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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 5 de junho de 2018

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: Deixe a Luz do Sol Entrar

Nota: filme exibido para os associados do Clube de Cinema de Porto Alegre no último sábado (02/06/18)

Sinopse: Isabelle, interpretada pela expressiva atriz Juliette Binoche (Oscar de melhor atriz pela sua atuação em “O Paciente Inglês”), se envolve em diversos romances no decorrer da trama, que vão desde encontros casuais com o pai da sua filha, até um relacionamento precipitado com um homem que a tirou para dançar em uma festa.

Linguagem simplória, bastantes diálogos, encontros, desencontros amorosos e cenas levemente eróticas. Essa é a trama de Deixe a Luz do Sol Entrar, da cineasta Claire Denis, que  conta a história de uma mãe solteira e renomada artista plástica em busca do seu conto de fadas mas que nunca consegue obtê-lo. As situações da trama são empolgantes, mas chegando até mesmo a ser irritantes, principalmente nas cenas onde ela é rejeitada pelo personagem do ator de teatro vivido por Nicolas Duvauchelle, que apareceu em Desejo e Obsessão (2001) e Minha Terra, África (2009), também da cineasta Claire Denis. As cenas com Duvauchelle talvez sejam as melhores do filme, no sentido de mostrar a tensão de um primeiro encontro, a dúvida sobre o passo seguinte a dar, as palavras como agentes de atrito e assim por diante.
Talvez o filme somente decline um pouco, mas só um pouco, a partir de uma cena de festa, em que aparece um sujeito um tanto exótico, que chama a atenção de Isabelle. Sua aparência e seus gestos até provocam alguns risos da plateia. O humor em Deixe a Luz do Sol Entrar é bastante criativo e muito bem-vindo, servindo para acentuar  o tom de tristeza da personagem.
Com mais 50 anos, a estrela Juliette Binoche confirma que sempre está reinventando em suas atuações e captada pelas luzes do cinema. Sensual, mas com um teor comportado, maduro e resolvido, a estrela francesa tem a naturalidade exigida pela determinada Isabelle, que puxa toda a trama do filme e colocando todo ela em seu bolso.
A premissa do filme bem que renderia também uma comédia romântica previsível, mas o lado documental de Denis e o roteiro esperto, feito ao lado de Christine Angot, previnem isso e fortalecem Binoche ao não cair na vala comum desse tipo de gênero cinematográfico. Artista plástica, Isabelle não quer o sufoco de uma relação unilateral (daí, aos poucos, se livrar de Vincent, um banqueiro enfadonho e ridículo vivido por Xavier Beauvois) e tem por meta ser amada sem muita possessividade, oferta temporária da relação com o ator interpretado por Nicolas Duvauchelle. 
Crivado de reflexões em torno da cumplicidade amorosa, Deixe a luz do sol entrar encanta por não correr a favor de fórmulas. Tortuosa, a representação é da busca por amor, de alguém desesperado por viver algo real, às vias da terceira idade. Além do gritante brilho de Juliette Binoche, o filme também rende uma preciosa presença especial do icônico Gérard Depardieu, na pele de um vidente que surge nos momentos finais da obra. Falando nela, os créditos finais do filme é um dos mais criativos do cinema recente e gerando uma agradável surpresa para aqueles que assistem. 

Onde assistir: Cinemateca Paulo Amorim:  R. dos Andradas, 736 - Centro Histórico, Porto Alegre. Horário: 17h30.
  

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Cine Dica: Maurice Pialat, Gus Van Sant, Frankenstein e Nosferatu (5 a 13 de junho)

CLÁSSICOS DO HORROR EM SESSÕES MUSICADAS, OBRAS DE MAURICE PIALAT E GUS VAN SANT SÃO ATRAÇÕES DA SEMANA NA CINEMATECA CAPITÓLIO PETROBRAS
 
A programação de junho da Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta cópias restauradas em alta definição de Infância Nua (1968) e Van Gogh (1991), dois filmes essenciais de Maurice Pialat, um dos principais nomes do cinema francês pós-Nouvelle Vague. Em diálogo com Van Gogh, que retrata os últimos meses da vida do pintor holandês, também ganha exibição o filme Últimos Dias, de Gus Van Sant, inspirado e dedicado ao maior ícone do movimento grunge, Kurt Cobain, líder do Nirvana. O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos. A programação tem apoio da Embaixada da França, da Cinemateca da Embaixada da França no Brasil, do Institut Français, e da distribuidora MPLC.
Os filmes Réquiem para Sra. J, do sérvio Bojan Vuletić, e Antes Que Tudo Desapareça, do japonês Kiyoshi Kurosawa ficam em cartaz até o dia 13 de junho. O valor do ingresso para os dois filmes em cartaz é R$ 16,00, com meia entrada para estudantes e idosos.

