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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Cine Dica: Curso Akira Kurosawa - Inscrições abertas

INSCRIÇÕES ABERTAS
Aproveite os valores promocionais
para as primeiras inscrições


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Akira Kurosawa é responsável pela abertura concreta do cinema japonês para o mundo, com seu filme Rashomon de 1950. Foi um dos poucos diretores que esteve presente em diferentes períodos do cinema nipônico, e que ao longo da carreira trouxe uma série de inovações com uma cinematografia diversa. Geralmente lembrado pelos seus filmes de samurais que inspiraram diferentes diretores americanos como Martin Scorsese, George Lucas e Francis Ford Coppola.

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Produziu desde filmes críticos à sociedade japonesa de sua época, e até mesmo um filme que trouxe à tona seus sonhos incompreendidos. Esteve presente nos momentos mais gloriosos do cinema japonês, mas também viu o mesmo ter a maior derrocada da história, a partir da década de 60, o que afetou muito sua carreira. Mesmo assim, conseguiu fazer alguns dos seus filmes mais notórios nesse meio tempo em que a cinematografia de seu país parecia ter estagnado em um ponto sem volta.
 
O curso Akira Kurosawa: O Último Samurai, ministrado por Alex Salvi, vai discutir a obra completa do realizador japonês, analisando sua carreira através da apresentação dos filmes com referências biográficas e contextualização histórica. Neste estudo também serão contextualizados alguns dos mais importantes períodos do cinema japonês, no qual Kurosawa deixou sua marca como um dos grandes nomes do cinema mundial.

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Curso
AKIRA KUROSAWA: O ÚLTIMO SAMURAI
de Alex Salvi

 

Datas
7 e 8 de Dezembro (sábado e domingo)
 

Horário
14h às 17h
 

Duração
2 encontros presenciais (6 horas / aula)
 

Local
Cinemateca Capitólio Petrobras / Sala Décio Andriotti
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - 3º andar - Centro Histórico - Porto Alegre - RS)
 


Investimento
- R$ 95,00 (Cartão de crédito / PagSeguro)

***

PROMOÇÃO
(Válido apenas para depósito bancário)
* 1º Lote (até 22/nov): R$ 70,00
* 2º Lote (até 29/nov): R$ 80,00
* 3º Lote (até 06/dez): R$ 90,00

 

Informações
cineum@cineum.com.br  /  Fone: (51) 99320-2714
 
 

INSCRIÇÕES
www.cinemacineum.blogspot.com.br

domingo, 24 de novembro de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Azougue Nazaré' - Estado laico acima de tudo

Sinopse: Em uma cidade do interior, em meio aos canaviais, um grupo de pessoas vive suas vidas, suas tensões, seus desafios, seus sonhos e também pratica rituais fantásticos à espera da chegada dos dias de festa.

