Nos dias 10 e 11 de março, estarei participando do curso Brian de Palma:
O Poder da Imagem, criado pelo CENA UM e
ministrado pelo jornalista Leonardo BomFim. Enquanto os dois dias não chegam,
por aqui, estarei escrevendo tudo o que eu sei sobre os filmes desse cineasta,
que muitos o consideram como sucessor (ou imitador) de Alfred Hitchcock.
Carrie: A Estranha
Sinopse: Carry White (Sissy Spacek) é uma jovem que não faz amigos em
virtude de morar em quase total isolamento com Margareth (Piper Laurie), sua
mãe e uma pregadora religiosa que se torna cada vez mais ensandecida. Carrie
foi menosprezada pelas colegas, pois ao tomar banho achava que estava morrendo,
quando na verdade estava tendo sua primeira menstruação. Uma professora fica
espantada pela sua falta de informação e Sue Snell (Amy Irving), uma das alunas
que zombaram dela, fica arrependida e pede a Tommy Ross (William Katt), seu
namorado e um aluno muito popular, para que convide Carrie para um baile no
colégio. Mas Chris Hargenson (Nancy Allen), uma aluna que foi proibida de ir à
festa, prepara uma terrível armadilha que deixa Carrie ridicularizada em público.
Mas ninguém imagina os poderes paranormais que a jovem possui e muito menos de
sua capacidade vingança quando está repleta de ódio.
Carrie: A Estranha foi à primeira obra de Stephen King a ser levada para
o cinema, bem como foi seu primeiro best-seller. Carrie White (interpretada de
maneira sensacional por Sissy Spacek) é uma adolescente tímida e contraída,
filha de uma fanática religiosa (Piper Laurie, magnífica), sempre hostilizada
pelas colegas, mas que possui poderes paranormais, podendo mover objetos de
acordo com sua vontade. Numa das cenas mais poéticas e selvagens da história do
cinema, Carrie menstrua pela primeira vez no chuveiro do vestiário da escola: a
câmera lenta mostra seu banho, unindo a queda da água do chuveiro com o
escorrer do sangue nas suas pernas, vindo então a surpresa de Carrie pelo que
ocorreu e, imediatamente depois, o seu terror por não saber do que se tratava.
Desesperada, ela tenta procurar ajuda de suas colegas que, por sua vez, a
humilham. Voltando para casa, é repreendida pela mãe, que na opinião dela, sua
filha agora era possuía pelo pecado de ser mulher. Com remorso pelo que
aconteceu, uma de suas colegas, Sue (Amy Irving, a futura mulher de Steven
Spielberg) decide fazer com que seu namorado, Tommy (William Katt), um dos
rapazes mais disputados pelas garotas na escola, leve Carrie no baile de
formatura. Neste ínterim, a professora de educação física suspende Chris (Nancy
Allen) do baile que, junto com seu namorado (John Travolta antes do sucesso
espetacular de Os Embalos de Sábado à Noite), prepara para vingar-se da
protagonista. Carrie, dominando melhor os seus poderes, impõe sua vontade à sua
mãe, indo no baile com Tommy. No baile, o casal é eleito como os reis da festa
e, na hora da premiação, são banhados com um balde cheios de sangue de porco -
a vingança de Chris concretiza-se. Segue-se então uma das seqüências mais
violentas da década de 70: Carrie, sentindo-se humilhada, usa seus poderes
paranormais e destrói a escola, matando quase todos que estão na sua frente.
Brian de Palma fez o uso do efeito tridimensional, ou seja: várias telas se
abrindo e mostrando várias coisas acontecendo ao mesmo tempo para o espectador (Ang Lee faria algo parecido
na sua versão de Hulk de 2003). Voltando para sua casa, tem de enfrentar sua
mãe, em outra seqüência espetacular de suspense, terror e violência. Criticado
na época por seu excesso de violência, o filme apresentou muito mais do que
devastação e sangue (foi utilizado xarope nestas cenas): a fragilidade e os
elevados poderes de Carrie foram magistralmente retratados, criando a tensão
necessária para prender o espectador por todo o filme. O enredo vai crescendo
de tal maneira que fez com que a "resposta" da personagem,
"esmagada" por sua mãe e por todos à sua volta, tivesse sentido.O
final acrescentado ao filme (Sue, a única sobrevivente, sonha que uma mão sai
da cova de Carrie e a agarra) é diferente do livro de Stephen King, chegando a
assustar o próprio, que não o conhecia até a exibição do filme.
Sem sombra de duvida foi o grande momento da carreira do diretor Brian
de Palma, que após esse, começou a fazer inúmeros filmes como o magistral Os
Intocáveis, mas na minha humilde opinião, Carrie: A Estranha é sua maior obra
prima,
OS INTOCAVEIS
Sinopse: Na Chicago dos
anos 30, o jovem agente Eliot Ness (Kevin Costner) tenta acabar com o reinado
de terror e corrupção instaurado pelo gângster Al Capone (Robert De Niro). Para
isso, ele recruta um pequeno time de corajosos e incorruptíveis homens, dispostos
a levar a tarefa a cabo.
No auge de sua forma
como cineasta, Brian De
Palma cria aqui um
verdadeiro clássico de filmes de gangster baseado tanto em fatos reais como
também de uma famosa série de TV. Ambientando nos anos 30, o filme possui uma
excelente reconstituição de época da velha Chicago, onde gangster e policiais
se enfrentavam devido ao trafico de bebidas em meio à lei seca. Com um elenco
estelar de encher os olhos, cada um desempenha um ótimo papel, ao começar por Kevin Costner no papel certo e na hora certa no qual
o consagrou. Já Robert De
Niro uma reencarnação
perfeita de Al Capone que transmite poder e medo, mas é Sean Connery com seu incorruptível personagem Jim Malone que da um verdadeiro show de
interpretação principalmente em sua seqüência final que lhe valeu o Oscar de
ator Coadjuvante.
E se já não bastasse
tudo isso, o diretor nos brinda com uma impactante cena de tiroteio na
escadaria do metro em que o cineasta presto uma homenagem mais do que bem vinda
do clássico russo o Encouraçado
de Potemkin.
Curiosidades: Albert H. Wolff, o único integrante vivo dos
verdadeiros intocáveis, trabalhou como consultor do filme, auxiliando o ator
Kevin Costner em como Eliot Ness deveria ser caracterizado nas telas.
As roupas utilizadas
por Robert De Niro ao interpretar Al Capone são cópias idênticas das roupas
verdadeiras que o gângster usava quando estava vivo.