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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 27 de julho de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: Transformers: O Último Cavaleiro



Sinopse:O gigante Optimus Prime embarcou em uma das missões mais difíceis de sua vida: encontrar, no espaço sideral, os Quintessons, seres que possivelmente são os responsáveis pela criação da raça Transformers. O problema é que, enquanto isso, seus amigos estão precisando de muita ajuda na Terra, já que uma nova ameaça alienígena resolveu destruir toda a humanidade.

Quando eu assisti ao segundo filme da franquia Transformers, acabei sendo que bombardeado por um roteiro confuso, efeitos especiais ensandecidos e momentos absurdos que até Deus duvida. Isso fez me afastar da franquia, mas como na vida tudo se perdoa, decidi revisitá-la e assistir toda ela até o seu quarto filme. Decidi fazer esse sacrifício, mas para me manter em dia com o que aconteceu anteriormente, para daí então encarar sem medo Transformers O Último Cavaleiro, mas novamente me deparo com uma montanha russa de proporções apocalípticas.
Novamente dirigido pelo incansável Michael Bay, a trama começa em vários séculos do passado, onde se descobre que o mago Merlin teve ajuda de antigos Transformers que, graças a um cajado que ele ganhou deles, fez com que ajudasse o rei Arthur em várias batalhas. No presente, Optimus prime, seus companheiros, além de seus inimigos, se tornam fugitivos e procurados sem trégua pelo governo americano. Ao mesmo tempo, o planeta natal deles está se dirigindo a terra e criando então uma séria ameaça para a humanidade.
Como podem ver, assim como aconteceu nos filmes anteriores, o roteiro é praticamente o mesmo, onde mostra os heróis robóticos fazendo parte dos principais eventos da história e fazendo com que tudo se interligue e nos forçando em aceitar isso com a maior naturalidade. Quando nos damos conta disso, ou a gente aceita numa boa, ou começa a reclamar para Deus e o mundo e começar a ficar se perguntando se vale à pena encarar quase três horas projeção. Aceitar até que se torna fácil, se não levarmos em nenhum momento a sério toda a situação vista na tela, para que daí então a sessão se torne ao menos divertida.
O problema é a incessante repetição em não trabalhar melhor nas personalidades dos robôs e dando mais destaque ao elenco humano que, pasmem, chegam a ser piores na atuação do que os próprios personagens alienígenas. Assim como aconteceu no último filme, Mark Wahlberg novamente volta ao posto de protagonista, sendo que a sua canastrice até que não chega atrapalhar o resultado final, pois ela é misturada em meio a tanta correria, efeitos e explosões. Para piorar, se a intenção dos roteiristas era para que o seu lado paternal fosse renovado com a presença da pequena aventureira Izabella (Isabela Moner) que surge em cena, isso é meio que abandonado ao longo da projeção.
E para se tornar convincente (pode mesmo isso?) a possibilidade dos robôs fazerem parte de inúmeros momentos históricos da humanidade, entra em cena a historiadora Vivien Wembley (Laura Haddock) e Sir Edmund Burton (Anthony Hopkins). A meu ver, Laura Haddock nada mais é do que uma segunda versão do tipo garota sex de Megan Fox dentro da franquia, mas com uma importância mais elevada, o que não quer dizer muita coisa. Já Anthony Hopkins, mesmo em meio a efeitos visuais e trama absurda, o seu personagem, do qual é membro de uma organização super secreta, se torna o mais cativante, descontraído e nos fazendo rir a todo o momento ao lado do seu fiel mordomo robô que, pasmem, é o personagem mais bem elaborado dentre os seres robóticos.
A partir daí, não espere muita coisa em termos de originalidade, pois o que veremos do final do segundo ao terceiro ato final, nada mais é do que aquilo tudo que a franquia de Michael Bay já apresentou ao longo desses anos: explosões, muitos efeitos visuais, brigas de robôs, câmera girando em 360º graus, corrida de carros, sol no horizonte, patriotismo americano exagerado, piadas saltando em meio ao caos e sempre o discurso decorado do herói Optimus Prime. É claro que, após tantos anos, fica notório nesse quinto filme que a formula já está mais do que esgotada, mas os segundos finais dão a entender que haverá mais aventuras desses seres robóticos anabolizados, desde que tenha um bom retorno nas bilheterias é claro. 
Transformers: O Último Cavaleiro é aquele tipo de filme do qual lhe deixa com a sensação de ter ficado bêbado após a sessão, ao ponto de você ir atrás da saída do shopping, mas que acaba dando de encontro com a porta do banheiro.  


