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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'Oferenda ao Demônio'

Sinopse: Desesperado para pagar suas dívidas, um homem tenta secretamente manipular seu pai para que venda sua funerária. Sem saber, desatará a um espírito maligno que passa a mirar em sua esposa que está grávida. 

Oliver Park tem sido prometido como uma das principais promessas com relação a cineastas dentro do gênero de horror no cinema, pois basta pegarmos para assistirmos ao seu curta metragem "Vicious" (2015) para termos uma vaga ideia. O problema é quando essas promessas são levadas para trabalharem para os grandes estúdios, onde os mesmos perdem os seus lados criativos e tendo que serem obrigados a filmarem ou criarem tramas das quais já tínhamos assistido em outras obras para dizer o mínimo. "Oferenda ao Demônio" (2023) é mais ou menos isso, um amontoado de clichês e que nos dá aquela sensação famigerada de Déjà vu em cada cena em que nos é apresentado.

A trama é baseada vagamente em contos populares judaicos que segue a história de Art (Nick Blood), um homem que, desesperado para pagar suas dívidas, tenta manipular seu pai para vender o negócio da família, uma funerária. Não parece uma tarefa difícil, mas logo as diferentes crenças e superstições entre ele e seu pai colocarão tudo em que ele acreditava na corda bamba. Uma noite, enquanto cuidava do corpo de um falecido, ele inadvertidamente libera um antigo demônio que se apodera das almas das crianças e agora está de olho em sua esposa grávida (Emily Wiseman). Agora esta família, lutando com um trauma não resolvido, deve lutar contra este antigo demônio dentro de uma comunidade hassídica.

É engraçado que como "Constantine" (2005) era um filme quase zero em termos de originalidade, mas que, mesmo nos apresentando o mesmo repeteco de sempre, possuía uma bela direção e que fazia toda a diferença. Não que Oliver Park aqui não se esforce, já que ele consegue elaborar cenas em que demonstra uma total veia de cinema autoral, pois basta pegarmos a cena da abertura, por exemplo, para termos uma vaga ideia sobre isso. O problema está justamente no que eu disse acima, do fato do filme estar sobrecarregado de cenas que mais parecem um remake de outros filmes e não podendo esperar nada além dessa previsibilidade.

Para piorar, ao assistirmos nós conseguimos antecipar cada cena em que o filme tenta nos pregar um susto, desde um vulto no canto, como também a velha fórmula da menina fantasmagórica que surge do nada. Não passa de uma ideia já usada a exaustão por franquias como "Invocação do Mal" (2013) e "O Chamado" (2004), sendo que esse último foi o que inaugurou a leva de meninas assustadoras e com os seus cabelos pretos e molhados. Não que a fórmula reapresentada aqui esteja desgastada, mas o problema está pelo fato de que a menina vista neste filme não assustaria nem o padre do clássico "O Exorcista" (1973).

Para piorar, o elenco principal não impressiona, sendo a maioria desconhecidos e que até se esforçam para nos oferecer bons desempenhos, mas quase nenhum resultado positivo. Destaque para Paul Kaye, da série "Game of Thrones" que faz um papel enigmático, carismático e nos passando ambiguidade elevada mesmo em poucas cenas da obra. Infelizmente isso não é o suficiente para contornar essa produção problemática.

Como eu disse acima, o problema até não é o uso excessivo de usar os mesmos clichês, mas sim como elabora-los, sendo que a velha forma na realização de efeitos criativos feitos a mão ainda é bastante útil em pleno século vinte um. Infelizmente o que prejudica também aqui é o uso quase extremo de efeitos visuais em CGI, sendo que os demônios digitais nunca me assustaram e tão pouco me passando uma sensação de peso. "Mama" (2013), por exemplo, era um belo filme de horror que sofria neste quesito, sendo que o filme metia medo quando a figura fantasmagórica não era vista, mas perdendo o impacto quando surgia e toda moldada de CGI feito às pressas.

Creio eu que o gênero de horror anda vivendo bons tempos no cinema atual, pois basta pegarmos títulos do estúdio "A24" para termos uma vaga ideia neste quesito. Infelizmente haverá filmes que ficarão pelo caminho, não pela falta de esforço de seus realizadores, mas sim pela teimosia de certos produtores em insistir em uma fórmula de sucesso, mas não dando total liberdade para o cineasta criativo. "Oferenda ao Demônio" fica apenas na promessa, pois se encontra muito preso em diversas fórmulas já muito manjadas. 


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