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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Cine Especial: DAVID CRONENBERG: Parte 9

ENTRE O HORROR, VIOLENCIA, DELIRIOS, SEXO E....SUOR!  

NO PRINCIPIO
Atualmente vivemos num dos verões mais quentes dos últimos anos, mas tanto, que nem um ar condicionado ajuda. Contudo, nem com o suor escorrendo e incomodando foi o suficiente para me atrapalhar na minha experiência de participar do curso sobre o diretor de cinema David Cronenberg. Durante dois dias, a Dra e Professora Rosângela Fachel de Medeiros, dissecou passo a passo a carreira do diretor, tanto nos tempos em que ele construiu sua carreira gradualmente no Canadá, como sua consagração nos anos 80 e na sua exploração em outros gêneros nos dias atuais. Diferente de muitos cineastas atualmente, que sempre fazem um filme para o estúdio, para depois fazer um filme mais a sua cara, Cronenberg, a meu ver, jamais abandonou sua forma de filmar, mesmo fazendo um filme como A Mosca, que tinha toda a pomba e circunstância de ser um filme mais para as massas (e foi isso que aconteceu), mas lá estava um filme com a cara de Cronenberg do inicio ao fim.
Na primeira aula, conhecemos um pouco o inicio de sua carreira e de como era filmar no Canadá entre os anos 60 e 70 e mesmo filmando em curtas e medias metragens numa forma de um lado mais experimental, suas características já estavam lá, o que prova que ele jamais largou sua forma de filmar e sim a aprimorou. Mesmo com baixo orçamento, seus primeiros longas, Calafrios e Enraivecida na Fúria do Sexo, foram filmes de grande sucesso de bilheteria, mesmo no contra gosto da critica, já que alguns, talvez ainda não estivessem preparados para o universo do cineasta. Com esses filmes, foi questão de tempo para Cronenberg embarcar no cinema americano. Tendo no principio lançados, Filhos do Medo, Scanners (sua consagração em solo americano) e Videodrome - Síndrome do Vídeo, filme que possui um dos finais mais enigmáticos da carreira do diretor. Logicamente, Hollywood serviu ao cineasta projetos para produções que atingisse um publico de grande escala, e assim surgiu À Hora da Zona Morta e A Mosca (seu maior sucesso comercial), mas em vez de embarcar cada vez mais superproduções, Cronenberg surpreende em ter ido contra a maré das regras dos estúdios, sendo que esse foi o seu maior acerto.

INDO CONTRA A CORRENTE
No inicio da segunda aula, Rosângela destaca a coragem de Cronenberg na criação de projetos em que explorasse ao máximo a sua visão pessoal na criação de seus filmes, onde os assuntos como o lado psicológico, físico e delírios dos personagens eram colocados em pauta. E assim, surgiram títulos como, Gêmeos-Mórbida Semelhança, M. Butterfly (ambos estrelados por Jeremy Irons e no melhor momento de sua carreira), Mistérios e Paixões e o polemico Crash – Estranhos Prazeres. Neste ultimo, é curioso observar como a maioria do publico é preconceituosa com relação a um dos principais conteúdos da trama que é o sexo, sendo que quando o filme foi lançado em VHS, varias cenas onde se destaca os atos sexuais foram cortadas em território americano. Mas Cronenberg coloca essas cenas sempre com um propósito e nunca de uma forma gratuita, sendo que a idéia de acidentes de carro, que torna o único meio de despertar o prazer sexual de um grupo de pessoas que vivem suas vidas a beira do banal, torna a trama interessante, e porque não dizer, poética. O publico frances que não é bobo nem nada, aplaudiu o filme e teve seu merecido reconhecimento em Cannes na época, mesmo com tanta polemica. O final dos anos 90, Cronenberg encerra a década com ExistenZ, onde se conta uma historia de um grupo de pessoas que joga um vídeo game virtual, através de um aparelho que vai mais para o lado orgânico do que eletrônico, que curiosamente, parece até mesmo uma continuação de Videodrome. Apesar de não ter assistido ainda essa produção, das poucas cenas que eu vi que foram apresentadas no curso, é curioso observar o quanto esse filme tem em comum com um tema que estava tendo grande destaque no final do século vinte, que é a realidade de sonhos ou virtual. Filmes como Matrix, Cidade das Sombras, 13º Andar, Show de Truman e eXistenZ, brincam com essa possibilidade de infinitos debates filosóficos, mas a pergunta que fica é..porque surgiram na mesma época tantos filmes com o mesmo tema? Na sorte, pergunte a Cronenberg, pois ele estava no meio disso na época!

