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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Cine Dica: Streaming - 'A Noite das Bruxas'

Sinopse: O detetive belga Hercule Poirot investiga um assassinato enquanto participa de uma sessão espírita de Halloween em um palazzo assombrado em Veneza, Itália. 

Kenneth Branagh pegou gosto em adaptar as obras Agatha Christie, principalmente por aqueles protagonizados pelo detetive Hercule Poirot. "Assassinato no Expresso Oriente" (2017) foi um sucesso de bilheteria e abrindo caminho para que o realizador criasse logo em seguida "Morte no Nilo" (2022) e do qual não teve o sucesso esperado mesmo tendo sido tão bem dirigido. Pois bem, "Noite das Bruxas" (2023) não supera as qualidades dos filmes anteriores, mas nos prende atenção pela sua ousadia em levar o protagonista para um cenário um pouco diferente.

No terceiro filme da saga de Hercule Poirot (Kenneth Branagh), o detetive está de volta para investigar mais um mistério na cidade mais bonita do mundo: Veneza. O homem é convidado pela amiga, Ariadne Olivier (Tina Fey) para participar de uma sessão espírita no casarão de Rowena Drake (Kelly Reilly), que carrega a fama de ser assombrada por fantasmas de crianças. A princípio, Poirot nega o convite, mas fica curioso ao descobrir que a sessão será conduzida pela misteriosa médium Senhora Reynolds (Michelle Yeoh), e tem o propósito de fazer contato com a filha de Rowena, Alicia (Rowan Robinson), que se suicidou,  mas a mãe está convencida de que a garota tenha sido morta pelos fantasmas do local. Na noite da sessão, porém, um crime faz com que a situação tome um rumo macabro.

Assim como o filme anterior novamente vemos um Hercule Poirot mais humano e do qual se distancia um pouco do detetive perfeito visto em "Assassinato no Expresso Oriente". Se na história anterior nós descobrimos que ele guardava para si cicatrizes físicas, aqui podemos constatar que ele guarda feridas emocionais mais profundas e das quais faz com que ele enfrente uma situação da qual envolva algo mais para o lado sobrenatural. Mas estamos falando de um filme baseado na obra de Agatha Christie, onde tudo há uma explicação e, portanto, tanto o detetive como nós que assiste deve ficar com um pé atrás ao que testemunhamos neste cenário investigativo.

Se isso dá um gás em termos de novidade, por outro lado, a dinâmica continua a mesma, onde vemos um grupo de pessoas sendo obrigada em ficarem presos num determinado cenário enquanto o protagonista investiga sobre quem cometeu tal assassinato. Ao menos Kenneth Branagh capricha em sua direção estilosa e ao mesmo tempo surpreendendo em cenas que faz com que a gente dê um pulo na cadeira e remetendo aos típicos filmes de horror atuais. Após esse filme não me surpreenderia se o mesmo fosse convidado em elaborar um filme de horror, seja ele psicológico ou sobrenatural.

Para os fãs da escritora Agatha Christie adaptação é um prato cheio e para aqueles que tem pouca familiaridade poderão também desfrutar da obra como um todo. Porém, se é a intenção do estúdio e do realizador em levar para as telas todas as aventuras do Hercule Poirot eu sugiro fazerem uma mudança significativa para que a franquia seja renovada e ganhe um novo folego, pois se continuar com a mesma temática creio eu que o público irá começar em abandonar os filmes estrelados pelo personagem, se é que já não está acontecendo. Pessoalmente, se fechasse como uma trilogia seria mais do que satisfatório, mas quando o assunto é cinema americano a ideia é sempre ser usada até ser completamente esgotada.

"Noite das Bruxas" é mais para os fãs de Agatha Christie do que para aqueles que esperam alguma novidade e que revitalize as aventuras Hercule Poirot para o cinema.   

Onde Assistir:  Star+

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Cine Dica: Sessão Clube de Cinema 11/11/2023 - 'Afire'

 Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana.

