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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 13 de julho de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: ‘Aos olhos de Ernesto’

Sinopse: Ernesto enfrenta as limitações da velhice, como a solidão e a cegueira crescente. Ao se tronar viúvo, ele aprende que envelhecer é encher os silêncios com as ligações de seu filho que mora longe, com os recados do banco para retirar sua pensão, com as visitas de seu vizinho Javier, com a espera por uma nova carta de Lucía. No entanto, Bia, uma cuidadora de cães, entra em sua vida e Ernesto passa a perceber que o envelhecimento pode ser rejuvenescedor. 

O cinema recente tem demonstrado interesse em explorar a terceira idade, da qual tem mais a oferecer do que a gente possa imaginar. O recente “O Pai” (2020), por exemplo, explora a solidão do ser humano perante ao fato de estar perdendo o que é, talvez, o bem mais precioso que é as suas próprias lembranças. “Aos Olhos de Ernesto” (2020) explora a vida da terceira idade de uma forma mais singela, onde duas gerações diferentes se encontram e formando assim uma bela amizade da qual pode se nascer grandes frutos. 

Dirigido por Ana Luiza Azevedo e com roteiro de Jorge Furtado, o filme conta a história um fotógrafo uruguaio (Jorge Bolani), que está perdendo a visão por conta da velhice, mas tenta disfarçar achando que consegue enganar a todos. Porém, supreendentemente, o senhorzinho descobre que ser velho não é de todo negativo e que ele ainda pode se divertir e rejuvenescer, fazer amizades e se apaixonar aos 70 anos. 

A trama toda gira em torno do dia a dia de Ernesto, cuja a sua realidade se encontra em seu apartamento e do qual neste cenário se encontra toda uma história de tempos mais dourados. O apartamento, aliás, é um colírio para os nossos olhos, cheio de detalhes, desde a inúmeros livros como fotos que contam um pouco da história de nosso protagonista e cuja as lembranças ficam encravadas em suas memorias. Porém, somente temos uma ideia real de sua história quando entra em cena a jovem Bia (Gabriela Poester), da qual se torna o nosso olhar curioso perante aquela realidade escondida dentro daquele apartamento. 

Duas gerações diferentes uma da outra, mas das quais ambas se sentem atraídas pela curiosidade de suas vidas e cujos segredos começam, aos poucos, a serem compartilhados um com o outro. O grande atrativo dessa aproximação é termos um prato cheio de inúmeras referencias da área cultural que Ernesto participou, não somente da fotografia, como também da poesia, literatura e do cinema. Não deixa de ser curioso, por exemplo, referências ao clássico italiano “O Ladrão de Bicicletas” (1948), além de dar suma importância as cinematecas de ontem e hoje e fazendo desses momentos um verdadeiro prato cheio para todos os cinéfilos. 

Acima de tudo, o filme explora duras gerações perdidas na vida, mas cuja a união se descobre que ambas têm mais em comum do que se imagina. Ambas lutaram e ainda lutam pelos seus pensamentos sobre o mundo de ontem e hoje em que estão vivendo e cujo os seus modos de pensar são as únicas formas de continuarem vivendo em tempos em que tudo parece estar definhando. Bia, por exemplo, não deixa de ser uma lutadora em seu dia a dia, mesmo não tendo um centavo no bolso e tão pouco em ter alguém que lhe entenda e lhe passe um pouco de carinho. 

Ela encontra esses fatores através de Ernesto, porém, ambos sabem que é preciso continuar em frente, mas guardando em si o aprendizado que eles obtiveram um com o outro ao longo do tempo. No final das contas, é um filme que traz a questão de que é preciso lidar com a solidão, sobre até que ponto ela pode ser tolerada e o momento certo para, enfim, retornar as suas raízes para obter a sua santa Paz.  No final, ficam as lembranças de uma vida cheia de significado e que merece ser compartilhado pelo seu próximo. 

“Aos Olhos de Ernesto” é um dos melhores filmes recentes do nosso cinema brasileiro, ao explorar duas vidas distintas, mas das quais possui uma cultura rica e que merece ser sentida e explorada. 


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