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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Cine Dica: O que Vem Por aí na Cinemateca Capitólio

A Última Sessão de Cinema

A Cinemateca Capitólio retoma a programação em fevereiro com a estreia de dois filmes, Vitalina Varela, do diretor português Pedro Costa, e Cena do Crime, do brasileiro Pedro Tavares, e dois ciclos especiais. Liz Taylor – 90 anos, apresenta uma seleção de clássicos protagonizados pela diva Elizabeth Taylor, incluindo Cleópatra, Um Lugar ao Sol e Quem Tem Medo de Virginia Woolf?, no mês em que ela celebraria seu nonagésimo aniversário. O cinema de Peter Bogdanovich apresenta seis obras de um dos nomes incontornáveis da Nova Hollywood, que nos deixou em janeiro, incluindo A Última Sessão de Cinema, Lua de Papel e Muito Riso e Muita Alegria. 


Detalhes das programações em breve!


(UM POUCO) DO QUE VEM POR AÍ


Ao longo do ano, a Cinemateca Capitólio seguirá apresentando estreias de filmes independentes e sessões especiais comentadas de obras clássicas e contemporâneas. O cinema produzido no Rio Grande do Sul será foco da mostra A retomada do cinema gaúcho (abril), que discutirá o renascimento da produção cinematográfica nos anos 1990, após o fim traumático da Embrafilme, a partir de filmes produzidos no estado. A memória de Leila Diniz (setembro), estrela revolucionária do cinema brasileiro moderno, morta em 1972 em um acidente aéreo, será celebrada em uma programação especial.

A mostra Filme como um objeto no espaço – Um olhar sobre acervos de cinema e suas restaurações (junho/julho) apresenta um panorama de restaurações recentes e inéditas no Brasil de diferentes arquivos de importantes acervos cinematográficos do mundo. As sessões contarão com apresentações dos curadores Aaron Cutler e Mariana Shellard (Mutual Films) sobre os processos envolvidos em cada caso, mostrando a diversidade técnica e conceitual no meio da preservação.

A mostra A era do VHS (outubro), em torno da consagração das fitas magnéticas no início dos anos 1980, apresentará dois focos, um dedicado a obras que marcaram o período de ouro das videolocadoras, e outro destacando filmes que comentam a aparição do vídeo em suas tramas, como Videodrome, de David Cronenberg, e Sexo, Mentiras e Videotapes, de Steven Soderbergh. Com curadoria do pesquisador Pedro Henrique Gomes, a mostra Câmeras da África (maio) apresentará uma série de clássicos produzidos no continente africano entre as décadas de 1950 e 1990. 

Celebraremos o aniversário de 40 anos de E.T. O Extraterrestre, de Steven Spielberg com um ciclo especial (julho) em torno de um dos temas mais revisitados do cinema: a visita de alienígenas ao planeta terra. Um dos homens mais talentosos que caíram na terra, o artista inglês David Bowie também será tema de uma retrospectiva (maio), em comemoração aos 50 anos de um dos seus discos mais lendários, The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars. A mostra Animações japonesas (junho), uma parceria com a Fundação Japão e o Consulado Japonês no Brasil, apresentará na tela da Capitólio animes de importantes realizadores contemporâneos como Makoto Shinkai, Keiichi Hara e Toshio Hirata. Outros ciclos dedicados a realizadores que marcaram a história do cinema, como os franceses Robert Bresson (março) e Chris Marker (agosto), e o norte-americano Francis Ford Coppola (março), fazem parte da programação de 2022.


SESSÃO PLATAFORMA

Uma das grandes atrações deste ano é o retorno da Sessão Plataforma, programação que apresenta longas-metragens contemporâneos inéditos na cidade. Produzida por Davi Pretto e Paola Wink, a sessão exibiu entre 2013 e 2016, na Sala P. F. Gastal, destaques internacionais que não tiveram distribuição comercial no Brasil. Em 2022, os curadores propõem em sessões mensais, distribuídas ao longo do ano, um panorama arejado e instigante da produção contemporânea, mesclando jovens e veteranos realizadores, novos e outros olhares de diferentes continentes.


