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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 18 de maio de 2023

Cine Dica: CINEMATECA PAULO AMORIM - PROGRAMAÇÃO DE 18 A 24 DE MAIO DE 2023

 PROGRAMAÇÃO DE 18 A 24 DE MAIO DE 2023

SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES

"Sem Ursos"


Nossa estreia desta cinesemana é o elogiado longa iraniano SEM URSOS, realizado pelo diretor Jafar Panahi durante a prisão domiciliar a que foi condenado por contestar o regime de seu país. Também seguem em cartaz duas produções gaúchas dirigidas por mulheres: o documentário OLHA PRA ELAS, de Tatiana Sager, e o longa A PRIMEIRA MORTE DE JOANA, de Cristiane Oliveira.

Permanecem em exibição dois longas festejados pelo público: BELCHIOR - APENAS UM CORAÇÃO SELVAGEM, dos cineastas Natália Dias e Camilo Cavalcanti, e CLOSE, do belga Lukas Dhont, já estão alcançando sua 11ª semana de exibição. Além disso, o público tem mais uma chance para assistir A ESPOSA DE TCHAIKOVSKY, drama russo dirigido por Kirill Serebrennikov e baseado no livro “Antonina Tchaikovsky: História de uma Vida Esquecida”, e A GAROTA RADIANTE, longa de estreia da atriz francesa Sandrine Kiberlain.


Já antecipamos uma novidade para a próxima semana!

No dia 26 de maio, faremos o lançamento do novo site da Cinemateca Paulo Amorim e do Portal do Cinema Gaúcho, com um banco de dados completo sobre toda a produção de longas feitos no Rio Grande do Sul.


SALA PAULO AMORIM


 14h45 – SEM URSOS - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(No Bears - Irã, 2022, 105min). Direção de Jafar Panahi, com Jafar Panahi, Naser Hashemi, Vahid Mobaseri. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Este é mais um longa que o diretor iraniano conduziu na clandestinidade, driblando a ordem que o impedia de trabalhar e circular pelo seu país depois que afrontou os líderes políticos e religiosos. Interpretando a si mesmo, o cineasta aparece isolado em um vilarejo do interior e, mesmo com uma internet precária, dirige a história de um casal que tenta imigrar ilegalmente para a Europa. Ao mesmo tempo, ele se vê em meio a uma discussão da comunidade sobre um casamento arranjado entre dois jovens. Com este filme, Panahi conquistou o prêmio especial do júri no Festival de Veneza de 2022.


16h45 – BEM VINDA, VIOLETA Assista o trailer aqui.

(Brasil/Argentina, 2023, 110min). Direção de Fernando Fraiha, com Débora Falabella e Darío Grandinetti. Vitrine Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Para escrever seu próximo romance, que vai se chamar “Violeta”, a escritora Ana ingressa em um famoso laboratório literário na Cordilheira dos Andes. Lá ela conhece Holden, criador de um método no qual os escritores abandonam suas próprias vidas para viver como seus personagens. O roteiro foi inspirado na novela “Cordilheira", de Daniel Galera, e as locações foram em Ushuaia, na Patagônia argentina.


18h45 – SEM URSOS - ESTREIA

(No Bears - Irã, 2022, 105min). Direção de Jafar Panahi, com Jafar Panahi, Naser Hashemi, Vahid Mobaseri. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Este é mais um longa que o diretor iraniano conduziu na clandestinidade, driblando a ordem que o impedia de trabalhar e circular pelo seu país depois que afrontou os líderes políticos e religiosos. Interpretando a si mesmo, o cineasta aparece isolado em um vilarejo do interior e, mesmo com uma internet precária, dirige a história de um casal que tenta imigrar ilegalmente para a Europa. Ao mesmo tempo, ele se vê em meio a uma discussão da comunidade sobre um casamento arranjado entre dois jovens. Com este filme, Panahi conquistou o prêmio especial do júri no Festival de Veneza de 2022.

(NÃO HAVERÁ SESSÃO NA TERÇA E NA QUARTA, DIAS 23 E 24)


SALA EDUARDO HIRTZ


 15h – A ESPOSA DE TCHAIKOVSKY Assista o trailer aqui.

