua amada, se apaixonarem, brigarem, para que no fim sejam felizes para sempre. Até lá, o filme é recheado de momentos de um verdadeiro jogo de gato e rato e tudo moldurado pela criatividade do cineasta e cuja edição de cenas tornam o filme ainda mais dinâmico diante dos nossos olhos. Porém, diferente de outros títulos do gênero, a gente acredita que nada dará certo para o casal central, principalmente quando a situação foge do controle quando ambos guardam os seus respectivos segredos um contra o outro e fazendo sair tudo do controle na medida em que a trama vai avançando.
Mas verdade seja dita, o filme não funcionaria sem a dupla central da trama. Tanto Glen Powell como Adria Arjona possuem uma química perfeita em cena, sendo que os momentos calientes entre os dois se tornam bastante verossímeis e ao mesmo tempo revelando uma veia cômica entre ambas as partes. Um fica jogando contra o outro até que tudo transborda e revelando, enfim, uma nova faceta e da qual nem mesmo eles imaginavam que chegariam a tal ponto. Embora o final tenha uma solução que facilite a vida dos dois isso não diminuiu o resultado da obra como um todo, pois já neste ponto estamos mais do que satisfeitos.
"Assassino Por Acaso" é uma agradável surpresa em tempos atuais em que a comédia romântica procura se inovar, mesmo quando se envereda para um teor fora do seu padrão convencional e que estávamos acostumados em assistir.
De 27 de junho a 2 de julho, a Cinemateca Capitólio apresenta dois curtas de ficção-científica produzidos no Rio Grande do Sul, em sessões duplas com longas internacionais. Princesa Morta do Jacuí, de Marcela Bordin, será exibido com Enigma do Poder, de Abel Ferrara. Magnética, de Marco Arruda, será exibido com Rei Lear, de Jean-Luc Godard. O valor do ingresso é R$ 10,00. A renda das sessões será destinada ao projeto Futuro Audiovisual RS.
No domingo, 30 de junho, às 18h, a Cinemateca Capitólio apresenta uma sessão especial de Um Homem Tem de ser Morto, de David Quintans, para celebrar o aniversário de 50 anos da primeira exibição do filme na competição do Festival de Gramado de 1974. O diretor participa de um debate após a sessão. Entrada franca.
Sinopse: Riley se encontra mais velha, passando pela tão temida adolescência. Junto com o amadurecimento, a sala de controle também está passando por uma adaptação para dar lugar a algo totalmente inesperado: novas emoções.
"Divertida Mente" (2015) se tornou o filme Pixar mais querido através do grande público e ingredientes para isso é o que não faltam. Ao criar personagens fofinhos e carismáticos, dos quais representam o sentimento da menina Riley, o longa acabou servindo até mesmo de estudo e nos alertando que é essencial até mesmo sentirmos a tristeza, pois sem ela não poderíamos liberar as nossas dores internas que nós sentimentos no dia a dia. Eis que então chega "Divertidamente Mente 2" (2024), que é difícil eu dizer se é melhor ou não se comparado ao filme anterior, pois os realizadores novamente acertaram ao explorar novos sentimentos de uma jovem que ainda está se descobrindo ao longo do tempo.
Nesta nova aventura vemos Riley agora um pouco mais velha, com 13 anos de idade, passando pela pré-adolescência. Junto com essas mudanças, a sala de controle mental da jovem também está passando por uma demolição para dar lugar a algo totalmente inesperado. As já conhecidas, Alegria (Amy Poehler), Tristeza (Phyllis Smith), Raiva (Lewis Black), Medo (Tony Hale) e Nojinho (Liza Lapira) agora recebem as emoções Ansiedade (Maya Hawke). Inveja (Ayo Edebiri), Tédio (Adèle Exarchopoulos) e Vergonha (Paul Walter Hauser).
Retornar a esse universo dentro da mente Riley e revermos esses carismáticos personagens é de uma grande satisfação, pois eles já tinham obtido a nossa simpatia. É como revermos velhos amigos depois de vários anos e fazendo despertar em nós uma grande nostalgia. Falando nisso, aguarde pela aparição desse sentimento e fazendo disso uma das grandes piadas do longa como um todo.
Porém, é notório que esse segundo filme seja uma espécie de releitura do primeiro, já que Alegria acaba tendo um embate com Ansiedade e fazendo com que ela, Tristeza, Raiva, Medo e Nojinho saiam da sala de controle. A partir daí se tem uma jornada do grupo em tentar retornar ao local e ao mesmo tempo repor a convicção de Riley no seu devido lugar. Ou seja, um "Déjà vu", porém, com desdobramentos diferentes, mas que não foge dessa sensação.
Mas, se por um lado não há exatamente a originalidade refrescante sentida do primeiro filme, ao menos essa segunda parte acerta novamente em nos dizer que é essencial termos esses sentimentos, até mesmo a própria ansiedade. Porém, uma vez que a personagem Ansiedade tenta a todo custo fazer com que Riley se dê bem no jogo de Hockey, isso acaba desencadeando um descontrole emocional dentro da menina e fazendo com que os seus desejos entrem em conflito e fazendo com que se afaste até mesmo de suas amigas. Todos os sentimentos são essenciais, mas nenhum pode controlar a pessoa de forma plena e tendo que deixar um espaço para os demais para que a pessoa viva em sua total plenitude.
Por conta dessa análise isso se torna um prato cheio para os psicanalistas que já defendiam o filme anterior e fazendo deste novo algo a ser analisado mais a fundo. Em tempos em que as pessoas vivem com grande ansiedade devido as mais diversas adversidades, até mesmo no mais convencional dos dias, é necessário a pessoa pare por um momento, respirar fundo e deixar fluir o melhor de si e para que assim as coisas sejam resolvidas no seu devido tempo. Por conta disso, o ato final acaba se tornando tão emocionante quanto o filme original, pois todos nos identificamos com a Riley naquele momento e fazendo a gente se dar conta que os dilemas da vida não são exclusivamente meus ou seus, mas sim estão em todos nós e devemos enfrenta-los juntos.
Mas o filme não se sustenta somente por esse peso emocional, como também por momentos divertidos e que fará muitos rirem quando acontecerem. É incrível, por exemplo, quando os sentimentos entram no "Cofre", local onde Riley guarda os seus segredos mais secretos e é aí que a Pixar nos brinda com personagens que são moldados com desenhos feitos a mão e se cruzando com total naturalidade com o desenho CGI. Logicamente, isso é efeito pós "Homem-Aranha no Aranhaverso" (2018), muito embora precisamos puxar pela memória e nos lembrarmos que a própria Pixar já havia explorado essas duas formas de se criar um enredo através do curta "Dia e Noite" (2010).
Por conta disso, o filme chega em um momento em que os estúdios cada vez mais estão explorando tecnologias novas para animação, mas ao mesmo tempo olhando para traz e usando velhos recursos para se criar uma boa história. É bom sempre inovar, mas jamais esquecer das velhas e melhores formas de se contar um conto, sendo que o melhor é feito de coração e sendo ainda o ingrediente principal para obter a nossa total aprovação. Neste último caso, felizmente, a Pixar ainda não falhou.
"Divertida Mente 2" é um filme essencial para jovens e adultos assistirem juntos na sala de cinema, onde a gente se identifica, se emociona e fazendo a gente aplaudir de pé ao final da história.