SESSÃO VAGALUME E PROJETO RAROS

Dois dos projetos mais tradicionais da Coordenação de Audiovisual seguirão protagonistas na programação de 2022. Com periodicidade bimensal, a Sessão Vagalume, produzida pelo Programa de Alfabetização Audiovisual, apresentará sua seleção diversificada e eclética, aproximando a história do cinema aos filmes produzidos no período contemporâneo, em exibições especiais para as crianças de todas as idades. O Projeto Raros, em cartaz desde 2003, celebrará a 250ª edição em 2022, mantendo-se fiel ao seu lema, o de apresentar “filmes que você sempre quis ver ou nem imaginava que existiam”. 

Até breve!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Cine Dica: Streaming: 'Apresentando os Ricardos'

Sinopse: Lucille Ball e Desi Arnaz se casaram em 1940 e viram sua fama decolar após estrearem uma das mais memoráveis sitcoms americanas chamada 'I Love Lucy'. 

A série sticoms norte americanas são, talvez, o melhor ingrediente para entreter um povo norte americano do qual o mesmo tenta se desligar dos verdadeiros problemas do mundo real. "I Love Lucy" (1951) foi um dos maiores sucessos desse formato, em uma época em que essa sociedade temia a guerra fria e tendo sido formados em temer a palavra "comunismo" sem ao menos saber o seu significado. "Apresentando os Ricardos" (2021) não é somente um curioso capítulo sobre os bastidores desse clássico, como também um pequeno retrato de tempos conservadores e bastante hipócritas para dizer o mínimo.

Dirigido por Aaron Sorkin, do filme "Os Sete de Chicago" (2020), o filme conta a história de Lucille Ball (Nicole Kidman) e Desi Arnaz (Javier Bardem), que são ameaçados por chocantes acusações pessoais, uma difamação política e tabus culturais no drama de bastidores. O longa revela a complexa relação romântica e profissional do casal, enquanto é mostrado o casal durante uma semana de produção de sua sitcom inovadora "I Love Lucy".

Em tempos atuais em que as discussões políticas andam acaloradas é interessante olharmos para trás e constatarmos que já houve época ainda mais paranoica do que a nossa quando a questão era sobre o comunismo. Em tempos de caça às bruxas muitos astros do cinema, diretores e roteiristas foram perseguidos por terem se filiado ao partido e sendo que alguns tiveram as carreiras arruinadas unicamente por acreditarem em uma ideia mais socialista. Lucille Ball, por sua vez, esteve ligada, mesmo que de forma indireta ao partido comunista, mas esse era um dos inúmeros problemas que ela tinha.

Estamos nos anos cinquenta, época que o mundo do entretenimento e a política vendiam para a sociedade norte americana uma realidade plástica, perfeita, porém, sem identidade própria. Lucille Ball foi uma atriz que lutou para obter o estrelato, mas teve que enfrentar de frente o preconceito por ser mulher em uma época em que o sistema patriarcado se escondia por detrás da cortina democráticas. Lucille Ball conseguiu o estrelato por ter se vendido, mesmo que em parte, para esse sistema, além de se apaixonar por  Desi Arnaz do qual ela acreditava que era o homem de sua vida.

Portanto é uma pena que o filme se resume em um único ponto da vida da atriz, ou seja, basicamente sobre a semana em que ela foi acusada de ser comunista e da possibilidade do seu marido ter um caso fora de sua vista. Por conta disso, o roteirista Aaron Sorkin não consegue em alguns momentos saber nivelar os dois assuntos, ao ponto que o filme vem e volta ao passado da protagonista e fazendo com que os temas quase fiquem em segundo plano. Porém, isso é contornado graças ao ótimo trabalho de Nicole Kidman.

