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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: Primavera em Casablanca

Nota: filme exibido para associados no último sabado (08/09/18) na Casa de Cultura Mario Quintana de Porto Alegre.  

Sinopse: Cinco histórias separadas, uma ambientada na década de 1980, nas montanhas do Atlas, e as outras nos dias atuais, em Casablanca, Marrocos. No entanto, a distância temporal dessas narrativas não impede que a intolerância, a ignorância e a dificuldade em aceitar as diferenças, sejam as mesmas em todas elas. 

Independente de onde você esteja a política  influencia em parte a sua vida, pois não importa o quão  você irá navegar contra a maré, já que a correnteza um dia irá te pegar. Contudo, as atitudes de uma pessoa, mesmo que de forma irrisória, podem sim fazer a diferença, seja para consigo mesmo ou para as pessoas em sua volta. Primavera em Casablanca é a desconstrução  sobre o mito em que as mudanças da política não nos atinge e de como ela pode sim afetar o nosso percurso da vida.
Dirigido por  Nabil Ayouch (São eles os Cães) o filme conta cinco histórias separadas, sendo que elas são divididas em duas épocas distintas. Uma se passa nas montanhas do Atlas, enquanto as demais se passa nos dias atuais na famosa Casablanca de Marrocos. Não demora muito para nos darmos conta que todas possuem certa ligação em meio as mudanças da realidade de cada um que vai passando.
Embora aparente uma ambição ousada em sua proposta, Ayouch consegue a proeza de fazer com que nos identifiquemos facilmente com os personagens, pois independente deles pertencerem a um país distante, os seus dilemas são universais. Começando a trama nos anos de 1980, o filme toca em questões profundas, que vão desde a questão do aborto, machismo, prostituição, drogas, violência doméstica, preconceito contra artistas, desigualdade social, o embate político com judeus, a revolução política nas ruas, a disputa entre as línguas árabe e berbere, a brutalidade policial, a desilusão dos idosos, a cegueira dos adultos e a indiferença dos jovens.  Em tempos de crises políticas, tanto aqui no Brasil, como também em diversos países do mundo, o filme, portanto, poderia ter sido feito em qualquer outro país e que o resultado teria o mesmo efeito.
Contudo, o cineasta não procura incrementar o efeito borboleta em sua trama como um todo, mas sim fazer com que todos os seus personagens principais tenham o seu começo, meio e fim, independente do ato e consequência dos demais. Infelizmente alguns personagens surgem tardiamente na trama que, embora sejam interessantes, acabam tendo pouco espaço para serem melhores desenvolvidos. Isso não compromete o resultado final das coisas, mas deixando no ar aquele gostinho de quero mais.
Mas embora cada um tenha sua trama distinta uma da outra, Ayouch cria um curioso recurso onde todos os personagens, em seus momentos de maior conflito, acabam fazendo parte de  uma clássica música sendo tocada em cena e tornando esse um dos melhores momentos da trama.  É bem da verdade que a ideia não é nova, principalmente para aqueles que assistiram o já clássico filme Magnólia. Porém, principalmente para aqueles que forem fãs das musicas de Freddie Mercury, a cena se torna mais do que bem vinda. 
Mas talvez o ápice da obra talvez se encontre nos momentos em que o filme presta uma homenagem ao clássico Casablanca de  Michael Curtiz. Logicamente ouviremos a famosa “As Time Goes By”, mas não espere um endeusamento com relação a obra, mas sim uma desconstrução da alienação social, sendo uma versão idealizada e que não corresponde em nada às contradições da sociedade local.  O ato final, portanto, dá lugar ao mundo real de Marrocos, enquanto a fábula criada pelo clássico, por mais que ele seja importante, fica de lado e até mesmo para ser questionado.
Primavera em Casablanca é um mosaico de atos e consequências nas vidas das pessoas com relação as mudanças politicas, mesmo quando elas se encontram em segundo plano da trama.


