Nos dias 21, 28
(hoje) e 4 de agosto. Estarei participando do Curso Critica de Cinema, criado
pelo Cena Um e ministrado pelo critico de cinema Marcus Mello. Como dever de
casa, os participantes tiveram a missão de assistir aos filmes Má Educação,
Mulholland Drive e Bendito Fruto. Abaixo, segue minha sobre o terceiro filme
Bendito Fruto (2004) dirigido por Sérgio Goldenberg.
BENDITO FRUTO
Sinopse: Durante os 9
meses de duração da novela "Primeiro Amor" Maria (Zezeh Barbosa),
Edgar (Otávio Augusto), Virgínia (Vera Holtz), Telma (Lúcia Alves), Choquita
(Camila Pitanga) convivem juntos. O ponto de encontro é o pequeno salão de
cabelereiro de Edgar, localizado em Botafogo, no Rio de Janeiro, por onde todos
passam. Neste período Maria, que é amante de Edgar, tem sua vida transformada
para sempre. Virgína, amiga de infância de Edgar, sofre um acidente com uma
tampa de bueiro. Anderson (Evandro Machado), filho de Maria, volta da Europa
com uma novidade: Marcelo Monte (Eduardo Moscovis), seu namorado, que é também
o galã da nova novela das oito.
O humor que gira em
torno de Bendito Fruto não pode ser considerado uma comédia espalhafatosa e
muito menos um humor negro. O filme possui uma carga dramática, que corresponde
a citações referentes à violência do Rio de Janeiro, o adultério e os desafetos
entre pais e filhos. Entre os principais atrativos do roteiro deste filme de
Sérgio Goldenberg são as histórias entre os principais núcleos que grudam uma
cena à outra a fim de que todos os diferentes acontecimentos se interliguem em
algum momento da narrativa.
Edgar é um dono de um
salão de cabeleireiros que tem um caso com Maria, que era filha da empregada da
casa de seus pais. Quando aparece Virgínia, uma antiga amiga de colégio, depois
de ter a cabeça atingida pela tampa de um buero no meio da rua, Edgar esconde
da amiga que tem um caso com Maria, ao mesmo tempo em que ela informa que o
filho que ela tem com ele está voltando de uma temporada na Europa. Para a
surpresa de Maria, Anderson é
homossexual e tem um caso com um famoso galã de novela, o ator Marcelo Monte.
É em meio a esse
tumulto de acontecimentos que Edgar e Maria são obrigados a passar para poderem
voltar a ter a vida que eles costumavam ter antes. A direção de Sérgio
Goldenberg é precisa, mesmo escorregando em alguns estereótipos que poderiam
ter sido evitados. Ele soube, porém, comandar o elenco com atitude o suficiente
para transpor às telas o talento que os atores consagrados da televisão
brasileira, como Otávio Augusto, Vera Holtz e Camila Pitanga já possuíam.
Ele e a roteirista
Rosane Lima montaram uma história recheada de situações humanas e que
facilmente o cinéfilo se identifica.O problema esta no fato de às vezes a
narrativa ficar bem parecida com o script de uma novela, mas que não compromete
muito o resultado final. O adultério, problemas sociais e a violência não
poderiam ficar de fora de uma história que tem como cenário o bairro de
Botafogo no Rio de Janeiro.
O filme não possui
piadas, mas mesmo assim tem o seu charme de comédia dramática e que é ponto ao
seu favor. Na verdade o filme vale mais pelo elenco, que é o grande trunfo da
mídia brasileira e isso inclui não só a televisão, como também o cinema Otávio
Augusto está bem, sem grandes brilhos, mas sabe pelo menos o que fazer na tela
nas melhores e mais difíceis cenas. Zezeh Barbosa fez o que podia fazer para
ter o mínimo de competência em suas cenas, e o conseguiu, mas quem se destaca
mesmo é a ótima atriz Vera Holtz, que é capaz de fazer qualquer papel com
sabedoria, e a ainda jovem aspirante a atriz, Camila Pitanga que é responsável
por boas risadas em várias das situações cômicas. Quem está extremamente
agradável de ser apreciada é a atriz Lúcia Alves, que com suas caras e bocas
consegue transmitir todos os seus apetrechos de atriz do cinema.
A trilha sonora é
outro grande trunfo da obra, foi extraída inúmeras canções brasileiras,
conhecidas por sua genialidade, que utiliza um pouco de bossa nova, um pouco de
samba, músicas extremamente agradáveis de serem escutadas. Bendito Fruto é
uma comédia dramática que consegue divertir a quem aprecia um humor mais leve,
mesmo que não de tão boa qualidade, mas Sérgio Gondelberg cumpre seu dever como
diretor,
Leia também: Critica de Cinema: Parte 1
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