NOSFERATU E FRANKENSTEIN MUSICADOS

Na terça-feira, 05 de junho, às 20h30, acontece a reprise da sessão musicada de Nosferatu, de F. W. Murnau, uma das exibições mais aclamadas do Fantaspoa 2018. A pedido do público, na quarta-feira, 06 de junho, às 20h30, acontece a terceira reprise da sessão musicada de Frankenstein, de James Whale. O valor promocional do ingresso é R$ 10,00.

Os ingressos podem ser adquiridos antecipadamente na bilheteria da Cinemateca Capitólio Petrobras a partir deste sábado, 02 de junho.

Na origem do cinema, no início do século 20, as projeções dos filmes eram acompanhadas de apresentações simultâneas de grupos musicais, que ficavam responsáveis por produzir ao vivo a trilha sonora da película. Quase um século depois, a banda Jazz à Pampa busca resgatar tal experiência na atualidade, numa atividade realizada em parceria com o Instituto Goethe de Porto Alegre. A banda base conta com Rodrigo Cordeiro, Vinicius Polleto, Isaias Luz e Térence Veras, e tem a participação do Ronaldo Pereira, da Kula Jazz. Nosferatu (Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens, 1922, 94 minutos), de F.W. Murnau. Nosferatu é uma adaptação cinematográfica do romance Drácula, de Bram Stoker, e conta a história de um vampiro, o conde Graf Orlock, que está vendendo seu castelo nos Montes Cárpatos para se mudar para Bremen, na Alemanha. O conde, que se apaixona pela jovem casada com o agente imobiliário Ellen, espalha terror na cidade alemã.
Em comemoração aos 200 anos do lançamento do romance Frankenstein ou o Moderno Prometeu, de Mary Shelley, a décima quarta edição do Fantaspoa celebra este, que é considerado um marco absoluto da literatura romântica e gótica, com a sessão musicada do clássico Frankenstein, de James Whale. A banda Quarto Sensorial uniu esforços com o Fu_k The Zeitgeist e criou uma trilha sonora especificamente para a ocasião, que executará ao vivo, durante a exibição do filme. Abusando de criatividade e extrapolando as noções de gênero musical, os músicos prometem uma experiência única e inesquecível até para os mais familiarizados com a obra.

MAURICE PIALAT EM DOIS TEMPOS
Pintor por vocação, Maurice Pialat estudou Artes Decorativas e Belas Artes. Em 1955 entrou no mundo do teatro, mas ia dedicar-se depois ao cinema. Em 1968, dirige o seu primeiro filme intitulado Infância Nua, interpretada por atores não profissionais. Fez parte da geração imediatamente posterior à da Nouvelle Vague Francesa, e construiu uma obra sólida dedicada a dramas intimistas que podiam ser vistos nos gestos, nos nervos e nas peles de suas personagens. Trabalhou com os atores franceses mais famosos da sua época: Gérard Depardieu, Isabelle Huppert, Sandrine Bonnaire, extraindo deles algumas das grandes performances da história do cinema. Dirigiu em 1991 a obra-prima Van Gogh, rendendo homenagem ao pintor homônimo.

INFÂNCIA NUA
(L’Enfance Nue, França, 1968, 12 anos, 83’)
Direção: Maurice Pialat

Exibição em HD
François é um menino que, após ter sido abandonado por sua mãe, mostra uma conduta agressiva que o impede de se integrar ao mundo que o rodeia.

VAN GOGH
(França, 1991, 14 anos, 158’)
Direção: Maurice Pialat

Exibição em HD
Maurice Pialat se concentra nos últimos 67 dias de vida de Van Gogh. No final da primavera de 1890, o pintor se muda para Auvers-sur-Oise, onde se hospeda sob os cuidados do Dr. Gachet. Acompanhamos seu envolvimento amoroso com a filha do Dr. Gachet e seu relacionamento conturbado com o irmão Theo. Com uma linda fotografia que remete às obras de Renoir e Manet, Pialat realiza um fascinante retrato da vida íntima e do cotidiano desse genial artista.

FILMES EM EXIBIÇÃO

ÚLTIMOS DIAS
(Last Days)
Um filme de Gus Van Sant
97 minutos., 2005, Estados Unidos, HD

Distribuição: MPLC
Sinopse Últimos Dias é uma meditação de Gus Van Sant sobre os demónios interiores que atormentam um jovem músico talentoso, mas perturbado, nas últimas horas da sua existência. Blake (Michael Pitt) é um artista introspectivo, prostrado pelo peso do sucesso como estrela rock, que o conduziu a uma solidão sem fim. Refugiado numa casa no meio de um bosque, tenta fugir à sua vida, às pessoas que o rodeiam, aos amigos que o procuram a pedir favores ou dinheiro, às suas obrigações. "Last Days - Últimos Dias" segue Blake, um fugitivo da sua própria vida, nas suas últimas horas. O filme é inspirado e dedicado ao maior ícone do movimento grunge, Kurt Cobain, líder dos Nirvana.