Leia também: Quadrilogia Transformers.


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quarta-feira, 26 de julho de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: Na Vertical

Sinopse: Um cineasta precisa criar sozinho o filho recém-nascido depois que sua namorada o abandona.

O título do filme, Na Vertical, pode até ser compreendido em seus minutos finais. Contudo, pouco é dito sobre o seu significado, até certo momento, pois esse novo filme de Alain Guiraudie (Um Estranho no Lago) é rodeado de mistérios. Esse teor enigmático aumenta como um todo, principalmente ao desafiar a expectativa do cinéfilo que assiste, tanto no ponto de vista concreto como também até mesmo do abstrato.
Também é um filme que coloca o crítico num ponto que o faz levantar inúmeros questionamentos. Assim como foi em seu filme anterior, Guiraudie encara a proeza de colocar imagens explicitas, mas que, diferente do que se imagina, não soam vulgares e tão pouco sendo um soco no estômago para os mais conservadores. Contudo, ele adensa o sentido de enigma e fortalece a linguagem alusiva dos protagonistas, procedimentos que dão ao filme um teor consistente ainda maior que sua obra anterior.
Embora corajoso com a possibilidade de seu conteúdo se resumir em sua sinopse, deve se levar em conta alguns pontos a serem discutidos. O protagonista Leo (Damien Bonnard) é um roteirista de cinema que perambula pelo interior da França em busca de algo original para seu próximo projeto. Nessa cruzada, conhece um jovem que, num primeiro momento, tenta convencê-lo a participar do seu filme, mas não obtendo sucesso.
Posteriormente, se descobre que o rapaz mora com um senhor de idade e que, aparentemente, possuem uma relação ambígua.  Após isso, o protagonista conhece uma jovem pastora de ovelhas, Marie (India Hair), que conversa por um bom tempo com ele sobre o perigo que os lobos selvagens trazem para o rebanho naquele território. A moça é mãe solteira, tem dois filhos e mora com o pai.
Uma atração entre ela e Leo desperta de uma forma fortíssima. A história gera então consequências, com a chegada de um novo filho (o nascimento da criança é provocador e realístico) e dando continuidade do relacionamento de Leo com esses personagens do interior da França. Ao mesmo tempo, Leo troca ligações desesperadas com o produtor de seu projeto, do qual exige informações sobre o desenvolvimento da trama.
Mas, embora com toda essa descrição que eu dou acima, isso não dá conta do verdadeiro teor que o filme tem como um todo e que, sem abusar das relações imprevisíveis, a trama avança de tal modo que acaba nos deixando despreparados com o que irá surgir em sua reta final. Dificilmente aqueles que forem assistir a essa obra irão prever o que virá a seguir e o que faz dela algo genuinamente especial. O ápice do filme se encontra em seu final simbólico, do qual podemos interpretá-lo de inúmeras formas, que vai desde em aceitar a diferença do seu próximo e encarar o mistério do seu desconhecido.
Na Vertical é original e imprevisível em sua proposta, pois quebra a perspectiva do cinéfilo e o deixando em território completamente desconhecido. 

Cine Dica: Em Cartaz: Fala Comigo

Sinopse: Filho de terapeuta sente prazer em telefonar para os clientes da mãe, dando início a uma relação complicada com uma mulher.

