Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Sinopse: Dois amigos inseparáveis, Butch (um ex-açougueiro, daí o nome) Cassidy (Paul Newman) e Sundance Kid (Robert Redford), lideram o Bando do Buraco na Parede e vivem de assaltar trens e bancos. Quando são caçados por todo o país resolvem ir para a Bolívia e juntamente com Etta (Katharine Ross), a namorada de Sundance, rumam para a América do Sul. Mas esta decisão não lhes proporcionará grandes assaltos ou uma vida mais tranqüila.
Reunião muito bem sucedida
de vários talentos. A dupla central e o diretor Hill (o trio repetiria a dose
em Um Golpe de Mestre de 73), o musico Burt Bacharach e o letrista Hal David, o
fotografo Corand Hall e o roteirista Wiliam
Goldman, sendo os quatro últimos premiados com o Oscar. O filme foi na verdade
uma bela tentativa em tentar reviver os melhores momentos do gênero faroeste, que já
dava sinais de desgasto. Sendo que a dupla central de foras da lei, representa
uma época em que o mundo não quer mais eles, embora eles insistam em
continuarem sendo o que são. A química Newman e Redford em cena, lado a lado, é o maior trunfo da produção, onde cada um tem o seu espaço, sem tirar o brilho um do outro.
Não há como se esquecer de
Butch experimentando uma bicicleta, a novidade técnica da época, ao som da
contagiante Raindrops Keep Fallin on My Head, cantada por B.J Thomas. Repare
numa rápida cena com Sam Elliot (Hulk), fazendo um jogador de cartaz.
Curiosidade: O diretor
George Roy Hill originalmente escalou Paul Newman como Sundance Kid e Robert Redford
como Butch Cassidy. Foi o próprio Redford, quem sugeriu a ele e Newman, a troca
dos personagens
Sinopse: Mississipi, década
de 1960. Skeeter (Emma Stone) acabou de terminar a faculdade e sonha em ser
escritora. Ela põe a cidade de cabeça para baixo quando decide pesquisar e
entrevistar mulheres negras que sempre cuidaram das "famílias do sul".
Apesar da confusão causada, Skeeter consegue o apoio de Aibileen (Viola Davis),
governanta de um amigo, que conquista a confiança de outras mulheres que têm
muito o que contar. No entanto, relações são forjadas e irmandades surgem em
meio à necessidade que muitos têm a dizer antes da mudança dos tempos atingir a
todos.
Baseado no livro de sucesso “A
Resposta”, de Kathryn Stockett, o filme tem um elenco feminino de primeira, que
faz as mais de duas horas de projeção valer à pena. O filme é uma espécie de
denuncia contra a intolerância de uma época, que embora distante nunca custa
lembrar que ela existiu. O filme também é uma espécie de abordagem, de um tempo
sobre mudanças, e que certos costumes, não tinham como permanecer. Como no caso
da independência feminina, que na historia, é muito bem representa por Sheeter
(Emma Stone, que estará em breve no novo Homem Aranha), que age de todos os
meios para conseguir, não só os seus objetivos, como também ajudar as empregadas
negras que sofriam nas mãos dos patrões.
Viola Davis mostra aqui,
porque mereceu uma indicação ao Oscar de atriz coadjuvante pelo filme Duvida,
porque basta uma fração de segundo dela em cena, que ela simplesmente domina a
projeção, seja a cada gesto de dor que sua personagem passa, como também de
suas palavras onde carregam o peso que sofre, devido ao preconceito. Porém, é
Octavia Spencer (Assalto em dose Dupla) que rouba o filme, ao interpretar uma
empregada e melhor amiga de Aibileen (Davis), tudo graças ao seu tom sarcástico
e desafiador, contra as pessoas preconceituosas, principalmente contra a sua ex-patroa
(Bryce Dallas Howard). A cena em que ela cria um verdadeiro cavalo de tróia para
Hilly (Dallas) é um dos melhores e mais engraçados momentos da trama, e com
certeza, fez com que a atriz ganhasse o Oscar de atriz coadjuvante.
Grande sucesso surpresa do
ano passado, que acabou levando muitas pessoas a irem ao cinema, para conhecer
um tempo em que o preconceito era forte, mas que felizmente existiram pessoas
que desafiavam a intolerância.
Nos dias 19 e 20 de Maio, participarei do cursoMICHELANGELO
ANTONIONI EM 4 ATOS,criado peloCENA UMe ministrado pelo professor de cinemaHenrique
Marcusso. Diferente dos cursos anteriores que eu já participei,Marcussoirá somente fazer uma analise minuciosa sobre aTetralogia
ExistencialqueAntonionihavia criado nos anos 60. Enquanto a atividade não chega, por aqui,
falarei um pouco dos quatro filmes que serão abordados durante o curso.