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Cine Curiosidade: Documentário "O protagonismo das mulheres no basquete feminino" estréia em São Paulo com a presença das jogadoras e da atriz internacional de cinema Cris Lopes

Filme traz depoimentos de ex-jogadoras, que hoje têm entre 70 e 80 anos, resgatando um capítulo da história dos times de basquete feminino sorocabano com diversos troféus. Produção de Angeles Paredes Torai e Direção do cineasta Cleiner Micceno.

O documentário resgata uma história importante para o cenário esportivo feminino nacional com atletas que eram escaladas para os principais times de São Paulo e dos campeonatos nacionais de basquete: um capítulo quase esquecido da história é relembrado no documentário “O protagonismo das mulheres no basquete feminino de Sorocaba – 1949 a 1970” lançado esta semana com exibição no auditório do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba no estado de São Paulo.

Idealizado pela produtora e pesquisadora Angeles Paredes Toral, o filme é resultado final do projeto contemplado no edital de 2017 da Lei de Incentivo à Cultura de Sorocaba (Linc). Com direção de Cleiner Micceno, e 60 minutos de duração, o filme conta a história das integrantes da equipe feminina de basquete da cidade, que entre as décadas de 1950 e 1960 conquistaram títulos estaduais e nacionais, além de participações na Seleção Brasileira, em jogos no Peru, Chile e na Tchecoslováquia. O roteiro final de Angeles Paredes e do Diretor do documentário Cleiner Micceno que estimava 40 minutos de duração, comenta Cleiner: "O viés feminino e as discussões sobre o papel da mulher no esporte é bastante discutido no doc e foi resolvido na edição. Extendi o roteiro para uma hora de duração pois achei importante ressaltar e discutir ao máximo essa questão do papel da mulher no esporte e da busca por igualdade que mesmo em 2018, ainda é um tema recorrente e necessário." 
O documentário reúne depoimentos das próprias ex-jogadoras, que hoje têm entre 70 e 80 anos de idade, como Isabel Negretti, Ritinha (Rita de Cássia Oliveira: capitã da equipe brasileira que ganhou o mundial da época; Benedita Analia Bastos, Hermelinda Ruberti, Neide Sagges, e demais entrevistadas: Maria Aparecida Comitre, Dagmar Zoppa, Leila Buffalo, Angela Maria Buffalo, Vania Hernandez de Souza, Fabiana Oliveira, Solange Guerra Bueno, Doraci Sola Galera, e atletas de gerações mais novas e de outras modalidades, bem como de familiares, amigos e jornalistas esportivos: “A ideia foi homenagear essas meninas, para que as novas gerações conheçam, já que foi um período importante para a história de Sorocaba e é muito pouco divulgado. Elas são verdadeiras lendas e merecem esse reconhecimento”, defende a produtora. Angeles destaca que o filme também mostra as conquistas das atletas fora das quadras, sendo o basquete um pano de fundo para a luta feminista: “O documentário tem outras camadas que vão além da história do esporte. Tem um viés feminista, porque fala de uma época que as mulheres não podiam nem usar shorts. A maioria das famílias eram contra e mesmo assim elas mostraram o protagonismo e elevaram o nome de Sorocaba”, comenta.
Diversos convidados marcaram presença na estréia do documentário entre eles: as convidadas VIPS: as Jogadoras protagonistas das seleções de basquete da época; o cineasta diretor do documentário Cleiner Micceno e a Produtora idealizadora Angeles Paredes; o diretor de cinema Rodney Borges e a convidada especial a atriz internacional de cinema Cris Lopes que fez sessão de fotos com todas as jogadoras e convidados que estiveram presentes e a jogadora Neides Sagges do time de 1954 que autografou o DVD do filme para a atriz. Cris Lopes que está promovendo a campanha "MAIS AMOR, CARINHO e RESPEITO com NOSSAS MULHERES" no Brasil e na Argentina com exibição de filme e debate do tema em festivais de cinema, comenta: "Ouvindo os depoimentos do documentário destas grandes mulheres atletas totalmente a frente de seu tempo, determinadas e vencedoras lutando desde os anos 40 com os preconceitos da sociedade e escreveram uma história de sucesso e orgulho para nós mulheres, me senti ainda mais inspirada em continuar levando para diversas cidades do Brasil e exterior, os eventos que estou realizando sobre a Valorização da Mulher para conscientização da sociedade que somos guerreiras e devemos ser reconhecidas e respeitadas. #IGUALDADE!" Cris Lopes, atriz de cinema.
Antes da exibição do filme, o público conferiu a exposição de troféus e fotos das equipes femininas no local da exibição do filme. A mostra reúniu peças de coleções particulares e do acervo do Ginásio de Esportes Gualberto Moreira que, segundo a produtora, foram cedidas pela Secretaria de Esportes (Semes).
Como contrapartida do projeto, contemplado na Linc com R$ 56.580,00, as cópias físicas do filme, em DVD, foram confeccionadas e estão sendo distribuídas a instituições de ensino. Além disso, a equipe responsável pelo filme realizará oficina de fotografia e vídeo para adolescentes. A equipe realizadora do filme, além da produtora cultural Angeles Paredes e do diretor Cleiner Micceno, é completada por Alexandre Machado (fotografia) e Lívia Gusmão (som direto).