No decorrer dos últimos anos vem surgindo uma nova tendência em nosso cinema brasileiro, onde se é abordado em determinados filmes, a desconstrução das famílias de classe média atual brasileira. Títulos como Casa Grande, A que Horas ela Volta? e Mãe Só Há Uma, são exemplos recentes que quebram com o cenário da harmonia pálida de determinadas famílias e que colocam para fora, tanto os seus preconceitos, como também o cansaço de se manter uma realidade insustentável. Fala Comigo é o mais novo filme dessa tendência que, se por um lado, não possui as mesmas proporções avassaladoras dos filmes aqui citados, pelo menos segue a tendência do que já está estabelecido.
Dirigido por Felipe Sholl (HOJE), acompanhamos a história de Diogo (Tom Karabachian), filho da psicóloga Clarice (Denise Fraga), que decide telefonar para as clientes de sua mãe, para ouvir as suas vozes e se masturbar durante o ato. Numa dessas ligações, começa a ter uma forte atração pela paciente Ângela (Karine Teles de A Que Horas ela volta?), da qual sofre pelo fato do seu marido tela abandonado. Não tarda para que ambos acabem se conhecendo, iniciando uma ardente relação, mas que acabam sofrendo a resistência e o preconceito por parte dos pais de Diogo. 
Embora a trama não tenha certa originalidade, o filme ganha nossa atenção, graças aos seus desdobramentos da trama e dos quais obtém a nossa atenção do começo ao fim. Mesmo não sendo um veterano no ramo da direção, Felipe Sholl consegue passar segurança na direção, principalmente em momentos dos quais se exige certo grau de sensibilidade, principalmente com relação ao mundo dos jovens que a recém estão se descobrindo. Além disso, o cineasta consegue extrair o melhor desempenho de cada um dos envolvidos, ao ponto de conseguir nos passar toda a confusão psicológica e mudanças da vida em que os seus personagens estão passando. 
Se Denise Fraga cumpre com louvor novamente o seu desempenho em cena, Tom Karabachian, como Diogo, acaba se tornando então um verdadeiro achado. Embora as ações de seu personagem possam ofender alguns num primeiro momento, ele nos passa aos poucos todas as transformações internas e sentimentais das quais o seu personagem passa, sintetizando então uma representação honesta do adolescente para a fase adulta e ganhando aos poucos a nossa simpatia. Porém, Karine Teles como Julia é a verdadeira alma do filme.
Se em A que Horas Ela Volta?, Teles conseguia conquistar a nossa simpatia, mesmo através de uma personagem da qual facilmente poderíamos odiar, aqui, ela consegue nos passar toda a confusão sentimental da qual a sua personagem vai passando desde os primeiros momentos do filme. Ao conhecer Diogo, Julia vê nele não somente o desejo, como também uma espécie de recomeço e o caminho para a felicidade que antes não havia sido alcançado. Ambos os atores em cena possuem uma química contagiante e fazendo com a gente tenha o desejo de torcer por eles.
Nesse quadro então apresentado a nós, a personagem de Karine Teles seria uma representação dos novos tempos, das quais ela não se vê impedida pelas amarras dos falsos bons costumes ainda existentes em nosso mundo contemporâneos. Já a personagem de Denise Fraga seria a resistência, não só com a intenção de querer proteger o seu filho, como também em ainda acreditar no valor de se manter a família intacta, mesmo quando ela já se encontra em frangalhos. Se o politicamente correto surge aqui para frear os desejos do casal central, ao mesmo tempo, o roteiro deixa claro quando essa lei criada pelos bons costumes se torna então hipócrita e que nada mais serve além de somente impedir das pessoas realmente serem felizes.
Embora os seus minutos finais se tornem um tanto que previsíveis, Fala Comigo é um filme que levanta as bandeiras da sensibilidade e tolerância e das quais precisamos tanto hoje em dia.  
 

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terça-feira, 25 de julho de 2017

Cine Dica: Curso Elvis Presley em Hollywood

Curso

Apresentação

Rei do Rock? Cantor mediano? Voz inconfundível? Somente um rosto bonito entre roqueiros lendários? As opiniões sobre Elvis Presley variam, mas seu impacto na cultura pop global é unânime. Resultado de uma estratégia de comunicação e marketing que o tornou uma das maiores estrelas de seu tempo, Elvis transitou entre mídias e teve no cinema um aliado importante. Atuou em 31 filmes entre 1956 e 1969, tendo bom desempenho em títulos como O Prisioneiro do Rock (1957), Balada Sangrenta (1958), Feitiço Havaiano (1961) e Amor a Toda Velocidade (1964).


Para marcar os 40 anos da morte do ídolo, o curso vai vasculhar a longa produção cinematográfica do roqueiro, destacando as cenas das produções mais importantes sempre as relacionando a contextos histórico-culturais, bastidores ou curiosidades. A experiência de Elvis Presley no cinema também será observada pelo ponto de vista documental, ficcional e por meio de concert movies e biopics lançados após sua morte, entre 1979 e 2016.



Objetivos

O Curso Elvis Presley em Hollywood – It’s Now or Never, ministrado por Danilo Fantinel, vai revisitar a carreira do rei do rock em sua experiência muito bem sucedida como estrela de cinema. A biografia de Elvis Presley será passada a limpo com especial atenção para as inovadoras estratégias de comunicação e marketing desenvolvidas especialmente para o artista, que viraram regra a partir de então. A passagem de Elvis Presley por Hollywood provocou forte impacto cultural na sociedade, revelando novas possibilidades de diálogo entre o cinema e a música. O curso será fartamente ilustrado com cenas famosas e icônicas de vários filmes do artista, que nos auxiliarão a identificar o legado artístico de Elvis Presley também universo do cinema.