(Zhena Chaikovskogo – Rússia/ França/ Suíça, 2022, 143min). Direção de Kirill Serebrennikov, com Alyona Mikhailova, Odin Lund Biron e Miron Fedorov. Imovision, 16 anos. Drama.

Sinopse: Antonina Miliukova é uma jovem bonita e inteligente que pertence a uma família da aristocracia russa. Apesar de ter o mundo a seus pés, seu maior sonho é se casar com o compositor Pyotr Tchaikovsky (1840 – 1893). O músico aceita o casamento para acabar com os rumores sobre sua sexualidade, mas, à medida em que o tempo passa, a relação fica insustentável. O filme é baseado no livro “Antonina Tchaikovsky: História de uma Vida Esquecida”, de Valeri Sokolov, e destaca o trabalho de Serebrennikov - que também é diretor de ópera e teatro – à frente de um filme de época.


17h30 – BELCHIOR – APENAS UM CORAÇÃO SELVAGEM Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2022, 90min). Documentário de Natália Dias e Camilo Cavalcanti. Clariô Filmes. 14 anos.

Sinops: Antonioe Carlos Belchior Fontenelle Fernandes (1946 – 2017), mais conhecido como Belchior, ganha um autorretrato que mergulha no coração selvagem do poeta, cantor e compositor cearense. Com suas canções geniais e suas ideias cortantes, ele marcou e ainda marca a vida de muita gente.


19h15 – A PRIMEIRA MORTE DE JOANA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2020, 91min). Direção de Cristiane Oliveira, com Letícia Kacperski, Isabela Bressane, Joana Vieira, Lisa Gertum Becker. Lança Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Joana, de 13 anos, quer descobrir por que sua tia-avó morreu sem nunca ter namorado ninguém. Os questionamentos e descobertas da adolescente mexem com a comunidade tradicional onde ela vive, no sul do Brasil, ao mesmo tempo em que o lugarejo acompanha a construção de uma usina eólica nas proximidades. Com locações nas cidades de Osório e Santo Antônio da Patrulha, este é o segundo longa da diretora gaúcha e foi visto em mais de dez festivais internacionais.

(NA QUINTA, DIA 18, HAVERÁ DEBATE COM CONVIDADAS DA PRODUÇÃO)


SALA NORBERTO LUBISCO


15h30 - OLHA PRA ELAS Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2023, 76min). Documentário de Tatiana Sager. Panda Filmes, 12 anos.

Sinopse: Adelaide, Tatiane, Catia, Naiane e Roselaine são mães e vivem longe dos seus filhos. Esse afastamento tem um mesmo motivo: elas estão presas. Suas histórias de vida representam uma questão de gênero e a realidade de mais de 40 mil mulheres brasileiras, trazendo à reflexão problemas como as prisões precárias e a desestruturação do lar.


17h – A GAROTA RADIANTE Assista o trailer aqui.

(Une jeune fille qui va bien - França, 2021, 98min). Direção de Sandrine Kiberlain, com Rebecca Marder, André Marcon, Anthony Bajon. Pandora Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Irène é uma jovem judia de 19 anos que sonha em se tornar atriz em um cenário complexo: o verão de 1942, quando a França está ocupada pelos nazistas. A jovem está descobrindo o mundo, o amor, o prazer de viver e uma carreira - mas seus sonhos talvez estejam distantes. O filme marca a estreia da premiada atriz Sandrine Kiberlain na direção de um longa e é inspirado em memórias de sua própria família. 


19h – CLOSE Assista o trailer aqui.

(Bélgica/França/Holanda, 2022, 105min). Direção de Lukas Dhont, com Eden Dambrine, Gustav De Waele, Émilie Dequenne. O2 Filmes, 12 anos. Drama.

Sinopse: Léo e Rémi, de 13 anos, são inseparáveis - melhores amigos e próximos como irmãos. Mas, quando começam um novo ano escolar, as pressões da adolescência desafiam este vínculo tão fraterno, gerando consequências inesperadas e de longo alcance. O filme é um dos cinco indicados ao Oscar de melhor longa internacional.