Curtir Fan Page sobre "Valorização da Mulher" (entrevistas Brasil/exterior com atriz de cinema Cris Lopes):  www.facebook.com/crislopesoficial
Crédito FOTOS: MULHERES: (à esquerda) atriz Cris Lopes, jogadora 1954: Neide Sagges (ao centro), jogadora da nova geração: Fabiana Oliveira
  DIRETORES: (à esq) Rodney Borges, cineasta Cleiner Micceno e produtora Angeles Paredes(a dir); (ao centro): atriz Cris Lopes
 JOGADORAS e CONVIDADOS: ESTRÉIA: (à esq) Jogadoras, cineasta Cleiner Micceno e produtora Angeles Paredes e atriz Cris Lopes (ao centro)
 Divulgação:  Brasil/Portugal/Argentina/Canadá/USA/Japão: IMPRENSA CL: (5511) 3582.7654/3835.7205 
 Entrevistas:(5511) 99653.0651.  email: imprensacl@terra.com.br 

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Cine Dicas: Estreias do final de semana (06/09/18)

Alfa 

Sinopse: Alfa tem como protagonista um jovem que, após cair de um penhasco e se perder da sua tribo, precisa sobreviver em meio a paisagens selvagens e encontrar o caminho de casa. Atacado por uma matilha, ele consegue ferir um dos lobos, mas decide não matar o animal. O jovem cuida dele e os dois começam uma relação de amizade.

A Freira

Sinopse: Presa em um convento na Romênia, uma freira comete suicídio. Para investigar o caso, o Vaticano envia um padre assombrado e uma noviça prestes a se tornar freira. Arriscando suas vidas, a fé e até suas almas, os dois descobrem um segredo profano e se confrontam com uma força do mal que toma a forma de uma freira demoníaca e transforma o convento em um campo de batalha.

A VIDA EM FAMÍLIA

Sinopse: Na aldeia esquecida por Deus de Desperata, no sul da Itália, o prefeito Filippo Pisanelli tem plena certeza de que está na profissão errada. Para aliviar sua depressão, usa seu amor pela poesia para dar aulas acaloradas a presos, sendo esta a única coisa que o faz manter-se no posto. Porém, um encontro dele e de outros companheiros com a arte mudará suas vidas completamente.

CRÔ EM FAMÍLIA

Sinopse: Crodoalvo Valério, ou simplesmente Crô, é agora dono de uma badalada escola de etiqueta e finesse. Entretanto, apesar de toda a fama, ele se sente carente e vulnerável, por não ter amigos nem uma nova musa a quem dedicar a vida. É quando sua vida cruza com as de Orlando e Marinalva, que dizem ser seus pais. Paralelamente, Crô precisa escapar da sempre venenosa colunista Carlota Valdez.

