O DIABÓLICO DR.
HICHCOCK NO PRIMEIRO PROJETO RAROS DA CINEMATECA CAPITÓLIO PETROBRAS
“Filmes que você
sempre quis ver ou nem imaginava que existiam”. O slogan do projeto Raros é a
sua melhor definição. Iniciado em maio de 2003, o projeto foi concebido com a
intenção de apresentar ao público local títulos nunca lançados no circuito
exibidor brasileiro ou há muito tempo fora de circulação nos cinemas,
procurando reproduzir o espírito das “midnight movies” realizadas em Nova York
a partir do final dos anos 1960. Cada filme é apresentado uma única vez, nas
noites de sexta-feira, e as sessões são comentadas. Imediatamente acolhido
pelos cinéfilos porto-alegrenses, o Raros foi um sucesso instantâneo e logo
inspiraria outras iniciativas similares, a mais conhecida delas sendo as
Sessões do Comodoro, organizadas pelo saudoso diretor Carlos Reichenbach no Cinesesc
de São Paulo. Em 2017, em função da reforma da Usina do Gasômetro, a Cinemateca
Capitólio Petrobras passa a receber provisoriamente o projeto Raros.
Raptus - O Diabólico
Dr. Hichcock
L'orribile segreto
del Dr. Hichcock
85 min., Itália, 1962
Direção: Riccardo
Freda
Qual é o terrível
segredo do Dr. Hichcock? Essa é a pergunta a ser respondida neste clássico do
horror gótico italiano, dirigido por Robert Hampton, também conhecido como
Riccardo Freda, mentor de Mario Bava e célebre por ter ensinado os técnicos da
Atlântida a filmar brigas, além de bater em Anselmo Duarte. A sinopse do filme
lembra muito Rebecca, de Alfred Hitchcock: a nova esposa de um cirurgião sente
a presença da falecida esposa anterior de seu marido, e tenta descobrir a
verdade. A resposta é bem mais complexa do que parece... as circunstâncias de
sua morte a farão descobrir preferências, digamos, pouco ortodoxas do doutor,
que gosta de suas amantes bem frias e duras. Dr. Hichcock é estrelado pela
princesa do gótico italiano, a britânica Barbara Steele. O roteiro é de Ernesto
Gastaldi, veterano da pulp fiction italiana e melhor roteirista do cinema
fantástico local. Ao contrário de Bava, que lançou o gênero com fotografia em
preto e branco, aqui vemos a estranha paleta de cores de Freda, puxando para o
verde, que lembra aquelas revistas colorizadas a mão. A versão a ser exibida é
a lançada originalmente nos EUA, com pouco mais de 80 minutos. Exibição em HD
com legendas em inglês. Classificação indicativa: 14 anos. Após a sessão, debate
com o pesquisador Carlos Thomaz Albornoz.
Carlos Thomaz
Albornoz é idealizador do Projeto Raros, crítico de cinema, membro da ACCIRS e
ator sempre que falta alguém e o diretor aceita qualquer um para o papel. César
Almeida nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no ano de 1980. Ainda muito
cedo, as histórias fantásticas do cinema e da literatura conquistaram sua
atenção. Mais tarde, a paixão por filmes B e livros fantásticos o levou a
pesquisar e escrever. Publica artigos sobre cinema desde 2008, e em 2010 lançou
Cemitério Perdido dosFilmes B, que compila 120 resenhas de sua autoria. Também
escreve ficção, com o pseudônimo Cesar Alcázar, além de atuar como editor
(Argonautas Editora) e tradutor.
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