(NÃO HAVERÁ SESSÃO NA QUINTA, DIA 18)


QUINTA, DIA 18, ÀS 19h30

LUIZA HELLENA – UMA VOZ – ENTRADA FRANCA

(Brasil, 2022, 31min) – documentário dirigido por Paulinho Parada. O filme integra o projeto Cinema Musical Gaúcho, que apresenta filmes sobre a música do RS.

Sinopse: O filme apresenta a música e a trajetória da intérprete Luiza Hellena, de 76 anos, que nasceu em São Lourenço e com apenas 16 anos começou a cantar nos palcos da capital. Foi amiga de Lupicínio Rodrigues e vivenciou os preconceitos e as dificuldades de ser uma mulher artista.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 14,00 (R$ 7,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 16,00 (R$ 8,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTE BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES MEDIANTE PAGAMENTO COM O CARTÃO DO BANCO.

Estudantes devem apresentar Carteira de Identidade Estudantil.

Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


Acesse nossas plataformas sociais:

https://linktr.ee/cinematecapauloamorim

quarta-feira, 17 de maio de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'Sem Ursos'

Sinopse: Duas histórias paralelas de amor onde os parceiros são frustrados por obstáculos ocultos inevitáveis, a força da superstição e a mecânica do poder. 

Jafar Panahi já era um dos diretores mais conhecidos do Irã, pois basta vermos a sua genialidade em filmes como "O Espelho" (1997) para termos uma vaga ideia do que eu estou falando. Porém, ao se tornar um opositor do governo de lá ele acabou sendo preso em regime domiciliar, condenado a vinte anos em não trabalhar mais no ramo do cinema e chocando a comunidade cinéfila de todo mundo na época. Contudo, isso não o impediu de realizar filmes que sintetizem a sua situação como em "Isto não é um filme"(2011) e "Taxi do Teerã" (2015). Mas se em "3 Faces" (2018) ele prova que as correntes não o prendiam em "Sem Ursos" (2022) ele faz uma crítica acida sobre os limites impostos contra ele e de forma surpreendente.

Na trama, somos introduzidos a duas histórias de amor distintas, mas contadas paralelamente. Em ambos os casos, acompanhamos a frustração dos parceiros, causada por diversos obstáculos ocultos e, por vezes, até mesmo inevitáveis.  A narrativa ainda apresenta a força das crenças supersticiosas e as mecânicas de poder em um relacionamento. O longa-metragem foi exibido internacionalmente nos Festivais de Veneza e Toronto.

Quando assistimos a um filme de Jafar Panahi nos perguntamos se o que estamos diante é um documentário, ou um falso documentário ou uma ficção. Na abertura, por exemplo, testemunhamos um casal tentando criar uma forma para atravessar a fronteira, quando na verdade se percebe que aquele momento tudo não passava de uma filmagem, sendo que o próprio Panahi estava dirigindo de longe através do seu computador. Mas é uma ficção dentro de uma ficção, cuja proposta se distancia de genialidade de "O Espelho", mas sintetizando ainda mais a situação do diretor em território Iraniano.

Assim como "3 Faces", o diretor se aproxima cada vez mais da proposta de Abbas Kiarostami, ao distanciar um pouco de Teerã e começar a focar nas vilas que tanto o falecido diretor se dedicava. Em determinados momentos, por exemplo, vemos Panahi  pegar o seu carro e dirigir nas estradas empoeiradas, mas somente para chegar a divisa com a Túrquia e colocando a si mesmo em um dilema. A coragem é nítida em vários aspectos, onde realizador prova que não importa quantas condenações podem ser impostas contra ele, pois basta uma câmera na mão para ele se sentir livre para arriscar em qualquer instante.

Ao mesmo tempo é curioso a posição do diretor perante os velhos costumes daquela comunidade do qual ele se encontra, sendo que quanto mais ele se impõe e não atende os desejos deles mais há uma certa tensão no ar acontecendo a todo o instante. O diretor, ou sendo ele mesmo dentro da ficção, procura compreender as regras impostas por aquelas pessoas, ao ponto de querer registrar os fatos, mas sendo logo interrompido. Portanto, vemos o diretor dentro da ficção em querer arriscar tudo, mas será que ele não estava realmente correndo esse risco?