Tanto "Aquarius" (2016), como "Boi Neon" (2015), "Bacurau" e "Divino Amor", são filmes que mostram toda a força e potencial do cinema nordestino. Em comuns, ambos são produzidos pelo produtor Tiago Melo e que foram distribuidos, tanto no restante do Brasil como ao redor do mundo. Em seu primeiro trabalho na direção, "Azougue Nazaré" fala de um estado laico, mas que corre sério perigo.
O filme conta a história de diversos acontecimentos misteriosos que assombram os moradores de Nazaré da Mata, município de Pernambuco.  O Carnaval, a maior festa brasileira, conhecida internacionalmente, mobiliza as populações de diversas cidades Brasil afora. E nesta cidade do interior, em meio aos canaviais, um grupo de pessoas vive suas vidas, suas tensões, seus desafios, seus sonhos e também rituais fantásticos à espera da chegada dos dias de festa.
transitando entre documentário e ficção,  Tiago Melo dirige tanto atores como também pessoas reais que convivem daquela vasta cultura no seu dia a dia. Isso faz com que adentremos com facilidade naquele universo do  Maracatu e cuja as suas raizes africanas florecem até hoje em nosso território nacional. Porém, devido expanção do evangelismo, há uma crescente tensão no ar, onde o atrito entre as duas religiões começa a se intencificar.  Tiago Melo transita entre essas realidades, onde das quais vemos pessoas comuns em conflito e que procuram algum significado no cenário que estão convivendo.
Ao mesmo tempo, é curioso que há elementos do gênero fantástico, do qual fica em segundo plano, mas que chama atenção ao se misturar com realismo proposto pelos realizadores. A transição entre o real e ficção acaba se tornando tão verossimil que acabamos não nos dando conta desses detalhes que, por sua vez, ficam pelo caminho no decorrer do tempo. Se por um lado isso possa parece um furo em um primeiro momento, por outro lado, isso também pode ser perdoado, já que o mundo real pode se tornar as vezes muito mais assustador do que qualquer entidade sobrenatural.
Ao testemunharmos, por exemplo, a richa entre os que praticam  Maracatu e o  evangelismo, contatamos que isso é pequeno cenário que representa o Brasil atual como um todo. Se por um lado nos dizem que o Brasil é um estado laico, do outro, o filme nos diz que esta verdade se encontra somente na superficie e que a verdade está mais embaixo do que nós imaginamos. Ao vermos um grupo de evangélicos armados, prontos para assassinar um pai de santo, constatamos que as religões, por vezes, se tornam mera desculpa para as pessoas liberarem o que há dentro delas.
Nesse cenário, há dois lados da mesma moeda, que em comum lutam pelo que acreditam naquele cenário de incertezas. Se por um lado temos um pastor (Mestre Barachinha) que acredita cegamente na palavra da biblia, por outro lado, temos Catita (Valmir do Côco), que balança em ficar na sua velha tradição ou abraçar a ideia da evangelização. Vale destacar atuação de ambos os atores, principalmente de Valmir do Côco que se transforma em cena toda vez que o seu personagem abraça o seu verdadeiro papel em sua terra.
Por fim, é um filme em que retrata toda a riquesa da cultura nordestina, mas que da qual sofre pela interferencia de novas ideias surgindo atualmente em um Brasil indefinido. Em tempos em que religão e política se misturam, cada vez se vê um perigo real do estado laico ser censurado e predominar uma única religão por interesses escusos. Cabe a união do povo manter as suas opniões próprias, suas crenças e suas raizes que os fazem ser o que são como pessoa.
"Azougue Nazaré" é sobre o Brasil e o seu estado laico e do qual merece sempre ser preservado. 


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Cine Dica: 'Legalidade' é um dos destaques na Sala Redenção desta semana

Legalidade

Finalizando o mês de novembro, a Sala Redenção recebe na próxima semana a mostra que trará, através dos olhares de grandes cineastas chilenos, problemáticas sociais, políticas e de gênero. O projeto “Semana do Cinema Chileno em Porto Alegre 2019” contempla filmes com direção de Andrés Wood,  Sebastián Lelio e Pepa San Martín, em longas-metragens que abordam histórias de diferentes mulheres e as suas lutas particulares e, ao mesmo tempo, coletivas. O machismo, em Violeta foi para o céu (2011), a transfobia, em Uma Mulher Fantástica (2017), e a homofobia, em Rara (2017), sensibilizam o público disposto a discutir e refletir sobre os temas. 
Para aqueles que gostam de reviver clássicos da cinegrafia, a Sessão Especial dessa semana viaja para a década de 30. Numa imersão à Nova York industrializada, Tempos Modernos (1936) critica fortemente e com humor a lógica capitalista e imperialista, bem como as condições insalubres dos trabalhadores urbanos, desde a Revolução Industrial. Já para a audiência interessada em arte e em assuntos culturais do mundo hodierno, entre os dias 27 e 30 de novembro, o Cinema Universitário sedia parte da programação do Colóquio Internacional Apagamentos da Memória na Arte, com a exibição de um longa brasileiro e três curtas franceses. 
Voltando as telas para as últimas produções nacionais, a Sala Redenção, em ação conjunta com o Grupo de Pesquisa Identidade e Território da UFRGS, apresenta a mostra Espaços (Sub)traídos. A edição conta com a exibição da obra de Zeca Brito, Legalidade (2019), a trama que relata o quadro político brasileiro pré regime civil-militar traz cores e sons ao movimento da Legalidade, liderado pelo então governador do Estado, Leonel Brizola. Após a sessão, haverá debate com integrantes do projeto e convidados.

