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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre - 'Garoto dos Céus'

 Nota: Filme exibido para os associados no último Sábado (11/02/23).   

Sinopse. Em Garoto dos Céus Adam, um humilde filho de um pescador, ingressa na prestigiosa Universidade Al-Azhar, no Cairo: o epicentro do poder do Islã sunita. No primeiro dia de aula, o Grande Imã que dirige a instituição morre repentinamente.  

"O Nome da Rosa", escrito pelo romancista Umberto Eco, foi um dos grandes sucessos do universo literário ao ser lançado em 1980 e obtendo uma ótima adaptação cinematográfica em 1986. A trama em si era uma grande teia de investigações envolvendo a religião católica e desencadeando um jogo político onde tudo e a todos tem objetivos obscuros. "Garoto dos Céus" (2022) possui uma temática parecida, mas localizada nas entranhas da religião Islâmica e tendo as mais diversas reviravoltas.

Dirigido por Tarik Saleh, o filme conta a história de Adam, um humilde filho de um pescador, que ingressa na prestigiosa Universidade Al-Azhar, no Cairo: o epicentro do poder do Islã sunita. No primeiro dia de aula, o Grande Imã que dirige a instituição morre repentinamente. Sem saber, Adam se encontra no centro de uma implacável luta pelo poder entre as elites religiosas e políticas do país. Ao longo dos dias turbulentos na prestigiosa universidade, Adam terá que deixar para trás sua ingenuidade se quiser continuar naquele lugar.

Por mais que as informações atuais cheguem para nós em um piscar de olhos graças a internet, a população em geral, principalmente a ocidental, não tem o menor conhecimento com relação a religião Islã. Devido aos últimos acontecimentos do início do século vinte um, principalmente ao "fatídico 11 de Setembro", o Islã se tornou para a visão do ocidente como um grupo de fanáticos religiosos e terroristas, mas nunca parando para pensar que estas questões não se limitam unicamente a eles. Se no passado a Igreja Católica cometeu atos terríveis durante as cruzadas, por outro lado, atualmente nós brasileiros convivemos com um país laico, mas cuja uma religião nova ou outra tenta dominar o estado, principalmente quando se infiltra nos principais poderes para assim ter a chance de obter o tão sonhado “País Patriarcado”.

No caso do filme, o realizador Tarik Saleh procura retratar essas pessoas que põem em prática essa religião da maneira mais verossímil possível e fazendo com que o ocidente possa compara-la as demais religiões que estamos mais do que acostumados pelo mundo. Curiosamente, a morte repentina do Grande Imã faz com que caia uma cortina e da qual a mesma escondia um jogo político interno, não somente daqueles que trabalham dentro da Universidade Al-Azhar, como também da política dominante que deseja escolher o seu próprio Imã a todo custo. Neste vespeiro de jogo político x religião se encontra então Adam, do qual se torna uma representação do nosso olhar com relação àquela realidade até então desconhecida para muitos, mas da qual encontramos familiaridade com outros diversos acontecimentos que já presenciamos ao longo do tempo.

O filme possui pontos em comum com o suspense, já que o protagonista sempre está à beira de cair no precipício no momento que se torna uma peça central da trama e se tornando ao mesmo tempo os dois lados da mesma moeda. Por conta disso, o filme me fez lembrar de ótimas séries como, por exemplo, "Homeland", da qual a mesma retratava o Islã como ferramenta principal para o nascimento do terrorismo, mas não escondendo o fato que o próprio ocidente possui o dedo podre e se tornando o catalizador para isso. Por conta disso, a obra me fez pensar que ela poderia ter se saído melhor como uma série de tv, já que há diversas informações que são jogadas a todo momento para nós e que nem todas acabam sendo digeridas facilmente.

Em tempos em que uma extrema direita deseja obter as principais lideranças do mundo, o filme chega em um momento para nos dizer que esse jogo político x religião acontece o tempo todo, seja ele no ocidente ou em países como o Egito que até hoje mantem as velhas tradições. Ao final, uma vez que o jovem protagonista conhece esse sistema por detrás das cortinas o mesmo se dá conta que o mundo é muito mais complexo do que se imagina e cuja a palavra do Deus único não será o suficiente para mantê-lo vivo em meio as ambições pelo poder que acontecem o tempo todo. "Garoto dos Céus" é sobre a inocência que desaparece quando a mesma testemunha os jogos pelo poder e cujos os cenários políticos e religiosos se encontram somente separados em uma linha imaginaria e da qual é facilmente descartada. 


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