Conteúdo programático

Aula 1
- Biografia e impacto cultural
- Elvis, música e cinema
- Principais filmes como ator (1956 – 1969)


Aula 2
- Documentários, biopicsconcert movies (1970 – 2016)
Aloha from Hawaii e especiais para a TV
- Filmes ficcionais sobre o ídolo pós-morte



Ministrante: Danilo Fantinel
Doutorando em Comunicação e Informação (UFRGS), estuda as relações entre o cinema e o imaginário antropológico. Cobre shows nacionais e internacionais há 17 anos, incluindo festivais de música no Brasil e no exterior. Colaborador da revista “Veja” e integrante da Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (ACCIRS). Publica críticas no portal “Papo de Cinema”. Ministrou o curso Rock'n Cine: A História do Rock’n’Roll no Cinema pela Cine Um, e também na Unisinos e no Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS).



Curso
Elvis Presley em Hollywood:
It's Now or Never
de Danilo Fantinel

Datas: 05 e 06 de Agosto (sábado e domingo)

Horário: 14h às 17h

Duração: 2 encontros presenciais (6 horas / aula)

Local: Cinemateca Capitólio
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico - Porto Alegre - RS)

Investimento: R$ 85,00
* Desconto para pagamento por depósito bancário:
a) R$ 70,00 (primeiras 10 inscrições)
b) R$ 80,00 (demais inscrições)

Formas de pagamento: Depósito ou transferência bancária / Cartão de crédito (PagSeguro)

Material: Certificado de participação e Apostila

Informações
cineum@cineum.com.br  /  Fone: (51) 99320-2714


Realização
Cine UM Produtora Cultural

Patrocínio
Editora Intrínseca
Back in Black
Cine Victória
B&B Games
Apoio
Cinemateca Capitólio Petrobras

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE CINEMA DO DIA 20 A 26 DE JULHO DE 2017 NA CASA DE CULTURA MARIO QUINTANA

Cidadão Ilustre

SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES
SALA 1 / PAULO AMORIM
 15h – MÁS NOTICIAS PARA O SENHOR MARS
(Des Nouvelles de la Planète Mars - França/Bélgica, 2016, 100min). Direção de Dominik Moll, com François Damiens, Vincent Macaigne, Veerle Baetens. Imovision, 14 anos. Comédia dramática.
Sinopse: Philippe Mars tenta fazer tudo corretamente: é um bom pai, um ex-marido tolerante, um colega de trabalho compreensível. Mas, em seu cotidiano, parece que ninguém pensa ou age racionalmente. Apaixonado pelas coisas do espaço, Mars lembra um planeta não alinhado ao sistema - até o momento em que resolve assumir o controle da situação.

17h – FACES DE UMA MULHER
(Orpheline - França, 2017, 110min). Direção de Arnaud des Pallières, com Adèle Haenel, Adèle Exarchopoulos, Solène Rigot. Mares Filmes, 14 anos. Drama.
Sinopse:  Karine é professora de uma escola primária e tem uma relação estável com seu namorado. Mas o cotidiano tranquilo muda no dia em que a polícia bate na sua porta, acusando-a de um crime do passado. Quatro atrizes diferentes contam a história da protagonista, que sobreviveu a uma vida difícil e agora precisa reviver seus pesadelos pessoais.

19h – A GAROTA OCIDENTAL
(Noces – Bélgica/Paquistão/França, 2016, 100min). Direção de Stephan Streker, com Lina El Arabi, Sébastien Houbani, Babak Karimi. CineArt Filmes, 14 anos. Drama.
Sinopse: Zahira tem 18 anos e descobre que está grávida. Apesar da família viver em Luxemburgo, um pequeno país de costumes ocidentais, os pais de Zahira são muçulmanos fervorosos. Diante desta situação, a jovem precisa decidir se esconde a verdade dos pais e opta por um aborto ou aceita se casar com um homem paquistanês, conforme as tradições seculares de sua religião.

PROGRAMAÇÃO DE 20 A 26 DE JULHO DE 2017
SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES
SALA 2/ EDUARDO HIRTZ

15h30 – BRUXARIAS
(Brujerias – Espanha, 2016, 80min). Animação de Virginia Curiá. Vitrine Filmes, Livre.