Ao dar vida a Lucille Ball, Nicole transita em momentos de humor ácido para um lado dramático em poucos momentos, principalmente quando o seu olhar tem mais a dizer do que meras palavras que poderiam ser jogadas ao vento. O seu olhar, aliás, se casa perfeitamente com a proposta do filme, ao retratar uma Lucille Ball que queria dar tudo de si para um programa que nasceu somente para entreter a massa, mas que gostaria de passar algo mais além de sua pessoa. Não é à toa, por exemplo, que as filmagens de um jantar se tornem a peça central do conflito entre ela e os realizadores e fazendo com que Desi Arnaz quase fique em segundo plano da trama se não fosse, claro, a sempre competente atuação de Javier Bardem.

Falando nele, o seu Desi Arnaz é uma figura trágica dentro da história da tv norte americana. Pode ter obtido os louros do sucesso, mas não escapando do preconceito que esse país tinha com relação aos cidadãos latinos e da revolução Cubana que estava acontecendo. Isso é bastante sentido, por exemplo, em uma reunião que explicita muito bem isso, além do fato de que os engravatados dos estúdios sempre queriam vender um conto de fadas norte americano que somente existia para acobertar o lado farsante daquela sociedade e que era controlada por cordas invisíveis do universo cristão.

Não deixa de ser absurdo, por exemplo, o fato de Lucille Ball não poder aparecer grávida no programa, já que a personagem dela e de seu marido apareciam dormindo em camas separadas. A trama se passa nos tempos de Código Hays, onde os filmes e séries de tv caiam nas mãos de censores que trabalham em prol da igreja e dos bons costumes, ao ponto que vasos sanitários nunca podiam aparecer na tela do cinema. É uma pena, portanto, que Aaron Sorkin não tenha explorado ainda mais esse ponto no seu roteiro, já que esses assuntos sempre são um verdadeiro prato cheio para serem revistos e analisados em tempos contemporâneos.

O ato final também falha um pouco ao resumir rapidamente os problemas a serem resolvidos na vida Lucille Ball, quando na realidade mal eles estavam começando. Se isso é um ato falho, por outro lado, isso novamente é compensado pelo ótimo desempenho de Kidman, pois ela constrói para a sua personagem tendo a consciência de que a própria se vendeu ao sistema para sobreviver e por conta disso ela ganhou, mas ao mesmo tempo perdeu. Resumidamente, a trama cairia perfeitamente caso fosse em um formato de uma possível minissérie, pois aí sim teria mais tempo para explorar os outros diversos assuntos.

Com uma ótima atuação de J.K. Simmons, "Apresentando os Ricardos" é retrato ácido do mundo do entretenimento norte americano, mas que poderia ter sido mais corajoso e melhor trabalhado.

Onde Assistir: Amazon Prime.

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sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Cine Dica: Em Cartaz: 'Benedetta'

 Sinopse: Benedita traça o retrato de uma freira católica que tem visões eróticas e religiosas perturbadoras, a irmã Benedetta Carlini (Virginie Efira). Desde muito nova, Benedetta possui o dom de fazer milagres, e quando se muda para um convento em Pescia (Toscana).

Paul Verhoeven gosta de colocar em seus filmes mulheres ousadas, das quais fazem os homens se tornarem menores e impotentes a sua presença. Se nos anos noventa Sharon Stone escandalizou com a sua cruzada de pernas no clássico "Instinto Selvagem" (1992), "Elle"(2016) é um retrato forte de uma mulher independente que não se intimida perante a possiblidade de ser violentada durante a história. "Bebedetta" é o filme mais ousado da sua filmografia, cujo o longa irá incomodar muitos, mesmo para aqueles menos conservadores para dizer o mínimo.

"Benedetta" é uma biografia dramática que se passa no século XVII e uma interpretação solta do livro Atos Imodestos, de Judith C. Brown. Benedetta Carlini (Virginie Efira) é uma freira italiana que faz parte de um convento na Toscana desde sua infância, quando foi dada por sua rica família ao convento. Desde então ela sofre de um distúrbio e tem perturbações e visões religiosas sobre a Virgem Maria, além de clamar que consegue se comunicar com ela, e visões eróticas com Jesus Cristo. Assistida por uma companheira, Carlini se verá ameaçada quando sua relação com sua rebelde ajudante se transformar em um conturbado romance amoroso. Ela foi considerada mística e venerada por sua comitiva religiosa por conta de sua fé, mas foi presa e condenada por ser sáfica.