RÉQUIEM PARA SRA. J
(Rekvijem za gospodju J.)
um filme de Bojan Vuletić
94 min., 2017, Sérvia/Bulgária/Macedônia/Rússia/França, DCP

Distribuição: Zeta Filmes
sinopse Jelena já viveu o suficiente. Seu marido morreu há um ano, ela se sente cansada e solitária apesar de suas duas filhas e sua sogra, todas vivendo em seu apartamento. Ela decidiu que, no final da semana, no aniversário da morte do marido, ela se suicidará. Ela tem uma pistola pronta. Mas, há uma série de coisas para resolver: ela precisa devolver uma poltrona que pegou emprestada com um vizinho, colocar sua fotografia na lápide e renovar seu cartão de seguro de saúde. Gradualmente, esta mulher tranquila e humilde começa a perceber que nada é simples em um país que está constantemente caminhando entre o tormento e a transição.

ANTES QUE TUDO DESAPAREÇA
(Sanpo suru shinryakusha)
um filme de Kiyoshi Kurosawa
129 min., 2017, Japão, DCP

Distribuição: Zeta Filmes
sinopse Três alienígenas viajam para a Terra em uma missão de reconhecimento para preparar uma invasão em massa. Tendo tomado posse de corpos humanos, os visitantes roubam de seus hóspedes a essência do seu ser, o senso do bem e do mal, de propriedade, família e pertencimento. A essência psicológica e espiritual de toda a humanidade está em jogo.


GRADE DE HORÁRIOS
5 a 13 de junho de 2018

5 de junho (terça)
14h - Réquiem para Sra. J 
15h45 - Antes Que Tudo Desapareça
18h – Infância Nua
20h30 – Nosferatu (sessão musicada)

6 de junho (quarta)
14h - Réquiem para Sra. J 
15h45 - Antes Que Tudo Desapareça
18h – Infância Nua
20h30 – Frankenstein (sessão musicada)

7 de junho (quinta)
14h - Réquiem para Sra. J 
15h45 - Antes Que Tudo Desapareça
18h – Infância Nua
19h30 – Van Gogh

8 de junho (sexta)
14h - Réquiem para Sra. J 
15h45 - Antes Que Tudo Desapareça
18h – Infância Nua
20h – Últimos Dias

9 de junho (sábado)
14h - Réquiem para Sra. J 
15h45 - Antes Que Tudo Desapareça
18h – Infância Nua
19h30 – Van Gogh

10 de junho (domingo)
14h - Réquiem para Sra. J 
15h45 - Antes Que Tudo Desapareça
18h – Infância Nua
20h – Últimos Dias

12 de junho (terça)
14h - Réquiem para Sra. J 
15h45 - Antes Que Tudo Desapareça
18h – Infância Nua
19h30 – Van Gogh

13 de junho (quarta)
14h - Réquiem para Sra. J 
15h45 - Antes Que Tudo Desapareça
18h – Infância Nua
20h – Últimos Dias

Cine Dica: Ciclo de Cinedebate 50 anos do Maio de 68


O SindBancários promove um ciclo de cinema sobre os 50 anos das revoltas de Maio de 1968. Em parceria com Departamento de História da UFRGS, através do Luppa (Laboratório de Estudos sobre os Usos Políticos do Passado) e com o apoio da Cinemateca da Embaixada da França no Brasil e do Institut Français, serão exibidos no CineBancários quatro filmes que abordam o tema, seguidos de debates abertos a plateia. Participam como debatedores e palestrantes os historiadores Erick Kayser, Pericles Gomide, Nilo Piana de Castro e Raul Pont, ex-prefeito de Porto Alegre e líder estudantil em 1968. 