SE RENOVANDO, MAS SEMPRE O MESMO
Na reta final do curso, Rosangela destaca os novos caminhos que Cronenberg começou a executar nos anos 2000, mas jamais largando as suas características de fazer cinema. Spider-Desafie sua Mente foi espetacular ao mostrar, de uma forma simples e diferente, a transição do presente com o passado (ou delírios) do protagonista. Em Marcas da Violência e Senhores do Crime, o cineasta não só injeta novo sangue no gênero de gangster, como também explora ao máximo o lado duplo dos protagonistas, (em ambos os filmes, estrelados por Viggo Mortensen). Isso sem contar o interessante olhar que o diretor faz com relação à violência física e sexual, onde ambas, às vezes convivem uma com a outra em determinadas cenas. Lembrando, que essas características vistas nestes últimos filmes, será explorado com novo verniz em Um Método Perigoso (ainda inédito em nossas salas), também estrelado por Mortensen. E por fim, ainda é um mistério de como será sua produção desse ano, que é Cosnópolis e surpreendentemente estrelado pelo insosso vampiro brilhante Robert Pattinson. Será que Cronenberg quer usar ele como exemplo, de como se tirar leite de pedra? Só o futuro irá dizer!
Por fim, eu concluo esse resumo do que foi esse ótimo curso criado pelo CENA UM e ministrado pela Rosângela Fachel, dizendo, que talvez dois dias de aula não sejam o suficiente para dissecar sobre o que é Cronenberg e sua obra, mesmo que fosse um curso de quatro dias ou uma semana. É bem da verdade que talvez nunca tenhamos uma exatidão completa de sua mente e que tudo que já assistimos e lemos sobre ele seja apenas a primeira camada de sua essência. Mas assim são esses gênios, que desafiam a nossa percepção e tudo que podemos fazer é agradecer por esse exercício visual e mental que tanto nos vicia que é o cinema.
Abaixo, deixo o curta Câmera, criado pelo cineasta e que faz um belo resumo do que foi toda a sua carreira!
NOTA: Mesmo com o final do curso, meus posts continuam, pois tem alguns títulos citados acima que eu ainda não vi, portanto aguardem.


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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Cine Especial: DAVID CRONENBERG: Parte 8

O curso sobre David Cronenberg ja começou no museu da comunicação ontem na capital, mas os especiais por aqui ainda continuam. Principalmente pelo fato que o curso chegou, mas não consegui rever todos os filmes de Cronenberg como eu queria, mas nem por isso irei desistir, portanto aguardem minha opinião sobre cada um deles. Abaixo deixo fotos, sinopse e trailer de filmes que ainda falta eu falar, sendo que um deles, ainda é inedito em nossas telas!     

  STEREO
Sinopse: A história de um grupo de estudantes que se submete voluntariamente a uma experiência médica que lhes remove a parte do cérebro que coordena o mecanismo da fala, mas que lhes aumenta as propriedades telepáticas. Isto, para além de lhes ser ministrado um nunca mais acabar de drogas com os mais diversos efeitos. E isto, ainda, sem referir que a experiência é coordenada por um organismo chamado Academia Canadiana para a Investigação Erótica.


Crimes of the Future

Sinopse: O filme acompanha Adrian Tripod, antigo diretor de uma clínica dermatológica chamada A Casa da Pele, que está a procura seu mentor, Antoine Rouge. Rouge desapareceu, seguido de uma peste catastrófica resultada de produtos cosméticos, responsável pela morte de toda a populão de mulheres adultas sexualmante desenvolvidas.



Mistérios e Paixões
Sinopse:Bill Lee é um escritor fracassado que trabalha como dedetizador de insetos para sobreviver. Seu emprego está por um fio, já que seu estoque de inseticida vive misteriosamente se esgotando. Ele descobre que sua mulher está viciada no produto, e, incentivado por ela, experimenta-o e inicia uma viagem alucinógena recheada de absurdos.



eXistenZ
Sinopse: O eXistenZ do título é o nome de um jogo de realidade virtual, o mais perfeito que já foi inventado. E para participar, e ter sensações semelhantes a prazeres sexuais ou efeitos de droga forte, é só colocar uma tomada na coluna vertebral. Jennifer Jason Leigh é Alegra Geller, famosa designer que cria o eXistenZ e passa a ser perseguida por fanáticos religiosos que querem matá-la. É forçada a fugir junto com um pacato assistente de marketing transformado em segurança (Jude Law). Na fuga, eles circulam por um mundo onde fantasia e realidade se confundem a toda hora.
O filme ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim.