É fato que em tempos mais conservadores do catolicismo as mulheres sempre foram alvo do mesmo, ao ponto de inúmeras terem sido jogadas na fogueira unicamente por morarem sozinhas, ou por terem pensamentos muito a frente daqueles tempos. Por conta disso, a figura de Benedetta pode ser interpretada de diversas formas, como alguém que desde sempre soube jogar para sobreviver perante a esse autoritarismo, ou simplesmente crê em seus desígnios a tal ponto que suas manifestações quase soem verossímeis em alguns momentos. Virginie Efira se sai muito bem no papel título, ao ponto que o seu ar de ambiguidade que a mesma constrói para sua personagem faz com que duvidemos de suas reais intenções a todo momento.

Paul Verhoeven, por sua vez, faz o seu melhor na direção, onde se arrisca ao tocar em diversos temas que são grandes tabus até nos dias de hoje e com certeza irá incomodar muita gente. A figura de Jesus Cristo, por exemplo, se torna uma obsessão para a protagonista, ao ponto de que algumas cenas irão fazer com que muitos se encolham na cadeira. Se em 1988 "A Última Tentação de Cristo" de Martin Scorsese foi recebida a paus e pedras resta saber se essa geração de hoje irá aceitar esse filme com a mente mais aberta.

Além disso o filme escancara a relação feminina dentro do convento, sendo que Benedetta se relaciona com uma jovem recém chegada (Daphne Patakia). Embora explicito em alguns momentos, as cenas de sexo entre as duas nunca soa gratuito, sendo que elas acontecem em momentos-chaves e desencadeando consequências mais a frente. No meu entendimento, Paul Verhoeven tenta deixar claro que isso sempre ocorreu nos mais distantes conventos pelo mundo, mas quando tudo vinha a tona era incinerado pelo fogo.

Dividido entre a crença, lógica e fanatismo, o filme fala sobre o papel da mulher de ontem e hoje, das quais figuras históricas como Joana d'Arc foram perseguidas pelo poder dos homens, mas sendo reconhecidas como santas ao longo da história. Benedetta talvez tenha sido uma de muitas que sobreviveram através de sua fé, ou por simplesmente abraçar tais crenças para encontrar um meio de sobreviver perante a loucura de tempos sombrios e violentos criado pelo próprio catolicismo. O ato final irá gerar debates acalorados, mas cujo esses mesmos debates perduram durante séculos.

"Benedetta" é um retrato ousado da mulher dentro dos setores conservadores e cujo os mesmos fazem de tudo para colocar pessoas como ela para debaixo dos panos. 


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Cine Dica: Próximo Sessão Clube de Cinema de Porto Alegre: "O Homem do Rio"

Bom dia amigos !!!

Segue a programação do Clube de Cinema para o próximo sábado, a primeira sessão de 2022.


Local: Sala Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 15/01/2022, sábado, às 10:15 da manhã

"O Homem do Rio" ( L'homme de Rio)

França/ Itália, 1964, 112 min.


Direção: Philippe de Broca 

Elenco: Françoise Dorleac, Jean-Paul Belmondo, Adolfo Celi

Sinopse: Adrien vê sua noiva ser sequestrada. Isso ocorre depois do desaparecimento de uma estatueta amazonense e do tutor de Agnès. Lançando-se na perseguição dos sequestradores, Adrien sobe a bordo de um avião partindo para o Rio de Janeiro.



Solicitamos aos associados que compareçam com antecedência (até às 10 horas) para cumprimento dos protocolos sanitários.


Protocolos sanitários

Nesta retomada da programação da Cinemateca Paulo Amorim – Espaço Banrisul de Cinema, a equipe está atenta a todos os cuidados e protocolos referentes à pandemia da Covid-19.