Kin 

Sinopse: Um ex-condenado e seu irmão mais novo são forçados a fugir de um vingativo criminoso, de policiais federais e de uma série de soldados de outro mundo. A única proteção que possuem é uma arma de antecedência misteriosa. Enquanto coisas estranhas acontecem com os dois, uma agente do FBI é chamada para investigar o caso.

Marvin 

Sinopse: A infância e adolescência do escritor Edward Louis, filho de uma família operária pobre em uma aldeia da Picardia, que enfrenta rejeição e humilhação num local tomado pela homofobia.

Vende-se essa moto

Sinopse: ​Xéu e Lidiane terão um filho. Ela faz pressão para que ele venda sua moto e consiga outro emprego. A notícia da gravidez e a visita dele a um primo na Maré trazem instabilidade para a relação.​

WHEELY: VELOZES E DIVERTIDOS

Sinopse: Em Gasket City, cidade onde todos os moradores são carros, vive Wheely, um pequeno táxi verde e amarelo que sonha em se tornar o Rei da Estrada. Para isso, ele precisará provar que é um verdadeiro herói enfrentando os carros de elite e o terrível caminhão de 18 rodas que comanda o sindicato de carros de luxo da cidade.


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Cine Dica: Em Cartaz: Os Jovens Titãs em Ação! Nos Cinemas

Sinopse: Robin, Ciborgue, Estelar, Ravena e Mutano são os Jovens Titãs. Ao perceberem que todos os super-heróis estão estrelando filmes, eles decidem se mobilizar para também ter espaço nas telonas. O líder do grupo, Robin, está determinado a ser visto como um astro e com ideias malucas e até uma canção eles partem em busca de um diretor de Hollywood, mas acabam enganados por um supervilão.

Enquanto a Warner/DC tenta se estabilizar com o seu universo cinematográfico entre os trancos e barrancos, em tempos de crise, nada melhor do que rir de sua própria situação. Em Batman Lego: O filme já havíamos observado isso, ao ponto da animação ser considerada por alguns como o melhor filme do Batman para o cinema. Os Jovens Titãs em Ação! Nos Cinemas segue essa tendência, de uma forma simples, divertida e muito convidativa.
Dirigido por Peter Rida Michail e Aaron Horvath, o filme conta com as aventuras dos jovens Titâs que enfrentam inúmeros super inimigos. Porém, Robin está indignado por até agora os estúdios não terem feito um filme só dele ou da equipe. É aí que a trupe vai para Hollywood para quebrar esse tabu, mas o problema se encontra muito mais embaixo do que se imagina.
Para começo de conversa esse não é um filme de super heróis tradicional, mas sim tanto é uma homenagem, como também uma crítica acida contra o próprio gênero que alimenta o consumismo desenfreado da própria Hollywood. Portanto, não faltam piadas das quais nos faz relembrar dos altos e baixos desses filmes, como as múltiplas fases do Batman, o passo em falso da adaptação do Lanterna Verde e até mesmo de piadas com relação a concorrente Marvel. Falando nela, o próprio Stan Lee faz sua participação especial, só que no estúdio errado logicamente.
Tecnicamente o filme nos brinda com a velha e boa animação tradicional, da qual a maioria dos estúdios esqueceram dela, mas nunca é demais voltarmos em apreciar tempos mais simples dessa arte. Mesmo sem recursos de ponta, o filme flui com o que tem, se tornando dinâmico em sua proposta e nos seduzindo de uma maneira fácil e divertida.  Logicamente, são os personagens o verdadeiro coração do filme, carismáticos, divertidos e que tiram sarro de si mesmos.
Os Jovens Titãs em Ação! Nos Cinemas é uma divertida e debochada trama de super heróis que não tem medo em colocar o dedo na ferida.


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Cine Dica: Em Cartaz: A Freira

Sinopse: Presa em um convento na Romênia, uma freira comete suicídio. Para investigar o caso, o Vaticano envia um padre assombrado e uma noviça prestes a se tornar freira. Arriscando suas vidas, a fé e até suas almas, os dois descobrem um segredo profano e se confrontam com uma força do mal que toma a forma de uma freira demoníaca e transforma o convento em um campo de batalha.