 Para verificar a programação completa da próxima semana confira no site oficial clicando aqui. 

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Ford vs Ferrari' Emoção em alta velocidade

Sinopse: a incrível história real do visionário designer automotivo americano Carroll Shelby (Damon) e do destemido piloto britânico Ken Miles (Bale). Juntos, eles lutaram contra o domínio corporativo, as leis da física e seus próprios demônios. 

O público em geral de cinema ficou mal-acostumado a franquias como, por exemplo, "Velozes e Furiosos", em que ação ininterrupta orquestrada por carros não permite um melhor desenvolvimento dramático. Não é o mesmo o que acontece com o maravilhoso "Rush - No Limite da Emoção" (2013) que retrata um dos períodos mais poéticos da Formula 1 e transitando entre ação e boas doses de emoção. É mais ou menos isso o que acontece com o filme "Ford vs Ferrari", onde o lado humano dos personagens se alinha com altas doses de cena de ação, roteiro caprichado e retratando uma visão mais poética de tempos mais dourados.
Dirigido por James Mangold, do ótimo filme "Logan"(2017), a trama se passa nos anos de 1960, onde a Ford resolve entrar no ramo das corridas automobilísticas de forma que a empresa ganhe o prestígio de sua concorrente Ferrari, campeã em várias corridas. Para tanto, contrata o ex-piloto Carroll Shelby (Matt Damon) para chefiar a empreitada, mas  por mais que tenha carta branca para montar sua equipe, incluindo o piloto e engenheiro Ken Miles (Christian Bale), Shelby enfrenta problemas com a diretoria da Ford, especialmente pela mentalidade mais voltada para os negócios e a imagem da empresa do que propriamente em relação ao aspecto esportivo.
O filme é um verdadeiro prato cheio para quem curte o automobilismo, independente de qual modalidade do automobilismo a pessoa tenha acompanhado ao longo desses anos. Visualmente o filme é um verdadeiro requinte sobre a época, onde a fotografia de cores quentes sintetiza tempos mais ricos e dourados com relação a esse esporte. Por conta disso, é um tempo em que o risco era maior, porém, não menos poético e desafiador.
Em contrapartida, o filme não esconde o lado ambicioso dos verdadeiros donos dessas maquinas, cujo o único objetivo é criar e vender as marcas para o redor do mundo e assim somente para obter lucro. Por outro lado, tanto os personagens de Damon como de bale, são pessoas que enxergam nesse esporte algo muito além do que os seus chefões podem ver e testam a todo momento os seus próprios limites em meio a alto velocidade. Falando nela, qualquer cena de corrida vista nesse filme dá de dez a zero para qualquer capitulo da franquia "Velozes e Furiosos", pois aqui se tem um retrato mais realista e cru para aqueles que viveram e morreram segurando um volante na mão.
Tanto Matt Damon como Christian Bale estão ótimos em seus respectivos personagens, sendo que esse último nos brinda, novamente, com uma de suas melhores atuações de sua carreira. Como um verdadeiro camaleão, Bale muda em cada um dos seus filmes em que atua e aqui não é diferente, ao interpretar um Ken Miles disposto a ultrapassar os seus próprios limites na pista. Mas se bale é o lado emocional, Damon é a razão que passa através do seu personagem e fazendo de ambos os protagonistas os dois lados dessa mesma moeda.
O ato final nos brinda com momentos emocionalmente eletrizantes, onde o jogo de gato e rato visto tanto na pista, como também entre os engravatados da escuderia, dominam a tela. Ao chegarmos na reta final do filme, concluímos que essas pessoas vivem somente pelo que realmente gostam, independente das consequências que vierem pelo caminho. Ao testemunharmos isso só ficamos lamentando que o automobilismo de hoje tenha perdido esse lado poético e mais dourado daqueles tempos já longínquos.
"Ford vs Ferrari" é prato cheio para quem gosta de velocidade de tempos em que o perigo tornava esse esporte muito mais poético e saboroso.  


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Cine Dica: Em Cartaz: ‘Os Pássaros de Massachusetts’ - Porto Alegre em transe

Sinopse: Durante um inverno na cidade de Porto Alegre, Sofia, Fernanda e Bruno se conhecem. 