Além disso, realizador nos coloca frente a frente com a questão das fronteiras, não somente entre o Irã e da Turquia, como também de diversas famílias pelo mundo que fogem da guerra para conseguir obter uma nova vida, mas correndo um sério risco de vida. Portanto, não há exatamente um final feliz dos dois lados retratados na história, pois essa questão dificilmente acabará tão cedo um dia. Nos segundos finais vemos Jafar Panah se encontrando impotente e fazendo com que tenhamos diversas interpretações, não somente sobre o seu futuro no Irã, como também de todos aqueles que enfrentam governos autoritários.

"Sem Ursos" é o filme mais transgressor de Jafar Panah, onde ele não se limita em arriscar e nós somente temos que agradecer. 


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Cine Dica: Próxima Sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre - 'A Garota Radiante'

 

SESSÃO CLUBE DE CINEMA

Local: Sala Norberto Lubisco, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 20/05/2023, sábado, às 10:15 da manhã

"A Garota Radiante" (Une jeune fille qui va bien)

França, 2021, 98 min, 14 anos


Direção: Sandrine Kiberlain 

Elenco: Rebecca Marder, André Marcon, Anthony Bajon  

Sinopse: Irène é uma jovem judia de 19 anos que sonha em se tornar atriz em um cenário complexo: o verão de 1942, quando a França está ocupada pelos nazistas. A jovem está descobrindo o mundo, o amor, o prazer de viver e uma carreira - mas seus sonhos talvez estejam distantes. O filme marca a estreia da premiada atriz Sandrine Kiberlain na direção de um longa e é inspirado em memórias de sua própria família.

Atenciosamente,

Carlos Eduardo Lersch

Diretor de Programação CCPA.

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terça-feira, 16 de maio de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'A Primeira Morte de Joana'

Sinopse: Joana, 13 anos, quer descobrir por que sua tia-avó faleceu aos 70 sem nunca ter namorado. Ao encarar os valores da comunidade em que vive no sul do Brasil, ela percebe que todas as mulheres da sua família guardam segredos. 

A descoberta da sexualidade na pré-adolescência gera uma cruzada para que o jovem possa compreendê-la. No recente "Close" (2022), por exemplo, vemos dois jovens amigos sentindo sensações que antes não sentiam um pelo outro, mas cuja “não aceitação” pelo que realmente sente pode desencadear danos irreversíveis. "A primeira Morte de Joana" (2020), fala sobre a descoberta de sentimentos ainda inéditos para a protagonista central, mas de forma singela e em meio ao conservadorismo hipócrita.

Dirigido por Cristiane Oliveira, do filme "A Mulher do Pai" (2017), o filme conta a história sobre Joana (Letícia Kacperski), que experimenta o típico período transicional entre a infância e a adolescência, que faz com que ela viva os questionamentos e reflexões mais variadas possíveis. Uma grande questão que passa por sua cabeça é entender por que sua tia-avó faleceu aos 70 anos sem nunca ter namorado alguém. Mas ao encarar os valores da comunidade em que vive no Sul do Brasil, ela percebe que todas as mulheres da sua família guardam segredos, o que traz à tona algo escondido nela mesma. E enquanto sua jornada fica cada vez mais repleta de dúvidas, uma grande usina eólica começa a ser construída na pequena cidade em que vive.

É interessante que Cristiane Oliveira cria um teor para trama que transita entre o lado singelo da juventude para momentos de tensão e fazendo parecer em alguns momentos até mesmo um suspense psicológico e do qual a sua trilha sintetiza muito bem isso. O filme, por exemplo, começa com um enterro, onde Joana se despede de sua tia-avó, mas despertando nela um desejo em realmente conhecê-la, mesmo depois dela ter partido de forma repentina. A lado de sua melhor amiga Caroline (Isabela Bressane) ela começa uma jornada de alto descobertas, mas ao mesmo tempo observando a realidade em sua volta de uma outra forma.