O ECLIPSE
Sinopse: Após passar
a noite discutindo, Vittoria (Monica Vitti) rompe com Riccardo (Francisco
Rabal), seu namorado. Ao ir se encontrar com a mãe (Lilla Brignone) na Bolsa de
Valores, Vittoria conhece Piero (Alain Delon), um jovem e elegante corretor da
bolsa. Ele é um sedutor, mas ela resiste no início. Gradativamente Vittoria vai
se apaixonando.
Em seu terceiro filme,
da sua tetralogia existencial, Antonioni chega ao seu ápice, onde inúmeras cenas
(por mais simples que sejam) possuem inúmeras interpretações. Ao começar pelo
inicio, onde vemos Vittoria (Monica Vitti) terminando o relacionamento com Riccardo
(Francisco Rabal), que embora relutante em não terminar, demonstra total falta
de saber como se comunicar com a ex-amada, que por alguns momentos, o seu
distanciamento é tanto na relação, que simplesmente a sua realidade se separa
da onde ela está. E isso é muito bem representado numas das mais enigmáticas cenas
do filme, onde Vittoria se aproxima de Riccardo, mas ele simplesmente está imóvel
e olhando para o nada, mesmo ela estando bem na frente dele, mas ele não
demonstra nenhuma reação, para só depois ele voltar a falar com ela, como se
ele tivesse desaparecido por alguns momentos, ou então, como se o tempo tivesse
parado somente para ele. Desde A Aventura,Antonioni explorou essa difícil vida
da falta de comunicação entre as pessoas, principalmente com relação aos seus
casais. E se no filme anterior (A Noite) parecia impossível a comunicação do
casal daquela historia, aqui vemos o fim e sem nenhuma esperança para ambos já
no inicio da trama.
A historia prossegue,
e Vittoria segue o seu rumo, em meio à vida vazia da burguesia, onde tenta se
divertir (em situações meio politicamente incorretas hoje em dia), até conhecer
Piero (Alan Delon), em meio à loucura das bolsas de valores daquele tempo, e
que não devem nada, se for comparado de atualmente. Ambos começam a ficarem
bastante próximos, embora Vittoria relute a principio, temendo talvez que não
de certo, ou temendo por algo maior, que para nos, não fica muito bem explicado.
Dessa nova união, e da possível felicidade que pode acontecer, surge inúmeras interpretações
das cenas a seguir, após a despedida do casal do seu ultimo encontro. A câmera de
Antonioni começa a desfilar nas ruas vazias, somente com algumas pessoas caminhando
e com suas caras fechadas e insatisfeitas. Existe certa tensão (e graças à trilha
sonora) permeando o ar, sendo que algo parece estar errado. E quando parece que
o pior pode acontecer, o filme termina.
Podemos tirar inúmeras interpretações sobre esses
últimos minutos. Sendo que talvez, a nova relação que surgiu com a união de Vittoria
e Piero não era para ter acontecido, e sendo assim, desencadeados sérios
eventos naquele universo, já afetado pelo vazio da melancolia e da falta de
comunicação das pessoas daquele lugar. Michelangelo Antonioni arrisca em lançar
essas cenas sem dar muita explicação, mas o resultado final soa mais do que
positivo, pois tanto esse, como seus filmes anteriores, fazem agente continuar
com a trama em nossas mentes e nos perguntar o que poderia vir a seguir. Com O
Eclipse, isso dura interminavelmente, o que faz dele, o melhor filme de sua tetralogia.
Sinopse: Caubói (Jon Voight) texano, bonito, inocente e
caipira, tenta ganhar a vida em Nova York prostituindo-se com mulheres. Através
da amizade de um marginal (Dustin Hoffman) descobre a face cruel da vida.
Com doses de humor e
emoção na medida certa, o inglês Schlesinger mostra a vida nas sarjetas, ao som
de canções de sucesso da época e temas originais de John Barry (Corpos Ardentes
e a serie James Bond). Forte e ousado para época, ou seja, um filme que era à
frente no seu tempo, e que na maioria dos casos, poderia muito bem não ser
compreendido. Mas o que se vê na historia, era o que muitas pessoas viam no dia
a dia de Nova York daquele tempo, e com isso, ouve uma identificação imediata. Jon
Voight tem seu primeiro e grande desempenho de sua carreira e Dustin Hoffman,
cada vez se afirmando com o grande astro daquele e tempo e que estaria presente
em outros grandes filmes daquele período. A química de ambos é perfeita, e faz
com que os dois juntos atuem nos melhores momentos da trama. Sendo que os dois
caminhando nas frias ruas da cidade, se tornaram imagens emblemáticas e
bastante conhecidas do publico cinéfilo.