Nos últimos tempos o cinema gaúcho tem investido em mostrar uma realidade de Porto Alegre pouco vista em seus cartões postais. Se por um lado "Ponto Zero"(2015) explorava pela superfície uma geração gaúcha perdida, por outro lado, "Tinta Bruta" (2018) explicita a mesma em um verdadeiro beco sem saída. "Os Pássaros de Massachusetts", ao menos, tenta amenizar esse teor apreensivo, onde poucos gestos humanos podem ser sim muito bem-vindos.
Dirigido por Bruno de Oliveira, do filme "Circular" (2012), a trama se passa enquanto a cidade de Porto Alegre passa pela estação de inverno. Os personagens principais, Fernanda, Bruno e Sofia se cruzam. O entrelace ocasional na vida dos três o levam a se conhecerem e descobrirem mais sobre cada um.
Com uma trama não cronológica, Bruno de Oliveira apresenta gradualmente os seus personagens principais, onde cada um vive em sua rotina diária enquanto a vida vai passando em volta. Com uma fotografia de cores frias, o cineasta filma diversos cenários conhecidos da capital gaúcha, mas passando para nós uma sensação de vazio, como se aquelas pessoas convivessem em uma realidade sem muita perspectiva para o futuro. Eles somente conseguem adquirir algum ânimo nas suas rotinas quando começam a se conhecer uns aos outros.
É a partir desse cruzamento que Bruno de Oliveira faz um curioso jogo com a câmera em que, em alguns casos, ele foca os gestos dos seus personagens principais e fazendo do toque humano a principal forma para que eles voltem acordar. Mesmo nas entrelinhas, concluímos que é uma história de uma geração "não desperta" com os fatos que acontecem, ao ficarem ocupadas demais com os seus hobbys, sejam eles com os seus jogos eletrônicos ou redes sociais, e pouco se importando com o que virá a seguir. Em tempos em que cada vez mais pessoas vivem em uma espécie de piloto automático, ao menos, o filme vem para nos dizer o quanto é importante o toque humano.
Apesar de ser curto em sua proposta, "Os Pássaros de Massachusetts" é sobre uma geração Porto Alegrense que busca, mesmo de forma indireta, tentar acordar antes que seja tarde demais. 

Nota: O filme fez parte da última mostra Cinema Brasileiro Contemporâneo pela Cinemateca Capitólio Petrobras.  


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Cine Dicas: Estreias Do Final De Semana (21/11/19)

A Grande Mentira 

Sinopse: O golpista Roy Courtnay tenta enganar a recém-viúva Betty McLeish através de uma conversa online. Porém, à medida em que a mulher abre sua casa e sua vida para o vigarista, ele se surpreende quando começa a se importar com ela.

Fogo Contra Fogo 

Sinopse: Kalushi vai para o exílio após as revoltas de 1976, no Soweto, para se juntar ao movimento de libertação. Forçado a um julgamento, usa o tribunal como um campo de batalha final. 

Mais que vencedores

Sinopse: John Harrison é um treinador de time de basquete de ensino médio que tem seus sonhos arruinados quando a maior fábrica da cidade é fechada, o que obriga centenas de famílias a se mudarem. 

Medo Profundo: Segundo Ataque
 
Sinopse: Quatro amigas enfrentam o ataque de tubarões-brancos quando investigam as ruínas de uma antiga civilização pertencente aos povos pré-colombianos.

Midway: Batalha em alto-mar

Sinopse: A Marinha Norte-Americana e a Marinha Imperial Japonesa se enfrentam na Batalha de Midway, no Oceano Pacífico, em junho de 1942, num dos episódios mais importantes da Segunda Guerra Mundial.

O Reino Gelado: A Terra dos espelhos 

Sinopse:  O rei resolve banir todos os mágicos para a temida Terra dos Espelhos, onde está presa a famigerada Rainha da Neve. 

Recife Assombrado

Sinopse: Uma cidade solar e alegre como Recife pode guardar segredos insondáveis nos seus recantos históricos. Hermano volta à capital pernambucana para encontrar o irmão desaparecido em circunstâncias nebulosas.