SESSÃO CLUBE DE CINEMA


Local: Sala Eduardo Hirtz, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 11/11/2023, sábado, às 10:15 da manhã

"Afire" (Roter Himmel)

Alemanha, 2023, 103 min, 14 anos

Direção: Christian Petzold

Elenco: Thomas Schubert, Paula Beer, Langston Uibel, Enno Trebs, Matthias Brandt

Sinopse: Um grupo de jovens, entre conhecidos e desconhecidos, é obrigado a conviver por alguns dias em uma casa de férias junto ao mar Báltico. À medida em que o tempo passa, surge um clima de amizade e até de romance em parte do grupo, enquanto Leon se irrita com o desenrolar da situação. Lá fora, os dias estão quentes, não chove há semanas e as florestas secas da região começam a pegar fogo. O filme foi o vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Berlim 2023.

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terça-feira, 7 de novembro de 2023

Cine Especial: Próximo Cine Debate - 'O Preço do Amanhã'

Sinopse: Acusado de assassinato, um homem deve descobrir como derrubar um sistema onde tempo é dinheiro e que permite que os ricos vivam para sempre, enquanto os pobres devem implorar por cada minuto de suas vidas. 


É engraçado que alguns filmes passam batido na época de sua estreia, mas que aos poucos ganha o seu reconhecimento na medida que o tempo passa. O clássico "Blade Runner" é um exemplo genuíno, pois o filme foi um fracasso na época do seu lançamento, mas se tornou rapidamente cultuado através das Cinematecas e VHS. O que o público não viu na época foi o fato da obra ser uma metáfora sobre o sistema capitalista cada vez mais afogando a sociedade e como a mesma deixa a sua vida passar e sem aproveitá-la ao máximo.

O tempo talvez seja um dos temas mais recorrentes da ficção cientifica, pois no nosso mundo real corremos contra ele, como se não tivéssemos tempo e cada vez mais presos ao relógio. Pode-se dizer que a situação piorou cada vez mais com o advento das tecnologias, principalmente com relação ao celular, onde se pode fazer tudo, mas privando a sociedade de aproveitar outras coisas e fazendo a mesma se esquecer de olhar para o céu ao longo da vida. A série "Black Mirror", por exemplo, é mais ou menos sobre isso, onde as pessoas cada vez mais se afogam e se tornam prisioneiras pelas tecnologias avançadas, mas que não são muito diferentes do que se vê hoje em dia.

O diretor, produtor e roteirista Andrew Niccol talvez seja um especialista ao possuir um olhar que consegue observar situações a frente do nosso tempo, mas que acabam realmente acontecendo, mesmo de forma parcial para se dizer o mínimo. Como diretor ele elaborou o surpreendente "Gattaca - Experiência Genética" (1997), onde o indivíduo somente seria bem-sucedido se possuísse um código genético perfeito. Já como roteirista ele criou "O Show de Thurman" (1998) e do qual profetizou uma sociedade cada vez mais obcecada pelos reality shows e ocupando as suas vidas ao assistir as vidas das outras.

Em seus filmes, seja como diretor ou roteirista, ele explora a questão de uma sociedade presa ao sistema e do qual a questão do tempo se encontra nas entrelinhas. Eis que então chegamos ao "O Preço do Amanhã" (2011), filme mal avaliado pela crítica e público na época do seu lançamento, mas foi crescendo a cada nova revisão. Pode-se dizer que hoje o filme se casa muito bem com a situação atual da sociedade, cada vez mais presas em seus celulares e não aproveitando o tempo que passa diante de suas vidas.

Em um futuro próximo, o envelhecimento passou a ser controlado para evitar a superpopulação, tornando o tempo a principal moeda de troca para sobreviver e também obter luxos. Assim, os ricos vivem mais que os pobres, que precisam negociar sua existência, normalmente limitada aos 25 anos de vida. Quando Will Salas (Justin Timberlake) recebe uma misteriosa doação, passa a ser perseguido pelos guardiões do tempo por um crime que não cometeu, mas ele sequestra Sylvia (Amanda Seyfried), filha de um magnata, e do novo relacionamento entre vítima e algoz surge uma poderosa arma com o sistema e organização que comanda o futuro das pessoas.