Quando Invocação do Mal foi lançado anos atrás se iniciou uma nova leva de filmes de horror do cinema, dos quais usavam velhos artifícios do gênero e conseguindo assim conquistar um novo público. Além disso, James Wan e os produtores foram criativos ao expandir muito além do filme original e criando filmes derivados, como no caso dos dois sucessos que foram Annabelle. Eis que então chega A Freira, grande vilã(o) do segundo filme Invocação do Mal, mas que aqui não possui a mesma perfeição do seu antecessor e muito se deve justamente por não ter um  James Wan na direção.
Dirigido por Corin Hardy (A Maldição da Floresta), o filme conta uma história anterior ao Invocação do Mal, onde a figura fantasmagórica da freira surgiu pela primeira vez num convento na Romênia. Após o suicídio de uma das freiras, o vaticano decide enviar um padre (Demian Bichir) e uma noviça (Taissa Farmiga, irmã de Vera Farmiga) a investigarem o caso. Ao chegarem lá, dão de encontro com um ambiente aterrador e  inexplicável.
O filme até que começa muito bem na apresentação do cenário principal da trama, do qual remete aos bons e velhos filmes de antigamente da Hammer. Com um castelo mal assombrado, cruzes em diversos pontos do cenário, além de um clima altamente gótico e gerando um teor  intrigante a ser degustado. Só por esses ingredientes o filme já nos fisga de imediato, mas é aí que vem alguns percalços.
Invocação do Mal, por exemplo, conseguiu obter o que tem hoje graças a utilização de velhas fórmulas do gênero de horror, onde sombras, ruídos e trilha desconcertante criam um clima angustiante. Aqui acontece isso, porém,  por muitos momentos Corin Hardy parece mais estar imitando a forma em que James Warn havia filmado o filme original e gerando então uma falta de identidade própria. O resultado são cenas, cuja a intenção é querer meter medo, mas com a intenção ficando somente pelo caminho.
Há sim alguns momentos em que assustam, pois a figura da Freira demoníaca, por si só, já assusta sempre quando surge em cena. Mas para aqueles que esperavam uma origem mirabolante sobre ela pode se decepcionar um pouco, já que o que é visto na tela não é muito diferente do que já havia acontecido em outras franquias como Uma Noite Alucinante. Contudo, acho que a pior coisa mesmo na trama é utilização em última hora do sangue de Cristo, cuja a inserção  dentro da trama parece algo saído do livro O Código Da Vinci.
Já com relação ao elenco se percebe que nenhum deles tem muito o que acrescentar no filme, já que os três interpretes principais parecem presos as regras que são propostas pelos roteiristas. Demian Bichir, por exemplo, interpreta um padre que não nos importamos muito se ele vive ou morre na trama, o que se diferencia da personagem vivida por  Taissa Farmiga, mesmo nos poucos momentos de boa atuação em que o filme permite. E se por um momento você achar que o personagem de jonas Bloquet é totalmente inútil, eis que os segundos finais dão total importância para ele e servindo para se fechar um circulo do qual foi iniciado com Invocação do Mal. 
A Freira é um exemplo de que nem toda grande figura vilanesca do cinema precisa necessariamente de uma origem para ser contada. 


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quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: YONLU

Sinopse: Vinícius Gageiro (Thalles Cabral), mais conhecido como Yonlu, é um jovem poeta, músico e desenhista, fluente em quatro idiomas. Apesar de talentoso, ele decidiu dar fim à sua vida depois de ingressar em uma comunidade virtual de assistência para potenciais suicidas. 