Sinopse: O desenho animado de origem espanhola acompanha a relação de Malva, uma menina de 10 anos, com sua avó. A senhora é uma curandeira, que lida com ervas e produtos medicinais naturais e tem outros poderes mágicos. Ao mesmo tempo, uma empresária do ramo de cosméticos tenta descobrir os segredos da avó de Malva, transformando a vida da menina numa sucessão de aventuras e mistérios.

17h15 – O CIDADÃO ILUSTRE
(El Ciudadano Ilustre – Argentina, 120min, 2017). Direção de Mariano Cohn e Gastón Duprat, com Oscar Martinez, Dady Brieva e Andrea Frigerio. CineArt Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: O escritor argentino Daniel Mantovani, vencedor do Prêmio Nobel, aceita voltar ao povoado onde nasceu para receber o título de Cidadão Ilustre. Ele mora há mais de quatro décadas na Europa e nunca mais havia visitado sua terra natal – um reencontro que vai gerar algumas situações constrangedoras para o autor e velhos amigos.

19h30 – MULHER DO PAI
(Brasil, 95min, 2017). Direção de Cristiane Oliveira, com Maria Galant e Marat Descartes. Vitrine Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: O primeiro longa da diretora gaúcha foi rodado na fronteira do Brasil com o Uruguai e gira em torno de Nalu, uma adolescente que precisa cuidar de Ruben, seu pai, que ficou cego há alguns anos. É um cotidiano simples, de cidade do interior, mas tudo começa a mudar quando uma nova professora do povoado se interessa por Ruben.
 

PROGRAMAÇÃO DE 20 A 26 DE JULHO DE 2017
SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES
SALA 3 / NORBERTO LUBISCO

15h15 – ALÉM DA ILUSÃO
(Planetarium - França, 2017, 110min). Direção de Rebecca Zlotowski, com Natalie Portman, Lily-Rose Depp, Emmanuel Salinger. Mares Filmes, 14 anos. Drama.
Sinopse: No período entre as duas guerras mundiais, as irmãs Laura e Kate viajam pela Europa oferecendo seus poderes mediúnicos para pessoas saudosas de seus entes queridos. A encenação das garotas durante uma temporada em Paris chama a atenção de Korben, um polonês rico interessado em cinema e que resolve filmar as sessões mediúnicas - mas, à época, a Sétima Arte ainda engatinhava nas possibilidades de mostrar o que não é real.

17h15 – UM ACIDENTE DE CAÇA
(Moy laskovyy i nezhnyy zver – União Soviética, 1978, 105min). Direção de Emil Loteanu, com Galina Belyayeva, Oleg Yankovskiy. MosFilm, 14 anos. Drama.
Sinopse: O filme é uma adaptação da novela de Anton Chekhov, publicada entre 1884 e 1845 e considerada uma precursora do romance psicológico. A personagem principal é Olga, uma garota de origem humilde que, aos 17 anos, é cortejada por três homens. Ela se casa por dinheiro com um aristocrata de 50 anos e tenta manter um romance secreto com o homem que ama. O longa integra a Série Cinema Soviético, com títulos do famoso estúdio MosFilm.

19h15 – DANADO DE BOM
(Brasil, 80min, 2016). Documentário de Deby Brennand. Inquietação filmes, Livre.

Sinopse: O documentário recupera a trajetória de João Leocádio da Silva (1935-2013), um dos maiores letristas da música do Nordeste e praticamente desconhecido do grande público. Da infância humilde às parcerias com Luiz Gonzaga, Silva deixou mais de dois mil sucessos, incluindo “Pagode Russo”, “Danado de Bom” e “Nem se Despediu de Mim”. O filme conta com depoimentos de artistas como Elba Ramalho, Dominguinhos e Gilberto Gil. 

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segunda-feira, 24 de julho de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: De Canção em canção

Sinopse: Em Austin, no Texas, dois casais - os compositores Faye (Rooney Mara) e BV (Ryan Gosling), e o magnata da música (Michael Fassbender) com uma garçonete que ele ilude (Natalie Portman) - perseguem o sucesso através de uma paisagem de rock 'n' roll, sedução e traição.