Nota-se no início da projeção que Andrew Niccol faz uma homenagem ao clássico literário "1984", pois embora exista uma tecnologia avançada, por outro lado, a sociedade ainda precisa trabalhar arduamente para obter tempo e ao mesmo tempo sendo vigiada como um todo. Visualmente o filme remete ao já clássico e citado "Gattaca" e ao mesmo tempo revelando uma população cada vez mais dividida entre os necessitados e os afortunados. Não deixa de ser peculiar ao assistirmos as pessoas lutarem para obter tempo de vida, sendo que o dinheiro acabou se tornando inexistente e cada minuto acaba valendo ouro.

Salas procura aproveitar a vida ao máximo, mesmo quando ela somente vale uma hora ou duas no decorrer do tempo. Quando obtém diversos anos de vida ele vê a chance de ajudar pessoas próximas a ela, mas o sistema se torna implacável e acaba não ocorrendo conforme o esperado. A cena em questão é a mais dolorida como um todo, pois bastava alguns segundos a mais para que tudo fosse resolvido.

Uma vez que não tem nada a perder ele decide gastar o seu tempo ao máximo em território dos poderosos e cujo tempo de dois mil anos não é nada para aqueles que vivem na mordomia. Neste cenário conhecemos então Sylvia, sempre protegida pelo seu pai, mas jamais sabendo como viver e mesmo tendo tempo de sobra. Com Salas ela experimenta sensações até então inéditas e valoriza o seu tempo mesmo quando ele começa a se tornar curto.

Embora hoje não vivemos presos pela moeda do tempo para continuarmos existindo, infelizmente constato que o filme era um retrato sobre o nosso futuro, onde não desfrutamos mais do tempo, onde ficamos presos por essas tecnologias que cabem na palma da mão, mas fazendo das nossas vidas cada vez mais alienadas e nos privando de apreciar as horas e dias que passam em um piscar de olhos, pois estamos sempre em movimento constante para se dizer o mínimo. Será preciso chegarmos ao ponto de que o tempo se tornará valioso para então finalmente acordamos?

O filme toca também em assuntos espinhosos que vai desde ao fato de que será preciso conter a superpopulação, mas aqui impondo um limite de tempo para todos nós e fazendo com que a maioria perca a sua humanidade pelo seu próximo. Portanto o filme, por mais que o estúdio tenha vendido como entretenimento em sua época de lançamento, ele nos faz pensar e fazendo com que até mesmo sintamos uma morbidez após o seu encerramento. E olha que eu estou falando de um filme cujo final até acaba sendo reconfortante, mas que não perde o seu peso que nos deixa ao fazer a gente refletir sobre o assunto sobre o nosso papel perante um mundo real cada vez mais implacável.

Com grande elenco que inclui pesos como Cillian Murphy, "Preço do Manhã" é um filme que foi melhorando a cada nova revisão, ao saber dialogar com o nosso mundo real em que obtivemos grandes tecnologias, porém, a mesma fez com que a gente perdesse o nosso precioso tempo. 

Onde Assistir: Netflix

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 09 A 15 DE NOVEMBRO

 ESTREIA:

TIA VIRGÍNIA

Brasil/Drama/2022/98min

Direção: Fábio Meira

Sinopse: Tia Virginia conta a história de uma mulher (interpretada por Vera Holtz) de 70 anos que não tem nenhum filho e nunca se casou, e acaba sendo convencida pelas irmãs, Vanda e Valquíria, a se mudar para outra cidade a fim de cuidar dos pais. Se passando em apenas um dia, o filme acompanha a preparação de Virginia para receber as irmãs que estão vindo até sua casa para celebrar o Natal.

