Nos dias 14 e 15 de fevereiro, estarei participando do curso “David Cronenberg: Seu Cinema e suas Obsessões”, criado pelo CENA UM e ministrado pela Prof.ª Dr.ª Rosângela Fachel de Medeiros. E enquanto esses dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre cada filme, desse diretor que passa sua visão obscura (mas que fascina) para a tela do cinema!
Gêmeos - Mórbida Semelhança
Sinopse: Os gêmeos idênticos Beverly e Elliot, brilhantes ginecologistas canadenses, pesquisam a fertilidade feminina em sua clínica particular. A atriz Claire Nivean, que não tem filhos, procura auxílio na famosa Clínica Mantle. Diagnosticada por Beverly como possuidora de um útero tricervical, Claire deve perder a esperança de engravidar. O arrogante Elliot fica fascinado pelo masoquismo da atriz e dorme com ela. Como é costume deles compartilharem as pacientes, encoraja o irmão a tomar seu lugar. Os dois passam a se revezar nas visitas a Claire, mas o tímido Beverly se apaixona pela atriz e, influenciado por ela, começa a usar drogas.
Para aqueles que estavam acostumados com o mundo do bizarro, ao assistir Gêmeos – Mórbida Semelhança pode-se observar que há uma pequena mudança de trajeto se comparado aos filmes anteriores daquela época que o diretor David Cronenberg estava fazendo. Digo pequena, pois a trama em si é muito mais perturbadora e interessante, talvez devido ao fato do filme estar mais com o pé na realidade, e graças a esse artifício, quando finalmente surge o mundo do bizarro de Cronenberg, ele soa verossímil e aceitamos aquela situação, pois as vezes, o mundo real é muito mais assustador que qualquer ficção de terror. Isso se fortalece quando o próprio terror sai das próprias mentes dos dois protagonistas (Jeremy Irons no melhor papel(s) de sua carreira) onde se transita entre o real e o sonho (pesadelo), o que deixa a dupla (principalmente o irmão Bverly) desconcertados.
O filme é um estudo psicológico da ligação forte que os irmãos gêmeos da trama têm desde ao nascer, que mesmo às vezes tendo personalidades diferentes, a ligação de ambos os torna tão presos um pelo outro, que torna impossível a separação, mesmo que este desejo floresça (numa cena de sonho puramente Cronenberg), mas no fim ele padeça, devido ao amor (mesmo que mórbido) que ambos têm um pelo outro. Mesmo feito em 1988, Cronenberg não se intimidou com a falta de recursos da época, e com isso, torna a atuação dupla de Jeremy Irons tão perfeita, que realmente da a impressão que estamos diante de dois irmão gêmeos na tela. Isso graças á um verdadeiro jogo de montagem de cenas que o cineasta fez, auxiliado pelo ótimo desempenho do ator que soube passar a diferenças de personalidades dos irmãos.
3 comentários:
E ae meu amigo!! Cinéfilos de volta depois de um período de férias!!! Voltando com td, com mta novidade, resenha, críticas e notícias sobre o mundo da nossa querida sétima arte!!
Curiosidade sobre esse curso. Espero pelo seu começo para poder compartilhar conosco!
Um abraço! Apareça!
http://cinefilosdeplantaobr.blogspot.com
Um dos meus diretores favoritos...
O Falcão Maltês
Estou numa cruzada revendo e conhecendo os titulos dele. Realmente é um diretor que coloca na tela a sua personalidade, que por vez, dificil ter uma idéia exata do que passa realmente na cabeça dele.
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