Sinopse: Phil, um arrogante meteorologista de um canal de televisão, fica preso em uma espécie de túnel do tempo, condenado a reviver indefinidamente o mesmo dia até que mude suas atitudes.
Não é de hoje que temos aquela sensação de que o tempo passa ligeiro demais e fazendo com que não possamos desfrutar um pouco da vida e da qual ela é tão curta. Em tempos de internet, redes sociais e informações instantâneas parece que perdemos a noção do que é apreciar um pouco a realidade em nossa volta. Trinta anos já se passaram, mas "Feitiço do Tempo" (1993) continua mais atual do que nunca, pois a sua lição de vida é para ser vista e revista de uma forma relaxada e para que possamos compreender melhor a proposta da obra.
Dirigido por Harold Ramis, da clássica comédia "Férias Frustradas" (1983), o filme conta a história de um repórter (Bill Murray) de televisão que faz previsões de meteorologia vai a uma pequena cidade fazer uma matéria especial sobre o celebrado "Dia da marmota". Pretendendo ir embora o mais rapidamente possível, ele inexplicavelmente fica preso no tempo, condenado a vivenciar para sempre os eventos daquele dia.
Não é de hoje que o cinema explora em exaustão as viagens no tempo, pois são tramas que nos fazem pensar sobre o que aconteceria se voltássemos em determinadas épocas e se temos o direito ou não de alterá-las. No caso de "Feitiço do Tempo" acontece algo de especial, pois o protagonista volta no tempo, mais precisamente sempre no mesmo dia anterior e tendo que conviver com as mesmas situações que ele já havia presenciado. Se você possui várias teorias conspiratórias sobre a questão do Déjà vu o filme é um ótimo ponta pé inicial para analisar e debater o assunto de mente aberta.
O filme em si possui aquele tom de positividade bem típico dos filmes americanos dos anos noventa, mas que não cai para o lado da previsibilidade, não somente graças ao roteiro criativo, como também graças a presença ilustre de Bill Murray. Em um dos seus melhores desempenhos da carreira, Murray cria um personagem que dificilmente a gente gostaria de estarmos por perto, pois ele não passa de uma pessoa egoísta e que somente pensa sobre si. Uma vez que ele convive com o mesmo dia contra a sua vontade isso começa a mudar.
A partir do momento em que começa essa situação inusitada ele começa a se sentir-se livre em fazer o que bem entender, desde em dirigir em alta velocidade, como também conhecer determinada garota diversas vezes para só assim conseguir levar ela para cama. Aos poucos, porém, ele descobre que não é tão simples conquistar as pessoas, mesmo ele conseguindo obter a chance de se conhecerem tão bem. Isso ele aprende da melhor maneira possível com a sua assistente Rita (Andie MacDowell), uma garota que vê a beleza nas coisas mais simples da vida e da qual desperta o lado humano do personagem Murray e do qual o próprio desconhecia.
O filme transita para momentos românticos e para o mais puro humor, principalmente pelo fato de o protagonista já saber como começa e como termina determinada situação, assim como também pelo fato de saber de antemão o que as pessoas irão dizer. Isso rende momentos hilários, desde a conversa dele com a dona da hospedaria como também o reencontro de um velho colega de escola e que agora é vendedor de seguros de vida. Tudo isso embalado com uma atuação sarcástica de Murray, mas que se casa com tamanha perfeição com a proposta da obra e o que torna é difícil imaginar outro ator no lugar dele na trama.
Aos poucos o filme se envereda para momentos até mesmo imprevisíveis, principalmente pelo fato dele tentar se matar para acabar com essa repetição, mas voltando para o mesmo ponto onde o dia recomeça de novo e de novo. A situação se torna até mesmo dramática quando ele dá atenção para um morador de rua, mas que acaba falecendo. Por mais que os dias se repitam ele não consegue salvá-lo, pois a vida dele havia realmente chegado ao fim.
É neste ponto que o personagem então decide virar um verdadeiro samaritano, ajudando aquelas pessoas que antes ele achava sem graça e se tornando alguém especial para a vida delas. O filme, portanto, nos passa a mensagem de que devemos pararmos por um momento de nossa rotina, mudar o caminho da rua que a gente atravessa e começarmos a prestarmos mais atenção com relação a realidade em nossa volta. Não é preciso a gente passar pelo mesmo dia diversas vezes, mas sim termos a iniciativa de colocarmos isso em prática e para sim podermos desfrutarmos mais de nossa vida tão preciosa.
"Feitiço do Tempo" é uma das melhores comédias de todos os tempos, cheia de humor, reflexiva e que nos faz pensar o que estamos perdendo na vida enquanto a gente se mantém presos em nossa rotina.
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