Elenco: Vera Holtz. Arlete Salles. Louise Cardoso. Vera Valdez - Antonio Pitanga - Daniela Fontan - Iuri Saraiva - Amanda Lyra


EM CARTAZ:


MEU NOME É GAL

Brasil/Drama/90min

Direção: Dandara Ferreira e Lô Politi

Sinopse: Meu Nome é Gal acompanha de perto e de dentro o breve e efervescente momento da Tropicália, o principal movimento da contracultura no Brasil, responsável pela maior mudança musical e comportamental que o país já viveu. Gal Costa foi a principal voz feminina do Tropicalismo mas, para isso, precisou se libertar das amarras de uma timidez que quase a impediu de seguir sua vocação inequívoca. Com sua presença, sua atitude, seu corpo e sua voz, Gal Costa transformou a música brasileira e também toda uma geração, principalmente de mulheres. O filme mostra como ela e seus companheiros Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Jards Macalé, Tom Zé e Wally Salomão, ainda muito jovens, enfrentaram a dificuldade de serem tão vanguardistas em meio ao conservadorismo e à violência impostos pela ditadura militar no Brasil.

Elenco: Sophie Charlotte, Rodrigo Lellis, Camila Mardila, Luis Lobianco, Dan Ferreira, Dandara Ferreira, Chica Carelli e George Sauma


HORÁRIOS DE 09 A 15 DE NOVEMBRO (não há sessões nas segundas-feiras):

15h: MEU NOME É GAL

17h: TIA VIRGÍNIA

19h: TIA VIRGÍNIA


Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem, trabalhadores associados em sindicatos filiados a CUT-RS e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00.Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

ATENÇÃO: NAS QUINTAS-FEIRAS TODOS PAGAM MEIA ENTRADA EM TODAS AS SESSÕES!


CINEBANCÁRIOS :Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre -Fone: 30309405/Email:cinebancarios@sindbancarios.org.br


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'Five Nights at Freddy's - O Pesadelo Sem Fim'

Sinopse: No Freddy Fazbear's Pizza, robôs animados fazem a festa das crianças durante o dia. Mas, quando chega à noite, eles se transformam em assassinos psicopatas. 

As adaptações de vídeo game para o cinema parecem que, aos poucos, tem conseguido o seu lugar em um momento em que o público em geral parece estar se cansando das adaptações de HQ para o cinema. Ao mesmo tempo, o gênero de horror se encontra mais do que estabilizado, com orçamentos baixos, mas que obtém grande retorno. "Five Nights at Freddy's - O Pesadelo Sem Fim" (2023) transita entre esses dois quesitos, mesmo sendo irregular em alguns momentos, mas obtendo um saldo positivo.

O filme é a primeira adaptação cinematográfica da famosa franquia homônima de jogos lançada em 2014 e criada por Scott Cawthon. Dirigido por Emma Tammi, a história se passa em um restaurante familiar tipicamente americano chamado Freddy Fazbear's Pizza, que está atualmente desativado, e acompanha Mike Schmidt (Josh Hutcherson), um jovem que está passando por alguns problemas financeiros e não sabendo como cuidar de sua irmã menor. Felizmente, ele é contratado para trabalhar como o vigia noturno da pizzaria. Criado por Henry Emily e William Afton, o lugar costumava ser muito famoso por seus característicos robôs animados, que eram o rosto do local e faziam a festa das crianças durante o dia. Porém, quando o sol se põe e a escuridão da noite chega, um segredo obscuro e mortal é revelado.

É curioso observar que o estúdio Blumhouse Productions vem se tornando bem-sucedido graças aos seus filmes de horror e suspense de baixo orçamento. Ao mesmo tempo, é interessante constatar também que os seus filmes tanto transitam para um teor mais violento como "A Entidade" (2012), como para um terror mais  teen, ou seja, adolescente como no caso de "A Morte lhe dá os Parabéns" (2017). No caso de "Five Nights at Freddy's - O Pesadelo Sem Fim" é um longa que procura transitar para os dois lados, como se tentasse agradar ambos os públicos, mas cujo resultado acaba soando um tanto estranho.

Para começar, é notório que o estúdio estava buscando uma fatia maior do público, pois só assim para explicar cenas de violência que quase não tem nenhum sangue, mesmo elas sendo pesadas em alguns momentos diga-se de passagem. É bem da verdade que o filme é bem dirigido, com algumas cenas que nos dá certa tensão, principalmente em sua abertura que mais nos lembra a franquia "Jogos Mortais" e que com certeza serviu de inspiração. Outro fator interessante é a sua fotografia, quase sempre escura, mas que transita com facilidade para cores que nos lembram a transição dos tempos dos anos oitenta para os noventa.

