Nos dias 14 e 15 de fevereiro, estarei participando do curso “David Cronenberg: Seu Cinema e suas Obsessões”, criado pelo CENA UM e ministrado pela Prof.ª Dr.ª Rosângela Fachel de Medeiros. E enquanto esses dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre cada filme, desse diretor que passa sua visão obscura (mas que fascina) para a tela do cinema!
OS FILHOS DO MEDO
Sinopse: Frank vive em constante medo. A sua ex-mulher está mentalmente doente e ele tem medo que a sua doença possa ter influência negativa em sua filha de 6 anos e, acima de tudo, teme pela própria vida. Duas crianças deformadas atacam a professora da filha de Frank, levando-o a investigar uma série de homicídios e a sua relação com a ex-mulher e com uma organização de psicoterapia. Quando a ameaça das crianças mutantes começa a chegar perto da sua família, Frank tem de vencer o medo e descobrir a sua verdadeira natureza, antes que ele e sua filha se tornem as próximas vítimas.
Depois de usar o sexo como o ponta pé inicial para a criação de seus primeiros filmes, Cronenberg entra em outro terreno, no qual iria bastante explorar nos seus filmes seguintes, que é sobre a mente das pessoas, de preferência, as perturbadas. Ao usar a separação de um casal como fio condutor da trama, o cineasta investe sobre até onde a mente pode chegar, ao ponto, que se é através da loucura, que a mente pode fazer o que bem entender. Se no mundo real isso possa ser um tanto que distante, em seu filme a coisa se torna bem realista, crua e assustadora.
Mesmo em poucas cenas, Samantha Eggar (O Colecionador) está espetacular e assustadora como a mãe perturbada que não aceita a separação do marido (Art Hindle), muito menos na possibilidade de perder a filha. Com isso, sua mente libera algo que é difícil de acreditar, onde tudo é revelado num ato final dos mais apavorantes. Destaco também, o ótimo desempenho de Oliver Reed (Gladiador) que domina o filme nos primeiros minutos da trama.
Na Hora da Zona Morta
Sinopse: Johnny Smith (Christopher Walken) é um professor de literatura que estava prestes a se casar quando sofre um acidente de carro e fica cinco anos em coma. Ao recobrar a consciência, descobre que perdeu sua carreira e Sarah Bracknell (Brooke Adams), sua noiva, mas em compensação ganhou poderes paranormais que o permitem prever o futuro. Assim, ele tem o poder de alterar o curso dos acontecimentos e este é o seu dilema: interferir ou sofrer sozinho, sabendo das tragédias que estão por acontecer.
Muitos consideram Na Hora da Zona Morta como um filme menos de Cronenberg. Isso talvez se deva, pelo fato do filme ser uma adaptação pouco elogiada de uma das obras de Stephen King (que geraria uma série também, O Vidente), mas tenho certo carinho por essa produção, pois eu o assisti com a minha mãe quando eu era pequeno no Super Cine, e para uma criança impressionada com qualquer coisa naquela época, foi para mim uma sessão inesquecível. Vendo atualmente, é visível que o filme tenha envelhecido mal em alguns aspectos, mas está longe de ser um filme ruim, pois Cronenberg consegue segurar as rédeas e fazer de uma historia fantástica algo realista e que aceitamos bem ela, pois acompanhamos as sub-tramas bem humanas de cada personagem que cruza no caminho de Johnny, e com isso, nos identificamos com elas.
Christopher Walken está ótimo, ao interpretar uma pessoa que queria uma vida normal, mas terá que suportar o fardo (ou bênção) de adquirir o dom de ajudar as pessoas em momentos cruciais.
Curiosidade: Antes do acidente por ele sofrido, o personagem Johnny Smith sugeria aos seus alunos que lessem o livro "The Legend of Sleepy Hollow". Dezesseis anos mais tarde o próprio Christopher Walken, intérprete de Johnny Smith, estrelaria A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, adaptação cinematográfica do livro sugerido em Na Hora da Zona Morta.
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