Curiosidade: Dustin Hoffman usou pedras no seu sapato
durante toda filmagem para que seu personagem (que manco) ficasse convincente
em todas as cenas. Perdidos na Noite foi
o único filme classificado como "X" nos EUA vencer o Oscar de Melhor
Filme. Pouco após a premiação sua classificação mudou para "R".
Sinopse:
Matt King
(George Clooney) é um marido indiferente e pai de duas meninas, que é forçado a
reexaminar seu passado e abraçar seu futuro depois que sua esposa sofre um
acidente de barco em Waikiki. O trágico acontecimento acaba por aproximar Matt
das filhas, o que o ajuda na difícil decisão de vender um terreno herdado da
família.
Muita gente se pergunta por Alexandre
Payner demorou tanto para fazer um novo filme, após o sucesso de publico e critica
de Sideways, mas antes tarde do que nunca. Se for pelo fato, de ter esperado para achar uma boa historia, para ser apresentada as telas, o cineasta achou o
filme certo, ou pelo menos, redondinho suficiente para agradar tanto o publico
como os membros da academia, o que acabou realmente acontecendo, levando então, o Oscar de
melhor roteiro adaptado, e méritos por esse pequeno feito não faltam. Ao contar a historia de Matt
(George Clooney, ótimo) que vive a difícil jornada em cuidar de suas filhas, enquanto
a sua esposa está nas ultimas em estado vegetativo (após um acidade de barco),
o filme mergulha na típica historia de auto descobrimento de si próprio e das
pessoas com quem convive, que no caso de Matt, irá redescobrir suas filhas Scottie (Amara Miller) e Alex (Shailene
Woodley), sendo que, apesar das indiferenças, precisaram se unir em momentos difíceis
nos próximos dias.
O tema de auto descobrimento,
atinge momentos fortes, quando o protagonista descobre que não conhecia por
completo a sua esposa, o que desencadeia momentos de tristeza e de raiva. E é ai,
que George Clooney abandona sua pose de galã, para descascar um homem comum e
tendo que aceitar tanto as conseqüências dos seus atos durante a sua vida, como
das pessoas que ele amou. A trama se envereda em momentos dramáticos, com
algumas pitadas de humor, que fazem dela agiu e nunca monótona e nos faz também
nos identificamos com os personagens, mesmo quando nos nunca tivéssemos vivido
uma situação no qual eles estão passando. Visualmente, o filme reserva inúmeros
momentos de pura beleza das ilhas de Havaiana, enquanto gradualmente as peças
chaves de toda á historia, vão se juntando, para então, chegar ao difícil final
que os personagens precisam enfrentar.
Não é nenhum Sideways,
mas não deixa de ser, o mais novo bom vinho do cineasta Payner.
Aconteceu ontem no Cinebancários, a exibição do clássico
Re-Animator, com a presença ilustre do diretor Stuart Gordon. Outros filmes do
diretor foram exibidos ao longo da semana, como Do Além, A Fortaleza, Robot Jox
, Piratas do Espaço, O Poço do Pendulo, Dagon, O Castelo Maldito e Bonecas
Assassinas. Infelizmente não estive presente, muito menos na ocasião que o
diretor estava, mas nem por isso, deixarei de prestar uma homenagem a esse
grande diretor dos filmes de horror e ficção.
Abaixo, deixo minha opinião de dois grandes clássicos do
cineasta, na época quando escrevi o especial sobre o Cine Trash.
Sinopse: Dois membros da contra-
cultura hippie no final dos anos 60 saem de Los Angeles e atravessam o país até
Nova Orleans. Na viagem, encaram o espírito da liberdade, mas também muito
preconceito.
Filme de
estrada, que encarou o preconceito da época. Apesar de todos os seus defeitos
(e vícios), Dennis Hopper criou o que talvez seja sua maior obra prima de sua
vida. Sem Destino representou uma geração, que exigia acima de tudo, liberdade
de expressão e o direito de ir e vir sem dar satisfação para um mundo preso as
regras daquele tempo. Dennis Hopper e Peter Fonda se tornaram a dupla da vez e
suas imagens aonde aparecem pilotando suas motos envenenadas entraram para a
historia. O filme também tem a grata surpresa de mostrar uma pequena, porém,
surpreendente participação de um jovem Jack Nicholson e que acabou ganhando sua
primeira indicação ao Oscar, mostrando que aquele jovem ator iria longe.
A trama
em si, é uma visão critica da sociedade America, denunciando suas manifestações
de tolerância e vulgaridade. O mais vigoroso filme inconformista dos anos 60,
realizado com um roteiro improvisado e orçamento baixíssimo. Premio em Cannes de
melhor diretor estreante.
Curiosidades:
Sean Penn era a escolha inicial para interpretar o personagem Henry Chinaski. Exibido
na mostra Panorama do Cinema Mundial, no Festival do Rio 2005.
O orçamento de
Factotum - Sem Destino foi de US$ 1 milhão.