Em termos de fidelidade com relação ao vídeo game eu sou leigo, já que nunca joguei o jogo que serviu de base para o filme, mas acredito eu que os fãs irão se sentir satisfeitos, mesmo quando a obra apresente certas adaptações para se adequar ao cinema como um todo. Para começar, é notório que o drama vivido pelo protagonista e sua pequena irmã seja algo acrescido na adaptação para o público em geral saber se identificar, já que o filme não funcionaria somente com os peculiares robôs vistos na tela. Porém, os antagonistas se tornam uma peça interessante visualmente, já que eles não são realizados pelo já desgastado CGI, mas sim são realmente animatrônicos e transmitindo total peso nas cenas.

No geral, o filme também possui aquelas velhas fórmulas de sucesso dos filmes de horror, que vai desde ao teor sobrenatural que assombra os protagonistas, como também os mesmos se veem em uma situação para exorcizar os seus traumas do passado. O filme também possui umas pitadas de humor ácido, principalmente nas cenas com a tia malvada, ou com o motorista de Uber que está mais do que acostumado em pegar uma corrida com pessoas esquisitas. Esquisito talvez seja a palavra-chave desse filme, mas o que faz dele se diferenciar dos demais filmes recentes, seja do horror ou das adaptações de vídeo game.

"Five Nights at Freddy's - O Pesadelo Sem Fim" é um filme estranho e que chega justamente em um momento em que os engravatados de Hollywood não sabem mais ao certo como dar lucro para os grandes estúdios.   

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sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Cine Especial: Clube de Cinema -'Johnny Guitar'

 Nota: Filme exibido para os associados no dia 21/10/2023. 

O gênero faroeste foi algo usado a exaustão dentro do cinema norte americano, ao ponto que ele acabou se esgotando ao longo do caminho. Antes disso, porém, o mesmo foi revitalizado em algumas ocasiões em que se via o fato que aquela velha trama de mocinho vs bandido não atraia mais as grandes plateias. O início dos anos cinquenta foi o período do cinema faroeste mais humano, psicológico, onde os protagonistas lutavam não somente contra o bandido, como também contra os seus próprios demônios.

Um desses primeiros casos de ventos da mudança dentro do gênero ocorreu em "Matar ou Morrer" (1952), onde o protagonista interpretado por Gary Cooper aguardava em tempo real o bandido da trama que viria no próximo trem, mas ao mesmo tempo demonstrava ter medo e buscava ajuda ao longo da trama. Já a obra prima de John Ford “Rastros do Ódio” (1956), vemos um John Wayne racista, disposto em acabar com os Índios que mataram a sua família, mas cuja cena final simboliza o fato que um tipo de personagem como ele já não teria o seu espaço nos anos que viriam.

Dois anos antes, porém, "Johnny Guitar" (1954) se destacou ao dar o protagonismo para uma atriz e sendo algo muito à frente do seu tempo naquela época. Dirigido por Nicholas Ray, do épico "O Rei dos Reis" (1961), o filme conta a história de Vienna (Joan Crawford), dona de um saloon próximo da ferrovia, tem planos ambiciosos para seu terreno. Emma Small (Mercedes McCambridge), filha de um rico fazendeiro da cidade vizinha, não pretende deixar que ela os realize. Emma é apaixonada por Dancin’ Kid (Scott Brady), que prefere Vienna. Tentando se livrar da inimiga, a herdeira manda seus capangas destruírem o saloon e inicia uma verdadeira guerra, na qual Vienna conta com o luxuoso auxílio de um importante figura de seu passado: Johnny Guitar (Sterling Hayden).

Embora o filme se chame "Johnny Guitar" ele poderia se chamar muito bem de "Vienna", já que a personagem interpretada pela veterana Joan Crawford é quem realmente rouba a cena em praticamente todo o filme. Dona de uma personalidade forte, tanto dentro como fora das telas, Crawford era dona dos direitos de adaptação do livro de Chanslor e vendeu a autorização ao estúdio sob a condição de estrelar o filme. Já em sua primeira cena logo percebemos que o filme está dentro do seu bolso, já que atriz possui uma presença forte, ao ponto de obscurecer por completo todos os personagens que se encontram em cena.

