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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 25 de junho de 2020

Cine Especial: 'TUBARÃO' - 45 ANOS DEPOIS


Se um filme sobrevive ao longo do tempo muito se deve ao empenho e perfeccionismo dos envolvidos. Muito disso, claro, se deve ao cineasta que se dedica de corpo e alma ao projeto, não para obter somente o lucro, mas sim para a obra ser lembrado conforme o tempo vai passando. Quarenta e cinco anos já se passaram, mas "Tubarão" (1975) continua sendo uma obra criada pelo esforço e determinação e isso muito se deve a Steven Spielberg.
Contratado pelos produtores Richard D. Zanuck e David Brown, Steven Spielberg estava vindo do sucesso que colheu pela sua realização do telefilme "Encurralado" (1971), do qual contava a história de um cidadão comum sendo perseguido sem motivo algum por um caminhão controlado por um motorista que jamais vimos o seu rosto ao longo da história. Com planos-sequências mirabolantes, além de pitadas de suspense bem ao estilo Alfred Hitchcock, Spielberg chamou atenção dos produtores logo de cara e recebendo carta branca para fazer da sua maneira o filme baseado no livro "Tubarão" escrito por Peter Benchley. Porém, mal sabia ele dos percalços que teria para realizar a sua primeira grande obra prima.
Além das dificuldades de se filmar em alto mar, os realizadores tiveram um grande problema de controle do tubarão mecânico em alto-mar, pois a água salgada fazia com que ele não funcionasse direito durante as filmagens. A solução para contornar esse problema foi criar uma verdadeira aura de suspense, onde no primeiro ato da trama quase não se vê a imagem da criatura, mas sim somente a sua barbatana e suas terríveis consequências. Dentre outras soluções também foi o uso dos barris amarelos dentro da trama e substituindo o uso do tubarão mecânico em muitas tomadas.
Basicamente o filme é dividido em dois atos, onde no primeiro é apresentado o cenário dos acontecimentos, seus personagens principais e a situação até então inédita na fictícia praia  Amity. Já o segundo ato é onde começa a caçada iminente, onde os três protagonistas, o xerife Martin (Roy Scheider), o pesquisador Hooper (Richard Dreyfyss) e o caçador Quint (Robert Shaw) vão a caça do tubarão em alto-mar. Em ambos os casos há cenas inesquecíveis, onde se há uma construção de suspense caprichada e fazendo a gente temer pelo próximo ataque que irá ocorrer.
Cinéfilo como ninguém, Steven Spielberg não esconde o seu carinho pela forma como Alfred Hitchcock filmava os seus filmes que se tornaram verdadeiros clássicos, principalmente com relação a sua obra prima "Vertigo" (1959). É por esse filme, por exemplo, que Spielberg se inspirou ao usar o mesmo recurso que o mestre do suspense havia usado, em sequência de zooms e afastamento da câmera, que dá ao público a sensação profundidade. Isso pode é visto na sequência em que uma criança se torna a segunda vítima do tubarão durante a trama.
Mas sem sombra de dúvida, em termos técnicos, o maior trunfo do filme se encontra em sua trilha sonora composta pelo mestre John Williams. Com apenas duas notas sinistras, Williams criou mais do que uma trilha sonora, como também uma espécie de alerta para toda vez que o tubarão se aproxima e fazendo com que o público fique a frente dos protagonistas com relação a sua aproximação. Em várias ocasiões Steven Spielberg sempre deixou muito claro que metade do sucesso do filme se deve ao trabalho de Williams e do qual ganhou um Oscar pela categoria merecidamente.
Mas é claro que nenhum grande filme não se sustenta se não houver um bom elenco e é isso que esse grande clássico possui através do seu trio central de protagonistas. Tanto Roy Scheider como Richard Dreyfyss estão ótimos em seus respectivos personagens, sendo ambos os dois lados da mesma moeda com relação a uma situação que testa os seus próprios limites no segundo ato da trama. Porém, Robert Shaw rouba a cena toda vez que seu personagem Quint abre a boca e seu discurso sobre o seu passado no navio USS Indianapolis é disparado o meu momento favorito da trama.
Lançado em 20 de junho de 1975 nos EUA, o filme foi contra todas as expectativas daqueles que achavam que ele se tornaria um verdadeiro fracasso. Fora o fato dos inúmeros problemas que o filme havia passado durante a sua realização, para muitos, lançar um filme na época de férias, em que muitos americanos iriam para as praias seria um tremendo tiro no pé. Ao invés disso o filme se tornou um grande sucesso, tanto de público como de crítica, se tornando o primeiro filme a chegar a marca de cem milhões de dólares de bilheteria nos EUA e inaugurando a era dos Blockbuster do verão americano.
Durante quarenta e cinco anos houve continuações, imitações, mas nenhuma superou o brilho de "Tubarão", filme que tinha tudo para dar errado, mas que acabou se tornando um grande marco cinematográfico. 

Assistir aonde: Youtube, Google Play filmes e Netflix. 

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