Programação:
* 4/6: “Maio de 68: Uma Estranha Primavera – Parte 1” (França, 2018) Dir: Dominique Beaux Debatedores: Erick Kayser & Péricles Gomide (Historiadores)
* 11/6: “Loucuras de uma primavera” (França, 1990). Dir: Louis Malle Debatedor: Nilo Piana de Castro (Historiador)
* 18/6: “Maio de 68: uma estranha primavera – Parte 2” (França, 2018) Dir: Dominique Beaux Debatedores: Erick Kayser & Péricles Gomide (Historiadores)
* 25/6: “Utopia e barbárie” – (Brasil, 2005). Dir.: Silvio Tendler. Debatedor: Raul Pont (ex-prefeito de POA e lider estudantíl em 1968) 

Certificados:
Serão confeccionados certificados de horas de atividades complementares, custeados pelos próprios participantes, emitidos pela UFRGS.
Inscrições
no link: https://bit.ly/2Kx7xSy ou no próprio local.
As sessões serão gratuitas.
Promoção e apoio:
SindBancários de Porto Alegre e Região
Luppa (Laboratório de Estudos sobre os Usos Políticos do Passado)/Departamento de História da UFRGS
Cinemateca da Embaixada da França no Brasil
Institut Français

segunda-feira, 4 de junho de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: Tropykaos


Sinopse: O escritor Guima tem prazo para entregar um livro. Mas ele não consegue trabalhar por causa do intenso calor de Salvador. Ele sente medo, raiva e dor por causa do calor que vem de dentro e de fora. Tudo piora quando o ar condicionado da casa pifa e ele precisa desesperadamente de um novo aparelho.

Mesmo num calor escaldante, o verão é a estação associada às férias e praias no Brasil. Porém, o trabalhador, seja ele braçal ou intelectual, sofre com o calor infernal, da qual, por vezes, pode causar delírios, principalmente na falta de recursos ou no nascimento do estresse vindo da própria rotina.  Tropykaos de Daniel Lisboa, em seu primeiro projeto como diretor realiza algo em torno disso e, mesmo com trama se passando em Salvador/Bahia, cujo calor alto é rotineiro, é fácil nos identificarmos, pois o calor sócio – climático nos visita sem aviso e nos faz botar para fora o nosso pessoal conflito.
Uma das ideias mais criativas que Lisboa inseriu na trama é exatamente essa: refletir sobre o direito do personagem principal pelo ar condicionado para sair do seu sufoco físico e mental, do qual o calor infernal pode causar, se tornando, então, uma síntese dos direitos políticos frente a um governo corrupto e que trata o seu cidadão com desdém. Embora o filme não se posicione explicitamente sobre qualquer causa dos males contemporâneos, é muito mais interessante o retrato caricato e crítico contra a mídia que tenta manipular o cidadão comum por meio de um jornal sensacionalista em busca de somente audiência.
Mas independente de qual forma de mídia, somos atingidos por propagandas desenfreadas, capitalistas e se criando da vida do dia a dia uma realidade plástica, mas pronta para implodir. O carnaval, por exemplo, se torna uma válvula de escape, para o cidadão comum saciar as suas necessidades, mesmo que de uma forma passageira, assim como alienação pelo futebol. Não é a toa que o protagonista se encontra num estado conflituoso, ao receber um valor adiantado pelo governo para entregar um trabalho de abertura das festas, mas se não concluí-lo, terá que devolver o dinheiro e o calor, então, se torna o seu calvário. 
Daniel Lisboa consegue com poucos recursos elaborar um retrato da queda física e mental do protagonista, do qual é defendido por uma interpretação assombrosa do ator Gabriel Pardal (Futuro Junho). Essa tensão da trama se cria um verdadeiro suspense psicológico, onde o sol se torna uma espécie de olho maligno, pronto para deixar o protagonista em total desequilíbrio. A fotografia, aliás, se torna um dos pontos altos da produção, pois mesmo num cenário cheio de luz, as sombras se tornam um lugar acolhedor devido ao extremo calor.
Contudo, embora Gabriel Pardal seja a alma do filme, é Manu Santiago que rouba a cena ao interpretar a namorada dele. Sua personagem surge de forma discreta, mas se destacando ao inserir poesia em suas palavras e questionando situações sobre a moral e os bons costumes contemporâneos: a cena em que ela enfrenta um machista na rua, mesmo num curto espaço de tempo, é um dos melhores momentos do longa.
Dando ares de um cinema autoral, Daniel Lisboa aponta para um cinema perfeccionista, onde as cenas se casam com versos poéticos e reflexivos. As tomadas do apartamento do protagonista, por exemplo, mesmo sendo um refugio se tornam claustrofóbicas quando o ar condicionado do local se torna ausente e tornando o seu buraco um refugio, mesmo com o sol forte no lado de fora atingindo. Os minutos finais são puramente filosóficos, onde tiremos nossas próprias conclusões perante uma situação inverossímil, mas ao mesmo tempo, fazendo todo o sentido. 
Tropyakos é mais do que um filme que demonstra o fortalecimento da “nova onda do cinema baiano”, como também sintetiza o lado saturado do homem perante o capitalismo desenfreado desse mundo contemporâneo.

Onde assistir: Cinebancários: R. Gen. Câmara, 424 - Centro Histórico, Porto Alegre. Horário: 15horas.