Certos assuntos  são omitidos pela sociedade, dos quais muitos se tornam verdadeiros tabus  e que dificilmente acabam sendo quebrados. É o caso, por exemplo do suicídio, do qual é necessário ser abordado e ter um entendimento sobre o porque de determinadas pessoas desistirem de suas próprias vidas. Yonlu vai a fundo na mente de um jovem com inúmeros talentos, mas que não conseguia enxergar nesse mundo algo que pudesse ter lhe convencido a se manter vivo.
Dirigido por Hique Montanari, o filme conta a história de Vinícius Gageiro (Thalles Cabral), mais conhecido como Yonlu, rapaz que possuía talento na música, poesia e nos desenhos. Porém, Yonlu quer acabar com sua própria vida, pois não consegue enxergar nenhuma razão de continuar existindo nela. A situação piora quando ele ingressa numa comunidade virtual, cuja a assistência é a interação  entre suicidas de diversos países.
Embora seja baseado em fatos reais, Montanari decidiu adaptar os eventos que desencadearam no suicídio do rapaz de uma forma que representasse a mente complexa e criativa do mesmo. Ao mesmo tempo, o cineasta elabora inúmeros símbolos dignos de Freud, mas dos quais conseguimos identifica-los,  principalmente para aqueles que viveram nessa última década. O resultado é um filme que sintetiza a complexidade da sociedade contemporânea, onde cada vez mais se encontra absorvida em sua rotina, tecnologia e não aproveitando o verdadeiro prazer da vida.
Tecnicamente o filme possui um dos mais belos visuais do cinema brasileiro recente. Porto Alegre, por exemplo, é o cenário principal da obra, ou mais precisamente, a cidade  se torna uma representação do tipo de olhar do qual o protagonista enxerga as coisas em sua volta. O resultado são momentos surpreendentes, plasticamente belos, cheios de perfeccionismo  e de grande conteúdo.
Embora seja diferente fisicamente do verdadeiro Yonlu, Thalles Cabral se sobressai na atuação, onde tanto se destaca ao construir toda a complexidade do seu personagem, como também ao cantar as principais músicas que são ouvidas durante a obra. Aliás, essas músicas se casam com simplicidade com os verdadeiros desenhos de Yonlu, que na tela ganham vida e fazendo a gente compreender e se fascinar ainda mais pela sua mente complexa. Falando em complexidade, Hique Montanari foi criativo na elaboração da representação da comunidade virtual de assistência para potenciais suicidas, cujo os usuários se escondem através de falsos avatares e sintetizando o lado errôneo da mente em que o rapaz se refugiou.
Com esses ingredientes que moldam o filme, Hique Montanari procura não só debater esse tema complexo, como também homenagear um jovem de grande talento e do qual poderia ter tido voos mais altos. Yonlu é um belo conto sobre a inquietude do ser humano perante uma realidade complexa e da qual, infelizmente, muitos tentam fugir dela.  


Cine Dica: Souleymane Cissé, Robert Aldrich e Júpiter Maçã (6 a 12 de setembro)

OBRAS-PRIMAS DO MALI, LANÇAMENTO DE BIOGRAFIA DE JÚPITER MAÇÃ E RAROS DE ROBERT ALDRICH SÃO DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO DA CINEMATECA CAPITÓLIO PETROBRAS
 
Triângulo Feminino

A primeira semana da programação de setembro da Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta três exibições em 35mm do consagrado diretor maliano Souleymane Cissé e uma sessão especial com registros raros e históricos de Júpiter Maçã. A sessão marca o lançamento da biografia Júpiter Maçã: A Efervescente Vida & Obra.
A edição do Projeto Raros em homenagem ao centenário de Robert Aldrich com exibição de Triângulo Feminino, adiada em razão de problemas técnicos, está confirmada para o dia 7 de setembro, às 19h30.  

3x SOULEYMANE CISSÉ

Nos dias 8 e 9 de setembro, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta três sessões especiais de filmes realizados pelo consagrado diretor maliano Souleymane Cissé, um dos nomes mais importantes da primeira geração de cineastas africanos. No sábado, 8 de setembro, serão exibidos Baara – O trabalho (18h) e Finyé – O vento (20h). No domingo, 9 de setembro, ganha exibição Yeelen – A luz (16h). Os filmes serão exibidos em 35mm, com legendas eletrônicas em português.  O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos.

A programação é uma realização da Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia de Porto Alegre, em parceria com a Embaixada da França, a Cinemateca da Embaixada da França no Brasil, o Institut Français e o Instituto Moreira Salles.