O uso da máscara é obrigatório durante toda a sessão

O limite de ocupação das salas é de 40% dos espectadores

Há totens com álcool gel nos saguões e banheiros

De acordo com o Decreto Estadual 56.120, é obrigatória a apresentação do comprovante de vacinação (aplicativo Conecte SUS, caderneta ou cartão de vacinação) para ingressar no cinema de acordo com o seguinte cronograma:

•  a partir de 18 anos: esquema vacinal completo.


Atenciosamente,

Carlos Eduardo Lersch

Diretor de Programação CCPA.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (13/01/22)

 BENEDETTA

Sinopse: Século XVII. Benedetta Carlini é uma freira italiana que faz parte de um convento na Toscana desde sua infância. Perturbada por visões religiosas e eróticas, Benedetta é assistida por uma companheira de quarto. A relação entre as duas se transformará em um romance conturbado, ameaçando a permanência das irmãs no convento.


PÂNICO

Sinopse: Pânico 5 é uma nova parte da franquia de terror que mostrará uma mulher voltando para sua cidade natal e tentando descobrir quem está cometendo crimes cruéis em série, vinte e cinco anos depois que uma série de assassinatos brutais chocou a pacata cidade de Woodsboro, Califórnia. Agora um novo assassino veste a máscara do Ghostface e começa a mirar em um grupo de adolescentes para ressuscitar segredos do passado mortal da cidade.


JUNTOS E ENROLADOS

Sinopse: Após dois anos juntos, Júlio (Rafael Portugal) e Daiana (Cacau Protásio) finalmente conseguem economizar o suficiente para realizar a tão sonhada festa de casamento. O grande dia chegou! Mas pouco antes da cerimônia, uma mensagem no celular do noivo acabou enrolando todos os planos. O casamento pode até ser cancelado, mas a festa não pode parar!


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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 13 A 19 DE JANEIRO DE 2022 na Cinemateca Paulo Amorim

 SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES

MANHATTAN


SALA 1 / PAULO AMORIM


15h15 – AZOR Assista o trailer aqui.   

NÃO HAVERÁ SESSÃO NOS DIAS 15 E 16 (SÁBADO E DOMINGO)

(Suíça-Argentina-França, 2021, 100min). Direção de Andreas Fontana, com Fabrizio Rongione, Stéphanie Cléo, Carmen Iriondo. Vitrine Filmes, 12 anos. Drama.

Sinopse: Ambientado nos anos 1980, durante a ditadura argentina, a trama acompanha Yvan, um banqueiro de Genebra que desembarca em Buenos Aires com uma missão complicada: substituir seu sócio, que desapareceu. Aos poucos, Yvan vai conhecendo os bastidores das transações de milionários argentinos que mandavam dinheiro para contas na Suíça, ao mesmo tempo em que investiga as condições em que seu colega sumiu.


17h15 – YALDA – UMA NOITE DE PERDÃO Assista o trailer aqui.

(Yalda – França/Bélgica/Alemanha/ Suíça/Luxemburgo/Líbano/Irã, 2020, 90min). Direção de Massoud Bakhsh, com Sadaf Asgari, Behnaz Jafari, Babak Karimi. Imovision, 12 anos. Drama.

Sinopse: Maryam e Mona cresceram no Irã e se tornaram grandes amigas – até o dia em que o pai de Mona resolve se casar com Maryam, 40 anos mais jovem que ele. Quando Maryam mata o marido acidentalmente, as leis do país a condenam à morte. E Mona é a única que pode salvá-la – mas o perdão (ou não) será ao vivo, em um reality show da TV. O filme foi o vencedor do grande prêmio do júri no Festival de Sundance 2020.


SESSÕES ESPECIAIS SALA PAULO AMORIM

ESPECIAL WOODY ALLEN – ANOS 1970 E 1980


SÁBADO, DIA 15 DE JANEIRO ÀS 15h15


MANHATTAN

(EUA, 1979, 96min). Direção de Woody Allen, com Woody Allen e Diane Keaton.

