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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 7 de agosto de 2018

NOTA: Salvem o CINE VICTÓRIA da Borges de Medeiros



Cinebancários; Cinemateca Capitólio; Cine Santander e Casa de Cultura Mario Quintana. São salas de cinema que se encontram no centro histórico de Porto Alegre e que dão aos cinéfilos opções alternativas e que se diferenciam do circuito convencional de cinemas. Porém, o Cine Victória, localizado na Borges de Medeiros, é um símbolo de resistência, do qual nos faz a gente se lembrar dos cinemas populares que se encontravam nas calçadas de antigamente e que a maioria atualmente se encontra somente nos livros de história da cidade.
Com preços populares, o Cine Victória oferece um cardápio de filmes para que as famílias possam ir juntas e desfrutar de duas horas de diversão garantia. Mas, infelizmente, li essa nota no Jornal do Comércio de hoje: 
Deixo, portanto, o meu protesto contra esse possível fechamento da sala, pois não é justo extinguir mais um cinema da capital. Embora estejamos bem servidos com as opções do cinema alternativo que eu citei acima, o fim das atividades de um cinema, para mim ao menos, é como uma facada nas costas para aqueles que apreciam a sétima arte, independente de qual gênero. Caso isso aconteça, o local acabará sendo mais um abandonado, se tornando sem vida e não muito diferente do que aconteceu com o prédio que abrigava o Cine Imperial da Andradas e que até hoje ninguém sabe ao certo o futuro daquele local.
Em tempos em que olhamos para traz para sentirmos um pouco de nostalgia, nos damos conta que o Cine Victória nos brindou com sessões clássicas como essa abaixo. A história de todo o cinema que se preze não pode morrer, mas sim sempre se revitalizar.    
 Sessão para o clássico Tubarão


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Cine Dica: Como fotografei os Yanomami estreia dia 9



Documentário que retrata as relações entre índios Yanomami e agentes de saúde estreia dia 09 de agosto na sala CineBancários com sessões às 19h. Com direção e roteiro de Otavio Cury, o longa que estreou no Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo em julho, mostra as particularidades de uma convivência que transcende língua e costumes.
Uma viagem feita em 2013 pelo diretor Otavio Cury (diretor do também documental Constantino) a uma das regiões mais remotas da Terra Yanomami – a Serra de Surucucu, em Roraima, nas montanhas que fazem divisa com a Venezuela – foi o ponto de partida para o documentário Como fotografei os Yanomami. O filme estreia no CineBancários dia 9 de agosto, quinta-feira, com sessões sempre às 19h.
O desencontro cultural entre os índios e agentes de saúde chamou a atenção do diretor. Aqueles que levavam as seringas não falavam o idioma Yanomami e não conseguiam conversar com seus pacientes. “Só depois percebi que, ao tentar filmar aquele desencontro com minha câmera, eu havia me incluído no problema. Porque para os Yanomami, imagem e saúde estão intimamente ligadas. Foi a partir dessas tensões, ou desse duplo desequilíbrio, que decidi realizar o documentário”, reflete Otavio.
Para os Yanomami, estar doente é ter sua imagem agredida. Para resgata-la, os xamãs fazem seus rituais de cura. Mas para os enfermeiros que chegam às aldeias, as doenças e os remédios são outros.
A narrativa traz o ponto de vista de enfermeiros e técnicos de enfermagem que passam mais tempo na floresta do que com suas famílias: como veem os Yanomami e como se transformam com a longa vivência nas aldeias? Como lidam com os pajés e com uma concepção diferente de doença? Em sequências que oferecem contraponto à visão branca dos atendimentos, o filme dá voz a uma agente de saúde Yanomami e apresenta a visão de mundo do xamã Davi Kopenawa, a partir de passagens do livro “A queda do céu, memórias de um xamã yanomami”, de Davi Kopenawa e Bruce Albert. Por meio de sua narrativa documental, Cury apresenta um relato sensível e chama ainda atenção para o futuro da floresta e dos Yanomami.
O paulistano Otavio Cury é diretor de fotografia e de documentários. Sua filmografia inclui Cosmópolis (2005), Constantino (2012) e História de Abraim (2015). Em Constantino, sua obra de maior destaque, retoma a trajetória do bisavô, o dramaturgo sírio Daud Constantino Al-Khoury (1860-1939), por meio de uma viagem à Síria. Constantino foi filmado antes do início da revolução síria. Já o curta-metragem História de Abraim (2015) retrata a vida de uma liderança da etnia Macuxi na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, também em Roraima.