Embora muito jovem para a sua idade Letícia Kacperski surpreende em uma atuação digna de nota, ao nos passar para nós uma jovem inocente perante uma realidade mais complexa, mas que não esconde o seu desejo de entender o que realmente acontece em volta e dentro de si. O roteiro constrói para nós momentos em que ficamos na expectativa com relação se Joana realmente irá, ou não, se entregar ao seu verdadeiro "eu", mas até lá ela enfrenta o conservadorismo e o preconceito daquele universo isolado no interior do Sul do país. Porém, nota-se que essas duas observações nada mais são do que uma cortina de fumaça para não revelar os reais sentimentos daquelas pessoas, pois elas temem pelas consequências e não tendo coragem de serem felizes como realmente deveriam ser.

Percebe-se, por exemplo, quando Cristiane Oliveira foca em alguns objetos em cena para fazer deles algo simbólico sobre os sentimentos dos personagens principais. A cena em que vemos Joana e Coraline em um balanço e cuja suas mãos se encontram firmes na corrente do brinquedo simboliza o que prendem elas para não revelar os seus verdadeiros sentimentos. Além disso, há todo um misticismo em torno daquele lugar, como se o mesmo fosse uma forma de fuga para aquelas pessoas buscarem a felicidade, quando na verdade bastavam serem elas mesmas para obterem o que desejam desde o início da história. Ao final, vemos todo o conflito sendo resolvido de uma forma simples, pois a solução estava lá desde o princípio, mas faltava coragem e aceitar o obvio."A Primeira Morte de Joana" fala sobre se descobrir diante mesmo em meio ao preconceito e cuja jornada pode ser ainda mais simples do que se imagina.     


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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEMATECA CAPITÓLIO 16 a 24 de maio de 2023

India Song

 FILMES DA RD CONGO EM EXIBIÇÃO

De 16 a 28 de maio, a Cinemateca Capitólio apresenta a mostra Retratos de Kinshasa, com sete filmes que revelam diferentes aspectos do cotidiano vivido na capital da República Democrática do Congo. A programação tem o apoio da Cinemateca da Embaixada da França e do Institut Français.  O valor do ingresso é R$ 10,00.  


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/6267/retratos-de-kinshasa/ 


OBRA-PRIMA DE MARGUERITE DURAS NO PROJETO RAROS

Na sexta-feira, 19/05, às 19h30, a Cinemateca Capitólio apresenta uma edição do Projeto Raros com India Song, obra-prima de Marguerite Duras lançada em 1975, com Delphine Seyrig no papel principal. A sessão será apresentada pela crítica Carla Oliveira. Entrada franca. Com apoio da Cinemateca da Embaixada da França e do Institut Français, a exibição é um aquecimento para uma mostra de filmes com foco em obras roteirizadas por Marguerite Duras, que será apresentada a partir do dia 25 de maio.  


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/6269/projeto-raros-india-song/


GRADE DE HORÁRIOS

16 a 24 de maio de 2023


16 de maio (terça-feira)

15h – Système K

17h – Maki'la

19h – Felicidade


17 de maio (quarta-feira)

15h – Caminho para Kinshasa

17h – Victoire Terminus

19h – Système K


18 de maio (quinta-feira)

15h – Victoire Terminus

17h – Caminho para Kinshasa

19h – A Vida é Bela


19 de maio (sexta-feira)

15h – Maki'la

17h – Felicidade

19h30 – Projeto Raros: India Song

20 de maio (sábado)


NOITE DOS MUSEUS


21 de maio (domingo)

15h – Victoire Terminus

17h – A Vida é Bela

19h – Quando Éramos Reis


23 de maio (terça-feira)

15h – Felicidade

17h30 – Système K

19h – Maki'la


24 de maio (quarta-feira)

15h – Caminho para Kinshasa

17h – Victoire Terminus

19h – Monumental! O Restauro de um Símbolo (pré-estreia)

segunda-feira, 15 de maio de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - ‘Bem-Vinda, Violeta!’

Sinopse: Em busca de inspiração, a escritora Ana ingressa em um laboratório literário na Cordilheira dos Andes. Na viagem, ela se envolve com Holden, criador de um método em que os escritores abandonam suas próprias vidas para viver como seus personagens. 

Não é de hoje que existe filmes cuja trama envolve a inspiração e busca pela criação de determinado livro e gerando assim até momentos de puro suspense. O que dizer, por exemplo, do clássico "Louca Obsessão" (1990) em que o escritor interpretado por James Caan é imobilizado e ameaçado por uma psicopata Kathy Bates que anseia que ele reescreva o seu próximo livro. "Bem-Vinda, Violeta!" (2023) segue uma premissa semelhante, mas com consequências diferentes e cujo cenário se torna cada vez mais claustrofóbico na medida em que o tempo vai passando.