Sinopse: Filmado em preto e branco e com belas imagens de Manhattan, uma das cidades preferidas de Allen, o filme gira em torno de um roteirista de TV frustrado com sua vida amorosa. Sua mulher o trocou por outra mulher e agora ele está saindo com uma garota muito jovem - ao mesmo tempo em que se sente atraído pela amante do seu melhor amigo. Um dos filmes mais bem sucedidos do diretor, ganhou indicações ao Oscar, venceu o Bafta de melhor filme e o César como melhor longa-metragem estrangeiro, além de estar em várias listas de melhores títulos da época.


DOMINGO, DIA 16 DE JANEIRO ÀS 15h15


A ERA DO RÁDIO

(Radio Days - EUA, 1987, 85min). Direção de Woody Allen, com Woody Allen e Mia Farrow.

Sinopse: Inspirado nas memórias de infância do diretor - um apaixonado por rádio - o roteiro acompanha o cotidiano do garoto Joe e sua família judia na Nova Iorque dos anos 1940, ao mesmo tempo da Segunda Guerra Mundial. Junto com as notícias sobre o conflito na Europa, o rádio também traz música, celebridades, novelas e favorece a imaginação de todos, além de servir como testemunha de situações pitorescas vividas em família.


SALA 2 / EDUARDO HIRTZ


14h30 – CHARUTO DE MEL *ESTREIA* Assista o trailer aqui.

(Cigare au miel - França, Argélia, Bélgica, 2020, 100min). Direção de Kamir Aïnouz, com Zoé Adjani, Amira Casar, Lyès Salem. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Aos 17 anos, Selma é confrontada em seu cotidiano de classe média alta por um jovem provocador chamado Julien. A garota percebe, pela primeira vez, como as pesadas regras do patriarcado afetam sua intimidade. Enquanto enfrenta seus medos mais profundos, a família de Selma teme o avanço do fundamentalismo no norte da Argélia. Este é o filme de estreia da diretora, que é meia-irmã do premiado cineasta brasileiro Karim Aïnouz.


16h30 – RODA DO DESTINO Assista o trailer aqui.

(Guzen to Sozo - Japão, 2021, 120min). Direção de Ryusuke Hamaguchi, com Kotone Furukawa, Kiyohiko Shibukawa, Katsuki Mori. Pandora Filmes, 14 anos. Drama romântico.

Sinopse: Vencedor do Grande Prêmio do Júri do Festival de Berlim, o filme acompanha três personagens femininas em momentos importantes de escolhas e arrependimentos. Em uma das histórias, uma garota descobre que sua melhor amiga está saindo com um homem por quem ela foi muito apaixonada. Também há a universitária que entra num jogo de vingança contra o professor de literatura e uma jovem lésbica que reencontra alguém que pode ter sido um grande amor do passado.


19h – UMA VEZ EM VENEZA Assista o trailer aqui.

(When in Venice - Brasil/Colômbia/Alemanha/Itália, 2020, 75min) Direção de Juan Zapata, com Peter Ketnath e Bella Carrijo. Zapata Filmes, 14 anos. Romance.

Sinopse: O alemão Maximilian e a brasileira Maria se conhecem por acaso em um hotel no norte da Itália. Mesmo com visões distintas em relação ao que é o amor, eles decidem se juntar para realizar um sonho em comum: visitar Veneza, uma das cidades mais românticas do mundo.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores têm direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional. Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.

*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Cine Dica: Em Cartaz: 'A Crônica Francesa'

Sinopse: Três histórias se passam na redação de um jornal americano na França, The French Dispatch. 