Nascido na cidade de Bamako, capital do Mali, em 1940, Souleymane Cissé faz parte da primeira geração dos cineastas africanos. Assim como o pai da cinematografia negra do continente, o senegalês Ousmane Sembène, autor de A Negra de... (exibido na Capitólio neste ano), Cissé estudou cinema na União Soviética, ainda nos anos 1960. Na década seguinte, retornou ao Mali e iniciou uma obra com claras intenções políticas, aproximando a ruptura com os estereótipos africanos à revelação das contradições sociais e culturais do país no período pós-colonial. Baara – O trabalho (1978) e Finyé – O vento (1982) fazem parte dessa fase inicial da obra de Cissé. Em 1987, o diretor intensifica o interesse pelos elementos mágicos da cultura maliana e realiza Yeelen – A luz(1987), centrado nos rituais Komo, primeiro filme africano a receber o Grande Prêmio do Júri no festival de Cannes.

Conheça mais sobre o cineasta Souleymane Cissé lendo o texto da pesquisadora e curadora Janaína Oliveira, produzido especialmente para a mostra do cineasta no Instituto Moreira Salles: https://ims.com.br/blog-do-cinema/longa-viagem-de-souleymane-cisse/

FILMES

BAARA – O TRABALHO
(Baara)
França, Mali 1978. 96min. 35mm
Direção: Souleymane Cissé
Um jovem camponês trabalha como baara, isto é: carregador de bagagens em Bamako. Um dia, faz amizade com um jovem engenheiro, que passa a protegê-lo, ajudá-lo nos seus problemas com a polícia e consegue um emprego para ele em uma fábrica. O engenheiro, que estudou na Europa, tenta aliciá-lo com suas ideias liberais. Primeiro longa-metragem realizado no Mali, o filme obteve o prêmio de melhor fotografia no Festival de Locarno em 1978 e, no ano seguinte, o prêmio Étalon de Yennega, grande prêmio do Fespaco (Festival Pan-africano de Cinema e TV de Ouagadougou).

FINYÉ – O VENTO
(Finyé)
Mali 1982. 105min. 35mm
Direção: Souleymane Cissé
Dois adolescentes malianos, Bah e Batrou, oriundos de classes sociais diferentes, se encontram na escola. Bah é descendente de um grande chefe tradicional. O pai de Batrou, governador militar, representa o novo poder. Ambos pertencem a uma geração que recusa a ordem estabelecida e põe em questão a sociedade.

YEELEN – A LUZ
(Yeelen)
Alemanha, Burkina Fasso, França, Japão, Mali 1987. 106min. 35mm
Direção: Souleymane Cissé
Dotado de poderes mágicos, um jovem parte em busca do tio para pedir ajuda em uma luta contra o pai, um feiticeiro.

JÚPITER MAÇÃ NA CINEMATECA

No domingo, 9 de setembro, às 18h30, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta uma sessão especial com registros raros e históricos de Júpiter Maçã, incluindo apresentações de canções inéditas. Com entrada franca, a sessão complementa a noite de lançamento da biografia Júpiter Maçã: A Efervescente Vida & Obra, assinada por Cristiano Bastos e Pedro Brandt, que acontece no dia 05 de setembro, a partir das 22h, no Bar Ocidente. Após a projeção, será realizado um debate com os músicos Júlio CascaesMarcelo Gross, parceiros criativos do compositor nas apresentações exibidas no evento, e a produtora Paola Oliveira. O livro será vendido e autografado no local.

Assinada pelos jornalistas Cristiano Bastos e Pedro Brandt, a biografia Júpiter Maçã: A Efervescente Vida & Obra repassa a trajetória do cantor, compositor e multi-instrumentista Flávio Basso (1968-2015), músico gaúcho que integrou as bandas TNT e Cascavelletes e, em carreira solo, lançou discos com os pseudônimos Júpiter Maçã e Jupiter Apple. O livro traça a vida do biografado do nascimento à morte, passando por suas vitórias (uma irregular, porém cultuada carreira de rockstar, quase incomparável no Brasil), amores, amizades, aventuras e desventuras (alcoolismo, paranoia, a morte precoce de seu único filho) com riqueza de detalhes, revelações, informações inéditas, e, ainda, farto material fotográfico.