Terrence Malick é aquele tipo de cineasta que filma pouco, pois não está interessado em trabalhar para se manter ativo no ramo, mas sim interessado em fazer boas histórias. Cineasta autoral como ninguém, Malick tem um olhar particular com relação ao mundo em que vive, nos passando uma ligação entre o ser humano com a natureza, da qual se cria uma espécie de linha temporal de eventos e que culmina na redenção para seus protagonistas. Se em Arvore da Vida ele elevou esse pensamento para estratosfera, aqui em De Canção em Canção o seu olhar particular não muda, mas num grau menos elevado, porém, longe do previsível.
Nesse seu mais novo filme, acompanhamos a idas e vindas de dois casais que, em comum, possuem o desejo de realizar os seus sonhos no ramo da música. Contudo, em meio a verdadeiras e falsas promessas, há conflitos amorosos não resolvidos que, vai desde traições, reconciliações e o desejo dos personagens em encontrar o seu verdadeiro papel na vida. Em meio a isso, ficamos conhecendo um pouco do universo da música, onde se encontra inúmeros talentos, mas que nem todos chegam aos seus verdadeiros objetivos. 
Nas mãos de qualquer outro cineasta, a história cairia para o limiar do previsível, mas não nas mãos de Terrence Malick. Transitando entre ficção e documentário, Malick, com auxilio do seu fiel companheiro da câmera Emmanuel Lubezki, cria uma trama não linear, onde o futuro, presente e o passado vêm e vão sem aviso prévio e criando um mosaico de eventos dos quais exigem a nossa atenção em dobro. Com uma lente da qual capta tudo em volta, Malick faz com que os seus protagonistas agem da forma mais natural possível, como se os atores tivessem a liberdade de largar o dever de interpretar os seus respectivos personagens  e nos passando a impressão de que estamos diante de situações corriqueiras de cada um deles.
Na maioria das cenas nós presenciamos os personagens, mas ouvimos eles em narrações off, como se aquelas imagens fossem lembranças de um passado distante ou recente. Isso faz com que captemos a natureza real de suas personalidades, das quais soam distintas, mas que convivem no mesmo circulo de eventos daquele universo particular do qual eles convivem. Ao mesmo tempo, Malick perambula com a sua câmera, da qual captura momentos singelos, onde mundo contemporâneo se mistura com essa trama fictícia e se criando então uma linha fina da qual se separa realidade e fantasia.
Embora esse olhar autoral do cineasta fale mais alto no decorrer do filme, é preciso reconhecer o esforço do elenco em frente a sua câmera, pois dá entender que cada um deles captou a proposta principal do seu cineasta. De todos, Rooney Mara (Carol) é o que se sai melhor em cena, pois em seu olhar captamos a alma de sua personagem atormentada, da qual vive entre manter uma relação estável com o seu namorado compositor (Ryan Gosling), ou cair nas graças da riqueza, fama e desejos por outro compositor (Michael Fassbender). Contudo, a personagem de Mara demonstra consciência do mundo do qual está pisando, mas ao mesmo tempo, sentindo remorso, pois as suas ações podem desencadear dor e tristeza por onde ela vai passando.
Em contrapartida, a personagem de Natalie Portman, mesmo em pouco tempo em cena, se torna então uma espécie de contraparte da personagem de Roney Mara, pois diferente dessa última, ela não está preparada para a realidade da qual ela se encontra. Em ambos os casos, o personagem de Fassbender se torna então uma espécie de Coelho branco da Alice do País das Maravilhas, do qual atrai essas garotas até a sua toca cheia de magia, mas tendo então consequências distintas.
De todos Ryan Gosling talvez seja o único do elenco que não se esforça muito na frente da câmera e sendo ele mesmo em boa parte do tempo. Isso acaba não sendo exatamente um defeito, pois como eu disse acima, o elenco, por vezes, deixa por alguns momentos os seus respectivos personagens e agindo de uma forma natural como eles mesmos em cena. Gosling talvez seja o que mais se aproveita dessa situação, mesmo quando notamos que o seu desempenho fica aquém do esperado se comparado aos demais em cena.
Em sua reta final, Terrence Malick não ousa em fazer aqui algo parecido do que foi visto, por exemplo, em Arvore da vida, pois não há uma prepotência aqui de querer mudar a vida de ninguém. Ao invés disso, ele nos brinda com duas possibilidades distintas nos derradeiros minutos finais, mas esse feito é somente alcançado graças a sua trama não linear e fragmentada e obtendo então inúmeras possibilidades sobre os destinos dos seus protagonistas. Em outras mãos, cairia a trama numa vala comum, mas não nas mãos desse cineasta.
Com as participações especiais de Val Kilmer, Holly Hunter e Cate Blanchett, De Canção em canção é uma pequena experiência sensorial do cineasta Terrence Malick, de proporções menores se for comparado aos seus filmes anteriores, mas não menos do que genial para ser visto e revisto no cinema. 


 
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