Um Método Perigoso
Sinopse:Ainda inédito em nossas salas gauchas, o filme conta a historia do encontro de dois mestres da psicanálise, Sigmund Freud (Mortensen) e Carl Jung (Michael Fassbender), e seu envolvimento com a russa Sabina Spielrein (Keira Knightley).


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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Cine Curiosidade: DAVID CRONENBERG NA MIDIA

Faltando poucas horas para o inicio do curso sobre David Cronenberg, o Jornal do Comércio de hoje deu um merecido destaque para o diretor. Lembrando, que mesmo o curso começando hoje, irei prosseguir com os especiais sobre os filmes do diretor que merecem destaque.



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Cine Especial: DAVID CRONENBERG: Parte 7

Nos dias 14 e 15 de fevereiro, estarei participando do curso “David Cronenberg: Seu Cinema e suas Obsessões”, criado pelo CENA UM e ministrado pela Prof.ª Dr.ª Rosângela Fachel de Medeiros. E enquanto esses dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre cada filme, desse diretor que passa sua visão obscura (mas que fascina) para a tela do cinema!

OS FILHOS DO MEDO
Sinopse: Frank vive em constante medo. A sua ex-mulher está mentalmente doente e ele tem medo que a sua doença possa ter influência negativa em sua filha de 6 anos e, acima de tudo, teme pela própria vida. Duas crianças deformadas atacam a professora da filha de Frank, levando-o a investigar uma série de homicídios e a sua relação com a ex-mulher e com uma organização de psicoterapia. Quando a ameaça das crianças mutantes começa a chegar perto da sua família, Frank tem de vencer o medo e descobrir a sua verdadeira natureza, antes que ele e sua filha se tornem as próximas vítimas.
Depois de usar o sexo como o ponta pé inicial para a criação de seus primeiros filmes, Cronenberg entra em outro terreno, no qual iria bastante explorar nos seus filmes seguintes, que é sobre a mente das pessoas, de preferência, as perturbadas. Ao usar a separação de um casal como fio condutor da trama, o cineasta investe sobre até onde a mente pode chegar, ao ponto, que se é através da loucura, que a mente pode fazer o que bem entender. Se no mundo real isso possa ser um tanto que distante, em seu filme a coisa se torna bem realista, crua e assustadora.
Mesmo em poucas cenas, Samantha Eggar (O Colecionador) está espetacular e assustadora como a mãe perturbada que não aceita a separação do marido (Art Hindle), muito menos na possibilidade de perder a filha. Com isso, sua mente libera algo que é difícil de acreditar, onde tudo é revelado num ato final dos mais apavorantes. Destaco também, o ótimo desempenho de Oliver Reed (Gladiador) que domina o filme nos primeiros minutos da trama.

Na Hora da Zona Morta
Sinopse: Johnny Smith (Christopher Walken) é um professor de literatura que estava prestes a se casar quando sofre um acidente de carro e fica cinco anos em coma. Ao recobrar a consciência, descobre que perdeu sua carreira e Sarah Bracknell (Brooke Adams), sua noiva, mas em compensação ganhou poderes paranormais que o permitem prever o futuro. Assim, ele tem o poder de alterar o curso dos acontecimentos e este é o seu dilema: interferir ou sofrer sozinho, sabendo das tragédias que estão por acontecer.
Muitos consideram Na Hora da Zona Morta como um filme menos de Cronenberg. Isso talvez se deva, pelo fato do filme ser uma adaptação pouco elogiada de uma das obras de Stephen King (que geraria uma série também, O Vidente), mas tenho certo carinho por essa produção, pois eu o assisti com a minha mãe quando eu era pequeno no Super Cine, e para uma criança impressionada com qualquer coisa naquela época, foi para mim uma sessão inesquecível. Vendo atualmente, é visível que o filme tenha envelhecido mal em alguns aspectos, mas está longe de ser um filme ruim, pois Cronenberg consegue segurar as rédeas e fazer de uma historia fantástica algo realista e que aceitamos bem ela, pois acompanhamos as sub-tramas bem humanas de cada personagem que cruza no caminho de Johnny, e com isso, nos identificamos com elas.
Christopher Walken está ótimo, ao interpretar uma pessoa que queria uma vida normal, mas terá que suportar o fardo (ou bênção) de adquirir o dom de ajudar as pessoas em momentos cruciais.