PROJETO RAROS CELEBRA O CENTENÁRIO DE ROBERT ALDRICH

Na sexta-feira, 7 de setembro, às 19h30, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta uma edição do Projeto Raros para celebrar o centenário do diretor Robert Aldrich, com a exibição de seu favorito pessoal, Triângulo Feminino (The Killing of Sister George, 1968, 138 minutos). Com projeção digital, legendas em português e apresentação do programador Leonardo Bomfim, a sessão tem entrada franca.

PROJETO RAROS
Triângulo Feminino
(The Killing of Sister George)
EUA/Reino Unido, 1968, 138 minutos
Direção: Robert Aldrich

Em Triângulo Feminino, June Duckbridge é uma atriz de meia idade prestes a perder o emprego na novela mais popular do país durante décadas. Pior do que isso é o fato dela suspeitar que a sua jovem namorada está tendo um caso com outra mulher.

Do faroeste ao filme policial, dos filmes de guerra aos tensos retratos de estrelas decadentes, Robert Aldrich chacoalhou as estruturas do cinema hollywoodiano desde anos 1950, tornando-se um dos precursores – na abordagem de temas delicados, na escolha subversiva de seus personagens principais – da Nova Hollywood dos anos 1960 e 70.

Em 1968, Aldrich vinha do enorme sucesso de Os Doze Condenados, com dinheiro e autonomia criativa. Apostou em dois projetos extremamente pessoais: A Lenda de Lylah Clare, uma revisitação radical de Um Corpo que Cai, clássico de Hitchcock, com a atriz Kim Novak interpretando novamente uma mulher idêntica a outra, desta vez uma estrela do cinema morta de forma misteriosa, e Triângulo Feminino, adaptação da peça de Frank Marcus, um dos primeiros filmes de Hollywood a lidar abertamente com a homossexualidade feminina. Se o primeiro filme acabou como um dos fracassos mais incríveis de sua carreira, o segundo teve grandes problemas com a censura em vários países. Nos Estados Unidos, Aldrich foi um dos primeiros a ganhar o X-Rated (impróprio para menores), logo após o fim do Código Hays, que vetava previamente, antes mesmo da filmagem, uma série de temas e situações.


GRADE DE HORÁRIOS
6 a 12 de setembro de 2018

6 de setembro (quinta)
14h - Takara - A noite em que nadei
16h - Histórias Que Nosso Cinema (Não) Contava
17h30 – A Imperatriz Vermelha
20h – A Vênus Loira

7 de setembro (sexta)
14h - Takara - A noite em que nadei
16h - Histórias Que Nosso Cinema (Não) Contava
17h30 – Desonrada
19h30 – Projeto Raros (Triângulo Feminino, de Robert Aldrich)

8 de setembro (sábado)
14h - Takara - A noite em que nadei
16h - Histórias Que Nosso Cinema (Não) Contava
18h – Baara – O trabalho (3x Souleymane Cissé)
20h - Finyé – O vento (3x Souleymane Cissé)

9 de setembro (domingo)
14h - Takara - A noite em que nadei
16h - Yeelen – A luz (3x Souleymane Cissé)
18h30 – Júpiter Maçã na Cinemateca – Lançamento da biografia Júpiter Maçã: A Efervescente Vida & Obra

11 de setembro (terça)
14h - Takara - A noite em que nadei
16h - Histórias Que Nosso Cinema (Não) Contava
18h – Porto Alegre Em Cena (aguarde divulgação)
20h - Porto Alegre Em Cena (aguarde divulgação)

12 de setembro (quarta)
14h - Takara - A noite em que nadei
16h - Histórias Que Nosso Cinema (Não) Contava
18h - Porto Alegre Em Cena (aguarde divulgação)
20h - Porto Alegre Em Cena (aguarde divulgação)