Como fotografei os Yanomami
BRASIL, 2018 | 72 min | Documentário
Direção e roteiro Otavio Cury
Produção executiva Alice Riff e Leonardo Kehdi Jr
Direção de fotografia Julia Zakia e Otavio Cury
Técnico de som Maurício Zani
Desenho de som e mixagem Dr Morris
Direção de produção Laila Pas
Colaboração no roteiro Sofia Mariutti
Montagem Otavio Cury e João Toledo
Letreiros Renato Batata
Design Diego Prosen
Pesquisa de personagens Flavia Maia
Correção de cor Henrique Reganatti
Produtor de finalização Giba Yamashiro
Produção Outros Filmes
Co-produção Studio Riff
Distribuição Descoloniza Filmes

GRADE DE HORÁRIOS
*Não abrimos segundas-feiras

9 de agosto (quinta-feira)
15h – Vinte Anos
17h – Alguma Coisa Assim
19h – Como Fotografei os Yanomami

10 de agosto (sexta-feira)
15h – Vinte Anos
17h – Alguma Coisa Assim
19h – Como Fotografei os Yanomami

11 de agosto (sábado)
15h – Vinte Anos
17h – Alguma Coisa Assim
19h – Como Fotografei os Yanomami

12 de agosto (domingo)
15h – Vinte Anos
17h – Alguma Coisa Assim
19h – Como Fotografei os Yanomami

14 de agosto (terça-feira)
15h – Vinte Anos
17h – Alguma Coisa Assim
19h – Como Fotografei os Yanomami

15 de agosto (quarta-feira)
15h – Vinte Anos
17h – Alguma Coisa Assim
19h – Como Fotografei os Yanomami

Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema ou no site ingresso.com . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00. Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: Custódia



Nota: filme exibido para os associados no último sábado (04/08/18) na Cinemateca Paulo Amorim 



Sinopse: O casal Besson divorciou-se. Para proteger o filho do pai que acusa de violência doméstica, Miriam pede a custódia total. Mas a juíza concede ao pai direito de visita. Refém entre os pais, Julien vai fazer tudo para evitar que o pior aconteça.
Em tempos em que o cinema vive uma crise de criatividade, é sempre bom perceber que há exceções, principalmente quando surge um filme que é criado para desafiar a nossa expectativa sobre o que está realmente acontecendo na tela. Se no nosso mundo real, onde testemunhamos situações cada vez mais absurdas, porém verdadeiras, os realizadores da sétima arte, por vezes, se veem obrigados em transportar essa realidade crua para as telas e fazermos com que a gente se identifique facilmente com elas. Custódia é um dramático suspense psicológico, do qual nos assusta pela possibilidade de algo parecido estar acontecendo muito mais próximo do que nós imaginamos. 
Dirigido pelo estreante Xavier Legrand, acompanhamos a história de um casal prestes a se divorciassem. Miriam (Léa Drucker, de Melhor professor da minha vida) acusa o marido Antoine (Denis Menochet de Bastardos Inglórios) de ser um homem violento e que sempre ameaça ela e seus filhos. Após um primeiro julgamento, é decidido que ele tem o direito em visitar os seus filhos, mas o filho mais novo Julien (Thomas Gioria) é o primeiro a se dar conta que isso, talvez, seja um grande equivoco.
O grande atrativo desse filme é sermos jogados em meio a uma situação do qual conhecemos somente a superfície, quando na verdade os problemas são de muitas camadas e das quais se encontram muito mais abaixo do que a gente imagina. O cineasta Xavier Legrand já surpreende ao criar um clima claustrofóbico, principalmente em seus planos fechados, realizando situações imprevisíveis e surpreendentes diálogos num único cenário. Isso já se cria nos primeiros minutos de filme muita tensão, pois não sabemos as reais atitudes de ambas as partes, mas já fazendo a gente ter consciência de uma instabilidade notória e sufocante.
Após esses minutos nós temos a chance de conhecermos melhor esses personagens, mas assim como acontece no prólogo, não há quase nenhum momento em que a gente descubra o que realmente aconteceu no passado dessa família, mas fazendo com que tenhamos uma ideia de acordo com ação e consequência de cada um deles. Consequência, aliás, que vem mais das atitudes de Antoine e das quais começam a transbordar no momento em que tenta a todo custo dialogar com o seu filho Julien.
Denis Menochet nos brinda com uma das atuações mais assustadoras desse ano. Mesmo com poucos diálogos, o ator transmite uma instabilidade emocional de seu personagem de uma forma assombrosa e fazendo com que tememos por cada novo passo que ele dará, seja quando está com o seu filho, ou quando tenta a todo custo tentar dialogar com a sua mulher. Já o seu filho é brilhantemente interpretado pelo ator mirim Thomas Gioria, cuja suas expressões de angustia sintetizam um clima mórbido que tende somente a piorar.
Falando nisso, o ato final nos reserva momentos surpreendentes, onde Xavier Legrand faz com que a sua câmera se torne os nossos olhos e fazendo que nos tornemos observadores impotentes perante a uma situação prestes a explodir. Se na cena da festa de aniversário da filha mais velha já sinaliza o que pode acontecer, a cena do apartamento, onde nela ocorre o epilogo, é uma verdadeira aula de suspense e que remete até mesmo o clássico de horror O Iluminado. Ao final, nos damos conta que aquela realidade não é moldada pelo bem e o mal, mas sim por pessoas emocionalmente desequilibradas, cuja suas ações definem o tipo de pessoas que elas serão pelo resto de suas vidas. 
Custódia é um filme assustadoramente real, pois nos faz testemunhar uma trama que pode estar acontecendo no outro lado da rua, ou até mesmo a poucos metros de sua própria porta.


Em cartaz: Cinemateca Paulo Amorim. R. dos Andradas, 736 - Centro Histórico, Porto Alegre.Horário: 15h15min. 
 
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