Curiosidade: Antes do acidente por ele sofrido, o personagem Johnny Smith sugeria aos seus alunos que lessem o livro "The Legend of Sleepy Hollow". Dezesseis anos mais tarde o próprio Christopher Walken, intérprete de Johnny Smith, estrelaria A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, adaptação cinematográfica do livro sugerido em Na Hora da Zona Morta.


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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Luto: Adeus Whitney Houston

Se por um lado ela estava péssima como atriz no filme O Guarda Costas, no mesmo, sua canção, que serviu de tema do filme, foi uma das mais tocadas na historia da radio. Me lembro muito bem, quando adolescente, ia e voltava da escola, mas sempre quando ligava o radio, lá estava a voz dela cantando aquela musica. Uma que poucos se lembram, mas é muito bonita, é a musica que serviu de tema para a ótima animação O Príncipe do Egito
Whitney Houston se foi, mas sua voz e suas musicas, serão imortais!

O GUARDA COSTAS

O PRINCIPE DO EGITO

Cine Especial: DAVID CRONENBERG: Parte 6

Nos dias 14 e 15 de fevereiro, estarei participando do curso “David Cronenberg: Seu Cinema e suas Obsessões”, criado pelo CENA UM e ministrado pela Prof.ª Dr.ª Rosângela Fachel de Medeiros. E enquanto esses dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre cada filme, desse diretor que passa sua visão obscura (mas que fascina) para a tela do cinema!


EM INICIO DE CARREIRA, O QUE A MENTE DE CRONENBERG QUERIA DIZER PARA NOS?


CALAFRIOS

Sinopse Num condomínio fechado localizado em uma bela ilha canadense, os turistas estão lentamente cedendo à loucura. Um estranho vírus toma conta de seus corpos , infectando a todos. Os sintomas são incontroláveis: homens e mulheres são acometidos de acessos de violência e desejo... Não há como escapar, nem onde se esconder ...Enfim, entregam-se a um comportamento sexual animalesco e bizarro. Nonsense, humor penetrante, terror e morte, o filme mais escatológico de Cronenberg. Neste filme a mortal epidemia ganha contornos de uma doença altamente contagiosa, que hoje em dia poderíamos associar com o HIV e a guerra biológica.
O filme poderia muito bem ser visto como uma metáfora sobre as doenças venéreas (como HIV) quando pessoas começassem agir com muita libertinagem, digo poderia, pois o filme vai muito, além disso. A produção pode ser vista como uma espécie de verdadeira profecia do que aconteceria no inicio dos anos 80, sendo que a produção foi lançada em 1975, e até aquela data, não havia ainda uma noção exata da existência da AIDS. Na época de lançamento do filme, muitos críticos acusaram Cronenberg de ser um cineasta com uma mente perturbada, que estava tentando dizer alguma coisa, ou simplesmente insinuaram que ele tinha a maior aversão ao sexo, por colocar o ato sexual como vilão da historia.
A meu ver, tudo que Cronenberg fez foi se adiantar no tempo, pois talvez já tivesse uma noção do que viria nos anos seguintes com relação a doenças sexualmente transmissíveis, tanto que ele chegou por um tempo estudar medicina antes de se tornar cineasta. Portanto, os perigos das doenças vindas do sexo, ele simplesmente as usou como uma metáfora (e profética) para a criação do seu primeiro filme, que por vezes, lembra Invasores de Corpos ou A Noite dos Mortos vivos. O curioso é o fato que alguns elementos usados no filme serviriam de base para a criação de outros filmes posteriormente como Alien: O 8º Passageiro. Lembrando que, como esse foi o primeiro longa metragem que Cronenberg fez na sua carreira e no Canada, os atores (na maioria amadores) não tinha uma noção exata de como atuar neste tipo de filme, pois o gênero de horror, era muito raro naquele País. O diretor chegou até mesmo a agredir a atriz Barbara Steele para ela realmente chorar com autenticidade, mas segundo ele, foi um pedido vindo da própria atriz
Com um ato final inesperado e que certamente deixou muita gente abalada, Calafrios foi o ponta pé inicial da carreira desse diretor de cinema, que através de suas obsessões internas, tinha muito que dizer na tela grande!

