Sinopse: Leon (César
Troncoso) é um homem introspectivo que vive em um velho posto de gasolina,
perdido na imensidão da estrada transcontinental entre a Argentina e o Chile.
Seu único amigo é Silas (Nelson Diniz), um brasileiro que volta e meia o visita
para trazer peças para consertar a moto dele. Um dia, a paz de Leon é abalada
com a chegada de Ana (Fernanda Moro), uma mulher que escapou da tentativa de
abuso sexual de um caminhoneiro com quem tinha pego carona. Sem ter para onde
ir e no meio do deserto, Ana recebe abrigo de Leon inicialmente para apenas um
dia. Só que o tempo passa e ela não consegue sair do local.
Embora com certo atraso, finalmente chega em cartaz o filme de Paulo
Nascimnto, A Oeste do Fim do Mundo. O filme, uma coprodução Brasil-Argentina, se
passa aos pés da Cordilheira dos Andes, venceu quatro Kikitos (entre eles, o de
melhor longa latino-americano) no Festival de Gramado do ano passado. Embora
tenha participado de filmes brasileiros como Faroeste Cabloco, Hoje e Tempo e o
Vento, César Troncoso ainda é lembrado pelo já clássico o Banheiro do Papa, mas
está muito longe de ficar marcado por apenas um personagem. Em A Oeste do fim do
Mundo, Troncoso apresenta um personagem solitário, de inúmeras camadas
emocionais há serem descobertas, mas que somente irá gradualmente se abrir, no
momento que surge uma brasileira chamada Ana (Fernanda Moro) perdida na estrada.
Ambos se encontram perdidos na vida, em meio a escolhas erradas e situações que os levaram em lugares nos quais não queriam estar. O encontro de ambos em meio ao nada, faz com que eles se descubram e percebem que a melhor coisa para liberar a dor é colocar para fora certas palavras, mesmo elas sejam tão doloridas. Em meio à convivência, o cenário que se passa a trama se torna em si o protagonista da trama também.
O posto de gasolina/restaurante, embora simples, tornasse interessante da maneira que surge na tela. Isso devido ao bom casamento entre edição de arte e fotografia, sendo que essa ultima possui uma iluminação natural e que sintetiza muito bem a hora exata de cada cena em que se passa a trama. Portanto, não me admira que o responsável pela fotografia (Alexandre Berra) tenha se inspirado no clássico Cinzas do Paraíso de Terrence Malick como modelo para a criação da luz natural vista no filme.
Curiosamente, o cenário desolado e sem vida, se mostra um tanto que mais rico na medida em que o casal central vai se conhecendo. Essa sensação aumenta ainda mais, sempre quando surge o terceiro personagem da trama, um motoqueiro brasileiro chamado Silas (Nelson Diniz), que volta e meia surge com a sua moto turbinada. Para Silas, aquele lugar é o paraíso, um ótimo lugar para se esconder de tudo e a todos. Dá a entender que Silas foge de seus demônios interiores, mas o seu passado fica um tanto que obscuro o que só faz só aumentar a sua aura de mistério.
Talvez esse seja somente o único ponto fraco da trama, onde os protagonistas serem obrigados há ter que explicar tudo sobre o porquê deles estarem ali. A meu ver, as próprias cenas vistas, mesmo que sugestivas, nos faz compreender muito bem sobre o passado deles e criando por alguns momentos uma subtrama em nossas mentes para tentar enlaçar o passado do casal central. Faltou então um pouco de fé da parte do cineasta, em acreditar na imaginação do cinéfilo que fosse assistir a sua obra.
Porém, o ato final nos reserva momentos singelos, como redenção, recomeço e perguntas que ficam no ar com relação ao futuro deles. No final das contas, A Oeste do Fim do Mundo é sobre feridas que nunca se cicatrizam, mas que basta estar com alguém próximo para se dar conta que o peso no mundo não se restringe apenas a você, mas sim a todos nós.
Ambos se encontram perdidos na vida, em meio a escolhas erradas e situações que os levaram em lugares nos quais não queriam estar. O encontro de ambos em meio ao nada, faz com que eles se descubram e percebem que a melhor coisa para liberar a dor é colocar para fora certas palavras, mesmo elas sejam tão doloridas. Em meio à convivência, o cenário que se passa a trama se torna em si o protagonista da trama também.
O posto de gasolina/restaurante, embora simples, tornasse interessante da maneira que surge na tela. Isso devido ao bom casamento entre edição de arte e fotografia, sendo que essa ultima possui uma iluminação natural e que sintetiza muito bem a hora exata de cada cena em que se passa a trama. Portanto, não me admira que o responsável pela fotografia (Alexandre Berra) tenha se inspirado no clássico Cinzas do Paraíso de Terrence Malick como modelo para a criação da luz natural vista no filme.
Curiosamente, o cenário desolado e sem vida, se mostra um tanto que mais rico na medida em que o casal central vai se conhecendo. Essa sensação aumenta ainda mais, sempre quando surge o terceiro personagem da trama, um motoqueiro brasileiro chamado Silas (Nelson Diniz), que volta e meia surge com a sua moto turbinada. Para Silas, aquele lugar é o paraíso, um ótimo lugar para se esconder de tudo e a todos. Dá a entender que Silas foge de seus demônios interiores, mas o seu passado fica um tanto que obscuro o que só faz só aumentar a sua aura de mistério.
Talvez esse seja somente o único ponto fraco da trama, onde os protagonistas serem obrigados há ter que explicar tudo sobre o porquê deles estarem ali. A meu ver, as próprias cenas vistas, mesmo que sugestivas, nos faz compreender muito bem sobre o passado deles e criando por alguns momentos uma subtrama em nossas mentes para tentar enlaçar o passado do casal central. Faltou então um pouco de fé da parte do cineasta, em acreditar na imaginação do cinéfilo que fosse assistir a sua obra.
Porém, o ato final nos reserva momentos singelos, como redenção, recomeço e perguntas que ficam no ar com relação ao futuro deles. No final das contas, A Oeste do Fim do Mundo é sobre feridas que nunca se cicatrizam, mas que basta estar com alguém próximo para se dar conta que o peso no mundo não se restringe apenas a você, mas sim a todos nós.