Wes Anderson é pertencente a um grupo de cineastas norte-americanos que brigam contra a extinção, ou seja, diretores autorais, com a sua visão pessoal na realização de filmes e que não se importam se isso renderá dinheiro ou não para os estúdios. Mas se isso é uma briga pessoal contra o sistema hollywoodiano que vive somente das cifras e pouco se importando com o que esses talentos por detrás das câmeras tem a dizer, por outro lado, isso é o suficiente para atrair grandes astros para trabalhar com esse determinado grupo, pois somente assim podem obter um trabalho mais significativo em seu currículo. "A Crônica Francesa" (2021) é um desses casos em que o filme tem muito a dizer, ao conseguir atrair um grande número de talentos e dos quais os mesmos possam nos brindar com grandes desempenhos.

"A Crônica Francesa" é um filme que serve como uma carta de amor aos jornalistas. Ambientada em um posto avançado de um jornal americano em uma cidade pacata fictícia na França do século XX, o filme traz à vida crônicas e coleções de histórias publicadas no jornal "The French Dispatch Magazine". O filme conta com grandes nomes de Hollywood que inclui Bill Murray, Tilda Swinton, Benicio Del Toro, Frances McDormand, Christoph Waltz, Anjelica Huston, Owen Wilson, Elisabeth Moss, Léa Seydoux,  Edward Norton,  Timothée Chalamet e Saoirse Ronan.

Só pela lista de grandes talentos citados acima já é mais do que o suficiente para assistir ao filme. Porém, esses grandes talentos, por mais que estejam ótimos em seus respectivos papeis, o grande astro da obra acaba sendo o próprio Wes Anderson, do qual o mesmo coloca em prática toda a sua forma de filmar de uma maneira gostosa de se assistir e que faz a gente não desejar que a história acabe, pois já estamos mais do que enfeitiçados por ele. Como sempre, o visual do conto é sempre colorido, com os seus tons pasteis vibrantes e cuja a fotografia sintetiza uma realidade cartunesca e sedutora na medida certa.

Acima de tudo, acompanhamos as histórias de jornalistas que são atraídos por histórias, por vezes, absurdas, mas que fala sobre uma realidade caótica e não muito diferente da nossa. São personagens inocentes, porém, que se tornam sarcásticos para conseguirem sobreviver perante um mundo cheio de informações, conflitos, corrupções e cujo os talentos acabam por se tornarem mercadorias para que poderosos posam usufruir de algum lucro. É o filme mais político do realizador, que por vezes lembra os melhores momentos de Jean-Luc Godard, porém, com toda forma de Wes Anderson.

Curiosamente, o filme é quase vertiginoso, ao ponto de quase não dever nada para um filme de ação, mas que aqui as cenas são realizadas com tamanha criatividade e talento que ficamos assombrados. Se n0 "O Grande Hotel Budapeste" (2014) ele já havia provado isso, aqui a potência aumenta, tanto nas cenas de lutas, como também nas cenas de perseguições, mas das quais nunca são feitas da forma tradicional, mas sim com todos os recursos que o cinema pode oferecer e sendo moldado por Anderson de sua maneira e quebrando as nossas perspectivas tão acomodadas pelo cinemão hollywoodiano. Se por um lado uma luta entre prisioneiros e artistas tem suas cenas congeladas enquanto a câmera passeia pelo cenário animalesco, do outro, a perseguição de carros sendo moldada em um desenho tradicional se torna, talvez, o maior trunfo da obra como um todo.

Resumidamente, Wes Anderson presta uma bela homenagem a uma profissão que hoje periga entrar em extinção, já que ele aborda uma época mais poética do jornalismo, cujo os mesmos se mostravam imparciais e buscavam a fundo histórias verossímeis, porém, surpreendentes. Infelizmente em tempos de internet onde todos querem dar uma de jornalista, mas cujo o conteúdo, em muitos casos, não passam de fake news para distorcer os verdadeiros fatos e fazendo de uma sociedade cada vez tendo menos capacitada de separar o que é mentira e história verdadeira. Portanto, a morte de um determinado personagem crucial dentro da trama, anunciado já no início do filme, simboliza muito bem esse meu pensamento.

"A Crônica Francesa" é o filme mais estético, político, ambicioso e delicioso de Wes Anderson.

 

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