Dirigido por Fernando Fraiha, o filme conta a história de Ana (Débora Falabella), uma escritora que, ansiosa em busca de alguma inspiração para escrever "Violeta", seu próximo romance, ingressa em um reconhecido laboratório literário na Cordilheira dos Andes. Nessa viagem, ela se envolve com Holden (Darío Grandinetti), criador do método no qual os escritores abandonam suas próprias vidas para viverem como seus personagens. O líder carismático acaba cativando a escritora e Ana mergulha em uma intensa investigação artística, vivendo, segundo o método orienta, como sua personagem Violeta - até que o equilíbrio entre realidade e ficção sai do controle. O longa é inspirado no romance “Cordilheira", de Daniel Galera.

Ao ser baseado em um livro conhecido nota-se que há uma dificuldade do realizador Fernando Fraiha em fazer uma linguagem mais cinematográfica e menos literária, mesmo que as suas intenções sejam as melhores possíveis diga-se de passagem. Por conta disso a gente nota que os atores não vão mais além do que dar vida aos respectivos personagens, mesmo quando alguns deles surpreendem. Darío Grandinetti, muito conhecido pelo seu desempenho em “Fale Com Ela” (2002) de Pedro Almodóvar, é o que melhor que se sai em cena, pois ele consegue nos passar lucidez e ao mesmo tempo uma loucura contida dentro do seu personagem.

Já Débora Falabella, por mais talentosa que seja, nota-se que ela parece estar presa a correntes e não indo além do que a proposta que a sua personagem tem a oferecer, mesmo quando a mesma protagoniza momentos de pura tensão que acabam se tornando as melhores partes do filme. Aliás, se percebe que o ambiente do local onde aqueles respectivos personagens se encontram começa a se deteriorar na medida em que a mente de cada um deles começa a se fragmentar e decaindo para o território da insanidade. Além disso, o cenário da Cordilheira dos Andes é outro ponto positivo que colabora para o filme, já que ele é belo, mas não escondendo o seu lado mortal e por ser isolado do mundo.

Na medida em que a trama segue o teor se torna cada vez mais claustrofóbico, principalmente pelo fato dos personagens centrais se confundirem com as suas próprias criações e fazendo com que cada um tome decisões que beiram a insanidade. Ao final, testemunhamos aqueles personagens cortarem a linha fina que separava o bom senso da loucura e cabe a protagonista tomar uma difícil escolha, mesmo não escondendo a sua obsessão em concluir a sua obra. Infelizmente o filme termina de uma forma até mesmo abrupta e fazendo com que tiremos as nossas próprias conclusões após testemunhá-la.

“Bem-Vinda, Violeta!" é um exemplo em que uma adaptação literária para o cinema não consegue se desvencilhar de sua fonte original, mas que funciona graças ao esforço de seus realizadores em ao menos obter luz própria.


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Cine Dica: Semana da Europa Sala Redenção

"Triângulo Amoroso"

Em parceria com a Aliança Francesa, o Instituto Cervantes e o Instituto Goethe, a Sala Redenção apresenta a mostra “Semana da Europa em Porto Alegre”. Em cartaz de 09 a 19 de maio, a programação percorre a cinematografia da França, Espanha e Alemanha, exibindo três filmes de cada país. A mostra prevê sessões de segunda a sexta-feira, às 16h e às 19h, com entrada franca e aberta à comunidade em geral.

O Clube de Cinema de Porto Alegre participará das sessões da Semana da Europa na Sala Redenção hoje, segunda-feira, dia 15/05, quinta-feira, dia 18/05, e sexta-feira, dia 19/05, sempre às 19 horas.


Filmes: 

"Triângulo Amoroso", de Tom Tykwer (dia 15);

"Alcarràs", de Carla Simón (dia 18);

"Loucuras de uma Primavera", de Louis Malle (dia 19).


Atenciosamente,

Carlos Eduardo Lersch

Diretor de Programação CCPA.


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