A trama em si é algo que sempre é revisitado pelo gênero, desde a conquista por terras e tudo girando em volta da possibilidade do crescimento das cidades daqueles tempos longínquos. Porém, a presença de uma protagonista era algo raro dentro do gênero, já que antes disso elas quase sempre eram donzelas em perigo enquanto o cavaleiro solitário sempre surgia em cena para salvar o dia. Neste último caso, aqui esse tipo de personagem é defendido por Sterling Hayden, que interpreta o próprio Johnny Guitar e cuja sua personalidade é de alguém que foge de um passado violento, o que não é muito diferente do que já havia sido visto um ano antes no clássico "Os Brutos Também Amam" (1953).

Vale destacar que Vienna não é a única personagem feminina forte da trama, já que a mesma possui o outro lado da moeda que é Emma, interpretada de forma selvagem pela atriz Mercedes Mccambridge. Ambas em cena possuem diálogos que demonstram que ambas as atrizes se entregaram de corpo e alma para personagens que se odeiam e não me surpreenderia se isso tenha ocorrido fora das telas. Crawford gostava de contracenar com atrizes que já possuía certas desavenças e se aqui essa fórmula deu certo o que dizer então do clássico "O que Teria Acontecido a Baby Jane?" (1962).

O filme também é lembrado como uma das primeiras participações do veterano Ernest Borgnine, mas que já havia chamado atenção no clássico "A Um Passo da Eternidade" (1953). Quanto ao filme em si ele explora sobre até que ponto o ser humano está disposto em colocar em prática justiça com as próprias mãos, sendo que uma vez que comete tal ato pode acabar mudando a vida da pessoa como um todo. Os personagens, portanto, fogem de um passado violento, mas ao mesmo tempo tendo que duelar com uma violência vinda do presente que poderia ser evitada, mas tudo provocado por interesses e inveja.

Na época do seu lançamento o filme foi mal-recebido pela crítica, pois não lidavam com o fato de uma mulher ser a protagonista de um faroeste. De acordo com Martin Scorsese em relação ao filme, o público estadunidense contemporâneo "não sabia o que fazer, então eles o ignoraram ou riram dele". O público europeu, por outro lado, não tendo os mesmos preconceitos do público estadunidense, viu o filme pelo que era: "uma produção intensa, não convencional, estilizada, cheia de ambiguidades e subtextos que a tornavam extremamente moderna". Hoje o filme faz parte no National Film Registry, seleção filmografia da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, como sendo "culturalmente, historicamente ou esteticamente significativo".

"Johnny Guitar" é um longa de faroeste a frente do seu tempo e um belo exemplo sobre o que se precisa para revitalizar um gênero que precisava já nos anos cinquenta ser fortalecido. 


Onde Assistir: Em DVD pela Classicline e no streaming pelo Prime Vídeo.


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quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (02/11/23)

  MUSSUM, O FILMIS

Sinopse: MUSSUM, O FILMIS narra a trajetória de vida de Antônio Carlos Bernardes Gomes, indo muito além do Mussum que o grande público conhece: a infância pobre, a carreira militar, a relação com a Mangueira, o sucesso com os Originais do Samba, além de bastidores d‘Os Trapalhões.


DINHEIRO FÁCIL

Sinopse: Dinheiro Fácil é um filme norte-americano de comédia dirigido por Craig Gillespie e baseado na história real de um grupo de investidores do Reddit que causaram um grande caos em Wall Street após apostarem nas ações da GameStop (empresa de eletrônicos de gaming).


NÃO ABRA!

Sinopse: Sam (Megan Suri), uma adolescente que lida com os conflitos entre sua origem indiana e a vida nos EUA, acidentalmente liberta uma antiga entidade demoníaca de um jarro que jamais deveria ter sido aberto. À medida que o mal se alimenta dos seus piores medos, Sam precisará desvendar segredos ancestrais para tentar salvar sua vida e a de todos ao seu redor.

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