Enraivecida na Fúria do Sexo

Sinopse: Mulher que se alimenta de sangue, após acidente de moto, começa a espalhar um vírus, que faz com que os infectados fiquem raivosos e atacar outras pessoas. .
Dois anos depois de Calafrios, Cronenberg voltaria a querer dizer alguma coisa neste filme de terror, que é muito mais do que uma versão nova sobre o tema do vampirismo. As vésperas da descoberta da AIDS, o mundo já vivia com um grau preocupante de mortes através de doenças até então desconhecidas, que na maioria delas, se desconfiava que poderia vir através do sexo desenfreado, pois fins dos anos 60 e durante todo os anos 70, as pessoas praticavam mais sexo do que o normal (ou vocês acham que eles eram magrinhos porque?). Ou então, através de experiências cientificas na descobertas de novas curas, mas que por vezes, algo dava errado.
Unindo essas duas hipóteses, Cronenberg cria novamente, um filme profético sobre o que aconteceria se uma doença desconhecida começasse há assolar a civilização, e através dela, uma verdadeira onda de paranóia e anarquia. Se em Calafrios, A Noite dos Mortos Vivos era levemente usado como inspiração, aqui a coisa aumenta, pois os infectados ficam descontrolados e tem um desejo enorme de morder as pessoas, ao mesmo tempo que demonstram uma raiva descomunal. Curiosamente, a portadora desse mal que acontece durante á historia, é interpretada pela atriz pornô famosa na época, Marylin Chambers, sendo que aqui, age mais como uma figura do que como uma pessoa, o que combina bem para a personagem. Sendo uma verdadeira origem do caos, mas sem má intenção, unicamente age pelos seus instintos novos, uma verdadeira sedenta por sangue.
Com um final tão impactante quanto o filme anterior, Enraivecida na Fúria do Sexo é pouco conhecido pelo publico brasileiro, mas super cultuado pelos admiradores do diretor!


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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Cine Especial: DAVID CRONENBERG: Parte 5

Nos dias 14 e 15 de fevereiro, estarei participando do curso “David Cronenberg: Seu Cinema e suas Obsessões”, criado pelo CENA UM e ministrado pela Prof.ª Dr.ª Rosângela Fachel de Medeiros. E enquanto esses dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre cada filme, desse diretor que passa sua visão obscura (mas que fascina) para a tela do cinema!



Gêmeos - Mórbida Semelhança
Sinopse: Os gêmeos idênticos Beverly e Elliot, brilhantes ginecologistas canadenses, pesquisam a fertilidade feminina em sua clínica particular. A atriz Claire Nivean, que não tem filhos, procura auxílio na famosa Clínica Mantle. Diagnosticada por Beverly como possuidora de um útero tricervical, Claire deve perder a esperança de engravidar. O arrogante Elliot fica fascinado pelo masoquismo da atriz e dorme com ela. Como é costume deles compartilharem as pacientes, encoraja o irmão a tomar seu lugar. Os dois passam a se revezar nas visitas a Claire, mas o tímido Beverly se apaixona pela atriz e, influenciado por ela, começa a usar drogas.
Para aqueles que estavam acostumados com o mundo do bizarro, ao assistir Gêmeos – Mórbida Semelhança pode-se observar que há uma pequena mudança de trajeto se comparado aos filmes anteriores daquela época que o diretor David Cronenberg estava fazendo. Digo pequena, pois a trama em si é muito mais perturbadora e interessante, talvez devido ao fato do filme estar mais com o pé na realidade, e graças a esse artifício, quando finalmente surge o mundo do bizarro de Cronenberg, ele soa verossímil e aceitamos aquela situação, pois as vezes, o mundo real é muito mais assustador que qualquer ficção de terror. Isso se fortalece quando o próprio terror sai das próprias mentes dos dois protagonistas (Jeremy Irons no melhor papel(s) de sua carreira) onde se transita entre o real e o sonho (pesadelo), o que deixa a dupla (principalmente o irmão Bverly) desconcertados.
O filme é um estudo psicológico da ligação forte que os irmãos gêmeos da trama têm desde ao nascer, que mesmo às vezes tendo personalidades diferentes, a ligação de ambos os torna tão presos um pelo outro, que torna impossível a separação, mesmo que este desejo floresça (numa cena de sonho puramente Cronenberg), mas no fim ele padeça, devido ao amor (mesmo que mórbido) que ambos têm um pelo outro. Mesmo feito em 1988, Cronenberg não se intimidou com a falta de recursos da época, e com isso, torna a atuação dupla de Jeremy Irons tão perfeita, que realmente da a impressão que estamos diante de dois irmão gêmeos na tela. Isso graças á um verdadeiro jogo de montagem de cenas que o cineasta fez, auxiliado pelo ótimo desempenho do ator que soube passar a diferenças de personalidades dos irmãos.


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