Sinopse:A princesa Ahmanet (Sofia Boutella) foi morta e depois enterrada nas profundezas do deserto do Oriente Médio. Milênios depois, seu corpo é retirado por uma equipe liderada por Nick Morton (Tom Cruise). Mas ela acaba despertando e consigo traz deuses e monstros destinados a não deixar ninguém vivo.
Quem é cinéfilo de carteirinha vai se lembrar que essa não é a primeira tentativa recente do estúdio Universal em trazer os seus monstros clássicos de volta para o cinema e conseguir a partir deles criar um universo expandido. Isso já foi tentando em Drácula - A História Nunca Contada, mas que devido a péssimas ideias e má direção, as possibilidades foram então para o espaço. Eis que novamente o estúdio tenta com A Múmia, mas cuja a indecisão de fazer uma aventura ou terror, faz com que o filme perca a sua própria identidade.
O filme começa nos tempos antigos do Egito, onde vemos uma princesa chamada Ahmanet (Sofia Boutella) ser enterrada nas profundezas do deserto após ter matado o faraó. A trama corta para o presente, onde vemos Morton (Tom Cruise), um soldado americano que está somente interessado em adquirir algum lucro no Iraque através de escavações. Após roubar um mapa da arqueologa Jenny Halsey (Annabelle Wallis), ele parte em busca de relíquias, mas acaba encontrando algo que não deveria ter sido acordado.
Confesso que o primeiro ato é até bem empolgante, já que o cineasta Alex Kurtzman (Bem-vindo à Vida) soube criar um clima com um teor bem sombrio para trama, mesmo ela se passando sob a luz do deserto. Ao mesmo tempo, soube apresentar boas cenas de ação nos primeiros minutos, principalmente com umas bem imprevisíveis: a cena do avião caindo com os protagonistas dentro é disparado o melhor momento.
Porém, essa harmonia entre ação e terror não dura muito, já que esse esforço de unir os dois gêneros num único filme sempre acaba sendo sofrido e aqui não é diferente. O resultado é um filme que, aos poucos, perde a sua identidade e não sabendo onde mirar para se acertar, mas sim jogando inúmeras boas idéias fora e das quais poderiam ter gerado algo bem criativo. Parece que sempre há uma sensação de desespero dos roteiristas da produção em nos dizer que isso irá gerar uma universo expandido, mas se esquecendo antes de nos apresentar uma trama bem conduzida.
Além disso, a situação piora quando vemos velhas caras conhecidas do cinema, mas atuando como se estivessem no piloto automático. Tom Cruise como protagonista, por exemplo, nada faz aqui do que interpretar o mesmo tipo de personagem em que ele atuou nesses últimos vinte anos e o que torna o resultado final bem desanimador. E se Russell Crowe se apresenta com todas boas intenções para nos brindar com uma nova versão de Henry Jekyll para o cinema, eis que a péssima direção do cineasta, aliado a idéias desperdiçadas, fazem com que o seu personagem seja usado de uma forma burocrática e estando ali únicamente para nos dizer que existe um mundo maior a ser explorado.
Felizmente, a idéia de se trazer uma múmia em sua forma feminina não se tornou algo devidamente desperdiçado. Sofia Boutella (Star Trek: Sem Fronteiras) se esforça ao máximo em cena, mesmo com as maquiagens e efeitos visuais que criam o visual da sua personagem e sempre sentimos uma aura trágica toda vez que ela surge em cena. O mesmo não se pode dizer de Annabelle Wallis (Annabelle), cuja sua personagem poderia ter sido facilmente interpretada por qualquer outra atriz, já que ela esta ali somente para criar um dispensável par romântico com o protagonista.
Com uma divertida, mesmo que disperdiçada, referência que a trama faz ao clássico Um Lobisomem Americano em Londres, A Múmia é um filme sem identidade própria, cuja a ambição do estúdio de querer criar um universo expandido de monstros clássicos do cinema acaba que por nublando um resultado positivo para o filme.
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