Uma: Luz dos Himalaias

Sinopse: Milhares de pessoas de todos os cantos do mundo vão, a cada ano, à Índia em busca de de uma experiência espiritual que lhes proporcione autoconhecimento e cura de traumas do passado. 


Veja também: Confira a minha crítica sobre ‘Um Dia de Chuva em Nova York’ e o tão aguardo Vida Invísivel. 


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quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: ‘Um Dia de Chuva em Nova York’ – Voltando as raízes

Sinopse: Gatsby decide passar um fim de semana em Nova York  ao lado de Ashleigh, sua namorada. Aspirante a jornalista, Ashleigh conhece o diretor de cinema Roland Pollard, que a convida para a exibição de seu mais recente trabalho. Gatsby, por sua vez, encontra Chan, a irmã mais nova de sua ex-namorada.  

Woody Allen criou ao longo de sua carreira uma filmografia que nada mais é do que uma retrato de sua pessoa. Entre humor, neuroses e polêmicas, colecionou fãs, detratores, mas nunca se desvencilhando de sua real essência. Após anos rodando filmes ao redor do mundo, o cineasta retorna no coração de Nova York para realizar uma típica comédia romântica com a sua marca registrada no filme "Um Dia de Chuva em Nova York”. 
O filme conta a história dos jovens Ashleigh (Elle Fanning) e Gatsby, interpretado pelo ator Timothée Chalamet do filme "Me Chame Pelo Seu Nome" (2017), que formam um casal que planeja uma viagem romântica a Nova York. Porém, quando chegam no local, os planos mudam, pois  Ashleigh descobre a possibilidade de fazer uma entrevista com o famoso diretor de cinema Roland Pollard (Liev Schreiber), e Gatsby acaba encontrando a irmã de uma antiga namorada, interpretada pela atriz Selena Gomez do filme "Vizinhos 2" (2016) . Ao longo do passeio, Ashleigh e Gatsby descobrem novas paixões e oportunidades incomuns.  
Embora em um primeiro momento a gente sinta uma espécie de déjà vu na trama, é bom ver Woody Allen livre, leve e solto no cenário em que ele construiu a sua carreira como um todo. A trama, por vezes, se torna um mero pretexto para revisitarmos os pontos turísticos da cidade e fazendo a gente se relembrar de seus grandes clássicos que foram como, por exemplo, "Manhattan" (1979). Ao mesmo tempo, ao longo da projeção, testemunhamos inúmeros personagens surgindo em cena e que nada mais são do que alter ego do cineasta.  
A partir do momento que Gatsby  e Ashleigh pisam na cidade, testemunhamos figuras não interpretadas por Woody Allen, mas cujas as palavras desses personagens falam por ele. Aliás, são por eles que testemunhamos os dilemas que o cineasta sempre enfrentou na carreira, desde a neuroses com os relacionamentos complexos, crises criativas e alguns casos não correspondidos. Se por um lado Liev Schreiber nos apresenta um Woody Allen somente em sua superfície, por outro, Jude Law se diverte ao encarnar um Woody Allen digno e dos velhos tempos.  
Mas são através dos personagens Timothée Chalamet e Elle Fanning que o filme se envereda por situações que se tornam uma verdadeira montanha russa. Caminhando pelo universo do sucesso das celebridades, ambos os personagens terão que encarar os seus próprios sentimentos e cuja as suas escolhas podem leva-los a um caminho sem volta. O resultado são situações pra lá de hilárias, onde o cineasta consegue nos passar uma crítica até mesmo ácida sobre o universo dos famosos, onde alguns casos se tornam celebridades instantâneas devido a corrida pelo lucro.  
Curiosamente, constatamos que Woody Allen possui uma total afinidade na direção desses jovens atores e provando que eles têm muito ainda a nos oferecer futuramente. Porém, isso não significa que a velha guarda fique de fora e o cineasta nos brinda com uma cena digna de nota, protagonizada pela atriz cherry jones e que havia sido vista recentemente no filme "A Festa" (2017). Atriz pode até não ser indicada ao Oscar por essa cena, mas saímos da sessão com o seu momento na cabeça.  
"Um Dia de Chuva em Nova York" é Woody Allen dos velhos tempos, mesmo quando os detratores irão dizer ao contrário.  


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